Lula não aceita a evidência: seu tempo acabou!

Publicado em 03/04/2015 09:09 e atualizado em 03/04/2015 10:19
por Reinaldo Azevedo, de veja.com

A fúria de Lula tem um motivo: acha que Dilma vai inviabilizar a sua candidatura em 2018. Ele não aceita a evidência: seu tempo acabou!

Folha informa na edição desta quinta que o ex-presidente voltou a reclamar de Dilma Rousseff em conversa com sindicalistas no encontro de terça-feira. Já havia feito o mesmo com dirigentes petistas na segunda. Ele estrila para que ela saiba, não para que não saiba.

O chefão decadente criticou a coordenação política do governo, a cargo de Aloizio Mercadante, no que está certo (é ruim de doer mesmo), mas o fez, não duvidem nunca, por motivos errados. Os sindicalistas, por sua vez, se queixaram da falta de diálogo com o governo, e o Babalorixá de Banânia não se fez de rogado: tornou-se o porta-voz da chiadeira no discurso que fez:
“Dilma, se estiver ouvindo, gostaria de dizer o seguinte. Você precisa lembrar sempre que quem está aqui é o seu parceiro, nos bons e nos maus momentos. A gente não quer ser convidado só para festa, não. A gente quer ser convidado para discutir coisas sérias, para fazer boas lutas e boas brigas.”

As palavras fazem sentido. Prestem atenção ao “se estiver ouvindo”. Poderia ser substituído por sua “teimosa”, “cabeça-dura”, “desobediente”. Lula tem dito por aí que Dilma está isolada no Palácio, que tem de andar mais e se aproximar dos movimentos sociais. Ou por outra: ele quer que ela cole justamente nos setores que pretendem mandar às favas o ajuste fiscal.

Isso é o que Lula diz. E o que ele não diz? O homem quer voltar, sim, e acha que a ainda aliada está obstruindo o seu caminho. Não é só ele. Boa parte da máquina petista e da máquina sindical pensa a mesma coisa. Ou, na expressão de um petista graúdo, conversando com um de seus pares: “Ela [muitos “companheiros” só se referem a Dilma por “ela”] vai conseguir o que a direita não conseguiu; vai quebrar as pernas do PT”.

Lula diz por aí que, no primeiro ano de seu primeiro mandato, viveu circunstâncias até piores do que as de Dilma, mas as venceu “conversando com a sociedade”. É claro que se trata de uma mentira. Entre outras delicadezas, o chefão se esquece de que ele e o PT não tinham a memória de 12 anos de poder, com todos os seus descalabros.

Um dos luminares petistas lembra que o partido não dispõe hoje, e não disporá nos próximos três anos e pouco,  de uma alternativa a Lula para disputar a sucessão de Dilma e que ouvi-lo antes de tomar decisões seria uma espécie de obrigação da presidente. Com ironia, comentou com um interlocutor: “Só faltava agora ela estar preocupada com a própria biografia. Há outras prioridades”.

Dilma tem, sim, de se preocupar com as ruas. Mas quem mais a ameaça hoje é Lula, que não aceita o óbvio: seu tempo acabou!

Por Reinaldo Azevedo

 

De homens e borboletas. Ou: A ética perturbada de Janines e Marilenas. Ou ainda: Os petistas querem nos tornar a todos ladrões da Petrobras!

O leitor Rodrigo da Silva me envia um ótimo post, publicado no site Spotniks, intitulado “10 coisas que aprendi com os petistas na Internet”. Todas as sacadas são ótimas, mas a melhor é esta:
“5) Você não pode reclamar dos bilhões desviados pela corrupção porque fura fila na padaria”.

Essa é a ética profunda espalhada por aí por sedizentes intelectuais como Marilena Chaui e Renato Janine Ribeiro.

De forma deliberada, esses dois monstros do pensamento, em sentido estrito, pretendem nos tornar a todos sócios da roubalheira da Petrobras. E o fazem incutindo em nós sentimentos de culpa para que silenciemos diante dos descalabros.

O mecanismo é sutil, mas eficaz. No dia a dia, todos acabam cometendo pequenas falhas, não é? Não que estas sejam desejáveis ou não devam ser corrigidas. Mas é certo que, se você fizer uma ultrapassagem pela direita — E VOCÊ NÃO DEVE FAZÊ-LO —, não estará pronto para roubar a Petrobras. Caso, como ironiza Rodrigo, você fure a fila da padaria — E VOCÊ NÃO DEVE FAZÊ-LO —, isso não quer dizer que você tenha se candidatado a assaltar os pobres numa estatal ou num ente governamental.

Numa palestra recente a um grupo fechado, mas com vídeo na Internet, Janine elogiou uma peça da campanha eleitoral do PT, que viu como um emblema da hegemonia construída pelo partido: “Se você se incomoda ao ver um mendigo na rua, você é um pouco petista”, como se o petismo fosse o monopolista desse tipo de incômodo.

De maneira inversa, os janines e marilenas querem nos convencer de que os assaltantes dos cofres públicos nos representam. Afinal, também temos as nossas falhas… Assim, seríamos naturalmente petistas na generosidade e na sem-vergonhice.

Se é certo que devemos fazer coisas que, se generalizadas, tornam o mundo melhor — e esse é um bom fundamento da moral e da ética —, isso não implica uma permuta perfeita entre as esferas da vida pública e da vida privada. Trata-se de uma mentira, de uma pilantragem, desmentida pelos fatos.

Stálin tinha carinho pelas crianças. Pegava-as no colo, demonstrava preocupação genuína com elas. E depois mandava matar seus pais se isso fosse útil a seu projeto de poder. Já nem preciso lembrar que Hitler se preocupava com a preservação na natureza na década de 30 do século passado.

Você não deve furar fila na padaria. Você não deve fazer ultrapassagem pela direita. Você não deve desrespeitar regras elementares de convivência. Mas, se acontecer, saiba: ainda assim, você não roubou a Petrobras, não participou do conluio que ferra a vida dos pobres, não conduziu o Brasil à recessão, à inflação e aos juros estratosféricos.

Cumpre encerrar como um poeminha de Drummond, “Anedota Búlgara”, que vocês já conhecem, que trata justamente da distinção que existe entre as duas esferas de atuação: a pública e a privada.

Era uma vez um czar naturalista
que caçava homens.
Quando lhe disseram que também se caçam borboletas e andorinhas,
ficou muito espantado
e achou uma barbaridade.

Alguém dirá: o desejável é que não se cacem nem homens nem borboletas. Também acho. Desde que não se igualem homens a borboletas, em prejuízo dos homens, nem se considere que um caçador de borboletas será, necessariamente, um caçador de homens, ou que um amigo das borboletas será, necessariamente, um amigo dos homens.

A ética como a ensinam as marilenas e os janines faz mal aos homens e às borboletas e só serve à construção de um partido que se pretende dono do destino de borboletas e homens.

Valeu, Rodrigo!

Por Reinaldo Azevedo

 

Em queda

varejo

Varejistas no sufoco

As dificuldades das redes varejistas (leia mais aqui e aqui) no primeiro trimestre de 2015 estão traduzidas em números no Índice de Consumidores no Varejo Mensal (ICV 30), da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo.

Em relação aos primeiros três meses de 2014, a retração no fluxo de consumidores no varejo no Brasil é de 6,4% em 2015. Comparado a fevereiro deste ano, março representou diminuição é de 2,5%; em relação a março de 2014 a queda é maior: 7,9%.

O pior mês do ano passado, setembro, teve fluxo de consumidores 5,3% maior que março de 2015.

Em abril de 2014, o ICV 30 detectou aumento de 2,3% na atividade sobre março. Depois de um primeiro trimestre para esquecer, resta aos varejistas brasileiros torcer para que a recuperação se repita em 2015.

Por Lauro Jardim

 

Merval Pereira: ‘A trilha do dinheiro’

Publicado no Globo

MERVAL PEREIRA

Começa a ser desvendado o mistério envolvendo a participação da empreiteira Odebrecht no esquema de corrupção que a Operação Lava Jato está desvelando, para espanto não apenas de brasileiros, pelo volume de dinheiro que envolveu e o estrago que fez na maior empresa brasileira, a estatal Petrobras, com reflexos em toda a economia nacional. A explicação extra-oficial que corria no mercado financeiro é que seria muito difícil pegar a Odebrecht em algum desvio, por que ela utilizava empresas no exterior para fazer o dinheiro sujo chegar aos políticos e executivos da Petrobras envolvidos no esquema, sem se utilizar de doleiros nacionais.

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Muito menos atuante

lula

Lula chamou, mas o Twitter não respondeu no dia 31

O texto vazado da Secom que citava “caos político” e “comunicação errática” do governo acertou em outro ponto: a militância petista “acomodada com o celular na mão”. Provas disso são os números de um levantamento inédito da Agência Zóio sobre a mobilização dos petistas no Twitter nas duas últimas vezes em que foram convocados: dias 13 e 31 de março.

No dia 13, convocados pela CUT, os tuiteiros favoráveis ao governo geraram 40 000 menções sobre as manifestações com a hashtag #Dia13DiaDeLuta.

Duas semanas depois, no dia 31, quando Lula e Rui Falcão conclamaram os petistas a mais dois protestos, houve apenas 23 000 menções na rede social, com as hashtags #DemocraciaSempreMais, #DitaduraNuncaMais, #OndaVermelha, #OrgulhoPetista e #MenosOdioMaisDemocracia.

Por Lauro Jardim

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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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