Ministro do STF suspende inquéritos e concede liberdade a todos os presos da Lava-Jato...

Publicado em 19/05/2014 07:41 e atualizado em 09/03/2020 10:34
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

Ministro do STF suspende inquéritos e concede liberdade a todos os presos da Lava-Jato

Por Rodrigo Rangel e Laryssa Borges, na VEJA.com:

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira, em decisão liminar, a liberdade do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Zavascki também suspendeu todos os inquéritos relacionados à operação policial e às ações penais abertas na Justiça Federal do Paraná contra os investigados, entre eles o doleiro Alberto Youssef, pivô do megaesquema de lavagem de dinheiro.

Além de interromper os inquéritos relacionados à operação Lava-Jato, a liminar ordena a suspensão de todos os mandados de prisão já expedidos no curso das investigações e determina a remessa imediata dos autos para o Supremo Tribunal Federal.

Para a defesa de Paulo Roberto Costa, o processo todo deveria ter sido enviado de imediato à mais alta Corte do país por conta das suspeitas de participação de parlamentares, que têm direito a foro privilegiado, no esquema investigado pelas autoridades policiais. “Antes mesmo da realização das buscas e apreensões, os autos já forneciam elementos concretos que apontavam para o suposto envolvimento de membros do Congresso Nacional”, argumentaram os advogados do ex-diretor da Petrobras no pedido analisado por Zavascki.

Deputados – No curso das investigações, interceptações telefônicas atingiram os deputados federais André Vargas (PR) e Luiz Argôlo (SDD-BA). Ambos já respondem a processo no Conselho de Ética da Câmara e podem perder os mandatos pela estreita relação que  mantinham com Youssef.

Além de Costa e Youssef, a liminar de Zavascki garante liberdade aos doleiros Nelma Kodama, Raul Srour e Carlos Habib Chater. Também deverá ser beneficiado René Luiz Pereira, um dos envolvidos no esquema que tinha sido preso por tráfico internacional de drogas. Até o momento, 42 pessoas tinham sido denunciadas pelo Ministério Público Federal por envolvimento com o esquema de lavagem de 10 bilhões de reais investigado pela Polícia Federal.

Mesmo com a determinação de soltura de todos os presos, Zavascki fez uma ressalva: para não atrapalhar as investigações, eles não podem se ausentar das cidades onde residem e devem entregar seus passaportes no prazo de 24 horas. O ministro ordenou, ainda, o envio por fax da decisão para as autoridades encarregadas do caso – PF e Ministério Público –, para cumprimento imediato das decisões.

Por Reinaldo Azevedo

 

A decisão de Teori Zavascki, o que é razoável e o que pode causar estranheza

O ministro Teori Zavascki suspendeu os inquéritos da Operação Lava Jato, mandou soltar todos os presos e pediu que tudo seja enviado ao Supremo Tribunal Federal. Afinal, dois dos investigados têm foro especial por prerrogativa de função: os ainda deputados André Vargas e Luiz Argôlo. É preciso ler a decisão no detalhe para uma opinião mais detida, mas algumas coisas já podem ser ditas.

Sei que a observação que vem a seguir não é simpática num país viciado em impunidade, mas é fato: em todo o mundo democrático, a Justiça existe mais para soltar do que para prender: ela se comporta, e isto é um princípio civilizatório, como uma garantia dos indivíduos contra a pretensão punitiva do Estado. Havendo uma brecha para que a pessoa possa ser libertada, ela será.

Adiante. Teori Zavascki evocou o Inciso II do Artigo 14 da Lei 8.038 e o 158 do Regimento Interno do STF, que conferem ao relator o poder de suspender o processo — nesse segundo caso, ele também pode solicitar a remessa dos autos.

Vamos ver. Que os respectivos casos dos dois deputados deveriam ter sido enviados imediatamente ao Supremo, isso eu também acho. Se têm o foro especial e se a lei é essa, que se cumpra. Que, no entanto, se suspendam todos os inquéritos e processos, aí já acho um exagero. Até porque, especialmente depois do processo-gigante do mensalão, a tendência do tribunal é julgar na corte apenas os réus com direito a foro especial. E esse não é o caso da maioria dos que estão presos. O doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, entre outros, não têm direito a foro especial.

A decisão tem caráter liminar e, portanto, pode ainda ser revista. Vamos separar a libertação dos presos da suspensão de todos os inquéritos. Em algum momento, teriam de ser libertados, já que precisam ainda ser julgados, e não parece que possam mais prejudicar a investigação. Mas isso poderia ser feito por meio de habeas corpus. Já suspender tudo me soa um óbvio exagero. Dá a impressão de a coisa ter funcionado assim: “Já que não tive tempo de examinar os autos (e duvido que Teori tenha tido esse tempo), então que pare tudo”.

Por Reinaldo Azevedo

 

PPS tenta convocar ministro para explicar chantagem de Rosemary

Por Laryssa Borges, na VEJA.com:
O líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PPS-PR), vai apresentar nesta semana requerimento para convocar o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para explicar as chantagens da ex-chefe do escritório da Presidência da República Rosemary Noronha a integrantes do governo. Também serão convidados a prestar depoimento o atual chefe de gabinete da presidente Dilma Rousseff, Beto Vasconcelos, e a própria Rosemary.

As movimentações de Rose, como é conhecida no meio político, foram descobertas pela Polícia Federal (PF) em 2012, quando foi deflagrada a operação Porto Seguro, que desmontou uma quadrilha que vendia pareceres de órgãos públicos a empresas privadas. Na ocasião, agentes da PF fizeram buscas no gabinete dela na Presidência da República em São Paulo e apreenderam documentos.

Depois que foram descobertas suas traficâncias, Rose foi demitida, banida do serviço público e indiciada pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção. Abandonada, ela traçou um plano para obter ajuda política e financeira e começou a chantagear integrantes do governo e a constranger antigos colegas de trabalho, pressionando-os a depor no processo que tramitava sobre seu caso na Controladoria-Geral da União (CGU), conforme mostrou VEJA.

Nos planos de Rose, o atual chefe de gabinete de Dilma, Beto Vasconcelos, a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra e o ministro Gilberto Carvalho iriam ajudá-la a se reaproximar do ex-presidente Lula. Depois disso, um dos amigos mais próximos de Lula, Paulo Okamotto, providenciou uma banca de advogados para Rose e a ajudou na reforma de um apartamento em São Paulo e na compra de uma rede de escolas de inglês.

“A senhora Rosemary parece ser detentora de muita informação sobre a cúpula do governo passado e deste, então o Congresso Nacional deve oferecer a ela um espaço que ela conte sua versão dos fatos e, talvez assim, esclarecer pontos que continuam ainda muito obscuros”, disse Rubens Bueno ao justificar a apresentação do requerimento.

Por Reinaldo Azevedo

 

Tarso Genro e o velho ódio à liberdade de imprensa

O inefável governador Tarso Genro (PT), do Rio Grande do Sul, que tem tudo para perder a reeleição no seu Estado — cavalgando o Pégaso (ele já cometeu poesias…) e a própria incompetência —, participou de uma sabatina nesta segunda, promovida pela Folha e pelo SBT. Se quiserem uma síntese de todos os temas dos quais ele tratou, cliquem aqui. Eu darei relevo a um aspecto de sua fala que revela, digamos assim, suas paixões autoritárias.

Reproduzo, em vermelho, trecho de reportagem da Folha. Volto em seguida.
O petista declarou que existe uma campanha contra partidos e políticos que está sendo feita pela oposição ao governo Dilma com o apoio da imprensa. Segundo o governador, “as grandes cadeias de comunicação são democratas [militantes do DEM] ou tucanas e fazem campanha massiva” contra siglas alinhadas à esquerda.
“Em todas as categorias existem as pessoas com desvio de conduta. Ocorre que a campanha que se faz toma todos políticos como corruptos e todos os partidos como venais. Isso pode trazer um dano irreversível à democracia. Se essa tese vencer e se extinguir a politica, o primeiro passo é acabar com a liberdade de imprensa”, afirmou.

Retomo
As tolices de Tarso nem mesmo são compatíveis entre si. Por que a oposição a Dilma faria campanha contra partidos políticos se ela também é composta de… partidos?

A afirmação de que “as grandes cadeias de comunicação” são partidárias do DEM ou do PSDB, com todo o respeito, é intelectualmente delinquente. Aquelas que são sérias — e nem todas são — apenas se negam a se comportar como esbirros do petismo, que é o que querem os companheiros.

Fui coordenador de Política da Sucursal da Folha em Brasília, em 1996. O PT estava na oposição. Os petistas tratavam os jornalistas a pão de ló e, obviamente, eram as principais fontes dos repórteres em matérias críticas ao governo FHC. Uma das fontes mais loquazes era ninguém menos do que… José Dirceu! O PT nunca reclamou do engajamento da imprensa — que, saibam os leitores, vota, tomados os seus membros, majoritariamente na esquerda. Com raras exceções, as dissensões costumam se dar à esquerda dos petistas, que ainda formam a maioria. Há mais eleitores do PSOL nas redações do que na sociedade. Jornalistas têm a ambição de entender o que dizem os membros desse partido.

Tarso certamente não é um mentiroso, mas a sua afirmação é escandalosamente mentirosa. De resto, seu partido odeia a liberdade de imprensa e já tentou acabar com ela várias vezes:
1: tentou criar o Conselho Federal de Jornalismo para punir jornalistas considerados incômodos;
2: tentou recriar a censura por intermédio do II Plano Nacional de Direitos Humanos;
3: tentou usar a Conferência Nacional de Comunicação para criar mecanismos que limitem a liberdade de informação;
4: defende ainda hoje uma tal regulamentação da mídia que tem, sim, a pretensão de arbitrar sobre conteúdo.

Como, até agora, não foi bem-sucedido, então escolheu outro caminho: usa dinheiro público, da administração direta e das estatais, para financiar difamadores profissionais, que respondem por páginas cujo único propósito é exaltar o PT e o governo Dilma e atacar a imprensa independente e também lideranças da oposição.

Pregação tem seu efeito
Essa fala estúpida de Tarso acaba tendo algum efeito. Muita gente resolve “provar” para os petistas que eles estão errados. E, aí, acabam caindo numa espécie de armadilha e atacando os adversários do petismo só para provar que são isentos.

Por Reinaldo Azevedo

 

Pois é… Propaganda terrorista do PT ganha nova leitura, e o partido é que vira alvo

Sabem aquela propaganda terrorista do PT? Ganhou uma nova leitura. Vejam.

Comento
O maniqueísmo tem dessas coisas: quando se quer dividir o mundo entre o Bem e o Mal, não é?, tudo se transforma numa questão de mero ponto de vista.

A sacada, convenham, é muito boa!

Por Reinaldo Azevedo

 

Alckmin diz que PT faz política do medo

“Os nossos adversários, o PT, estão fazendo a política do medo, a antítese da política, porque política é esperança (…). É tempo de ética, honradez… É tempo de Aécio Neves.”

A fala acima, informa a Folha, é do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, durante encontro do PSDB de São Paulo com o DEM de São Paulo.

Alckmin se referia, claro!, à campanha terrorista da propaganda partidária do PT, que dá a entender que a eventual vitória da oposição significaria o caos no país.

Referindo-se ao bloco adversário, afirmou Aécio: “Vocês imaginam esses partidos que hoje estão ao lado do PT quando o PT perder a eleição? Ao lado para defender ideias? Não! O que tem para amalgamá-los é o poder”.

 Por Reinaldo Azevedo

 

Eleições 2014

Perto da eclosão: diretório gaúcho do PP ameaça entrar na Justiça caso cúpula do partido oficialize apoio à Dilma antes da convenção nacional

Sugestão para vice

PP gaúcho planeja ir à Justiça

O racha no PP chegou chegou perto do ponto de eclosão. O diretório gaúcho do partido, embalado pela aliança de Ana Amélia com Aécio Neves, planeja dinamitar o projeto de Ciro Nogueira de anunciar apoio à reeleição de Dilma Rousseff, à revelia de boa parte dos diretórios estaduais.

Caso Nogueira confirme o que prometeu e oficialize o reforço ao palanque petista, o PP gaúcho entrará na Justiça pedindo que a decisão só seja tomada depois da Convenção Nacional, sem data para acontecer.

Por Lauro Jardim

 

Lideranças policiais de treze Estados anunciam paralisação para quarta-feira

Por Pollyane Lima e Silva, na VEJA.com. Volto no post seguinte:
A paralisação nacional de policiais, convocada para a próxima quarta-feira, já tem a adesão de lideranças de metade dos Estados brasileiros. Até o início da tarde desta segunda, agentes de treze unidades da federação aceitaram a convocação feita pela Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol). São eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Amazonas, Pará, Alagoas, Paraíba, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rondônia e Bahia. “Distrito Federal e os demais Estados devem responder até terça-feira se vão também cruzar os braços. Não recebemos nenhuma resposta negativa ainda”, disse ao site de VEJA o presidente da Cobrapol, Jânio Bosco Gandra.

O movimento envolve policiais civis, federais e rodoviários – os militares são proibidos, pelos códigos militares, de fazer greve, apesar de haver algumas mobilizações isoladas. Gandra afirma que em alguns Estados podem ser mantidos de 30% a 70% dos agentes trabalhando. “Vai depender do nível de violência e da demanda de cada lugar”, explica. A medida, de acordo com ele, é para evitar que se repita em escala nacional o caos das ruas de Recife na semana passada, em razão da paralisação da Polícia Militar. “Já fizemos um pedido especial para que os movimentos pernambucano e baiano não envolvam a PM. Não podemos causar o resultado inverso, queremos que realmente melhore a segurança pública no país”, reforçou o presidente da Cobrapol.

O  objeto da paralisação é pressionar o governo federal a criar uma política de segurança pública que se preocupe também em melhorar as condições de trabalho da força policial. “Não existe uma gestão nacional nem investimento adequado. Nesse jogo de empurra, a população fica com a sensação de impunidade. Em alguns Estados, o índice de crimes solucionados não passa de 8%, é baixíssimo”, diz Gandra, acrescentando que não houve sequer treinamento adequado de policiais para a Copa do Mundo. “Esperamos que o governo reagisse, mas ele decidiu treinar só 300 agentes da Força Nacional. Esse número é insuficiente para dar conta de todas as sedes. A gente teme por isso. Pode ser um fiasco”.

Mobilizações
Em Brasília, os agentes farão uma passeata que pode terminar no Ministério da Justiça ou na Praça dos Três Poderes. No Rio, o grupo se encontra às 14h na Cidade da Polícia, Zona Norte da capital, e caminha até o bairro da Tijuca. “Às 19h, faremos uma assembleia para definir os rumos da categoria”, acrescenta Francisco Chao, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Sindpol).

A categoria paulista programa uma passeata para o sábado, no Centro da capital. O acordo oferecido pelo governo estadual não foi aceito. “Nós pleiteamos uma restruturação de carreira que possa entrar em vigor em 2016, mas o governo nos oferece apenas ajuste salarial e não garante anistia aos grevistas. Por isso, a greve está mantida”, afirmou Alexandre Sally, presidente do sindicato de policiais civis federais do Estado de São Paulo.

Por Reinaldo Azevedo

 

Quando a polícia está em greve, o povo faz o quê? Chama o ladrão?

Pois é… Lideranças das polícias civis de 13 estados responderam positivamente à convocação de uma greve para a próxima quarta-feira. Escrevi aqui há coisa de três semanas que o Brasil conheceria o inferno neste fim de maio e começo de junho, antes da Copa. Todas as demandas se juntariam; todos tentariam tirar uma casquinha. Pretende-se uma greve que junte os policiais civis, federais e rodoviários.

Minha opinião a respeito nada tem de surpreendente. Sou contra greve de qualquer servidor público, e os leitores sabem disso. E com mais determinação, oponho-me a greves de funcionários públicos que têm o direito legal de andar armados e que representam aquela fatia do Estado que detém o monopólio do uso legítimo da força.

Ora, quando um funcionário público interrompe a prestação de serviço, quem arca com as consequências? Quem é o seu patrão? É o povo. E, em qualquer caso, estejam certos: os pobres sempre pagam mais caro porque são os mais dependentes do estado. Os mais endinheirados costumam ter como minorar os prejuízos. Os que já têm pouco terão menos ainda.

Como ninguém é obrigado a ser um servidor público — trata-se, afinal, de uma escolha —, entendo que a paralisação deveria ser simplesmente proibida. Mas sei que a proposta dificilmente vingaria. Que a proibição total valha para alguns setores.

Outras formas
Os policiais, civis e militares, sabem que este blog e este blogueiro são sensíveis às suas dificuldades e defendem que tenham uma remuneração justa, compatível com a realidade brasileira. Mas há outras formas de reivindicação, que não a paralisação.

Não há alternativa a uma obviedade: policiais em greve se tornam aliados objetivos de bandidos e transformam a população em refém de suas reivindicações. Ora, não é por aquilo que entendem ser “justo” que lutam? Cabe a pergunta: é justo expor crianças, mulheres e homens de bem à sanha de marginais porque consideram que uma reivindicação sua não foi atendida?

Não faz o menor sentido. Quando a polícia está em greve, o povo faz o quê? Chama o ladrão?

Por Reinaldo Azevedo

 

Haddad, agora, quer oficializar uma segunda Cracolândia; prefeito ameaça área com a melhor infraestrutura de São Paulo

Deem uma olhada no mapa abaixo, que localiza dois pontos na região central de São Paulo.

 CRACOLÃNDIA AMPLIADA

O que está mais ao alto, à esquerda, marca a região da famosa Cracolândia, a tradicional, lá onde o prefeito Fernando Haddad lançou o seu absurdo programa “Braços Abertos” — aquele que dá a viciados casa, comida e salário. À direita, mais abaixo, está o Parque D. Pedro II, que concentra um número razoável de viciados.

Entre um ponto e outro, há 2,5 quilômetros. Muito bem! Haddad já anunciou que, também no Parque D. Pedro II, haverá um programa parecido com o “Braços Abertos”. A Prefeitura já procura imóveis e alojamentos para alugar e abrigar os viciados. O prefeito petista está destruindo o centro de São Paulo de maneira sistemática, organizada, sem lhe dar a chance nem de pedir socorro.

Atenção, paulistanos! Atenção, paulistas! Essa é a área da cidade mais bem servida de infraestrutura: há cem por cento de esgotamento sanitário, de energia elétrica, de asfaltamento, de cabeamento telefônico, de infraestrutura de transporte etc. É evidente que um programa realmente “progressista”, como eles gostam de dizer, provocaria um verdadeiro adensamento dessa região, atraindo moradores para o local, trabalhadores.

Em vez disso, o que faz a administração petista? A medida que se entregam áreas da cidade para os consumidores de drogas e para os narcotraficantes, é claro que os trabalhadores vão fugir dali. Ainda que a gestão Haddad tenha decretado também o fim da família tradicional — aquela com pai, mãe e crianças —, pergunto: quem vai querer criar seus filhos nesse ambiente?

A decisão de Haddad é um desastre econômico, lógico, social e, se quiserem saber, humanitário. Essas áreas da cidade consumiram e consomem recursos dos paulistanos na forma de impostos. Podem e devem ser ocupadas por pessoas produtivas, que trabalham, que estudam, que geram mais riquezas para que mais pessoas cresçam e se desenvolvam.

Mas quê… A gestão petista está determinada a entregá-las àqueles que só consomem recursos do estado. Não há precedente na história mundial. Há uma enorme diferença entre uma cidade decidir acolher os viciados, dispensando-lhes tratamento digno, e atuar de forma deliberada, sistemática, para esterilizar uma das regiões do país mais bem servidas de infraestrutura.

À sua maneira, não tenho dúvida, São Paulo vai se lembrar por décadas de que, um dia, houve um prefeito chamado Fernando Haddad.

Por Reinaldo Azevedo

 

Haddad agora vai demitir viciado em crack que não trabalhar. É mesmo, é? Não me digam!!!

Cercadinhos de Haddad: estruturas já foram retiradas da Cracolândia pelos próprios viciados

Cercadinhos de Haddad: estruturas já foram retiradas da Cracolândia pelos próprios viciados

E não é que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT, decidiu que os viciados em crack contratados pela Prefeitura que não comparecerem ao trabalho serão desligados do programa “Braços Abertos”!? Se bem se lembram, trata-se daquela literalmente estupefaciente iniciativa que garante a um grupo de viciados emprego, salário, casa e comida. E sem exigir deles nada em troca! Não são obrigados a se submeter a tratamento. E, creiam, não se cobrava nem mesmo a frequência ao trabalho. Como a remuneração é feita por dia — R$ 15 por quatro horas —, pagam-se as jornadas “trabalhadas” e fim de papo.

Ora, aconteceu o óbvio: boa parte dos beneficiários não dá as caras e só se aproveita de uma parte do programa: a que garante casa e comida. A renda que conseguem, para financiar o vício, deriva de alguns bicos que fazem e de pequenos delitos. Trabalhar pra quê?

Leitores, prestem atenção: governantes existem não apenas para corrigir problemas, mas também e sobretudo para se antecipar a eles. Ou por que precisaríamos manter a pesada máquina estatal? E eis, então, que se revela um dos principais defeitos da gestão de Haddad: ele está sempre atrasado em relação ao óbvio. Ou por outra: o óbvio chega antes, e ele vem depois.

Quando o petista lançou o tal “Braços Abertos”, escrevi aqui um aqui um longo texto apontando suas sete grandes imposturas:
1: O programa de emprego para viciados atingia quase 400 viciados, e se estima em 2 mil o número de frequentadores da Cracolândia;
2: o programa “Braços Abertos” atendia (?) apenas os viciados que resolveram criar uma favela no meio da rua;
3: decidiu-se premiar com trabalho, salário, casa e comida quem ocupou o espaço público na marra para manter o seu vício; os benefícios são superiores aos pagos pelo Bolsa Família;
4: os viciados receberiam benefícios, mas não seriam obrigados a se tratar nem a trabalhar;
5: os viciados têm renda, oriunda ou do trabalho informal ou de práticas criminosas; o dinheiro da Prefeitura seria um suplemento que estimularia o consumo de drogas;
6: se a Prefeitura fornece casa e comida a drogados que criam favelas no passeio público, por que não fazer o mesmo com quem não é viciado?;
7: o Prefeito escolheu o caminho mais fácil e mais barato: financiar o vício em vez de combatê-lo.

Digam-me: era ou não evidente que a iniciativa daria com os burros n’água? Como é que um programa que remunera viciados, sem exigir deles nada em troca, que os sitia numa área em que a polícia não entra, garantindo-lhes casa e comida, pode ambicionar ser de “combate ao crack”? Ao contrário: trata-se de um programa que estimula o consumo.

A última trapalhada do Prefeito na região se deu com as tais grades. A Prefeitura decidiu instalá-las para tentar delimitar o espaço ocupado pelos viciados e pelos traficantes, abrindo caminho, tanto quanto possível, para o cidadão comum poder transitar por lá, já que existem moradores naquela área da região central. Não adiantou! Os ongueiros viciados em viciados protestaram; os líderes — Santo Deus! — dos frequentadores da Cracolândia não gostaram, e as tais grades foram retiradas pelos próprios consumidores de crack, que se transformaram no verdadeiro poder público por ali.

Na campanha eleitoral, Haddad prometeu que daria à Cracolândia uma resposta inovadora. Não se pode acusá-lo de ter traído esse propósito, não é mesmo?

Por Reinaldo Azevedo

 

PT faz sua segunda “Virada Cultural” em SP e produz o segundo espetáculo de incompetência e desorganização

Vejam esta imagem. Vocês vão entender tudo.

Demônios da Garoa

O PT fez a sua segunda “Virada Cultura”. Mais um desastre! Infelizmente! A boa sorte não costuma acompanhar a incompetência. Para que os leitores de outros Estados e de outras cidades tenham uma informação básica: a iniciativa começou em 2005, no primeiro ano da gestão de José Serra à frente da Prefeitura da maior cidade do país. E já nasceu como um sucesso de público. A ideia era promover 24 horas de atividades culturais nos mais variados pontos da cidade. Aqui e ali, ocorriam pequenos problemas, mas nada muito significativo.

No ano passado, a coisa já não andou bem: duas pessoas foram assassinadas. Neste 2014, no segundo evento organizado pela gestão petista, a sensação foi de fiasco. O tempo, claro, não ajudou. Mas a incompetência foi pior do que a chuva. E, para piorar tudo, a violência.

Houve nada menos de 18 arrastões na madrugada de sábado para domingo. Há quaro pessoas internadas em estado grave, duas delas feridas a bala e duas outras a faca. A Polícia Militar, que teve muito trabalho, estima em 13 mil o número de abordagens feitas. Houve mais de cem detenções.

Em 2013, a gestão petista já foi criticada por ter concentrado os eventos na região central da cidade — quando a ideia original da Virada era justamente levar eventos para a periferia. Neste ano, houve ainda menos palcos, atraindo menos público, embora o evento tenha custado 13% a mais — estima-se em R$ 13 milhões.

O tempo ruim, a desorganização e a violência forçaram o cancelamento de diversas apresentações. O grupo Demônios da Garoa, um patrimônio da cidade, cancelou a sua participação acusando desrespeito e falta de condições. Segundo o produtor da turma, eles foram impedidos, sem qualquer justificativa, de instalar a sua própria mesa de som. Sergio Rosa, o Pimpolho, desabafou à Folha: “De repente o cara te joga dentro da Cracolândia. Não é o fato de estar na Cracolândia. Mas ali perto do palco tinha um mau cheiro, um negócio degradante. Você acha que a gente iria até lá e não ia querer fazer o show se tivesse condições?”

A banda de rap Pollo, agendada para as 4h da madrugada deste domingo, também cancelou sua apresentação. Rafael de Melo, produtor, narrou à Folha: “Cheguei com a equipe por volta de 1h30 para montar o show. Mas, por volta das 2h, houve uma briga, e as coisas saíram do controle. Começaram a saquear uma loja, subiram no palco, invadiram os camarins”.

Contra todas as evidência, no entanto, Juca Ferreira, secretário de Cultura da cidade de São Paulo, viu um sucesso danado e diz que a virada vai continuar.

Existem picaretas em São Paulo
Um pouco de memória, vamos lá. Já escrevi a respeito, mas volto ao assunto. Quando surgiu na capital, em 2012, o tal movimento “Existe Amor em SP”, tirei um sarrinho aqui. Era gato escondido com o rabo de fora. Estava na cara, ou no rabo, que era gato. Tratava-se apenas de mais um “movimento popular”, ou “organização espontânea”, ligada ao PT. Informação para o leitor que não é na cidade: o tal grupo se dizia “apartidário” e interessado apenas em impedir a eventual eleição de Celso Russomanno (PRB). Estranhei e ironizei porque não nasci ontem. Esse negócio de “movimento apartidário” contra um candidato em particular era coisa por demais suspeita, especialmente quando o dito-cujo, como era o caso, havia conquistado fatias do eleitorado tradicionalmente petistas. Assim, era evidente que atacá-lo beneficiava o nome petista na disputa, Fernando Haddad.

Criar grupos “apartidários” para intervir no debate público é uma prática que remete aos primeiros dias do partido. Conheço isso como a palma da mão. A rigor, a prática não difere muito da relação que a legenda mantém com os sindicatos que estão sob a sua orientação. Os sindicalistas, nesse caso, não estão principalmente dedicados à defesa da categoria que representam. Ao contrário: podem até lutar contra os interesses objetivos do grupo se, num dado momento, os interesses do partido o exigirem. O PT não está sozinho nessa prática. A UNE, por exemplo, desde a sua refundação, é um feudo do PCdoB. Os sucessivos comandos da entidade estão se lixando para os interesses dos estudantes. O PSOL, bastante presente nas universidades públicas, age do mesmo modo com os centros acadêmicos ou diretórios centrais que conquistam.

Com o advento das redes sociais, emprestar caráter “popular” àquilo que é partidária e ideologicamente orientado se tornou ainda mais fácil. Por quê? Porque a antiga militância, e sei bem do que falo, exigia tempo, dedicação, aplicação à causa. As reuniões só podiam ser feitas com a presença física dos mobilizados. Hoje em dia, não! Basta estar conectado à rede. Dez ou 15 profissionais do partido, pagos pra isso, conseguem criar o movimento de opinião na Internet e marcar uma concentração em algum ponto da cidade a que podem comparecer centenas e até alguns poucos milhares de pessoas. Ou por outra: era mais difícil arregimentar idiotas úteis no passado. Hoje em dia, é moleza.

Pois bem… O tal movimento “Existe Amor em SP” foi tratado pela imprensa paulistana — onde tinha muitos amigos e porta-vozes informais — como uma espécie de “nova voz da cidade”, como uma expressão genuína das ruas. É mesmo?

Pois é… No ano passado, o que fez Haddad? Contratou toda a turma! E ela que responde hoje pela organização da Virada Cultural e pelo seu segundo ano de desastre.

Eis aí: existem incompetentes em São Paulo. E picaretas também!

Por Reinaldo Azevedo

 

O vice de Aécio e o PSD de Kassab em SP e no Brasil

Então o ex-governador José Serra não vai ser vice na chapa presidencial liderada pelo senador Aécio Neves (MG), do PSDB? Será que o PSD de Gilberto Kassab pode ocupar o lugar com Henrique Meirelles?

Vamos ver. Ontem à noite, Serra postou uma mensagem em sua página no Facebook (ver post) em que afirmou que vai disputar uma vaga no Parlamento. Segundo escreveu, ele nunca pleiteou a vaga de candidato a vice e atribuiu ao exercício do “jornalismo criativo” as informações de que ele ou seus aliados estariam pressionando para obter o lugar.

Escreveu: “Nunca fui pré-candidato a vice. Também inexistem interlocutores atuando em meu nome. Da minha boca, nunca ninguém ouviu nada a respeito. Já disse mais de uma vez que quem fala o que penso sou eu mesmo”. Isso quer dizer que a hipótese está inteiramente descartada? Em política, isso não existe. Mas, se querem saber, acho que o mais provável é que não aconteça.

O tom da mensagem de Serra é cordial, e ele faz uma declaração inequívoca em favor da unidade do partido. Afirma, referindo-se ao governo do PT: “No mais, estarei junto com o meu partido no esforço para vencer esta estranha mistura de atraso e inércia que tomou conta do país. Vamos em frente´! O Brasil quer mudar!”

Agora vamos à segunda pergunta: será que o PSD de Kassab pode fornecer o nome para o posto de vice de Aécio, mais propriamente o de Henrique Meirelles, que foi presidente do Banco Central durante os oito anos de mandato de Lula? Não custa lembrar que, quando o líder petista o guindou para o BC, havia acabado de se eleger deputado federal pelo PSDB de Goiás.

As negociações entre o PSD de Kassab e o PSDB de Geraldo Alckmin vão muito bem em São Paulo. Hoje, é grande a chance de o ex-prefeito ocupar o lugar de vice na chapa que será liderada pelo atual governador. Em entrevista concedida ao programa “Os Pingos nos Is”, que comando na Jovem Pan, Kassab deixou claro, no dia 28 de abril, que a chance de entendimento com os tucanos em São Paulo era grande, mas reafirmou o apoio à presidente Dilma Rousseff na esfera federal. Indagado se essa decisão poderia ser revista, ele afirmou que não.

Setores do seu partido, no entanto, pressionam para que Meirelles seja o vice de Aécio. Há duas ordens de dificuldades aí, cuja superação não é fácil. A primeira é justamente o acordo já feito com Dilma; a segunda é a resistência do DEM, de onde Kassab saiu, levando consigo uma boa fatia do partido, o que deixou algumas sequelas. Talvez o DEM até pudesse facilmente abrir mão de indicar o vice caso Aécio escolhesse Serra, mas não creio que possa fazê-lo com igual tranquilidade em favor de um nome do partido de Kassab. Por outro lado, cumpre notar que o PSD tem um trunfo precioso: quase 2 minutos no horário eleitoral gratuito. Vale, por quase quatro: se estiverem com Aécio, não estarão com Dilma. O Planalto vê um risco real de isso acontecer. Tanto é assim que Dilma chamou Kassab para um papo.

Vamos ver. Uma coisa é certa: o jogo está muito menos jogado do que se imaginava há um ano. Em maio de 2013, o PT tratava a eleição presidencial como uma mera homologação do nome de Dilma. Não será assim.

Por Reinaldo Azevedo

 

Serra diz que será candidato ao Parlamento; declaração aposta na unidade do PSDB

José Serra, ex-governador de São Paulo, acaba de publicar no Facebook uma mensagem em que diz que será candidato a um cargo no Legislativo Federal. Leiam o texto. Volto em seguida.

Serra Face candidatura 

Voltei
Isso quer dizer que Serra não será candidato a vice de jeito nenhum? Não! O texto quer dizer apenas que a possibilidade não deve ser um problema. Se o PSDB entender que é uma boa saída, faça-se; caso se opte por outro caminho, está claro que ele não será um empecilho.

E ali se lê também a aposta na unidade: “No mais, estarei junto com o meu partido no esforço para vencer esta estranha mistura de atraso e inércia que tomou conta do país. (…) Vamos em frente! O Brasil quer mudar!”.

Por Reinaldo Azevedo

 

O PT, sozinho, arrecada em dinheiro o dobro de PSDB, PMDB e PSB somados. E por que, então, o partido quer proibir a doação de empresas privadas?

Montanha de dinheiro

O PT quer acabar com as doações de empresas privadas a campanhas. Infelizmente, já há uma maioria no STF formada em favor dessa tese. Muito bem! Não é que o partido esteja se dando mal com o sistema em vigência, não! Muito pelo contrário! Segundo informam David Friedlander e Ricardo Mendonça, na Folha de hoje, empresas que tradicionalmente doam dinheiro para partidos políticos e que mantêm negócios com o setor público repassaram ao PT, no ano passado, QUASE O DOBRO DO QUE, ATENÇÃO!, DOARAM AO PSDB, AO PMDB E AO PSB! R$ 79 MILHÕES CONTRA R$ 46,5 milhões. Há quatro anos, o “Partido dos Companheiros” já tinha uma vantagem sobre os demais de R$ 9,4 milhões; agora, de R$ 33,2 milhões

Por que o PT quer tanto acabar com um modelo que o beneficia? Porque não gosta de privilégios? Ora…Quem aí acredita que, uma vez proibidas as doações privadas, elas não continuarão a ser feitas, mas por baixo dos panos? A Folha só conseguiu chegar aos números porque, afinal existe o registro. Quando não houver mais…

Leiam trecho da reportagem. Volto em seguida:
“Nos últimos dias, a Folha conversou com um consultor, um tesoureiro de partido, um empresário e dois executivos de construtoras. Eles só aceitaram falar anonimamente. Segundo eles, é difícil não dar preferência ao PT, que ocupa a Presidência. Como Dilma estava muito à frente nas pesquisas, a força da sigla para captar era ampliada. Caso a disputa presidencial fique mais acirrada, como sugerem as últimas pesquisas, a divisão de verbas tende a se equilibrar. “Quem trabalha com governo não tem preferência”, diz um alto executivo de uma grande construtora. “Precisa ser amigo de quem estiver no poder.” Um consultor com muitos anos de experiência em arrecadação define assim: “Para as empresas, a doação funciona como um investimento para ter acesso aos candidatos que elas ajudam a eleger”.

Retomo
Muito bem! Proibidas as doações privadas, o interesse desses financiadores de campanha vai desaparecer? É curioso o caminho que essa questão tomou: é como se a transparência incomodasse: “Vejam como empresas com interesse no governo doam dinheiro para partidos!”. Sim, é verdade! E quando a lei proibir? O tal interesse desaparece por força da interdição?

Nos últimos tempos, nota-se um aumento das doações de empresas. Não há explicação para isso a não ser uma: muita gente que apelava ao caixa dois ficou com medo de ver seu nome envolvido em alguma operação da Polícia Federal. Não se faz esse tipo de coisa sem recorrer ao serviço dos “Albertos Youssefs” da vida. Vale dizer: escolheram o caminho legal; preferiram sair da clandestinidade.

Daqui a pouco, a lei vai empurrá-las de novo para o submundo. E se viverá, então, a sensação de que a política foi moralizada. É uma piada!

Por Reinaldo Azevedo

 

Fundos de pensão de servidores públicos aplicaram R$ 23 milhões em empresa de doleiro

Por Daniel Haidar, na VEJA.com:
Fundos de previdência de servidores públicos devem zelar pela segurança do investimento dos funcionários, considerando também as melhores condições de rentabilidade. Mas quando essas entidades são loteadas por indicados políticos em administrações municipais e estaduais, nem sempre o servidor fica em primeiro lugar, como mostra o passado recente de captação de recursos da Marsans Brasil. Apesar das graves dificuldades financeiras que a empresa enfrenta, pelo menos sete fundos de previdência de funcionários públicos injetaram dinheiro de aposentados na agência de viagens. A operadora de turismo foi fundada em 1973 no país e é controlada pelo doleiro Alberto Youssef desde meados de 2010. Desde março, Youssef passou a ser conhecido também como um dos pivôs do esquema de lavagem de 10 bilhões de reais, investigado pela Polícia Federal na operação Lava-Jato.

Documentos obtidos pelo site de VEJA revelam agora que entre 2012 e 2013 – ou seja, sob o controle de Youssef – a Marsans Brasil conseguiu angariar cerca de 23 milhões de reais de fundos de previdência dedicados a garantir pensões de servidores aposentados. Só o Instituto de Gestão Previdenciária do estado do Tocantins aplicou 12 milhões de reais na empreitada. Também tornaram-se investidores na empresa do doleiro os fundos municipais de previdência de Cuiabá (MT), que desembolsou 3,4 milhões de reais; e Paranaguá (PR), que gastou 2 milhões de reais. No Nordeste, o fundo de Amontada (CE) gastou cerca de 1,6 milhão de reais e o de Petrolina (PE) desembolsou 980.000 reais. Hortolândia e Holambra, duas cidades do interior paulista, aplicaram respectivamente 1,5 milhão de reais e 980.000 reais para virar sócias de Youssef.

O aporte dos fundos de previdência foi feito através do Fundo de Investimento em Participações (FIP) Viaja Brasil. É um produto criado pelo banco Máxima com o propósito de impulsionar o crescimento do grupo Marsans Brasil. Todo o dinheiro que entrou no Viaja Brasil foi aplicado na Graça Aranha RJ Participações — dona da Marsans Brasil, de acordo com relatório da consultoria Lopes Filho. Documentos da Junta Comercial do Rio de Janeiro, no entanto, revelam outro dono na Marsans. Segundo certidão do órgão, a GFD Investimentos, uma empresa do doleiro, é a única controladora da Marsans.

A situação financeira da agência também causa estranheza. Apesar da milionária injeção de recursos feita pelos fundos desde 2012, a Marsans enfrenta dificuldades. Em relação ao fim do ano passado, as compras de passagens aéreas pela companhia caíram drasticamente neste primeiro semestre, o que sinaliza que menos clientes contrataram viagens e o faturamento diminuiu.

Finanças
Em e-mails interceptados pela Polícia Federal, Youssef prometia injetar dinheiro para socorrer a Marsans. Em 30 de dezembro de 2013, o doleiro é cobrado pelo diretor-geral da agência, Luiz David de Almeida Lourenço, que pedia transferências para a empresa. “Beto, desculpe mas vamos ter problemas (mais). A TED não entrou em nossa conta até agora. Tem como vc falar com quem iria fazer e me voltar?”, cobra Luiz David, como é conhecido.

O advogado Antonio Figueiredo Basto, que defende Youssef na Justiça, afirma que a Marsans é “um negócio lícito” do doleiro. “Se fundos de previdência resolveram investir na Marsans, quem tem de responder são eles. Muitas das coisas que Alberto tentava fazer eram legais. Eu particularmente desconheço que tenha ocorrido irregularidade em relação a fundo de pensão”, afirmou Figueiredo Basto ao site de VEJA.

Procurado pelo site de VEJA, Luiz David não esclareceu o destino dos recursos tratados com Youssef. Ele alega que foi diretor-administrativo da Marsans Brasil de janeiro de 2013 a 11 de abril deste ano, quando renunciou. Mas funcionários diziam, na última quarta-feira, que David ainda era o CEO (diretor-executivo) da companhia. Indagado sobre a contradição, ele disse que aceitou permanecer como consultor da Marsans até ser contratado novo diretor para a empresa.

Nenhum fundo de previdência esclarece por que foram feitos os investimentos no fundo de Youssef. A assessoria de imprensa do atual presidente do Instituto de Gestão Previdenciária do estado do Tocantins diz que os aportes foram feitos em gestão anterior, de Luciano Silbernagel. Procurado, Silbernagel alega que desconhecia a aplicação no Viaja Brasil e responsabiliza o gestor Edson Santana Matos pelos investimentos. Matos não foi localizado. O governador Siqueira Campos (PSDB) e o vice-governador João Oliveira (DEM) renunciaram aos cargos em abril para concorrer nas eleições de outubro. O fundo de pensão dos servidores do governo de Tocantins também foi um dos que mais perdeu dinheiro com a aplicação de recursos em títulos lastreados em empréstimos do banco BVA — que teve recursos desviados pelos administradores e deixou um rombo de 4 bilhões de reais.

O presidente do Instituto Municipal de Previdência Social dos Servidores de Cuiabá, Bolanger José de Almeida, também responsabilizou a gestão anterior pelo investimento no fundo controlado por Youssef. Mas documentos do Ministério da Previdência só mostram aplicação no fundo Viaja Brasil a partir do segundo bimestre de 2013 — portanto, sob a gestão de Almeida. Ele assumiu o cargo no começo da gestão do prefeito Mauro Mendes (PSB). Almeida diz que estuda medidas judiciais para preservar os investimentos na Marsans. “Eu estou preocupado com a situação, porque a empresa está com dificuldades financeiras e não dá para entender, pois vivenciamos um momento extremamente aquecido do turismo brasileiro. Queremos contratar uma auditoria e saber se houve desvio de recursos”, afirma o presidente do fundo de previdência dos servidores de Cuiabá.

Almeida é um dos dirigentes de fundos de pensão que participaram de assembleias do fundo Viaja Brasil nos últimos meses. Carlos Alberto Pereira da Costa e Matheus Oliveira dos Santos – comparsas do doleiro que respondem na Justiça por crimes investigados pela operação Lava-Jato – eram representantes de Youssef no Conselho de Administração da Graça Aranha RJ Participações. De acordo com a Polícia Federal, Pereira da Costa comandava diversas empresas do doleiro.

Investigações
Youssef ganhou notoriedade nacional no começo dos anos 2000 por ter remetido bilhões de dólares para fora do país por contas do banco Banestado. Acabou condenado por evasão de divisas, mas fez um acordo de delação premiada com a Justiça Federal, pelo qual entregou informações importantes para a investigação e conseguiu punição mais branda do que era esperado. A única exigência era que ele não voltasse a cometer crimes. Mas, durante as investigações da operação Lava-Jato, a PF encontrou indícios de que Youssef voltou a comandar um esquema de lavagem de dinheiro. Ele começará a ser julgado em junho pelos crimes de lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa, evasão de divisas e operação indevida de instituição financeira.

Além de inúmeras operações ilegais de entrada e saída de dólares do país, desde pelo menos 2010 ele ajudava na coleta de recursos para campanhas de políticos. Nos últimos meses, esbanjava intimidade com o poder. Tinha contatos frequentes com os deputados federais André Vargas (ex-PT) e Luiz Argôlo (SDD). Articulava negócios com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, com quem é acusado pelo Ministério Público de ter desviado mais de 8 milhões de reais de obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. E é acusado ainda de comandar um laboratório farmacêutico que conseguiria faturar até 35 milhões de reais, em cinco anos, na venda de medicamentos com uma parceria chancelada pelo Ministério da Saúde.

Por Reinaldo Azevedo

 

“Cala a boca, Emir Sader!” Ou: O MTST saúda a “ocupação” da GloboNews. Quem disse que a “mídia burguesa” não colabora, hehe?

Ai, ai… O mundo realmente está ficando muito interessante. Vejam está imagem.

cala a boca, Emir!

O intelectual chapa-branca Emir Sader — habitante de um país mental chamado “Emirados Sáderes”, onde se fala, note-se, uma língua que lembra o português — chamou, no Twitter, os ditos sem-teto de “vira-latas” (ver abaixo). Ele não gostou do protesto que o grupo organizou no Itaquerão e saudou os membros da Gaviões da Fiel que decidiram proteger o estádio.

Emir Sader vira-lata

A página do MTST no Facebbok resolveu homenageá-lo, entre outras manifestações, com a imagem que vocês veem ali no alto.

Mas não só. Publicou um texto a respeito — que bate também, claro!, na VEJA. Leiam. Volto em seguida:

MTST - Emir 

Voltei
Como? O que é isso, camaradas revolucionários?! Tudo bem não gostar da gente! Mas pra que recorrer a baixarias, né? Emir Sader como intelectual “ala VEJA”??? Esse é o homem que escreve “pousar para fotografia”, que critica a“expoliação da classe operária, que afirma que o Brasil já teve um presidente chamado “Getulho Vargas”, que é capaz de citar um intelectual que ninguém mais conhece, um certo “Chomski”, e que já inventou o verbo “fusiliar”…

Caros camaradas sem teto — e, portanto, também sem eira nem beira (já que o teto não existe, né?): Emir Sader não entraria na redação da VEJA nem disfarçado de erro ortográfico!!! Aquela porta giratória na entrada do prédio da Abril iria travar. A segurança seria imediatamente acionada: “Alerta vermelho: indivíduo perigoso tenta invadir a empresa com armas de destruição em massa da gramática”.

Um teto da GloboNews
A gente nota, dado o texto anterior, que o MTST não gosta “dos grandes empresários da mídia”. Entendo. Quando, no entanto, a GloboNews resolve dar voz a Guilherme Boulos, o coxinha fantasiado de sem-teto, aí tudo bem! Aí o movimento divulga o evento e esquece que também essa emissora pertence, digamos, a “grandes empresários da mídia”. Leiam. Retomo depois.

MTST GloboNews 

Retomo
Como se vê, não se tratou, segundo o MTST, de uma “entrevista”, mas de “ocupação de espaço”. Querem saber? Nesse particular, o movimento tem razão. Não deixa de ser a ocupação de um pedaço da “mídia golpista”, né?

Por Reinaldo Azevedo

 

Boçalidades do grupo “As P… Aborteiras” derrubam dois na TV Educativa do RS. E os chefões? Vão continuar?

Pois é… A TV Educativa do Rio Grande do Sul, como sabem, levou ao ar uma atração e tanto: um grupo de moças do anarcofunk intitulado “As Putinhas Aborteiras”. Apresentaram duas músicas. Escrevi a respeito. Uma das, digamos, músicas tinha versos eloquentes como:
“Ei, papa, levante o seu vestido/
quem sabe aí embaixo não está o Amarildo?”

Ou
“Sou anarquista doida, pichadora e ‘vida loca’/
Não vem com moralismo, tu não vai calar minha boca/
Vem vandalizar, deixa de ser bundão/
Se rola prejuízo, é na conta do patrão”

Pois é… Publiquei o vídeo aqui e foi um escarcéu danado. Por bons motivos, é claro! A TVE tomou uma medida: demitiu dois funcionários de confiança que trabalhavam na emissora e que foram responsáveis por botar o vídeo no Youtube. Leio no “Zero Hora” que Pedro Osório, presidente da Fundação Cultural Piratini, justifica: “Eu acho que esse tipo de conteúdo não poderia ter subido pela inadequação da linguagem e exposição a crianças. Inclusive tiramos o vídeos do ar.”

Então vão para a rua os funcionários que lançaram o vídeo no Youtube, mas permanecem os que tomaram a decisão de levar o grupo à TVE? E o próprio Pedro Osório? Vai ficar por lá? Nem vai se demitir nem ser demitido?

A TVE do Rio Grande do Sul, aliás, tem mesmo uma gestão sui generis. Sabem quem Tarso Genro escolheu para ser gerente administrativo? O petista José Mariano da Silva Mello. “E daí?”, pergunta-se o leitor.

Daí que esse sujeito foi exonerado do Ministério do Meio Ambiente “por valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem (…)”. Vejam documento da pasta.

Destituição Meio Ambiente

 Abaixo, vocês veem o nome do sujeito no Portal da Transparência do governo federal. Como se percebe, o vídeo daquelas infelizes parece ser o menor dos problemas da TVE.

destituição Meio Ambiente II

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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