Déficit nas contas externas em abril é de US$ 8,3 bilhões – recorde para o mês

Publicado em 23/05/2014 19:04 e atualizado em 09/07/2014 15:58
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

Déficit nas contas externas em abril é de US$ 8,3 bilhões – recorde para o mês

Na VEJA.com:
O Brasil registrou déficit em transações correntes de 8,29 bilhões de dólares em abril, informou o Banco Central nesta sexta-feira. O desempenho é o pior para o mês desde o início da série histórica, em 1947. Os analistas esperavam um saldo negativo de 6,7 bilhões de dólares para o quarto mês do ano. As transações correntes são formadas pela balança comercial, pelos serviços e pelas remessas ao exterior.

Segundo o BC, o resultado de abril foi afetado por elevadas remessas de lucros e dividendos, ao mesmo tempo em que os investimentos produtivos de fora não cobriram o rombo, algo que se repete desde novembro passado. As remessas de empresas para as matrizes no mês foram de 3,29 bilhões de dólares, ante 2,54 bilhão em igual mês de 2013.

No ano, as contas externas acumulam um rombo de 33,47 bilhões de dólares, alta de 1,63% sobre o primeiro quadrimestre do ano passado. O déficit também registrou o maior valor para o período de janeiro a abril de toda a história.

Em doze meses até abril, ainda de acordo com o BC, o déficit em transações correntes somou 81,6 bilhões de dólares, ou 3,65% do Produto Interno Bruto (PIB).

Investimentos
O resultado das transações correntes não conseguiu ser compensado pelos Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) que somaram 5,23 bilhões de dólares em abril, abaixo dos 5,719 bilhões de dólares de igual período de 2013. No acumulado do quadrimestre, o IED somou 19,4 bilhões de dólares. No mesmo período do ano passado, o saldo do IED era de 18,98 bilhões de dólares.

Por Reinaldo Azevedo

 

Contas públicas

Rombo das contas externas é o maior desde 1970

Segundo o Banco Central, déficit no primeiro trimestre soma US$ 25,19 bilhões

Dados estão na nota de Setor Externo divulgada pelo BC mensalmente

Dados estão na nota de Setor Externo divulgada pelo BC mensalmente (Marcelo Sayão/EFE)

O Brasil registrou em março déficit de 6,25 bilhões de dólares nas transações correntes, resultado de todas as operações do país com o exterior, informou o Banco Central nesta sexta-feira. O número é 8,3% menor do que o visto no mesmo mês de 2013 (6,82 bilhões). O resultado ficou abaixo da mediana de projeções do mercado, de 6,45 bilhões de dólares, conforme analistas ouvidos pela Reuters. Com isso, o país registra o maior rombo das contas externas de um primeiro trimestre desde o início da série histórica, em 1970.

No acumulado de janeiro a março de 2014, o déficit em conta corrente soma 25,19 bilhões de dólares, o equivalente a 4,71% do Produto Interno Bruto (PIB) e 1,9% superior ao ano anterior (24,7 bilhões). No acumulado dos últimos 12 meses até março, o saldo está negativo em 81,56 bilhões de dólares, o que representa 3,64% do PIB.

Apenas em março, a conta de rendas ficou negativa em 2,81 bilhões de dólares, enquanto a de serviços registrou resultado negativo de 3,66 bilhões. Essas saídas de recursos não puderam ser compensadas por um superávit comercial de apenas 112 milhões de dólares no mês e por transferências unilaterais positivas em 110 milhões de dólares.

O BC informou ainda que as despesas líquidas com juros externos somaram 949 milhões de dólares em março e 3,53 bilhões de dólares no acumulado do ano. Em 2013, o gasto com juros fora de 811 milhões de dólares em março e de 3,15 bilhões de dólares nos primeiros três meses do ano.

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O Banco Central divulgou ainda que os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no país somaram 4,99 bilhões de dólares em março, abaixo dos 5,74 bilhões de dólares registrados no mesmo período do ano passado. Economistas esperavam, em média, IED de 3,5 bilhões de dólares.

No acumulado de 2014, o IED soma 14,17 bilhões de dólares (2,65% do PIB). No mesmo período do ano passado, esta conta estava em 13,26 bilhões (2,47% do PIB). Em 12 meses até março, o IED está em 64,96 bilhões de dólares, o que corresponde a 2,9% do PIB.

(com agência Reuters e Estadão Conteúdo)

 

Direto ao Ponto

Prejuízos decorrentes dos ‘feriados’ impostos pela inépcia do governo aumentam a gastança da Copa em mais de R$ 60 bi

Reforma do Estádio do Maracanã durante preparativos para a Copa

Reforma do Estádio do Maracanã durante preparativos para a Copa

BRANCA NUNES

Os R$ 1,7 bilhão que transformaram a Arena Mané Garrincha, em Brasília, num dos estádios mais caros do mundo, ou a bolada de R$ 1,7 milhão consumida no puxadinho construído para fingir por 90 dias que o aeroporto de Fortaleza ficou maior, vão parecer “dinheiro de pinga” – expressão cada vez mais comum entre os figurões federais – perto dos prejuízos decorrentes dos feriados impostos pela conjugação da inépcia do governo com as correrias da Copa prestes a começar. O país deixará de ganhar pelo menos R$ 60 bilhões nos dias em que terá de parar porque é incapaz de mover-se normalmente quando a Seleção Brasileira entra em campo.

A conta é tão simples que até Guido Mantega pode entender. Graças aos oito feriados de verdade que caíram ou cairão no meio da semana, 2014 terá um calendário de 244 dias úteis. Baseado no PIB de 2013 (R$ 4,8 trilhões), André Perfeito, economista chefe da corretora Gradual Investimentos, calcula que a perda por dia parado seja de R$ 19,7 bilhões.

Só na primeira fase da Copa, a seleção de Luiz Felipe Scolari vai paralisar o país três vezes. Embora o governo federal tenha feito de conta que não haverá feriados nacionais, feriados informais já foram programados por escolas, fábricas, empresas e órgãos públicos. Todos avisaram que, se não estiverem fechados o dia inteiro, depois do meio-dia até creches e pré-escolas onde os alunos mal aprenderam a falar gol, deixarão de funcionar.

Os argumentos para justificar as interrupções das atividades vão desde questões logísticas com transporte até preocupações com segurança por causa de possíveis manifestações. Mas todas essas hipóteses convergem para mascarar a verdade solar: a inépcia do poder público não permitiu que o Brasil cumprisse o que prometeu. E a decretação desses “feriados” é a prova contundente de que as obras de mobilidade urbana não foram feitas. O país precisa parar pela simples razão de que não tem condições de andar.

As contas feitas por André Perfeito indicam que nem mesmo as horas extras programadas por algumas empresas ou os possíveis lucros do comércio varejista com a venda de aparelhos televisão ou geladeiras, conseguirão compensar o tempo perdido. O aumento de 30% nas vendas do comércio popular, esperado pelos comerciantes da Rua 25 de março, em São Paulo, também serão infinitamente menores do que os ganhos que o país poderia ter com o Mundial.

“Não é exatamente a Copa que faz crescer um país”, explica Perfeito, baseando-se num estudo feito com os países que sediaram os jogos nos últimos 30 anos. “O campeonato permite principalmente melhorar gargalos de infraestrutura, forçar o poder público a investir em determinadas áreas e gerar um potencial de crescimento para os anos seguintes. Este definitivamente não foi o caso do Brasil”.

Se depender dos esforços do governo, nem o turismo será alavancado da maneira como poderia. Além de ser um fato que os turistas brasileiros continuarão a gastar mais nas viagens ao exterior, os estrangeiros têm cada vez menos motivos para desembarcar por aqui. Numa de suas últimas entrevistas, Aldo Rebelo, ministro do Esporte, usou um argumento no mínimo esdrúxulo para tentar atrair para o país os visitantes preocupados com a violência: “Não creio que o Brasil vá trazer mais riscos para os ingleses do que o risco que eles enfrentaram nas províncias iraquianas, nas guerras que praticaram recentemente”.

Se o Brasil tem muito o que lamentar, Joseph Blatter e outros dirigentes da Fifa estão rindo à toa. Uma reportagem publicada no Estadão desta quinta-feira mostrou que a renda da entidade com a Copa no Brasil ultrapassará a marca de US$ 4 bilhões, mais de US$ 800 milhões do que faturou na África do Sul em 2010.

Também nesta quinta, números publicados na Folha de S. Paulomostram que os gastos e os empréstimos dos governos federal, estaduais e municipais com os jogos somam R$ 25,8 bilhões. O valor equivale, por exemplo, a um mês de gastos públicos com educação e ao triplo do que se planeja gastar na transposição do Rio São Francisco. Só com estádios foram R$ 8,5 bilhões, 36% a mais dos que os iniciais R$ 5,9 bilhões.

Em julho de 2010, o ex-presidente Lula disse, durante a Copa da África do Sul, que era “descabido alguém se preocupar com alguma coisa sobre a Copa de 2014″. “O Brasil vai investir em infraestrutura até 2014 o que não investiu em 30 anos”, delirou o palanque ambulante. “Se com tudo isso o Brasil não tiver condições de realizar uma Copa, volto ao país a nado”. Pouco depois, Lula voltou ao país. De avião.

A menos de 20 dias do início dos jogos, não há dúvida: vai ter Copa. Também está fora de dúvida que o que foi planejado para ser o grande acontecimento esportivo-eleitoreiro para 2014 não passará de um fiasco político-econômico.

 

Deputado petista Luiz Moura: um dia reunido com membros do PCC; no outro, com Alexandre Padilha, o homem das amizades complicadas

Vejam esta foto:

Luiz Moura - Padilha

Então… Como diz aquela música, “amigo é coisa pra se guardar/ debaixo de sete chaves…” E Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, é homem de muitos amigos. Um deles é o deputado estadual Luiz Moura.

Quem é mesmo Luiz Moura? É aquele senhor que foi flagrado pela polícia numa reunião que tinha o objetivo de combinar novos ataques a ônibus na cidade de São Paulo. E quem estava presente ao encontro? Justamente… o deputado! Havia nada menos de que 13 membros do PCC no local. Um assaltante de banco então foragido, que integrava a turma, tem condenações que somam SETENTA ANOS. O encontro acontecia da sede Transcooper, uma cooperativa de vans da qual o deputado é presidente de honra. Ele também é integrante da diretoria da Confetrans – Confederação Nacional das Cooperativas de Transporte – e da Fecotrans, que é a federação. Moura é um ex-presidiário condenado a 12 anos de cadeia por assaltos à mão armada. Não cumpriu a pena porque fugiu. Permaneceu 10 anos foragido e surgiu reabilitado, obtendo perdão judicial. No período em que permaneceu clandestino, juntou um patrimônio de R$ 5 milhões na área de transporte e postos de gasolina. Um empreendedor nato!

Padilha foi à festa de aniversário de Moura, que serviu ainda como uma espécie de pré-lançamento de sua candidatura ao governo do Estado. Acho superbacana esse trânsito todo do deputado petista, né? Num dia, ele está numa reunião com membros do PCC; no outro, com o candidato do PT ao governo do Estado, ex-ministro da Saúde e um dos principais nomes do partido. Convenham: as circunstâncias, não eu, acabam aproximando duas siglas: PT e PCC — este segundo se assume oficialmente como o partido do crime.

Mais algumas fotos da festança. Volto em seguida.

A partir da esquerda, Luiz Moura, Senival Moura e Padilha: tudo positivo, moçada!!!

A partir da esquerda, Luiz Moura, Senival Moura e Padilha: tudo positivo, moçada!!!

Padilha não se contentou em comparecer: ele discursou com entusiasmo na festança

Padilha não se contentou em comparecer: ele discursou com entusiasmo na festança

Amigo de fé, irmão, camarada: o abraço amigo e palavras ao pé do ouvido

Amigo de fé, irmão camarada: o abraço amigo e palavras ao pé do ouvido

Tratou-se de um festão mesmo, coisa podre de chique, como se diz por aí

Tratou-se de um festão mesmo, coisa podre de chique, como se diz por aí

Amigos problemáticos
Padilha tem amigos esquisitos no PT. Como esquecer este vídeo, não é?

Encerro
As fotos estão na página do Facebook do fotógrafo do evento. Ele informa que, entre os petistas ilustres, estava o vereador Jair Tatto, irmão do deputado federal licenciado Jilmar Tatto, hoje secretário de Transportes da cidade de São Paulo. A família Tatto é ligada a isso que chamam “transporte alternativo” — cooperativas de vans e de ônibus. Um dos principais aliados dos Tatto é justamente Luiz Moura, que vem a ser o cara que estava na tal reunião com membros do PCC, onde se planejavam ataques a ônibus. Não obstante, na terça, Jilmar preferiu atribuir à PM parte do caos que tomou conta de São Paulo.

E isso tudo é apenas… fato!

Por Reinaldo Azevedo

 

Deputado petista não explica o que fazia em reunião a que estavam presentes membros do PCC; Jilmar Tatto desconversa

Jilmar Tatto, o secretário petista que é aliado do deputado que participou de reunião com membros do PCC

Jilmar Tatto, o secretário petista que é aliado do deputado que participou de reunião com membros do PCC

Contei ontem aqui a encantadora história do deputado estadual do PT Luiz Moura. É aquele senhor que estava presente a uma reunião estourada pela polícia de pessoas que planejavam ataques a ônibus. Havia na turma nada menos de 13 membros do PCC. Entre eles, estava um dos homens que participaram do assalto ao Banco Central no Ceará, em 2005, de onde foram levados R$ 164,8 milhões.

A operação aconteceu em março, no auge dos ataques criminosos aos ônibus. A reunião ocorreu na sede de uma tal Transcooper, uma dita “cooperativa”, que tem autorização da Prefeitura para operar algumas linhas na cidade. A propósito: os ônibus que eram e são incendiados pertencem sempre às empresas tradicionais, nunca a essas “cooperativas”.

Muito bem! O deputado não quer saber de dar explicações. Disse que estava no local para tratar de assuntos dos cooperados e que não fala mais do assunto. Ocorre que 11 dos 13 membros do PCC não tinham ligação nenhuma com o empreendimento.

Já contei aqui que o deputado estadual petista Luiz Moura é um ex-presidiário. Foi preso por assaltos a mão armada e condenado a 12 anos. Acabou fugindo da cadeia. No tempo em que ficou foragido, este grande empreendedor construiu um patrimônio, acreditem, de R$ 5 milhões, com participação em uma empresa de ônibus e em postos de gasolina.

Seu poder no, digamos, transporte alternativo e no PT cresceu muito na gestão da petista Marta Suplicy, quando ajudou a organizar o serviço de vans. Seu irmão, Senival Moura, vereador do PT, criou um sindicato de perueiros. A dupla é aliada política de ninguém menos do que Jilmar Tatto, atual secretário de Transportes da cidade. Tatto é aquele senhor que chegou a acusar a PM de fazer corpo mole durante a greve violenta de parte dos motoristas e cobradores da capital.

Essas informações talvez ajudem a explicar algumas coisas. O próprio Tatto, e isto é público, fez do chamado “transporte alternativo” — perueiros e cooperativas de ônibus — uma espécie de curral eleitoral. A polícia investiga faz tempo a infiltração do PCC no setor. O dinheiro para a aquisição de veículos de algumas cooperativas teria origem na organização criminosa.

Tatto diz que as suas relações com seu notório aliado são apenas institucionais. A propósito: o secretário já forneceu à Polícia a lista das empresas e cooperativas que prestam serviços à Prefeitura? É com essa gente que Fernando Haddad, “o homem novo”, administra a cidade de São Paulo. Isso ajuda a explicar muita coisa.

Por Reinaldo Azevedo

 

Guilherme Boulos, o coxinha extremista e interlocutor de Dilma e Haddad, ameaça o país com uma Copa sangrenta. É o novo queridinho dos engajados!

Guilherme Boulos, o coxinha extremista, não quer nem saber: ou tudo ou sangue

Guilherme Boulos, o coxinha extremista, não quer nem saber: ou tudo ou sangue

Guilherme Boulos, aquele coxinha extremista, oriundo de família rica, mas que decidiu fazer a revolução em lugar dos pobres e se transformou no queridinho dos engajados, reuniu nesta quinta 15 mil pessoas, segundo a PM, num protesto na Zona Oeste de São Paulo em favor de moradia. Ele é o chefão do MTST, o dito Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. Bloquearam avenidas, causaram um congestionamento dos diabos, infernizaram a vida das pessoas. Mas a imprensa diz que a manifestação foi “pacífica”. Por enquanto ao menos. Boulos já deixou claro que, se o poder público não ceder às suas chantagens, vai correr sangue.

A sua turma invadiu um terreno privado nas imediações do Itaquerão, nomeou a área de Copa do Povo e de lá ninguém sai, assegura o rapaz. Hoje haverá uma audiência pública para tratar do assunto. Ele ameaça: “Se a opção da construtora e dos governos for tratar a questão como caso de polícia e buscar garantir posse sem nada para as famílias, vai haver resistência. Se querem produzir uma Copa com sangue, essa é a oportunidade que eles têm”.

Por que esse rapaz fala assim, com esse desassombro? Porque o prefeito Fernando Haddad já subiu num caminhão de som do seu movimento para discursar. Porque a presidente Dilma Rousseff, hoje a chefe da baderna nacional, já o recebeu depois de ele liderar invasões. Agora ele se tornou personagem frequente do noticiário e chega a conceder entrevistas, na linha papo social-cabeça, para o encantamento da ignorância deslumbrada.

E depois alguns idiotas se espantam que motoristas de ônibus descontentes com um reajuste de salário promovam o caos da cidade. Ora, por que não? Se o Guilherme, da família Boulos, pode, por que o Severino, da família Silva, não pode? Todos estão cometendo crimes. A questão é saber por que algumas práticas criminosas causam indignação, e outras, encantamento.

Considero, sim, que a eventual reeleição de Dilma fará um mal gigantesco ao país. E, por isso, eu poderia estar a aplaudir, em razão, digamos, de afinidades e “desafinidades” eletivas, esses movimentos de protesto contra a Copa. Mas não aplaudo! Sempre achei essa conversa de “educação e hospital padrão Fifa” uma besteira, uma bobagem. O país gastou uma soma razoável com a Copa — e poderia tê-lo feito sem roubalheira —, mas é uma conta energúmena achar que esse dinheiro contribuiria para minorar de forma significativa a pobreza.

Não é verdade que o Brasil gaste pouco com a área social. Ao contrário! Caso gastasse um pouco menos e houvesse um pouco mais de investimentos, haveria menos pobres e a necessidade de gastar ainda menos na área social, o que liberaria mais para investimentos e resultaria em ainda menos pobres. Entenderam a lógica? Investir pouco e torrar muito em custeio é o caminho da reprodução da pobreza, não da riqueza. Mas vá tentar explicar isso a um esquerdista estúpido. Se estúpido não fosse, esquerdista não seria.

Folha publica nesta sexta um pequeno e precioso texto, de Gustavo Patu, Dimmi Amora e Filipe Coutinho. Reproduzo um trecho em azul:
Mesmo mais altos hoje do que o previsto inicialmente, os investimentos para a Copa representam parcela diminuta dos orçamentos públicos. Alvos frequentes das manifestações de rua, os gastos e os empréstimos do governo federal, dos Estados e das prefeituras com a Copa somam R$ 25,8 bilhões, segundo as previsões oficiais. O valor equivale a, por exemplo, 9% das despesas públicas anuais em educação, de R$ 280 bilhões. Em outras palavras, é o suficiente para custear aproximadamente um mês de gastos públicos com a área. A comparação deve ser relativizada porque haverá retorno, no futuro, de financiamentos. O Corinthians, por exemplo, terá de devolver os recursos que custearam o Itaquerão. Além disso, os gastos da Copa começaram a ser feitos há sete anos — concentrados nos últimos três.

Retomo
Há, evidentemente, uma grande diferença entre gastar bastante na área social e gastar de forma adequada. Mas esse tipo de debate não viceja na demagogia. O país é hoje refém de grupelhos extremistas que os petistas, na sua, digamos, ânsia inclusiva, transformaram em interlocutores privilegiados. E com eles é assim: ou tudo ou sangue.

Por Reinaldo Azevedo

 

Minha coluna na Folha: “O nome da baderna é Dilma”

O PT é um partido da ordem. Ocupa postos-chave na administração que lhe conferem a responsabilidade de manter em funcionamento a sociedade do contrato. Ocorre que esse partido tem a ambição de ser também o monopolista da desordem e, por isso, conserva no Planalto um ministro como Gilberto Carvalho. O secretário-geral da Presidência é o encarregado de fazer a tal “interlocução” com os ditos “movimentos sociais”.

Segundo, por exemplo, a ótica perturbada dos coxinhas vermelhos do PSOL e assemelhados –os revolucionários do Toddynho com Sucrilhos–, os petistas fariam, na verdade, um trabalho de cooptação das massas, apropriando-se de sua energia revolucionária e sacrificando-a no altar do capital. É só tolice barulhenta, mas alguns empresários de cabeça oca e bolso cheio de grana do BNDES concordam, a seu modo, com a tese e saúdam o petismo por supostamente conter o povo. Até parece que trabalhador, deixado à sua própria sorte, escolhe Karl Marx em vez de TV LED.

Quem está certo? Os Robespierres de si mesmos ou os oportunistas do subsídio? Ninguém! Os petistas nem sugam a energia revolucionária do povo (isso não existe!) nem a ordenam. Hoje e desde sempre, instrumentalizam insatisfações em favor do fortalecimento do aparelho partidário, que cobra da sociedade uma espécie de taxa de proteção. A prática é mafiosa: “Votem em nós, ou não tem mais Bolsa Família”. “Votem em nós, ou não tem mais Bolsa BNDES.” Adiante.
(…)
Não há grupo baderneiro com viés de esquerda que não tenha sido levado ao Palácio do Planalto para conversar. O método consagrado para ser ouvido na República obedece à gradação dos celerados: quebrar, incendiar, invadir, bater e –como esquecer o cinegrafista Santiago Andrade?– matar.
(…)
Não há escapatória: o atual nome da baderna é Dilma Rousseff. É quem, podendo mandar muito, não manda nada. Por quanto tempo mais?

Leia a íntegra da coluna aqui

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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3 comentários

  • João Alves da Fonseca Paracatu - MG

    Prezado Telmo Heinen,Existe um dito mineiro que diz que em "eleição e mineração,o resultado só vem depois da apuração",tem muita água pra passar debaixo da ponte,aliás aqui no sudeste tem pouca neste momento e a falta de luz ou água,podem sim,decidir um pleito, porque o sujeito pode ter ganhado tudo(casa,comida e roupa lavada),mas se faltar sua novelinha ,aí o bicho pega...Saudações mineiras,uai!

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  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Estou conformado. PT já pode comprar a cerveja e encomendar a carne [Friboi] para a festa da reeleição da DilmANTA. Diante do povo [dominado pela ideologia socialista] que temos, somente ela poderá derrotar-se a si mesma... Não dou 3 anos para isto acontecer e espero que naufrague junto com toda caterva socialista que a apoia...

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  • JUSTINO CORREIA FILHO Bela Vista do Paraíso - PR

    É como diz o Reinaldo, cada enxadada uma minhoca! Detalhe, uma mais esperta que a outra. Realmente este deputado Luiz Moura representa muito bem o PT, que manda. A propósito os baderneiros só queimam onibus, jamais vans e demais conduções.

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