João Santana, marqueteiro de Dilma, leva R$ 70 milhões pela vitória
A mordida de João Santana
João Santana, o marqueteiro da campanha eleitoral de Dilma Rousseff (Patricia Stavis/Folhapress)
Se há alguém que deve estar rindo à toa com os números, digamos, espetaculares das finanças da campanha que garantiu a reeleição a Dilma Rousseff, é o marqueteiro João Santana. Dos 350 milhões de reais em gastos declarados pela presidente em 2014, um recorde para qualquer pleito no país, 70 milhões de reais foram diretamente para a conta da empresa do marqueteiro, a Pólis Propaganda. Outros 8 milhões de reais foram repassados à empresa por meio do diretório nacional do partido. Não se sabe o quanto disso é, de fato, lucro próprio, mas significa nada menos que 20% dos gastos totais da campanha da presidente. Em 2010, o marqueteiro havia abocanhado "apenas" 42 milhões de reais. Mas o bolo despendido por Dilma também era menor: 194 milhões de reais. No fim das contas, exceto pelos 8 milhões de reais pagos pelo PT, a proporção da fatia de Santana na conta de Dilma se manteve igual entre um pleito e outro. Mas o trabalho certamente foi maior. Na eleição mais suja das últimas décadas, o marqueteiro não economizou na artilharia. E venceu a guerra. Resta saber se a presidente achou a fatura 'salgada' demais. (por Ana Clara Costa, de São Paulo).
Governo velho
Hoje, faz um mês que Dilma Rousseff venceu a eleição. Parece que foi há um século. O discurso de união nacional da noite da vitória não prosperou.Ninguém nunca mais ouviu Dilma falar sobre o tema. E o chamamento ao diálogo não se concretizou. Novamente, nada neste sentido foi minimamente trabalhado. (Por Lauro Jardim, de veja.com)
Sobre Kátia: Moderador de apetite
Dilma Rousseff desistiu de nomear oficialmente hoje Kátia Abreu (Agricultura) e Armando Monteiro (Desenvolvimento) para deixar claro que eles integram a cota política, e não técnica, do novo governo. A presidente quis evitar que o PMDB alegasse que a senadora será parte da equipe econômica e pedisse outras cinco pastas para manter seu quinhão na Esplanada. Assim, Dilma, que convidou Kátia há nove dias, deixará a aliada por tempo indefinido sob ataque do PT.
(por VERA MAGALHÃES, da Folha de S. Paulo)
Um governo insuperável
No dia 4 de novembro, o vice-rei Aloizio Mercadante recebeu o presidente do PRB, Marcos Pereira, para uma conversa. Mercadante explicou que o assunto ministério e cargos começariam a ser tratados após o dia 20, quando Dilma Rousseff retornaria do encontro do G-20.
Combinaram que na última semana de novembro voltariam a conversar para acertar os cargos do partido no governo. Dias atrás, Pereira tentou marcar uma audiência com Mercadante para esta semana. Foi ignorado. Pereira está esperando até agora o retorno do ministro.
Ontem, Pereira tinha uma reunião com a bancada do PRB, previamente agendada justamente para discutir as propostas que levariam ao governo. Mas, fora a irritação com Mercadante, não tinha o que dizer aos comandados.
O governo é insuperável na arte de seduzir os aliados.
Por Lauro Jardim
Aécio no vermelho
A derrota para Dilma Rousseff não foi o único resultado negativo para Aécio Neves nas eleições. Apesar da extensa lista de doadores, desde a JBS até as empreiteiras implicadas na Lava-Jato, a campanha do tucano ao Planalto terminou com um vermelho de 550 054 reais na praça. A derradeira prestação de contas de Aécio ao TSE informou despesas de 223 475 907 reais e receitas de 222 925 853 reais.
Ao contrário de Dilma, que aumentou em 85 milhões de reais o teto de gastos da campanha, Aécio gastou 33% menos que os 290 milhões de reais fixados como limite para as despesas de sua campanha.
Eis alguns dos maiores doadores de Aécio:
*JBS: 48 040 502 reais
*Itaú: 8 353 966 reais
*Bradesco: 7 344 366 reais
*Ambev: 2 437 187 reais
*Andrade Gutierrez: 20 309 093 reais
*OAS: 7 480 712 reais
*UTC: 2 369 952 reais
*Queiroz Galvão: 2 115 277 reais
*Odebrecht: 5 280 598 reais
Por Lauro Jardim
Dilma no azul
Já Dilma Rousseff, que obviamente também não abriu mão do dinheiro das empreiteiras, ficou 261 238 reais no azul: arrecadou 350 836 301 reais e gastou 350 575 063 reais. A presidente reeleita não chegou, portanto, aos 383 milhões de reais estipulados como teto ao TSE.
Alguns dos doadores de Dilma Rousseff:
*JBS: 73 219 959 reais
*Itaú: 4 milhões de reais
*Bradesco: 10 254 769 reais
*Ambev: 8 459 494 reais
*Andrade Gutierrez: 21 milhões de reais
*OAS: 20 milhões de reais
*UTC: 7,5 milhões de reais
*Queiroz Galvão: 3,5 milhões de reais
*Odebrecht: 8 985 099 reais
*Camargo Corrêa: 2 102 500 reais
*Engevix: 1,5 milhão de reais
Por Lauro Jardim
Sem cafezinho, água, xerox…
Hoje, foram dispensados 30% dos contínuos do Itamaraty. Os diplomatas terão que aprender a tirar xerox, fazer café, servir água… Quem quiser água e cafezinho, que traga de casa.
Por Lauro Jardim
Seis notas de Carlos Brickmann
Publicado na coluna de CARLOS BRICKMANN
Os Dez Mandamentos da Lei de Deus são severos, rígidos; e nem eles proíbem a mentira. O estadista britânico Winston Churchill dizia que a verdade é tão preciosa que precisa ser protegida por uma muralha de mentiras. A mentira, vemos, tem muitas vantagens; mas tem o poder de destruir quem acredita nela.
Todos assistimos à campanha eleitoral, todos assistimos hoje à desconstrução, pela presidente Dilma, daquilo que a candidata Dilma afirmava. Não tem grande importância: o importante é que a presidente tenha reconhecido, ao escolher sua equipe econômica, a necessidade de gastar menos do que o Governo arrecada, de evitar manobras criativas com a aritmética, de fingir que a inflação e as contas externas estão sob controle, que tudo vai bem e no melhor dos mundos.
Reynaldo-BH: Isto aqui é hospício ou circo?
REYNALDO ROCHA
País de loucos. Seremos todos hóspedes do Sanatório Geral que o Augusto tenta manter com o número necessário de vagas? Aqui corruptor passa recibo – isso mesmo, aquele de papel! – do crime cometido. Só falta a exposição de motivos.
Quem manda no prostíbulo? Lula, depois de uma reunião de dez horas com a mulher que se julga presidente, deve ter anotado as ordens em algum papel de padaria. Isso vale mais – neste governo – que um decreto. Bastam as digitais (ou meia dúzia de garranchos) do copresidente. Dilma jamais ousará contrariar uma determinação de Lula. Aceitou Joaquim Levy como regra-três de Luiz Carlos Trabuco e Henrique Meireles, os preferidos do padrinho.
Editorial do El País: ‘Petrobras mancha o Brasil’
Publicado no El País
O Brasil está enfrentando o que pode ser o pior escândalo financeiro e político desde a chegada do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder em 2003 com Lula como presidente. A rede de corrupção política e empresarial – com ramificações de financiamento ilegal do partido governista – tecida em torno da gigante estatal Petrobras ameaça apequenar o famoso mensalão, que há oito anos trouxe à tona um sistema de compra de votos no Congresso e – mais uma vez – financiamento ilegal do PT.
A Petrobras não é uma estatal comum. “A Petrobras é o Brasil e o Brasil é a Petrobras”, gostava de repetir Lula. Sua sucessora, Dilma Rousseff, agora precisa combater em duas difíceis frentes. Em primeiro lugar, como ministra de Minas e Energia do Governo Lula, Dilma ordenou que Petrobras tivesse fornecedores nacionais. Uma medida perfeitamente coerente com o ideário do PT e com o objetivo de criar empregos e ativar a indústria nacional. Mas teve o efeito – inesperado, até prova em contrário – de ser utilizada para engordar uma trama de favores, subornos e comissões ilegais que envolveu pelo menos nove das maiores empresas do Brasil e, até o momento, 85 altos executivos.
Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR
Sr. João Olivi, na área macroeconômica as ações do governo federal são mal interpretadas, todas as ações levadas à cabo têm um objetivo:
DIMINUIR A DÍVIDA ! As lambanças: contabilidade criativa, mudança da expressão meta de superávit para meta de resultado, ajustes infinitos (para baixo) do crescimento do PIB, etc. Diante destes fatos, os investidores perdem a confiança e não compram mais títulos da dívida do governo brasileiro e, isto faz com que a dívida abaixe. Esta vai ser a “cereja do bolo” que o ministro Guido Mantega vai apresentar em sua próxima entrevista, como o “lado positivo” das ações de seu ministério. ....”E VAMOS EM FRENTE” ! ! !....