Imprensa: SUSPEITOS DE SEMPRE: CONDENAR PRIMEIRO, JULGAR DEPOIS

Publicado em 05/05/2015 18:41
por CARLOS BRICKMANN, no DIÁRIO DO PODER

As diferenças são monumentais: Lula, mesmo para o mais fanático de seus admiradores, não tem a menor semelhança com Humphrey Bogart; Beto Richa, por mais que se admire no espelho e repita orgulhoso a pergunta da madrasta de Branca de Neve, jamais poderia ser confundido com o galã Claude Reins. Dilma, definitivamente, não é Ingrid Bergman – embora Ingrid Bergman tenha dito que “felicidade é boa saúde e má memória”. Ninguém espera que, ao contrário do que ocorreu no filme Casablanca, esteja se iniciando uma bela amizade entre os personagens.

Mas há coisas em comum entre o filme de 1942 e o Brasil de 2015. Primeiro, a Casablanca do filme é uma cidade dividida entre os cidadãos em dificuldades (lá, por causa da guerra) e os que têm dinheiro e prestígio para frequentar os melhores lugares, onde flui a boa bebida e a elite dos derrotados confraterniza com os vencedores, apenas com uma ou outra divergência. Segundo, as rusgas entre os bem-nascidos, mesmo quando terminam em morte, se resolvem de maneira socialmente adequada: sejam quem forem os envolvidos, quem leva a culpa são os suspeitos de sempre.

No Brasil, nós, jornalistas, somos os culpados de sempre. Na opinião dos políticos, claro: Lula já disse que juntando todos os jornalistas de Veja Época não chegam a 10% da ética dele (ambas as revistas, completa, “são um lixo e não valem nada” – embora Veja fosse ótima e válida quando estava a seu lado nas denúncias contra Fernando Collor). Em compensação, abra as redes sociais e há duras críticas ao Grupo Globo por seu apoio aos petistas (ao lado de duras críticas ao Grupo Globo por seu ódio aos petistas). Acusa-se a Folha de S.Paulo de ser tucana e de ser antitucana. Os petistas acusam a imprensa por dar pouco espaço à pancadaria policial contra manifestantes em Curitiba, os tucanos dizem que a imprensa só divulgou uma parte da história, evitando mostrar quem iniciou a guerra, e que a Globo não leva as imagens que comprovariam este fato para o Jornal Nacional (naturalmente, de seu ponto de vista, quem provocou o problema todo foram agitadores infiltrados na multidão, e a polícia só liberou seus pitbulls, todos mansos, em legítima defesa).

Engraçado? Em termos lógicos, é engraçado. Em termos práticos, é perigoso: fanáticos convencidos de que grupos de imprensa são poderosos o suficiente para barrar seus planos para o futuro do país podem repetir a besteira que fizeram não há muito tempo, de depredar o prédio da Editora Abril, ou de agredir repórteres durante manifestações de rua. A demonização dos jornalistas, especialmente nas redes sociais, chega a delírios pessoais, como acusar William Waack, profissional de primeira linha, de ser espião, por ter almoçado com diplomatas americanos (e, esquecem-se, russos, chineses, alemães, franceses, argentinos, israelenses, cubanos). E de atribuir a outro profissional de primeiríssimo time, Ali Kamel, o poder de comandar os proprietários dos maiores grupos de comunicação do Brasil e levá-los a uma ação conjunta contra o governo.

É importante, para quem não está interessado na divisão do país entre bons e maus, entre nós e eles, entre Fla e Flu, rejeitar esse tipo de acusação. A informação tem de ser difundida da melhor maneira possível, da maneira mais honesta possível, doa a quem doer. Que as posições ideológicas e partidárias se reflitam, mas não a ponto de distorcer a informação e difamar os adversários, pelo simples motivo de serem adversários. Ponto final.

Um grande escritor americano, John dos Passos, definiu bem a questão: “Não nos convidem para condenar meia guerra. Unam-se a nós para condenar a guerra inteira”.

 

Os loucos e os práticos

O delírio leva à loucura, o que é sempre péssimo. Mas há também a parte prática da coisa: governos diversos empregando jornalistas a favor e torpedeando jornalistas que não considera confiáveis; e, especialmente, políticos multiplicando processos contra jornalistas que os incomodem. Para o político, tudo bem: em geral não tem nada que lhe ocupe o tempo e dispõe de advogados em seu gabinete (adivinhe quem os paga).

Para os jornalistas, é um aborrecimento, já que têm de utilizar para a defesa tempo que seria mais útil no trabalho. E mesmo que advogados amigos os defendam gratuitamente, arcam com despesas e custas. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB fluminense, está processando um dos jornalistas mais queridos do eixo Brasília-Rio, Jorge Moreno, de O Globo, considerando-se ofendido por achar que a expressão “Coisa Ruim” se refere a ele.

Frase de Moreno: “Cunha deveria processar suas próprias testemunhas, que levou para me acusar. Elas disseram ter certeza, mesmo sem provas, de que o meu Coisa Ruim é para ele. Elas o conhecem. Eu, não.”

Como é mesmo aquela história de carapuça?

 

Moral da história

Às vezes, montam-se alianças estranhas contra jornais e jornalistas. Grupos evangélicos radicais atribuem à Rede Globo o propósito de destruir a moral cristã – sim, este seria o propósito secreto dos Marinho e de seus meios de comunicação. A ponta de lança do desafio à família, à moral e aos bons costumes seriam as novelas, especialmente Babilônia. Nesta guerra, aliam-se conservadores (que, em outras ocasiões, se pegam com setores esquerdistas) e esquerdistas (que consideram os conservadores iguaizinhos aos fascistas) para atacar a Globo, com os mesmos pretextos, embora com objetivos diferentes.

A estranha aliança está dando resultado? É difícil avaliar. Mas o fato é que o vice-presidente de Relações Institucionais da Globo, Paulo Tonet, vem conversando com líderes da Frente Parlamentar Evangélica

Este colunista mantém sua posição: quem gostar da novela que assista à novela; quem não gostar, que mude de canal (há inúmeros, acreditem!); e quem considerar que todos são igualmente pecaminosos que use um botão de grande utilidade, o liga-desliga. Não há motivo nenhum para brigar. E não está escrito em nenhum livro sagrado que é obrigatório assistir à TV.

 

Boa proposta

O jornalista Reinaldo Azevedo faz uma proposta excelente: diante das acusações de que o governo federal contrata jornalistas para difamar a oposição, diante da descoberta de um blogueiro antipetista cuja empresa é contratada por uma das agências de propaganda do governo tucano paulista, sugere uma CPI dos Blogs. “Chegou a hora de a gente botar os pingos nos is. Blogueiros de todas as tendências, unamo-nos em favor da transparência! CPI dos Blogs Já! Vamos ver quem paga quem! Vamos ver de onde vem a renda dos blogueiros progressistas, reacionários, petistas, antipetistas. Os pagadores de impostos querem conhecer os praticantes do jornalismo dependente – todos dependem do que se arrecada com a extorsão tributária. Os leitores querem saber quem é honesto e quem é corrupto”. Ótima ideia. E se completaria com a aplicação da tese deste colunista: considerando-se que o governo é, por definição, um monopólio, não tem concorrência, não há qualquer motivo para que faça propaganda. E, sem verba de propaganda para desperdiçar, como comprar opiniões?

Pode ser ruim para a saúde financeira das empresas de comunicação, pode ser péssimo para a vida de quem depende de verbas oficiais, mas é ótimo para o governo, para os cidadãos, para a política. Quem deve ter prioridade: quem mama ou quem se exaure para manter as tetas abastecidas?

 

Economizando

Os meios de comunicação vão cortando despesas. E, pelo jeito, andaram cortando mais do que era admissível e o pessoal, sobrecarregado, erra um pouco mais:

>> Pergunta no ar, do apresentador do telejornal à moça do tempo: “E você tem outro lugar que vai ficar molhadinho amanhã?”

>> De um grande portal de informações, ligado a um importante jornal:

Na capa: “Cunha critica terceirização em palanque da Força”

No texto: “Eduardo Cunha criticou a CUT durante a festa da Força Sindical na capital paulista pelo fato de a central combater o projeto de terceirização aprovado na Câmara”

>> Reportagem de futebol de salão (em tucanês, futsal), numa TV especializada em esportes:

** “Nenhum dos árbitros disseram que apitaram (…)”

>> De um grande jornal impresso, de circulação nacional, um dos líderes de demissões de jornalistas (em tucanês, de “enxugamento de redação”):

Segunda chamada de primeira página, do lado esquerdo: “Com impacto do dólar, prejuízo da Vale vai a R$ 9,5 bi no 1º trimestre”.

Terceira chamada, em corpo menor, na primeira página, do lado esquerdo: “Com impacto do dólar, prejuízo da Vale vai a R$ 9,5 bi no 1º trimestre”.

Para valer dois títulos iguaizinhos, apenas com pequena diferença no tamanho, deve ter sido mesmo um tremendo impacto.

 

Terremoto radiofônico

A decisão é uma bomba, num mercado há muito tempo anárquico e em que o cumprimento da lei é eventual: o radiofônico. A Justiça decidiu liminarmente suspender as transmissões da Rádio Vida FM, em São José dos Campos e Mogi das Cruzes, por descumprir a Lei Geral de Telecomunicações. As principais irregularidades: primeiro, embora tivesse licença para transmitir com 30 kW a partir de São José dos Campos, tinha outra antena, com potência de 100 kW, em Mogi das Cruzes, multiplicando assim sua área de abrangência; segundo, aluguel ilegal da frequência a um grupo religioso, responsável pela geração de todo o conteúdo.

Por que é uma bomba? Porque o que mais há no país é emissora que ganha concessão para determinada área e instala sua torre numa grande cidade, entrando ilegalmente em área cuja concessão não disputou. Em São Paulo, há dezenas de emissoras do interior que instalaram suas torres na Avenida Paulista – e algumas ficaram tão longe que as cidades a que deveriam servir nem conseguem receber seu sinal. Há também torres ilegalmente instaladas em áreas de preservação ambiental. Até agora, sabe-se lá por que, as autoridades deixavam tudo correr solto. Com a intervenção da Justiça, pode haver mudanças importantes no mercado.

O aluguel da programação também é ilegal. E há muitas emissoras que dizem sobreviver deste aluguel, sem o qual terão de fechar as portas.

É briga brava, que envolve gente grande. Empresas conhecidíssimas violando leis e regulamentações que conhecem muito bem.

 

Marinho (o bom)

Um grande jornalista, que chefiou a esplêndida equipe de esportes do Jornal da Tarde. Um excelente escritor (o que pode ser comprovado no ótimo Velórios Inusitados). Gente fina – este colunista o conhece há quase 50 anos, e neste meio século não conheceu ninguém que não goste dele. Mário Marinho, mineiro de Ribeirão das Neves, vivendo em São Paulo desde 1968, lança no dia 12 seu primeiro romance, O Padre e a Partilha, a história do filho de um português assassinado em Minas e de um padre alemão que não o conhece. Não o conhece, não se conhecem, mas o destino de ambos está traçado: um tem tudo a ver com o outro. Onde será o lançamento? Depende: sai ao mesmo tempo em Lisboa, pela Editora Chiado, e no Brasil – aqui, em nosso país, na livraria Martins Fontes, Avenida Paulista, 509, no próximo dia 12/5, terça-feira, a partir das sete da noite. Mário Marinho é um escritor que vale a pena.

 

Crime e mistério

Um homem negro é enforcado numa praia. Tudo leva a pensar em crime motivado por racismo – mas a coisa é mais complicada: há brigas pessoais, há tráfico de drogas. E se desenrola um romance bem interessante, com uma escolha trágica: um fotógrafo deve fotografar o homicídio de um homem cuja missão é matá-lo, ou deve desistir da foto e salvar a vida daquele que projeta assassiná-lo? O autor deste Click & Let Die é um jornalista consagrado, Carlos Carolino, com passagens pelas redações dos maiores meios de informação do país. Lançamento: dia 9/5, sábado, às 17h, no Espaço Parlapatões, Praça Roosevelt, 158, SP.

 

Como…

De um grande portal noticioso:

** “Itamaraty pede a suspenção do fuzilamento de brasileiro na Indonésia”

“Suspenção” deve originar-se do verbo “suspençar”. E não tem qualquer relação com o verbo “pensar”.

 

…é…

De um grande portal noticioso, ligado a um dos maiores grupos de comunicação do país:

** “O relógio atômico de gelosia de estronio”

Pela matéria, dá para deduzir que o estronio é “estrôncio”, um elemento radiativo. Ao contrário do que parece, “estronio” não é metade do nome do jogador que está aparecendo agora no juvenil, o Júnior Estronio.

 

…mesmo?

De uma grande revista, daquelas que se orgulham do texto bem cuidado:

** “Copiloto agiu de forma intensional para derrubar avião”

É questão de aplicar a Lei das Compensações: troca-se uma letra do “intensional” por uma do “suspenção”, duas notas acima. E tudo bem.

 

Frases

>> Do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, ex-ministro de Lula e de Dilma, que já se declarou à presidente (“Dilma, eu te amo”): “A gente não acha que o PT inventou a corrupção, mas roubaram demais. Exageraram!”

>> Do internauta Alexandru Solomon: “A famosa frase latina ‘Est modus in rebus’ (há um limite nas coisas), lida pelo senhor Carlos Lupi pronuncia-se ‘Est modus in roubus’.”

>> Do jornalista Cláudio Tognolli: “Muito boa minha vida de escritor agora com 15 livros: montanha, grama verde, céu azul. Pena que seja o velho descanso de tela do Windows.”

>> Do internauta Mário Aquiles Fuerte: “Estima-se que a reconstrução do Nepal vai custar 6 bilhões de dólares. Considerando que o prejuízo contábil da Petrobras chegou próximo de 10 bilhões de dólares, podemos concluir que financeiramente é melhor um país ser devastado por um terremoto do que administrado pelo PT.”

>> Do jornalista Sandro Vaia: “Considerando que o prejuízo da corrupção foi de 6 bi e o da incompetência 22 bi, devemos então considerar que eles são mais incompetentes do que ladrões?”

>> Do consultor Augusto de Franco: “Após 20 anos observando (de fora, mas de perto) cheguei à conclusão de que o PSDB é um daqueles raros organismos incapazes de aprender.”

>> Do jornalista Ricardo Noblat: “Quero morar na propaganda do governo.”

>> Do jornalista Fred Navarro: “Atacar Sergio Moro e o MPF, e defender Dirceu, Palocci e as empreiteiras, é sinal de enriquecimento. Não intelectual, claro.”

>> Do cientista político Cid Benjamin, ex-guerrilheiro, fundador do PT, hoje incluído com destaque na lista das pessoas que os petistas mais odeiam: “O Brasil é feito por nós. Só falta, agora, desatá-los.”

>> Da jornalista Regina Helena Paiva Ramos: “Minha pátria giganta será que aguenta tanta anta?”

 

E eu com isso?

Desista: até aqui, neste reduto de assuntos popularmente comentáveis, já está havendo infiltração de temas que não entram na conversa da fila do banco. Até notícia sobre o terremoto do Nepal está cabendo!

** “Resgatado no Nepal depois de 5 dias comeu manteiga”

** “De saia, Sasha é flagrada cheia de estilo em passeio”

** “Kim Kardashian usa bolsa com desenho de seu casamento”

** “Shakira e Gerard Piqué levam o filho à partida de tênis”

** “Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert jogam vôlei na praia”

** “Após terminar com Miley Cyrus, Patrick Schwarzenegger faz compras com a mãe”

** “Fiorella Mattheis e Alexandre Pato curtem dia na praia”

** “Simon Cowell mostra momento de ternura com o filho”

** “Sophia Abrahão e Sérgio Malheiros curtem jantar”

** “Nathália Rodrigues leva o namorado a evento”

** “Christina Aguilera adere ao corte long bob”

** “Letícia Spiller quase mostra demais ao levar o filho à escola”

** “Britney Spears acompanha jogo de futebol dos filhos ao lado do ex-marido”

** “Anna Lima aproveita manhã livre para se exercitar no Rio de Janeiro”

** “Sam Smith faz tatuagem para os fãs”

** “Helô Pinheiro leva Rafaella Justus para assistir a peça infantil”

** “Kylie Jenner não quer ser modelo”

** “Grazi Massafera passeia de bicicleta com a filha”

 

O grande título

A variedade é grande (e inclui até aquela manchete onde houve obviamente um erro de digitação, mas que ficou muito engraçada):

** “‘Parecia crime’, diz mãe sobre amamantar em público”

Há manchetes sobre eventos surpreendentes:

** “Em alta velocidade, motorista invade horta com Ferrari no interior de SP”

Temos títulos nos quais não é nada difícil encontrar uma segunda leitura:

** “Homem é visto de cueca e exibindo cobra no trânsito de Salvador”

Há aquele modelo clássico de manchete, que exige total atenção (e nem sempre com êxito) para ganhar algum sentido

** “Mãe tira leite e pai busca emprego”

Deve querer dizer alguma coisa

E há um título fantástico, de longe o melhor da semana:

“Dois em cada três fumadores vão morrer, revela estudo”

E dos que não fumam, quantos escaparão à sina fatal?

***

Carlos Brickmann é jornalista, diretor da Brickmann&Associados Comunicação (publicado no Diário do Poder)

 

OKAMOTO TENTA LIVRAR A CARA DO LULA COMO INTERMEDIÁRIO DO BNDES

por JORGE OLIVEIRA, no diário do poder

Roma, Itália - O Lula pediu ao Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, que escrevesse uma carta para a Época (lembra do filme Central do Brasil, na cena em que atriz Fernanda Montenegro usa um banquinho na estação para redigir cartas para os familiares dos retirantes analfabetos? Qualquer semelhança não é mera coincidência). O propósito era reprovar a revista pela matéria que o acusava o seu chefe de intermediar empréstimos para a empreiteira Odebrecht no exterior com dinheiro do BNDES. A Hebe Camargo diria que “é uma gracinha” o conteúdo da carta do Okamoto. Na missiva evasiva, o guardião do esquema – que já foi acusado de pagar contas de Lula na presidência – não fala uma vez sequer o nome da empreiteira e nem se reporta ao grupo anticorrupção do Ministério Público de Brasília que investiga a participação do ex-presidente no desvio de US$ 4,5 bilhões em dinheiro emprestado aos ditadores africanos e latinos.

 

Como sempre, a carta de Paulo Okamoto não esclarece absolutamente nada sobre a matéria da Época. Apenas diz que o repórter foi apressado na conclusão da reportagem. Aliás, virou mania desse pessoal do PT tentar se comunicar com a população por cartas. Todos alunos do mestre Palocci. Nunca antes na história desse país, um grupo de politico escreveu tanto. No texto, Okamoto tenta explicar o inexplicável para livrar a cara do seu patrão. Quanto ao dinheiro recebido no exterior, veja que delícia de explicação: “O ex-presidente já fez palestras para empresas nacionais e estrangeiras dos mais diversos setores – tecnologia, financeiro, autopeças, consumo, comunicações – e de diversos países como Estados Unidos, México, Suécia, Coreia do Sul, Argentina, Espanha e Itália, entre outros. Como é de praxe as entidades promotoras se responsabilizam pelos custos de deslocamento e hospedagem. O ex-presidente faz apenas palestras, e não presta serviço de consultoria ou de qualquer outro tipo”.


Ora, se as entidades promotoras pagavam os custos de deslocamento e hospedagem de Lula para esses países, que diabo ele fazia quando era fotografado dentro dos aviões da Odebrecht cortando os oceanos pelo mundo afora?.

Veja outra pérola da carta de Okamoto, ditada por Lula: “O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe com frequência dezenas de convites para explicar o êxito econômico e social do seu governo e opinar sobre temas regionais e globais”. 
  

Que “êxito econômico e social do seu governo”, senhor Okamoto, quando é notório que o Brasil passa por uma das mais sérias crises econômicas e social, fruto de um administração petista fisiológica, populista, demagoga, atrapalhada e estabanada que mantém o país dentro do maior escândalo de corrupção da sua história com empresas como a Petrobrás derretida por diretores e políticos ladrões?

Okamoto prefere não falar sobre as denúncias das delações premiadas de alguns deles que afirmaram categoricamente que Lula foi beneficiado pelos empréstimos que intermediou do BNDES para os países africanos e latinos com cláusulas de sigilo e prazo de carência de 25 anos. Agora, a Polícia Federal apura que existia uma lavanderia no pagamento das campanhas do Lula e da Dilma. O dinheiro do BNDES era remetido para os países lá fora e voltava “legalmente” para pagar as campanhas petistas no Brasil.

Okamoto é um verdadeiro patriota. Considera que as viagens do chefe consolidam a imagem do Brasil. Veja que texto fantasioso: “Em todas as agendas do ex-presidente predomina o empenho em consolidar a imagem e os interesses da nação brasileira”. Ora, se fosse assim a Dilma também estaria fazendo essas viagens e liberando dinheiro para esses países. Contrariando os interesses do seu chefe, ela até reduziu drasticamente os empréstimos para os ditadores africanos, depois das denúncias da imprensa de que a dinheirama que era enviada lá pra fora, voltava para remunerar a equipe das campanhas dela e do Lula. Assim, o PT podia se dar ao luxo de pagar somas milionárias aos seus marqueteiros agora sob investigação da Polícia Federal.

(por Jorge Oliveira, no DP)

 

NÃO CAIA NO CONTO DO VIGÁRIO LARÁPIO – Na CPI, Paulo Roberto Costa, o corrupto confesso, defende a reforma política do PT. A quem serve hoje este senhor?

Paulo Roberto Costa depõe na CPI da Petrobras. Deveria estar com uma estrelinha do PT no peito. Por que digo isso? Vamos lá.

Há coisas e pessoas para as quais eu não tenho a menor paciência, digamos, moral e ética. Uma delas é Paulo Roberto, o corrupto confesso, com aquele seu ar de pai de família extremoso, que passeia no shopping com o netinho aos sábados, faz churrasco aos domingos e assalta os cofres públicos de segunda a sexta. Ok. É preciso, sim, prestar atenção a tudo o que ele diz. Afinal, é bandido confesso, que roubava para si e para outros bandidos. Mas daí a tê-lo como filósofo até da reforma política, ah, não! Aí vai uma grande diferença.

Daqui a pouco, Paulo Roberto, sozinho, vira o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, ainda que suas histórias sejam sempre cambiantes; ainda que ele possa dizer hoje que as empreiteiras embutiam o custo-corrupção como valor suplementar na obra e, amanhã, que elas tiravam a propina do próprio lucro. Entre uma coisa e outra, vai uma diferença abismal.

Curiosamente, a segunda versão, a mais recente, protege — e já tratei disto hoje — a Petrobras. Afinal, se as empreiteiras não embutiam no preço o dinheiro que pagavam ao próprio Paulo Roberto, ao PT, ao PP e ao PMDB, bem, então os cofres públicos não teriam sido prejudicados nesse particular, não é? Essa segunda versão, notem, reforça a ideia do cartel e livra a cara da estatal, como se a origem da roubalheira não estivesse no fato de que a empresa obedecia a uma condução política. Para quem não entendeu ainda: se as empreiteiras tiraram do seu lucro a propina, então se reforça a lógica de que elas, de fato, combinavam preço; com ou sem corrupção, ele seria o mesmo, já que se trataria de um cartel. É uma versão para imbecis. Com a devida vênia.

De resto, pergunta-se o óbvio: quem está em delação premiada pode ir mudando, assim, a versão de acordo com a direção dos ventos, com o calor do noticiário, com a metafísica influente e ainda manter os benefícios? Faz sentido um delator ficar ajustando a narrativa também ao sabor do noticiário, composto de vazamentos? Isso está mais para esculhambação do que para investigação. Cresce o risco objetivo de que, na esfera política, o caso não dê em nada.

Estrelinha do PT
Mas vamos à questão que realmente deve provocar a irritação de qualquer pessoa com miolos. Em seu depoimento, Paulo Roberto Costa, o Schopenhauer da reforma política, disse o seguinte:
“Não existe almoço de graça. Por que uma empresa de capital privado ou com ações em Bolsa vai doar R$ 10 milhões, R$ 20 milhões para uma campanha eleitoral? Por quê? Qual o motivo? Que a população brasileira coloque isso com muita clareza na sua cabeça. Por que uma empresa vai doar R$ 20 milhões para uma campanha se ela não tiver algum motivo na frente para cobrar isso? Por quê? Isso precisa ser respondido. Repito e confirmo o que eu falei”.

Viram? Logo mais, à noite, o PT vai dizer a mesma coisa no seu horário político. Em todo o mundo democrático, empresas arcam direta ou indiretamente com o custo eleitoral. Entre outras razões, porque são entes de uma sociedade livre. Participar do custo eleitoral num regime de liberdades é até um dever. Nos EUA, empresas privadas não podem doar diretamente para partidos, mas doam para comitês, que apoiam partidos.

Aonde nos leva a lógica de Paulo Roberto? Ao financiamento público de campanha ou feito por indivíduos, com um teto, hipótese em que os pobres serão usados como laranjas para lavar o caixa dois. Mais: a doação de empresas já foi proibida no Brasil. Só passou a ser permitida quando se descobriu o óbvio: o dinheiro privado era doado por fora. O que ele está a nos dizer? No dia, então, em que essa modalidade for proibida, empresas privadas deixarão de trabalhar para a Petrobras? A estatal deixará de ter uma condução política? Sem a contribuição legal, ninguém será tentado a delinquir? A propósito: a roubalheira é motivada pela lei que existe ou se dá ao arrepio dela?

Este senhor está querendo culpar o sistema por seu mau-caratismo. Venham cá: se as doações de empresas privadas fossem proibidas, ele teria sido, à frente da Petrobras, um homem decente? Que eu saiba, ele não roubou porque a lei permitia; ele roubou desprezando a lei. Se ignorou a legislação que existe, por que obedeceria a uma outra?

Boa parte da imprensa cai nessa conversa absurda porque também cesta ontaminada ideologicamente pelo ódio à empresa privada, pelo rancor, pelo ressentimento, pela burrice, pela incapacidade de pensar logicamente, pela tara estatista, sei lá…

O depoimento de Paulo Roberto à CPI seria assinado por Rui Falcão e Lula, sem pestanejar. Às 20h30 de hoje, eles estarão dizendo a mesma coisa na TV. É asqueroso.

Por Reinaldo Azevedo

 

Costa confirma R$ 2 milhões para campanha de Dilma

Costa Dilma Lula

Costa com Dilma e Lula: promiscuidade

Paulo Roberto Costa confirmou na CPI da Petrobras ter liberado R$ 2 milhões para a campanha de Dilma Rousseff, em 2010, a pedido do doleiro Alberto Youssef.

“Houve pedido de R$ 2 milhões para a campanha da presidente Dilma, sim”.

O ex-diretor da estatal cortou na própria carne para ajudar o PT, já que o repasse veio da cota do PP.

Ele declarou ainda que o esquema na Petrobras foi mantido com o aval de partidos para atender a interesses das legendas.

“Obviamente que houve interesse partidário para que isso prosseguisse.”

Obviamente, sim.

Que o PT se diga na TV “em favor do combate incessante à corrupção”, é mais um motivo para o povo bater panela.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

 

CPI: Delator responsabiliza Dilma Rousseff, de quem era tão próximo que foi ao casamento de sua filha

alx_politica-brasil-20150505-07_originalPaulo Roberto Costa fala nesta terça-feira à CPI que investiga os desvios de dinheiro na Petrobras.

Veja abaixo o que já disse o ex-diretor de Abastecimento da estatal indicado por Lula e preso pela Operação Lava Jato:

1) É verdade que foi convidado e compareceu ao casamento da filha de Dilma Rousseff.

“Sim, fui convidado e participei”.

2) Dilma Rousseff é a responsável pela compra da refinaria de Pasadena, o pior negócio da história do capitalismo mundial.

“Compete ao Conselho de Administração [então presidido por Dilma] aprovar o plano de investimentos, os indicadores de cada diretoria e compra e venda de ativos”.

3) É verdade que enviou, em 2009, um e-mail a Dilma Rousseff, então ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, alertando para o risco de paralisação de obras da estatal.

“Como diretor de Abastecimento, não estava preocupado com desvio de dinheiro. Estava preocupado porque, se tivesse paralisação das obras, isso teria consequências. Nossos terminais, como o de Angra dos Reis, foram feitos para importação de petróleo e não de derivados. E as obras eram necessárias. Era de competência da minha diretoria o abastecimento do País”.

4) A área de Exploração e Produção da Petrobras deveria ser mais investigada.

“É dona do maior orçamento da companhia”.

Sem acusar o ex-diretor Guilherme Estrella, Costa observou que quem realizava as obras era sempre a diretoria de serviços, então controlada por Renato Duque, o homem do PT.

5) O valor da propina já era embutido nos contratos firmados pela estatal com grandes empreiteiras.

“O sobrepreço que tinha nesse processo aí era de 3%, 2%, 1%, que se não tivesse a formação do cartel não teria porque seria um processo competitivo”.

6) As doações eleitorais de grandes empresas carregam interesses escusos.

“Não existe doação sem que as empresas depois não queiram recuperar o que foi doado. Isso não existe. E foi me dito por mais de um empresário. Se ele doa 5 milhões, ele vai querer cobrar mais na frente 20 milhões”.

7) O esquema de corrupção não partiu nem de funcionários nem das empresas.

“Nada disso teria acontecido se não fosse alguns maus políticos que levaram a Petrobras a fazer o que fez.”

Traduzo eu:

Lula é um mau político. Dilma Rousseff é uma má política.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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Fonte:
Blog Carlos Brickmann (DP)

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