Copa no Rio: Leonardo DiCaprio, o ambientalista, ficará em iate gigantesco emprestado por um sheik de petróleo

Publicado em 11/06/2014 19:49 e atualizado em 29/02/2020 12:16
por Rodrigo Constantino, de veja.com.br

AmbientalismoPoliticamente Correto

Leonardo DiCaprio, o ambientalista, ficará em iate gigantesco emprestado por um sheik de petróleo

A esquerda caviar é piada pronta. Isso vale para nossos artistas globais engajados e aqueles de Hollywood. Lutam pela “justiça social” e a igualdade, mas vivem como aristocratas e nababos. Pregam a redução da pegada de carbono e o uso de “bike”, mas circular por todo lugar de jatinho, mesmo que seja para banalidades. Não é hilário?

Pois bem. Chamou a atenção hoje no Pier Mauá um iate gigantesco, com três piscinas e dois helipontos. Segundo a CBN, o ilustre hóspede aguardado no local é ninguém menos do que Leonardo DiCaprio. A embarcação, avaliada em 400 milhões de euros (a bagatela de R$ 1,2 bilhão), pertence ao sheik árabe Mansour bin Zayer Nahyan, cuja fortuna vem… óbvio, do petróleo. Vejam o brinquedo:

O leitor acha que não tem nada demais? O ator é milionário, tem amigos mais ricos ainda, e pode muito bem usufruir do luxo que apenas o capitalismo pode oferecer? Estou de acordo. Mas tem um pequeno detalhe: DiCaprio gosta de posar por aí como defensor do clima contra as indústrias poluentes. Isso mesmo!

O cara até participou de um concerto de rock organizado pelo “melancia-mor”, Al Gore, em 2007, chamado “Live Earth”, para conscientizar a população mundial para o “fato” de que os homens são os responsáveis pela ameaça climática. Estavam com ele Madona, Bon Jovi, Red Hot Chili Peppers, Cameron Diaz e Sting.

O show já foi uma ironia e tanto. O Daily Mail londrino calculou em 31.500 toneladas de carbono a emissão do megaevento, sem contar o consumo de energia dos milhões de televisores ligados, que elevaria o montante a estimadas 74 mil toneladas. Caso o leitor esteja curioso com algum parâmetro, o consumo médio britânico é de 11 toneladas… Por ano!

Agora quero ver se o leitor advinha o carro que DiCaprio gosta de ser visto em Los Angeles? Acertou quem disse um Prius! Aquele Toyota feio, híbrido, ecologicamente correto, o preferido das celebridades hipócritas. O sujeito quer “salvar o planeta” dirigindo um Prius, mas fica hospedado em um gigantesco iate de um sheik de petróleo? Confirma isso, produção? Pode isso, Arnaldo?

Rodrigo Constantino

 

EconomiaEducação

Unicamp gasta tudo com pessoal e tem contas rejeitadas: doutrinação ideológica custa caro!

Deu na Folha: Unicamp gasta 99,4% com pessoal e tem contas reprovadas pelo TCE

Ao gastar 99,4% das verbas que recebeu do governo com pessoal, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) teve suas contas de 2010 julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Em 2009, salários haviam consumido 95,4% da receita da universidade. Um decreto estabelece em 75% o limite, segundo o tribunal.

Funcionários e professores da instituição estão em greve desde o último dia 23 para reivindicar aumento de salário.

As falhas de 2010 foram chamadas de “gravíssimas” pelo conselheiro Antonio Roque Citadini.

É o quarto ano consecutivo que as contas da Unicamp são reprovadas.

USP e Unesp também têm problemas com gasto com pessoal. Na USP, o pagamento de salários é maior do que os repasses que a instituição recebe e atingiu 105% este ano, o que obrigou-a a usar um fundo de reserva.

[...]

O tribunal aponta uma série de irregularidades: a Unicamp paga salários acima do teto estabelecido pelo governo do Estado, desrespeita a lei das licitações ao prorrogar contratos, entrega espaços comerciais no seu campus sem fazer concorrência, contrata funcionários sem concurso público e viola os princípios de impessoalidade e transparência ao conceder ajuda de custo e passagens aéreas a professores que viajam para o exterior a trabalho.

Resumo da ópera: doutrinação ideológica custa muito caro. Você achou que era barato produzir um Belluzzo da vida? O leitor poderá achar que tenho implicância com a Unicamp, e… terá razão! Até já mandei um recado aos seus alunos. Não vou jogar todos no mesmo saco, naturalmente. É preciso separar o joio do trigo.

Mas parece inegável que a universidade tem sido palco, ao menos na minha área de economia, do mais absurdo tipo de doutrinação ideológica que existe. O aluno aprende tudo sobre um “profeta” como Marx, que errou todas as previsões, mas sai de lá sem base alguma nas teorias mais liberais, aquelas que, pasmem!, funcionam.

Máquina de produzir desenvolvimentistas: é isso que a Unicamp se tornou. E para tanto, é preciso gastar muito. O custo do curso de economia da Unicamp já seria extremamente elevado para o país como um todo, mesmo que fosse de graça, por altruísmo dos professores (esquerdistas altruístas? Conta outra!). Por esse valor, então, socorro! O pagador de impostos não merece isso…

Rodrigo Constantino

 

Lei e ordemSindicalismo

Punições descarriladas: quando a ilegalidade compensa

Fonte: Estadão

editorial da Folha hoje usa o caso da greve dos metroviários em São Paulo para falar de uma velha conhecida nossa: a impunidade. Logo na primeira frase o jornal afirma, sem rodeios, que ela compensa. Não há como negar quando se vê a enorme quantidade de multas aplicada aos sindicatos que raramente são arrecadadas.

Se há algo pior do que não punir é latir alto e não morder. Com o tempo, a sensação de desprezo generalizado às leis e normais toma conta do país, com perversos efeitos. O resultado disso está sintetizado na conclusão do jornal: “As multas, ao que parece, não assustam mais ninguém”. Diz o editorial:

A razão é óbvia, como mostrou reportagem desta Folha: o próprio Tribunal Superior do Trabalho, após avaliar recursos judiciais, suspende as punições pecuniárias. A última multa aplicada pelo TRT aos metroviários, em 2007, de R$ 200 mil, terminou dessa forma excluída pelo TST dois anos depois.

Campeia, assim, o que em literatura econômica se chama de “risco moral”: as frequentes exceções às normas incitam seu descumprimento. Sai mais barato arriscar do que obedecer. Essa é a praxe no Brasil, e não só no Judiciário.

Um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) demonstrou que a praga assola também o Executivo. De 2008 a 2012, 1,4 milhão de multas lavradas por 17 órgãos federais arrecadaram R$ 2,7 bilhões de um total de R$ 46,8 bilhões (ou risíveis 5,8%).

Por essas e outras devemos aplaudir a determinação do governador Geraldo Alckmin ao enfrentar os grevistas que levaram o caos a milhões de paulistas. Há pressão para que o governador reveja as demissões por justa causa, mas ele alega que foram resultado do vandalismo desses funcionários. Como já disse aqui, espero que o governador resista a tal pressão. A impunidade é um dos maiores males do país. Se não for o maior.

Rodrigo Constantino

 

Humor

A culpa é das estrelas… vermelhas!

O melhor filme do ano, não dá para discordar: “A culpa é das estrelas”:

Todos, sem exceção, ficam chorando no final…

Rodrigo Constantino

 

DemocraciaInflaçãoPolítica

PMDB rachado fecha com PT e Dilma ganha minutos preciosos na TV: para mostrar o quê?

Quando o PMDB fechou apoio ao PT nas últimas eleições, o fez com 84% dos votos. Ontem, o partido decidiu continuar na grande coalizão governista, mas com apenas 59% dos votos. A dissidência interna nunca foi tão grande, mostrando que mesmo a farta distribuição de cargos e ministérios tem limites.

O tucano Aécio Nevesironizou o ocorrido e o considerou uma derrota para Dilma:

A presidente deve dormir com enxaqueca. Ela sofreu uma fragorosa derrota na convenção do PMDB. Depois de tudo que foi feito, da distribuição dos espaços ao PMDB no governo, no qual pelo menos um setor do PMDB manda mais que o próprio PT, a oposição à aliança tem mais de 40% dos votos. Para que tanto esforço para ganhar minutos na televisão se esse governo não tem absolutamente nada para mostrar aos brasileiros a não ser falsas projeções, maquiagens fiscais, indicadores sociais e econômicos extremamente ruins?

De fato, o que seria o PT sem seu marqueteiro? João Santana vale ouro para os petistas mesmo, pois só com muito truque de marketing e malabarismo para defender a gestão de Dilma Rousseff, que ainda teria de melhorar muito para ser apenas medíocre. Na falta de projeto de país, resta somente o projeto de poder, que busca comprar aqueles que estão à venda. Diz o tucano:

Os peemedebistas estão vendo o que acontece com o Brasil, ninguém quer isso que está aí. O governo do PT é o governo da desesperança. O PMDB em vários estados estará próximo a nós. O resultado da convenção do PMDB é uma derrota de um governo que não teve limites para distribuir cargos. O governo há um ano só faz uma coisa: cooptar forças políticas para ela vença as eleições.

O PT, já sob o comando do puro marketing, vem tentando comparar em números absolutos a inflação na era FHC com a atual, algo sem o menor sentido. Dilma mesmo repetiu a falácia, e ainda acrescentou que a inflação é cíclica mesmo, eximindo-se da responsabilidade do problema.

Não, presidente. A inflação é produto de medidas estatais, e poderia estar hoje rodando abaixo de 4% ao ano tranquilamente, como mostram os países mais sérios da América Latina, que crescem mais do que o Brasil com menos inflação. Quanto à esdrúxula comparação com FHC, sem levar em conta o contexto, Aécio saiu em defesa do ex-presidente e alfinetou o PT:

O Brasil não merece uma presidente que faz uma comparação tão absurda quanto essa. O presidente Fernando Henrique quando ele deixou o governo a inflação era em torno de 12%. Sim. Mas quando ele assumiu o governo ela era de 916% ao ano e parte desses 12% foi em razão do efeito Lula. Em razão da eleição do presidente Lula que gerou descontrole econômico nos primeiros meses.

O PT sempre foi assim: cria os problemas e depois joga a culpa em ombros alheios, nos tucanos, no mitológico “neoliberalismo”. Diante de tudo isso, só nos resta fazer coro ao nobre desejo de Aécio Neves: “A boa educação mineira só me permite desejar a presidência uma boa aposentadoria”. E já vai tarde!

Rodrigo Constantino

 

Racismo

Cadê a cota do meu povo, Presidente?

Por Bernardo Santoro, publicado noInstituto Liberal

A Presidente Dilma sancionou ontem a Lei 12.990/14, que garante 20% das vagas oferecidas em concurso públicos para cidadãos brasileiros que se autodeclaram negros. Três anos antes, Sérgio Cabral Filho, como Governador do Rio, sancionou a Lei Estadual 6.067/11, que garante a mesma reserva de vagas não somente para os que se autodeclaram negros, mas índios também.

E aqui vai a reclamação de alguém diretamente prejudicado por essa diferenciação: por que o Governo Federal resolveu que índios não merecem cotas? Por que o PT resolveu discriminar a minha raça? Para quem não sabe, minha avó por parte de pai é índia Charrua da fronteira do Rio Grande do Sul, que desde 2007 é reconhecida como etnia indígena pelo Senado Federal e mais recentemente pela Funai.

Eu comecei com essa introdução, mostrando que eu mesmo tenho direito a algum tipo de cota, para ter o direito cidadão fundamental de expressão. No Brasil “politicamente correto” da era PT, se você não faz parte de algum povo historicamente oprimido, você é um opressor, dentro de uma dicotomia que deslegitima hoje o discurso da classe média branca, masculina, heterossexual e cristã. Como sujeito historicamente oprimido, agora eu posso continuar minha argumentação com legitimidade.

Já escrevi em outras oportunidades sobre o problema da quebra do princípio da isonomia, segundo o qual o Estado deve tratar todos os cidadãos de maneira igual, sem distinção de cor, credo, classe social, sexo, opção sexual, ou outro parâmetro qualquer. Quando, nas faculdades de Direito, se argumenta que o princípio da isonomia deve ser relido de forma que “os iguais devem ser tratados com igualdade e os desiguais tratados com desigualdade”, abre-se uma porta que não pode ser fechada. Se é o próprio Governo que decide quem é igual e quem é desigual, resta evidente que haverá uma sistemática discricionariedade onde grupos de interesse organizados pedirão benesses e subsídios às custas de toda a sociedade sob o argumento de serem “desiguais”.

Esse argumento da desigualdade acaba por legitimar tratamento anti-isonômico racial, como o feito ontem pela Presidente Dilma em favor de negros, assim como legitima tratamento anti-isonômico econômico, ao injetar bilhões de reais em recursos públicos em empreiteiras e “campeões nacionais”, como no caso do Grupo X e da JBS/Friboi. Quando a regra do tratamento igual é quebrada, o desigual com maior capacidade de organização sempre vai levar a melhor, se locupletando com recursos econômicos transferidos da sociedade para o Estado. Não há mais preocupação com produção e satisfação do consumidor, mas sim com lobby e satisfação de políticos. Todo tratamento anti-isonômico é chancelado, legitimado e aplicado.

Não posso deixar então de citar Stanlislaw Ponte Preta: “ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”. Presidente Dilma, cadê minha cota de índio?

Tags: Bernardo Santorocotas

 

EconomiaInflação

PDT, aliado do PT, propõe “desmonte” e politização do Banco Central: o exterminador do futuro

Enquanto a presidente Dilma elogiava a atuação de Carlos Lupi como ministro, seu partido, o PDT, entregava umaproposta de “desmonte” do Banco Central, como plataforma de governo no caso de reeleição. Lupi, como se sabe, chegou a cair por denúncias no começo da gestão de Dilma, quando seus marqueteiros conseguiram emplacar a imagem de “faxineira ética” na presidente. Durou pouco, como durou pouco a imagem de gestora eficiente.

A proposta do PDT para o Banco Central não é apenas temerária; é prova de que nossas esquerdas simplesmente não conseguem evoluir. O apreço pelo fracasso é muito forte, e os esquerdistas preferem ignorar séculos de aprendizado econômico para manter a retórica sensacionalista que culpa os “rentistas” pelos problemas do país.

“Não há como afirmar a supremacia do trabalhismo, do valor do trabalho, da produção, do conhecimento e da busca da igualdade na economia com modelos submissos ao gerencialismo tecnocrático e ao rentismo no comando das finanças públicas”, diz a carta do partido. “O Banco Central continuará executando a política monetária, mas todas as demais etapas a ela antecedentes passam a ser formuladas pelo Executivo e pelo Congresso Nacional.”

Em outras palavras: um Banco Central totalmente politizado, que ignora aspectos técnicos para obedecer aos anseios políticos dos governantes do momento, sempre de olho nas próximas eleições. É justamente o contrário do que precisamos, que é a completa independência do BC para perseguir a meta de inflação e nada mais.

Mansueto Almeida publicou um texto em seu blog hoje sobre o assunto, fazendo uma boa analogia com dois filmes famosos: “Em algum lugar do passado” e “Exterminador do Futuro”. o PT (e seus aliados) precisa decidir se vai escolher abandonar a “nova matriz macroeconômica”, que é um estrondoso fracasso, e resgatar o bom senso que até alguns petistas demonstraram no passado; ou se vai bancar mesmo o “exterminador do futuro” e seguir com essa cartilha medonha neodesenvolvimentista.

Os “gênios” do PT culpam o “mau humor” do mercado pela crise, invertendo a causalidade das coisas. O mau humor existe por que a economia está ruim e por que o prognóstico é ainda pior, principalmente se o governo insistir que não errou com esse “novo” modelo desde 2009. Ao que tudo indica, o governo não vai admitir equívoco algum. Prefere dobrar a aposta. Mansueto conclui:

E para completar o clima de incerteza, quando o presidente Lula fala que o nosso secretario do Tesouro é ortodoxo e se comporta como tesoureiro de sindicato, o mercado encontra todos os motivos para ficar nervoso com o que será a política econômica em um segundo governo Dilma. Some-se isso a proposta do PDT que aprovou uma carta em que sugere o “desmonte” do Banco Central e substituição por novas estruturas de formulação de objetivos e de execução da política monetária.

A minha aposta é que, se o cenário econômico piorar um pouquinho mais, o governo vai ter que divulgar uma nova versão da carta aos brasileiros se comprometendo com os princípios de responsabilidade fiscal e agenda de reformas que ficaram perdidos “Em Algum Lugar do Passado”. Se não o fizer, o governo poderá dificultar o cenário pós-eleição para o novo governo, mesmo que o novo seja o mesmo, e se tornar o “Exterminador do Futuro”.

Qual será o filme? por enquanto, não sabemos.

De fato, não sabemos. Mas se tiver que colocar minhas fichas, diria que o PT vai mesmo de “exterminador do futuro”. É sua vocação natural…

Rodrigo Constantino

 

Política

Que inveja de São Paulo! – Parte 2

Meu texto sobre a inveja que sinto de São Paulo por ter Alckmin cotado como provável vencedor já no primeiro turno, enquanto aqui no Rio terei de escolher entre Crivella, Garotinho e Lindbergh Farias, deu o que falar. Acho que despertei os mais primitivos sentimentos de “vira-lata” em meus companheiros cariocas, que logo vieram lembrar de Fernando Haddad, Tiririca, Celso Pitta, Maluf, Marta Suplicy e tutti quanti.

É vero, São Paulo não é nenhuma Brastemp. Principalmente a capital, que de vez em quando resolve apelar para um vermelho mais intenso. Mas parece inegável que os paulistas, em geral, desfrutam de uma visão política mais aguçada do que nós, cariocas “da gema”, que adoramos o que há de mais lixo na política nacional – ela mesma já um verdadeiro lixão.

Duvida? Acha que exagero? Então veja essa nova pesquisa da Datafolha: tanto Aécio Neves quanto Eduardo Campos venceriam Dilma em São Paulo hoje:

Tem um lugar no Brasil onde a rejeição da presidente Dilma Rousseff chega a 46%. Lá, 83% da população quer mudança, um percentual bem mais alto do que no resto do Brasil. E só 23% aprovam o atual governo.

Provavelmente por isso, tanto Aécio Neves (PSDB) quanto Eduardo Campos (PSB) venceriam Dilma num segundo turno, com folga, caso a eleição fosse realizada apenas entre os eleitores desse lugar –o tucano ganharia por 46% a 34%; o ex-governador de Pernambuco, por 43% a 34%.

É um lugar onde a opinião política do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, é mais influente que a do ex-presidente Lula (29% votariam “com certeza” em alguém apoiado pelo magistrado, enquanto 24% fariam o mesmo com o petista). E onde mais da metade dos moradores (54%) dizem sentir vergonha pela realização da Copa do Mundo no Brasil.

Esse lugar é o maior colégio eleitoral do Brasil, o Estado de São Paulo. Os dados são da pesquisa Datafolha realizada entre os dias 3 e 5 de junho em todo o Brasil, com um número de entrevistas grande o suficiente em São Paulo para uma análise mais precisa sobre o comportamento eleitoral dos paulistas.

Fonte: Folha

Confessa, vai: não dá uma invejazinha dos paulistas? Enquanto 36% dos entrevistados fora de São Paulo julgam o (des)governo Dilma como ótimo ou bom, apenas 23% (de alienados ou malucos) em São Paulo dizem o mesmo. O quadro se inverte quando é para considerá-lo ruim ou péssimo: 39% dos paulistas pensam assim, contra apenas 25%  no resto do país.

Na hora de declarar o voto, apenas 23% de paulistas vão de Dilma, enquanto 38% fora de São Paulo tem a intenção de reeleger a presidente. Curiosamente, essa rejeição (ainda) não se reverteu em votos para o candidato tucano, Aécio Neves, que goza do mesmo patamar de intenção de votos em São Paulo e no resto do país. Por isso o foco do PSDB no estado, de onde deve vir o nome do vice.

Quando analisamos esses dados, fica mais fácil entender por que São Paulo continua sendo o estado mais rico do país, não é mesmo? Eu não tenho vergonha de admitir que bate aquela invejazinha…

Rodrigo Constantino

 

DemocraciaLiberdade de ImprensaPolítica

Ives Gandra está certo ao gritar: isso é golpe contra a democracia!

O renomado advogado Ives Gandra da Silva Martins emprestou sua reputação e sua voz para gritar contra a mais ousada tentativa de golpe petista à democracia brasileira. Em artigo publicado hoje na Folha, ele fez um alerta tão enfático que precisou de letras garrafais, o que significa literalmente um brado na linguagem escrita, como todos os internautas sabem. Diz ele sobre o Decreto 8.243:

Como os conselhos e as comissões serão eleitos pelo “povo”, mas a eleição não é obrigatória e o “povo” dificilmente terá condições de dedicar-se em tempo integral, deixando trabalho ou ocupações diversas, para estar presente nessas “eleições”, serão os “amigos do rei” os beneficiados pelas indicações, que lá estarão presentes, num verdadeiro aparelhamento do Executivo e redução do Congresso Nacional à sua expressão nenhuma.

Por pior que seja, o Legislativo é eleito pelo povo. Nele está contida 100% da representação popular (situação e oposição). No atual Executivo, nem 50% do povo brasileiro está representado, pois a atual presidente teve que ir ao 2º turno para ganhar as eleições.

Em outras palavras, pretende o decreto que a autêntica representação popular de 140 milhões de brasileiros seja substituída por um punhado de pessoas, que passará a DEFINIR A POLÍTICA SOCIAL DE TODOS OS MINISTÉRIOS, INDICANDO AO EXECUTIVO COMO DEVE AGIR!

Está completamente certo. Quem tem tempo para viver de “manifestação” além da esquerda organizada e coaptada pelo poder? O povo precisa trabalhar. Quem pode se dar ao luxo de viver em assembleias “debatendo” são os militantes pagos dos tais “movimentos sociais”.

O único objetivo do PT com este decreto é colocar o Congresso de joelhos, tentar finalizar aquilo que o mensalão começara: controlar cada deputado e senador. O Brasil já tem um hiperpresidencialismo, com enormes poderes concentrados no Executivo. Mas o PT sempre quis muito mais desde que chegou ao poder. Quer controlar tudo!

Ives Gandra ainda tenta ser benevolente com a presidente Dilma:

Às vezes, tenho a impressão, com todo o respeito que tenho pela figura da presidente da República, que ela tem recaídas “guerrilheiras”. Talvez, a “devoção cívica” que demonstrou nutrir pelo sangrento ditador Fidel Castro – tão nítida no retrato exibido por todos os jornais, de sua recente visita a Cuba– a tenha levado a conceber e editar essa larga estrada para um regime antidemocrático. É que o decreto suprime as funções constitucionais do Parlamento e pretende introduzir entre nós o estilo bolivariano das Constituições da Venezuela, Bolívia ou Equador. Nelas, o Executivo e o “povo” são os verdadeiros poderes, sendo – é o que está naquelas leis maiores– o Legislativo, Judiciário e Ministério Público, poderes acólitos, vicários, secundários e sem maior expressão.

Já eu penso diferente. Não tenho a impressão de que Dilma ainda preserva o ranço autoritário da juventude comunista “às vezes”, mas sempre, e não posso dizer o mesmo que o respeitado advogado, que tenho respeito pela figura da presidente, pois respeito se conquista e se merece, ou não. Dilma jamais fez por merecer o meu.

Em suma, é sempre bom ter mais vozes de peso entoando o coro democrático contra a escancarada tentativa de golpe do PT. Que venham mais e mais vozes se unir neste retumbante brado em defesa da democracia!

PS: Ives Gandra já havia feito alerta semelhante no Programa do Jô sobre o PNDH-3, inclusive dando um “chega pra lá” no próprio Jô Soares, que se declarou um admirador do genocida Fidel Castro:

Rodrigo Constantino

 

CulturaFilosofia políticaSocialismo

A única coisa que o socialismo não consegue racionar é a prostituição

Fonte: Exame

Em Cuba nenhuma criança dorme na rua, diz o slogan socialista. Por outro lado, várias se prostituem em troca de um prato de comida. O socialismo é assim mesmo, sempre e em todo lugar: prateleiras vazias, racionamento para tudo, menos prostituição, que costuma proliferar como fruto do desespero e da miséria. Venezuela que o diga…

Seguindo a passos largos o modelo cubano, agora a Venezuela criou uma função nova para as prostitutas: agentes de câmbio. Isso mesmo: as prostitutas lucram mais operando o proibido dólar do que o sexo. É o que diz a reportagem da Exame:

As prostitutas mais que duplicam seus ganhos fazendo um bico como operadoras de câmbio em Puerto Cabello. Elas são o balcão de troca de moedas para marinheiros em um país onde comprar e vender dólares nas ruas é crime — e a prostituição não.

No mercado negro, os dólares valem 11 vezes mais que pela taxa oficial, pois se tornaram mais escassos em uma economia que importa 70 por cento dos produtos que consome.

“O dólar é rei nesses dias, mas possuí-los tem um preço”, disse Elena, que usa um pseudônimo para proteger sua identidade, em um quarto que ela aluga em um bordel de Puerto Cabello no fim do mês passado.

“Sim, nós conseguimos dólares para pagar as coisas que nossas famílias precisam, mas temos que vender nossos corpos para isso”.

[...]

A escassez de dólares está transformando a Venezuela em uma sociedade de duas camadas semelhante à União Soviética e a Cuba, disse Steve Hanke, professor de Economia Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore.

Aqueles com acesso a dólares, como prostitutas, agentes de turismo, motoristas de táxi de aeroporto e expatriados são capazes de se defender da inflação negociando seus dólares a taxas cada vez mais elevadas.

Aqueles que não podem fazê-lo estão vendo seus padrões de vida caírem.

Tudo aquilo que é mercado paralelo floresce em regimes socialistas. Ao tornar ilegal o próprio funcionamento do livre mercado, esses regimes fomentam o mercado negro para tudo, inclusive coisas tão básicas como comprar moeda estrangeira.

Nada novo sob o sol. O mais irônico é que a esquerda repete que Cuba era um grande prostíbulo americano antes da revolução comunista de Fidel Castro. Nada disso. Cuba é hoje um grande bordel, além de refúgio para o tráfico de drogas. A Venezuela não quer ficar atrás. A prostituição, turbinada pelos dólares desejados e proibidos, é a atividade que mais cresce no país.

Mas nem tudo é desgraça. Basta aprender com a Itália e incluir tais atividades no cálculo do PIB, para estancar a crise produzida pelas intervenções estúpidas do próprio governo…

Rodrigo Constantino

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Blog Rodrigo Constantino (VEJA)

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