Lula, tenha vergonha na cara e apoie o governo que ajudou a eleger e reeleger; não venha agora brincar de doutor Victor Frankens

Publicado em 03/06/2015 14:57
por REINALDO AZEVEDO, de VEJA.COM

Lula, tenha vergonha na cara e apoie o governo que ajudou a eleger e reeleger; não venha agora brincar de doutor Victor Frankenstein…

Coitado do Lula! Não fosse ele absolutamente indigno da minha pena porque muito poderoso, eu estaria aqui a lamentar a sua sorte. Afinal de contas, o homem armou a reação à esquerda contra a presidente Dilma Rousseff, e o tiro saiu pela culatra. Depois de incentivar os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Lindbergh Farias (PT-RJ) a liderar um movimento anti-Dilma, o Babalorixá de Banânia resolveu recuar e, agora, decidiu pedir que os esquerdistas, seus amigos, tenham mais tolerância com ela.

Que coisa, hein? Primeiro ele colabora para demonizar a presidente da República e depois procura assoprar, afirmando não ser bem assim… Eu fico muito impressionado ao constatar como Lula perdeu a biruta. Comete, hoje em dia, erros incompreensíveis, que não cometeria há alguns anos. É fadiga de material. Lula perdeu a utilidade.

E por que é assim? Porque o PT jamais foi governo em tempos de escassez. O partido existe e se formou para denunciar injustiças reais ou imaginárias, pouco importando se as respostas que oferecia à sociedade eram ou não viáveis.

Tomem como exemplo o fator previdenciário. O chefão petista foi presidente da República por longos oito anos. Não mexeu na questão. Dilma governou por mais quatro. Também ignorou o tema. Um deputado da base aliada decidiu propor a extinção do mecanismo. Como essa tal base aliada está notavelmente desarticulada, a proposta passou na Câmara.

Muito bem! A única coisa razoável, segundo a matemática, que a presidente tem a fazer é vetar a medida. Ocorre que Lula e os petistas decidiram transformar o que é uma questão contábil num tema de natureza moral. Até porque, com o baixo pragmatismo que sempre os orientou, argumentam que o fim do fator previdenciário vai começar a onerar o governo do sucessor de Dilma. Sendo assim, que mal tem?

Sobra, no entanto, um pouco de bom senso à presidente e, caso não mude de ideia, ela está mesmo disposta a vetar a mudança se for aprovada também no Senado. Agora Lula se diz preocupado com os desdobramentos. É mesmo? Justamente ele, que está na raiz da reação ao possível veto? Justamente ele, que, segundo o senador Paulo Paim, estimulou os companheiros do partido a votar contra a orientação do governo?

Lula foi, nos tempos da abastança, o Midas da política. Parecia transformar em ouro tudo aquilo em que tocava. Como as circunstâncias da economia internacional eram favoráveis ao país — e até as da crise mundial o foram —, ele podia pontificar à vontade. Aquela realidade não existe mais. O cenário é adverso. E os erros que se acumularam em 12 anos de gestão cobram agora a sua fatura.

Momentos assim pedem realismo do governante ou do homem de estado, ainda que o preço seja a impopularidade, momentânea ou nem tanto. Não, senhores! Lula não está preparado para isso. Ele só sobe prometer e anunciar generosidades. E julgou que conseguiria, a um só tempo, apoiar Dilma e lhe fazer oposição. Viu, no entanto, que isso não é possível. Ou por outra: pouco importa se a oposição que ele lidera está à esquerda; o fato é que ele colabora para gerar a sensação de que, “com esse governo, não dá”.

Ocorre que isso, obviamente, não é bom também para o seu partido. Para a infelicidade de Lula, aos olhos do eleitorado, Dilma é o PT, e o PT é Dilma, o que, convenham, é um fato. O ex-Poderoso Chefão tentou a quadratura do círculo, que consistiu em se opor às medidas de ajuste propostas pela presidente, porém preservando-a da hostilidade popular. A operação, obviamente, era impossível. Ademais, ninguém precisa de petistas para enxovalhar o governo nas ruas. A população faz isso por conta própria.

Lula, em suma, resolveu brincar de oposição, acreditando que isso lhe acarretaria, e ao partido, algum bem. O tiro saiu pela culatra. Os que se opõem ao petismo há mais tempo rejeitam a sua companhia no terreno da oposição. Os que se opõem ao petismo há mais tempo cobram de Lula que tenha vergonha na cara e saia em defesa de Dilma. Os que se opõem ao petismo há mais tempo repudiam seu oportunismo. Afinal, um criador não abandona assim a sua criatura. O senhor Luiz Inácio Lula da Silva não venha agora posar de doutor Victor Frankenstein, arrependido de ter dado à luz a sua criação.

Tenha a decência, Lula, de apoiar o governo que você ajudou a eleger e a reeleger. Você não é bem-vindo, Lula, na oposição.

Por Reinaldo Azevedo

 

Opor-se à Lei de Responsabilidade das Estatais é opor-se ao controle democrático do estado

O PT está caindo pelas tabelas, mas ainda consegue pautar parte significativa da imprensa. A questão da vez é o anteprojeto apresentado por Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidentes, respectivamente, do Senado e da Câmara, que submete ao crivo do Senado os nomes dos presidentes de estatais.

Essa é a principal alteração proposta pela chamada “Lei de Responsabilidade das Estatais”. Há outras (leiam aqui). Dilma reagiu e afirmou que fazer tais nomeações é tarefa do Executivo. Renan retrucou e disse ser preciso abrir a caixa-preta dessas empresas.

Vamos ver. Aqui e ali, alguns espertinhos dizem que a proposta fere cláusula pétrea da Constituição, uma vez que tal interferência do Senado arranharia a independência entre os Poderes. Tolice. Ninguém está tirando do presidente — e não DA presidente, já que os governantes vindouros também se submeterão a tal crivo, se a proposta for aprovada — a prerrogativa de indicar e depois nomear, assim como faz com ministros de tribunais superiores, os respectivos presidentes das estatais. O que se quer é que eles passem pelo crivo no Senado.

“Ah, mas Renan e Cunha, dois investigados da Operação Lava Jato, vão agora propor uma coisa dessas…” Huuummm… Em primeiro lugar, Dilma só não é uma investigada porque Rodrigo Janot faz uma leitura, como posso dizer?, muito especiosa da Constituição e porque se apega pouco ao sentido das palavras, não é mesmo? Em segundo lugar, salvo engano, o petrolão é um escândalo protagonizado pelo PT. Se a dupla de parlamentares perdeu a legitimidade política para legislar, então Dilma perdeu a legitimidade política para governar.

Eu só tenho um óbice ao projeto, mas que não tem caráter funcional: como defendo a privatização de todas as estatais — sem exceção —, por desdobramento puramente lógico, deveria me opor também à proposta. Mas não sou do tipo que perde a vida por delicadeza, como diria um poeta. Sei que aquelas porcarias não serão privatizadas tão cedo. Então, que se abram as caixas-pretas.

“Ah, mas os respectivos comandos das estatais ficarão subordinados a interesses políticos, vão ser alvos da fisiologia…” É mesmo? Hoje eles já não se prestam ao jogo partidário mais rasteiro, e sem que ao menos possamos debater os nomes escolhidos? Desde que o Senado exerça as suas prerrogativas — a exemplo do que fez na sabatina de Luiz Edson Fachin e na recusa ao nome de Guilherme Patriota para a OEA —, é evidente que a mudança é desejável e faz bem à democracia. Haverá mais transparência nas nomeações.

Aí alguém objeta: “Eu duvido que Renan e Cunha proporiam tal coisa se estivessem satisfeitos com o governo; se tivessem tido atendidas as suas reivindicações…” Bem, se algum coleguinha sabe de alguma demanda feita pela dupla, recusada por Dilma, que informe. Eu não sei. Até onde as evidências apontam, o poder de que os dois desfrutam hoje, e que parecem exercer com gosto, deriva do exercício da autonomia.

Mas vou além: pouco me interessam, em casos assim, as disposições subjetivas deste ou daquele. Se Renan e Cunha concorrerem, na prática, para ampliar a autonomia do Legislativo e para tornar mais transparente o aparato estatal, melhor; eu apoio. Se e quando, e já demonstrei isso, fazem algo que considero nocivo ao país, eu os critico. Alguém me viu a defender o distritão, por exemplo? Lembram-se do que afirmei sobre a luta de Renan contra a lei das terceirizações?

Quem está tentando fazer picuinha contra uma proposta que democratiza o estado brasileiro é o Planalto. A Lei de Responsabilidade das Estatais não diminui o poder do PT ou de Dilma. Ela é maior: amplia o controle da sociedade sobre as estatais. Enquanto formos obrigados a arcar com o peso dessas empresas, que seu comando esteja submetido ao crivo da sociedade.

Para arrematar: estivesse em vigência uma lei como a que agora se propõe, a Petrobras não teria chegado à lona. Opor-se a essa proposta corresponde a se opor ao controle democrático do estado.

Por Reinaldo Azevedo

 

PT descumpre palavra expressa em resolução; tudo indica que não vai abrir mão da grana das empresas privadas. Não me diga!

Ai, ai… Em abril, numa das resoluções mais alopradas de sua história, o PT decidiu que não mais receberia doações de empresas privadas, embora seja a legenda recordista na área. E escreveu então:

“Ao mesmo tempo que lutamos pelo fim do financiamento empresarial decidimos que os Diretórios Nacional, estaduais e municipais não mais receberão doações de empresas privadas, devendo essa decisão ser detalhada, regulamentada e referendada pelos delegados(as) ao 5º. Congresso Nacional do PT.
O Partido revitalizará a contribuição voluntária, individual dos filiados, filiadas, simpatizantes e amigos. Tais definições são coerentes com nosso Estatuto, segundo o qual ‘arrecadação básica e permanente do Partido é oriunda de seus próprios filiados’. Ao mesmo tempo, condizem também coerentemente com a nossa defesa de uma reforma política democrática que ponha fim à interferência do poder econômico nas decisões políticas.”

Notaram? Observem que ali não está escrito que o congresso do partido se pronunciaria a respeito. Nada disso! A decisão já estaria tomada e iria apenas ser “referendada, regulamentada e detalhada”. E ponto.

Nesta terça, Rui Falcão, presidente da legenda, afirmou que o que está escrito na resolução não vale. Era tudo conversa mole, cascata, mentirinha. O congresso do partido não vai nem debater o assunto. Fazendo de conta que aquele documento nunca existiu, o presidente do PT anuncia que o partido vai esperar a decisão do Congresso Nacional para, então, se posicionar.

Ah, que falta de valentia! A resolução dava a entender que o PT havia escolhido um caminho, independentemente do que fizessem as demais legendas. E lutaria por ele na reforma política.

Como a gente nota, o PT não se limita a fazer coisas que não diz. Também diz coisas que não faz. É uma piada grotesca.

Por Reinaldo Azevedo

 

BNDES cobrou juros “de pai para filho” em 70% dos empréstimos feitos no Porto de Mariel, em Cuba (entre outros)

Por Eduardo Gonçalves e Ana Clara Costa, na VEJA.com:


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cobrou taxas de juros menores do que as aplicadas em operações brasileiras para financiar obras de infraestrutura em países da América Latina e da África. Levantamento do site de VEJA feito com base nos dados divulgados nesta terça-feira mostra que 70% dos 11,9 bilhões de dólares emprestados entre 2007 e 2014 foram operações a juros abaixo de 5% ao ano. Isso equivale a 58% dos 516 contratos firmados no exterior neste intervalo.

No período em que os empréstimos internacionais foram concedidos, os juros praticados pelo BNDES para grande parte das operações no Brasil variaram de 5% a 6,5%, acrescidos de uma taxa que leva em conta o risco país. O custo dos financiamentos em território nacional tem como base a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que também é usada para corrigir a rentabilidade do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), uma das principais fontes de financiamento do banco de fomento. Trimestralmente o governo revê o porcentual da TJLP. Caso ela seja elevada, como vem acontecendo desde outubro do ano passado, os juros atrelados à taxa também aumentam. Ou seja, a TJLP é variável mesmo para contratos já firmados.

Diferentemente do Brasil, as condições oferecidas pelo BNDES a países como Argentina, Venezuela, Angola e Cuba não só incluem juros menores, como também fixos. Do total de 682 milhões de dólares que a instituição liberou para a construção do Porto de Mariel, na ilha dos irmãos Castro, 400 milhões de dólares foram cedidos a um custo de 4,4% ao ano – abaixo da TJLP e do custo de captação do FAT. Ou seja, o BNDES pagou mais para obter recursos junto ao fundo dos trabalhadores do que recebeu dos clientes cubanos. No caso da Venezuela, a operação foi semelhante. O banco de fomento liberou 865 milhões de dólares para que Hugo Chávez construísse uma usina a um ganho 4,45% ao ano. Trata-se de uma opção de investimento que torna até mesmo a caderneta de poupança – uma das piores aplicações de renda fixa do mundo – atrativa.

Países - Apesar de o caso cubano ser o mais emblemático, porque carrega a herança ideológica dos governos petistas, a ilha está longe de ser o maior destino dos recursos do banco. Enquanto Cuba recebeu 846 milhões de dólares, Angola foi o país campeão em concessão de crédito, abocanhando 3,38 bilhões de dólares em financiamentos para obras de infraestrutura e saneamento básico. Somente a construtora Odebrecht foi responsável por obras no país africano cujo financiamento alcançou 2,53 bilhões de dólares. Entre as principais empreitadas está a construção da hidrelétrica de Cambambe, que custou 464,4 milhões de dólares aos cofres do banco de fomento. Reportagem de VEJA revelou, em fevereiro deste ano, que a obra tinha entre seus prestadores de serviço a empresa Exergia Brasil, de Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho do ex-presidente Lula.

O segundo país que mais recebeu recursos do banco foi a Venezuela, com 2,25 bilhões de dólares em apenas quatro contratos executados pela Andrade Gutierrez e também pela Odebrecht. Na República Dominicana, terceiro maior beneficiário das torneiras abertas do banco, foram 2,20 bilhões de dólares em empreendimentos de infraestrutura executados majoritariamente pela Odebrecht – a empreiteira abocanhou 15 dos 19 contratos no país. Metade das operações de financiamento do BNDES na República Dominicana tiveram juros abaixo de 5% ao ano.

A Argentina é o caso mais curioso. Apesar de não ser o principal destino de recursos, o país fechou 414 contratos com o BNDES, o equivalente a 76% de todas as operações do banco com países estrangeiros. A soma dos empréstimos, contudo, é de ‘apenas’ 1,9 bilhão de dólares. A Odebrecht, novamente, é a maior executora: foi responsável por 348 contratos no país, no valor de 1,6 bilhão de dólares. O grande volume de operações contrasta com os baixos valores descritos em cada uma delas: o menor contrato, de apenas 4.500 dólares, prevê obras de engenharia na planta de tratamento e no sistema de distribuição de água da cidade argentina de Paraná de las Palmas.

Construtoras
A Odebrecht é, de longe, a empreiteira que mais recebeu recursos do banco para empreender fora do Brasil: foram contratos de 7,4 bilhões de dólares, ou 62% do total. Em seguida, vem a Andrade Gutierrez, com 2,62 bilhões de dólares. Já a Queiroz Galvão abocanhou 388 milhões de dólares em contratos, enquanto a Camargo Correa ficou com a fatia de 194 milhões de dólares.

Por meio de sua assessoria, o BNDES informou que não é possível comparar as operações de crédito feitas em moeda nacional e estrangeira porque, ao emprestar a outros países, o banco precisa aplicar taxas competitivas e seguir patamares internacionais de juros. Em suma, o banco reconhece que a competição externa torna até mesmo os juros subsidiados pelo Tesouro um mau negócio para países em desenvolvimento. O BNDES não soube responder, no entanto, por que optar pelo financiar a um custo mais barato fora do Brasil em vez de bancar mais obras em território nacional, que carece de infraestrutura.

O próprio presidente do BNDES, Luciano Coutinho, tem reconhecido que, depois da falsa bonança ocorrida nos últimos anos, em que o banco recebeu fartos aportes do Tesouro (mais de 400 bilhões de reais entre 2008 e 2014), as torneiras secaram. Diante da nova realidade de ajuste fiscal, o setor de infraestrutura deve ser penalizado e receberá menos crédito. A torneira secou aqui – e lá fora também.

Por Reinaldo Azevedo

 

 

Com obras paradas e Lava Jato, construção civil puxa alta do desemprego

Por Eduardo Gonçalves, na VEJA.com:

O segmento de construção civil perdeu 288.000 vagas de trabalho no trimestre encerrado em abril em relação aos três meses imediatamente anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Isso representa mais do que a metade do total de brasileiros que perderam o emprego no período – 511.000 pessoas. A atividade foi uma das responsáveis por acelerar o nível de desemprego no país para o patamar de 8%.

O atual cenário do mercado imobiliário explica o encolhimento do setor. Com a restrição ao crédito, juros elevados e a incerteza quanto aos rumos da economia, os brasileiros estão evitando contrair dívidas e fogem de produtos de maior valor agregado. Sem demanda para escoar os estoques, as construtoras estão paralisando ou desistindo de obras em todo o país. Aliado a isso, está o corte de investimentos por parte do governo na área de infraestrutura em função das medidas de ajuste fiscal.

Os desdobramentos da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras, também contribuíram para o fraco desempenho. A estatal teve obras interrompidas pela descoberta de irregularidades em contratos. E as maiores empreiteiras do país foram impedidas de participarem de novas licitações da petroleira, além de responderem a processos na Justiça para devolverem o dinheiro desviado. Isso têm impactado o caixa das companhias e levado algumas delas até a recorrem a pedidos de recuperação judicial.

“A queda nas vendas, a incerteza do emprego e o crédito menos disponível bateu direto na construção. E ainda teve o petrolão, que resultou em muita obra parada. O governo também não está conseguindo manter os investimentos em obras de infraestrutura”, avaliou o professor de Economia da Universidade de São Paulo e pesquisador do mercado de trabalho Helio Zylberstajn.

Depois da construção, o setor de comércio foi o que mais teve baixas em postos de trabalho, com 176.000 vagas a menos. Parte disso explicado pela inflação elevada, queda no consumo das famílias e o fraco desempenho dos segmentos de serviços e varejo. Em seguida, aparecem educação e indústria, com perda de 76.000 e 26.000 vagas, respectivamente.

Informalidade – Um dos dados que mais chamaram a atenção no levantamento do IBGE foi o aumento da informalidade. Tanto os empregos com e sem carteira assinada caíram, 1,1% e 3,6%, respectivamente. Na contramão dessa tendência, no entanto, o número de empregadores e trabalhadores por conta própria subiu 2,2% e 0,6%, respectivamente. “Sem trabalho disponível, as pessoas estão recorrendo ao empreendedorismo forçado. Ou seja, elas acabam montando uma ‘biboca’, indo vender comida na rua etc”, afirmou Zylberstajn.

Na explicação da pesquisa, o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE Cimar Azeredo afirmou que, além do aumento de pessoas que perderam o emprego, muitos brasileiros passaram a procurar trabalho pela primeira vez para complementar a renda familiar, que está cada vez mais comprometida com o quadro de recessão da economia brasileira. “Há dificuldade de permanência do emprego e de geração de novas oportunidades. Então, o cenário que se mostra hoje é de perda de emprego, perda de qualidade de emprego e remetendo a uma geração de trabalho focado na informalidade”, afirmou Azeredo.

Por Reinaldo Azevedo

 

Dilma nomeia irmão de Requião e Roberto Amaral para Itaipu

Por Felipe Frazão, na VEJA.com:

A presidente da República, Dilma Rousseff, nomeou como novos conselheiros da usina Itaipu Binacional (Brasil-Paraguai) o ex-presidente do PSB Roberto Amaral, dissidente no partido e ex-ministro (Ciência e Tecnologia) do governo Lula, e Maurício Requião (PMDB), irmão do senador Roberto Requião (PMDB-PR) e conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Paraná.

Os decretos de nomeação foram publicados nesta quarta-feira no Diário Oficial da União. Amaral e Maurício Requião devem ficar no cargo, inicialmente, até 16 de maio de 2016, mas podem ser reconduzidos ao mandato. Eles substituem os conselheiros Orlando Moisés Fischer Pessuti, advogado e filho do ex-governador paranaense Orlando Pessuti (PMDB), e o físico e engenheiro nuclear Luiz Pinguelli Rosa, ligado ao PT e ex-presidente da Eletrobrás quando Dilma era ministra de Minas e Energia.

Roberto Amaral e Maurício Requião vão receber salário de 20.804,13 reais para participar de ao menos seis reuniões anuais do Conselho de Administração de Itaipu, uma a cada dois meses. Além disso, também recebem remunerações variáveis como diárias de viagem e bônus por lucro, conforme ocorreu com o ex-conselheiro de Itaipu e ex-tesoureiro nacional João Vaccari Neto, réu por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. Vaccari deixou o posto de conselheiro em janeiro e foi substituído pelo secretário-geral da Presidência Giles Azevedo, assessor de confiança de Dilma. Nos últimos sete anos, Vaccari declarou à Justiça Federal renda bruta de 3,4 milhões de reais – mais da metade, cerca de 2 milhões de reais, vieram de rendimentos de Itaipu, cujo conselho integrava desde 2003.

Aliados – Roberto Amaral e Roberto Requião têm defendido posições próximas ao PT em seus partidos. Candidato a governador derrotado no ano passado pelo tucano Beto Richa, Requião declarou apoio à presidente Dilma e fez campanha ao lado dela no segundo turno, quando a presidente se reelegeu contra Aécio Neves (PSDB). O peemedebista também defendeu a indicação do novo ministro Luiz Edson Fachin, eleitor convicto de Dilma, ao Supremo Tribunal Federal.

Amaral, por sua vez, sempre foi contra a candidatura do PSB à Presidência e ao afastamento do partido do campo político de aliado ao PT. Após a morte do ex-governador pernambucano Eduardo Campos, em acidente aéreo em agosto, resistiu à substituição dele na cabeça de chapa da Presidência pela ex-senadora Marina Silva, então candidata a vice-presidente. No segundo turno, com a adesão de Marina e do PSB à candidatura oposicionista de Aécio, Amaral publicou carta aberta com críticas à aliança e disse que o PSB “jogava no lixo o legado de seus fundadores” com o movimento eleitoral.

Por Reinaldo Azevedo

 

 

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo, veja.com

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Acho que encontrei a solução para acabar com a corrupção no BraZil... FAZER UMA LEI PROIBINDO A CONSTRUÇÃO DE CAIXAS !

    A LEI é necessária, pois tudo para dar certo no BraZil, tem que ter uma lei que determine. Vocês viram a Lei que multa as pessoas que dirigindo falam ao telefone celular.

    NINGUÉM MAIS FALA AO TELEFONE CELULAR DIRIGINDO ! Enfim são tantas que iria passar uma vida para relatá-las e, a minha vida é curta.

    Ah! Voltando as caixas, quem não se lembra do mensalão, de inicio se chamou de "caixa-dois", depois um contador meliante, ou meliante contador, aqui vale a máxima: "A ORDEM DOS FATORES NÃO ALTERA O PRODUTO", soltou a pérola: "recursos na contabilizados" e, todos foram para a prisão; foram soltos, mas são meliantes ex-presidiários, isto ninguém pode negar.

    Agora no "petrolão" surgiu uma nova "caixa": O recurso que iria ser "propina" é depositado como doação ao partido pelas empresas e, as prestações de contas são auditadas e aceitas pelo TSE.

    Agora surge uma outra onda em abrir a CAIXA PRETA do BNDES, veja parece que todos os problemas estão contidos em "CAIXAS", vamos acabar com isso.

    De nada adianta querer acabar com o mundo do crime, quando os criminosos é que fazem as leis para penalizar o infrator, então o melhor a fazer é:

    PROIBIR A CONFECÇÃO DE CAIXAS !!!

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