Brasil só vai passar a limpo essa fase podre do lulopetismo quando chegar ao verdadeiro chefe do esquema

Publicado em 10/06/2015 16:15
por Rodrigo Constantino, de veja.com

Brasil só vai passar a limpo essa fase podre do lulopetismo quando chegar ao verdadeiro chefe do esquema

Duas empresas vinculadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberam, entre 2011 e 2013, 4,53 milhões de reais da empreiteira Camargo Corrêa, gigante da construção e um dos alvos da Operação Lava Jato, que desmantelou uma quadrilha que atuava sangrando os cofres da Petrobras. Laudo da Polícia Federal registra que a empreiteira pagou três parcelas de 1 milhão de reais cada ao Instituto Lula entre dezembro de 2011 e dezembro de 2013 e mais 1,527 milhão de reais para a LILS Palestras Eventos e Publicidade, também do petista, entre setembro de 2011 e julho de 2013.

Será que encontraram o batom na cueca do Lula? Será que o Brasil mostrará maturidade a ponto de investigar mais a fundo o “pai dos pobres” (de fato, pela quantidade de pobreza que seu populismo ajudou a parir, ele merece o título)? Ninguém pode acreditar que a sabedoria de Lula era o produto comprado pelos clientes que pagavam tão caro por suas palestras. Lula se mostra um “empresário” tão bom quanto Zé Dirceu, o “melhor” consultor do país, quiçá do mundo, a julgar pela remuneração de seu “trabalho”. Qual o segredo de Dirceu? E qual o segredo de Lula também?

Quando Erenice Guerra, a então “braço-direito” de Dilma, caiu após escândalo divulgado pela revista VEJA, gravei um vídeo celebrando a notícia, mas lamentando que “o chefe” continuava intocável.

Lula sempre gozou de uma espécie de “salvo-conduto”, de blindagem plena, de efeito Teflon, pois tinha a popularidade a seu favor, os “intelectuais” todos que, como Marilena Chaui, acham que o mundo se ilumina quando o ex-metalúrgico abre a boca, os sindicatos, a UNE, o MST, muitos jornalistas na imprensa chapa-branca. Enfim, Lula sempre foi deixado em paz, nunca o pressionaram de verdade, nunca cobraram maiores explicações, pois tinham medo, conivência.

Alguns poucos tinham coragem de cobrar mais investigações e a eventual punição daquele que, ao que tudo indicava, era o verdadeiro chefe do esquema todo. Quando a Operação Lava-Jato avançava, com a chance de um empreiteiro colocar a boca no trombone, cheguei a escrever umtexto conclamando-o a entregar o chefão, o capo.

Mas muitos ainda temem Lula. Cada vez menos gente, é verdade, pois seu poder esvanece a cada dia. Sua popularidade dependia do crescimento chinês, do preço das commodities, do crédito abundante no país. Como já cheguei a comparar aqui, Lula estava para a política como Eike Batista para a economia. O toque de Midas era uma ilusão de ótica, nada mais.

O Brasil carrega uma mancha, uma sombra, que terá de ser dissipada eventualmente. Sem dizer que são a mesma coisa, pois sem dúvida não são, a fase podre do lulopetismo terá de ser passada a limpo como os italianos fizeram com o fascismo de Mussolini e os alemães com o nacional-socialismo de Hitler. São períodos vergonhosos que esses povos tiveram que tratar numa espécie de “divã coletivo”, para poder superar a vergonha do passado e seguir adiante.

O PT vem destruindo o Brasil há anos, e basta bom senso para perceber. Mas muitos ficaram anestesiados com as verbas públicas que jorravam do governo, com o mito do metalúrgico humilde que chegara ao poder, com o populismo escancarado. A grana acabou, a maré baixou, e todos viram o óbvio: que o PT nadava completamente nu. Nesse contexto, os fatos ganham nova visibilidade, e a questão ética retorna ao centro dos debates.

O povo brasileiro ignorou por tempo demais essa quadrilha no poder, os infindáveis escândalos de corrupção, o cinismo dos canalhas. Mas agora que a inflação come boa parte do salário, que a ameaça de desemprego bate à porta, que o clima de crise se instalou geral, as pessoas voltam a olhar para esses fatores e ficam revoltadas. É a chance que o Brasil tem de passar a limpo o lulopetismo, essa podridão toda que além de institucionalizar a corrupção no país, banalizou-a.

Esse objetivo só será alcançado no dia em que “o chefe” pagar por tudo que fez. Resta saber se os envolvidos na Operação Lava-Jato terão a coragem e a independência para seguir adiante, para apurar nos mínimos detalhes essa relação mais que suspeita entre Lula e os empreiteiros. Resta saber se a imprensa, dessa vez, fará sua parte. Ninguém deve ser intocável numa democracia republicana. Ninguém!

Rodrigo Constantino

 

Lula x José Dirceu: “A cota do chefe sempre é a maior”

lula-com-dirceu-veja.abril_.com_.br_-440x294Ronaldo Caiado (DEM-GO) reagiu no Facebook à notícia de que a Camargo Corrêa pagou R$ 3 milhões ao Instituto Lula e mais R$ 1,5 milhão como “Bônus Eleitoral” para a empresa “de palestra” do petista:

“Mais claro que isso para demonstrar quem foi o verdadeiro operador do esquema desbaratado na Lava Jato, só desenhando”, escreveu o senador.

“Ora, ‘bônus eleitorais’ é uma excelente forma de apresentar à contabilidade aquilo que o Petrolão é: uma propina achacada de grandes empresas para que elas continuassem a fazer parte do clube do bilhão do PT.

Se era ‘bônus’, é porque garantiria retorno.

E se era ‘eleitoral’, é porque esse retorno se daria mediante a eleição do PT via caixa 2.

Mas tudo isso a Justiça já sabe.

O modelo de falsos pagamentos de palestras é o mesmo adotado por José Dirceu para forjar uma via legal de recebimento de propina.

Mas com Lula não se resumiu a isso, ele foi além: já se sabe que os mimos que as empresas também fizeram incluíram a reforma completa de sua mansão em Atibaia [paga pela OAS] e viagens de jatinho pelo mundo [pagas por Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht].

A cota do chefe sempre é a maior.”

De fato, o pobre Dirceu arrecadou “apenas” 866 mil reais.

Só a viagem do lobista Lula a Maputo, em Moçambique, em novembro de 2012, acompanhado do presidente da Camargo Corrêa, Luiz Nascimento, saiu quase pelo mesmo valor:

- 815 mil reais, pagos ao Instituto Lula em dezembro daquele ano, de acordo com as planilhas apreendidas pela Operação Lava Jato.

Paulo Okamotto, sócio de Lula no Instituto, também integrou sua comitiva, assim como os presidentes da Vale, da Eletrobras e da Petrobras Biocombustíveis, além da dupla onipresente Franklin Martins e Fernando Morais.

guebuza1Na ocasião, Lula não apenas deu uma palestra, mas também se reuniu com o então presidente moçambicano, Armando Guebuza (foto), e defendeu os interesses da Camargo Corrêa nas obras da hidrelétrica de Mphanda Nkuwa.

Em seus negócios internacionais, muitas vezes em países de delicado cenário político, como explicava a Exame dois anos atrás, Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht comumente enfrentam resistências das populações locais sobre os benefícios da presença delas em território fora do Brasil.

Um telegrama da embaixadora brasileira, publicado pela Folha, mostrava que Lula podia ajudar a diminuir essa resistência. Ela esclarecia que a missão do petista era “colaborar na mudança de percepção local sobre as empresas de capital brasileiro”.

Para isso, o lobista número um do Brasil recebeu da Camargo Corrêa 4,5 milhões de reais, 1,5 milhões a mais que a Costa Global, de Paulo Roberto Costa, indicado por Lula para a Petrobras.

Sim: a cota do chefe sempre é a maior.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Máquina de destruição em massa: inflação atinge maior patamar desde 2003. Ou: PT = Perda Total

O Brasil sob o comando do PT

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)atingiu a marca de 8,47% no acumulado de doze meses até maio, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Trata-se do pior resultado para esta base de comparação desde dezembro de 2003, quando fechou o ano em 9,3%. É o PT seguindo com determinação sua meta de destruir o Brasil.

Só refrescando a memória do leitor: nossa meta de inflação, que já é elevada para padrões internacionais (mesmo de emergentes), é de 4,5% ao ano. Há uma banda de dois pontos percentuais para baixo (risos) e para cima, em caso de crises temporárias e esporádicas. Ou seja, o teto da banda seria 6,5% ao ano, mas jamais deveria ser visto como um patamar normal e aceitável.

Pois bem: estamos com 8,5% ao ano de inflação! E a tendência é de alta, sendo que ela jamais ficou abaixo do teto da meta por muito tempo. O governo Dilma, portanto, sempre enxergou o 6,5% como uma maravilha, como o piso da meta. Na verdade, rasgou qualquer meta, deixou a coisa correr solta, pois nunca entendeu economia para compreender o que causa inflação de fato.

A turma da Unicamp deve coçar a cabeça, perplexa. De onde vem tanta inflação, meu Deus? Não adianta perguntar a Ele. Mas basta perguntar a qualquer economista sério. A inflação é o resultado de uma política monetária frouxa, somada a uma política fiscal expansionista. Trocando em miúdos: taxa de juros abaixo do que deveria, crédito abundante e gastos públicos crescentes. Inflação é uma política de governo, uma decisão, uma escolha. O PT escolheu essa alta inflação.

Quem mais sofre com ela, desnecessário dizer, são os mais pobres. Inflação é um imposto disfarçado que avança sobre o salário, sobre o poder de compra da moeda no supermercado, no restaurante, no carro ou ônibus, em todo lugar. Com a ameaça constante do desemprego, ninguém tem poder de barganha para pleitear aumento de salário, à exceção de alguns sindicatos poderosos e organizados. Resultado: todos estamos perdendo quase 10% de salário ao ano! E que celebrem aqueles que, ao menos, continuam empregados!

É o que o PT, uma espécie de máquina de destruição em massa, fez com o Brasil. Alguém fica surpreso com o sumiço dos eleitores de Dilma? Eles desapareceram! Não se vê mais com tanta frequência aquele “intelectual” defendendo Dilma, aquela psicanalista elogiando o foco nos mais pobres da “presidenta”, aquele artista aplaudindo a “competência” do governo. Também, pudera! Essa turma está com medo de ser linchada em praça pública…

PT quer dizer Partido dos Trabalhadores, o que é uma piada de mau gosto quando vemos a quantidade de vagabundos que usa a política apenas para se encostar no estado, para obter alguma teta estatal e parasitar. Mas nunca uma sigla foi tão adequada para descrever a realidade. Como todos sabem, quando um carro bate e o estrago é muito grande, costumamos dizer que ocorreu “PT”, ou seja, “perda total”. É o quadro brasileiro hoje. Parabéns, PT. E parabéns, eleitores do PT.

PS: Quando a euforia com o Brasil estava no auge, eu fiz várias palestras repetindo uma metáfora politicamente incorreta, mas que se mostrou bastante acurada agora. Eu dizia que o Brasil era como um Gurgel, aquele carrinho nacional, andando a 140 km/h, numa estrada toda cheia de buracos, pilotado por uma mulher sem nenhuma habilidade e com um co-piloto cachaceiro. Já era possível ver tudo trepidando, e não era preciso ser um gênio para prever onde isso ia parar: num muro!

Rodrigo Constantino

 

Popularidade de Dilma (8%) está abaixo da inflação (8,47%)

alx_consumo_244a2802_originalSe há uma coisa abaixo da inflação no Brasil, é a popularidade de Dilma Rousseff.

Apenas 8% dos brasileiros consideram seu desgoverno ótimo ou bom, segundo pesquisarecebida pelo Palácio do Planalto.

Já a inflação atingiu 8,47% em 12 meses, segundo o IBGE, o pior índice desde 2003, ano em que Lula assumiu o poder.

A conta de luz voltou a puxar o resultado para cima; e os preços dos alimentos e bebidas foram os que mais subiram no mês de maio.

Para os parâmetros definidos pelo governo, a inflação está muito acima do planejado. Já estourou o centro da meta para o ano todo, de 4,5%, e caminha para superar o teto dela, de 6,5%, como informou o site de VEJA.

A distância entre a promessa de Dilma e a realidade do país é cada vez maior.

Se o TCU não rejeitar as contas de 2014 e abrir caminho para o impeachment, o Brasil vai – literalmente – pagar cada vez mais caro por ter permitido esse desastre.

Inflação Dilma

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Recordar é viver: um esquerdista analisa minha análise e garante: o Brasil não terá crise até 2030!

Um leitor mandou um vídeo de 2010 de um tal de Sapoia, criticando minha análise feita em uma palestra também de 2010 na qual eu previa uma grande crise brasileira nos próximos 3 a 5 anos (bullseye!). Eu poderia simplesmente ignorar a coisa, mas ela é tão útil para mostrar as falácias esquerdistas que merece ser divulgada. No mais, o vídeo teve mais de 5 mil visualizações, e só de lembrar quanta gente me acusava de maluco nessa época, no auge da euforia com o Brasil, dá um sabor especial à volta ao passado. Recordar é viver: se a esquerda morre de medo do que disse no passado, o mesmo não ocorre com os liberais. Vejam um trecho da minha palestra, depois a crítica do Sapoia:

Notem que ele apela para a velha tática esquerdista de monopolizar as virtudes: a esquerda defende os pobres, a direita liberal, os ricos, os bancos, o capital. Pois é: quem estava certo? Quem, no fundo, defendia o melhor para os mais pobres? Com certeza não aquele que aplaudia as medidas do governo do PT, não é mesmo?

Alguns podem alegar que é covardia bater no Sapoia, que ele não fala em nome da esquerda, que é um “João ninguém”. Não é bem assim: ele pode ser um ilustre desconhecido, mas o discurso é bem padrão. E não foram poucos os “renomados” economistas que riram das previsões pessimistas dos liberais.

No final de 2011, por exemplo, quando a ficha ainda não tinha caído para os “keynesianos de quermesse”, participei de um debate sobre Hayek vs Keynes na Academia Brasileira de Letras, organizado pelo IBMEC, em que explico de forma sucinta a Teoria Austríaca de Ciclos Econômicos (TACE), situando-a na crise econômica atual. Do outro lado, um professor da UERJ, Luis Fernando de Paula, um doutor pela Unicamp que se recusou a participar de qualquer outro debate comigo, pois eu não tinha doutorado (melhor do que ter um pela Unicamp em economia, não é mesmo?). Na ocasião, ele aplaudia o governo e descartava qualquer crise séria, enquanto eu explicava o que estava por vir:

Como podemos ver, os liberais não temem mexer no passado, nas previsões e análises de antes, enquanto tudo que a esquerda deseja é o esquecimento do que foi dito. Isso, por si só, já diz muito sobre cada um dos lados…

Rodrigo Constantino

Maioridade penal: a falácia do Nirvana. Ou: A guerra contra o crime fracassou? Então soltem todos os bandidos!

A prisão brasileira é uma triste realidade que precisa ser muito melhorada. Mas ainda é melhor do que deixar assassinos soltos...

A prisão brasileira é uma triste realidade que precisa ser muito melhorada. Mas ainda é melhor do que deixar assassinos soltos…

A esquerda em geral possui uma forte marca registrada, que é sempre comparar uma realidade imperfeita com uma utopia, uma fantasia. É puro romantismo, quando não canalhice deliberada. Mesmo após inúmeras experiências catastróficas do socialismo em todos os continentes, vários esquerdistas repetem, por exemplo, que o socialismo não fracassou, pois nunca existiu de verdade. Ou seja, continuam em busca da ilusão, e condenando todas as falhas do mundo real como se fossem o resultado do capitalismo ou da falta de socialismo.

Chama-se falácia do Nirvana tal prática. Na questão da maioridade penal ocorre o mesmo fenômeno. As prisões são universidades do crime, a redução da maioridade penal não vai solucionar nada, a guerra contra as drogas fracassou, etc. Mas, por trás desse tipo de “argumento”, há essa falácia escancarada: falhou em relação ao quê? Qual a alternativa concreta, real, que ofereceu melhores resultados? Eis um debate sério, quase sempre evitado pela nossa esquerda.

Então a guerra contra as drogas fracassou? Pode até ser que sim. Mas é preciso qualificar o debate, mostrar logicamente uma opção melhor, e de preferência empiricamente também. Não basta dizer que falhou porque o tráfico continua, pois isso seria o mesmo que dizer que a guerra contra o crime em geral falhou, pois ainda há crimes. Se for assim, a Lei Maria da Penha, tão celebrada, fracassou, pois mulheres continuam sendo vítimas de machistas agressivos. Se for por essa linha de raciocínio, todas as leis contra o crime fracassaram, pois o crime não foi extirpado.

E aqui vem a grande incoerência dessa esquerda: pregar como solução para tudo “mais educação”, sem entrar no mérito da questão, nos detalhes, na prática. Ora, qual educação? Se for apenas jogar mais recursos públicos nesse modelo atual, parece evidente que ele sim, fracassou, e com vontade. Afinal, o Brasil está na rabeira dos rankings internacionais de ensino, e tantos bilhões do governo investidos em escolas públicas não serviram, até agora, para reduzir a criminalidade.

Percebe-se, portanto, como é desonesto atacar uma realidade imperfeita (a redução da maioridade não vai solucionar o problema da criminalidade de menores, a guerra contra as drogas fracassou, etc.) e ignorar a alternativa real, para abraçar alguma utopia não-testada (ou não-testável) qualquer. Isso é postura de quem quer tergiversar, fugir do debate, preservar uma imagem de sensível sem levar em conta os efeitos práticos de suas crenças.

Em artigo de opinião na Folha, o deputado Laerte Bessa, relator da Comissão Especial de Redução da Maioridade Penal da Câmara dos Deputados, defende que tal redução seria basicamente para punir aquele criminoso que hoje fica impune, não para “solucionar” o problema da criminalidade. Diz ele:

Os críticos da redução da maioridade penal dizem que ela não vai acabar com a criminalidade. Provavelmente estão certos. Pode ser que ela diminua, mas não se trata disso. Punir criminosos com cadeia não tem a ver com impedir que outros cometam crimes. Serve para punir quem cometeu o delito.

Exato. Até acho que reduz ou impede outros crimes sim, pois o clima de impunidade é o maior convite à criminalidade, e à medida que os potenciais marginais souberem que seus atos terão maiores chances de serem punidos com severidade, pensarão duas vezes antes de praticá-los. Quantos traficantes brasileiros será que vão arriscar a sorte na Indonésia depois da execução de um deles?

Mas essencialmente o que se pede é que o marginal que cometeu crimes hediondos pague por eles, ponto. Ou seja, queremos o fim da impunidade. Ninguém diz que a redução da maioridade é uma solução para o crime, pois isso simplesmente não existe.

Quem insiste nesse discurso, portanto, bate num espantalho. E deveria ter o ônus de fornecer, então, a “verdadeira solução” para o crime. Se repetir que é “mais educação”, terá de explicar como exatamente, com base em dados reais e concretos, uma vez que esse modelo atual de nada tem adiantado. Repetir expressões bonitas, mas vazias, pode servir para ganhar algumas curtidas nas redes sociais, para conquistar um coração mole de uma jovem idealista ou para receber elogios dos pares igualmente românticos. Mas não vai resolver o problema real, nem mesmo mitigá-lo.

Por fim, podemos apelar para um reductio ad absurdum para mostrar como é ilógica a postura dessa esquerda. Se sempre condenam a “guerra contra o crime”, a polícia em si, as prisões (universidades do crime), e insistem em tratar os marginais como “vítimas da sociedade”, então que tal tirarem a máscara e passarem a defender logo de uma vez a soltura de todos os presos? Se punição não adianta, se prisão não serve, se polícia atrapalha e mata, então é simples: soltem todos os presos de uma vez!

Os diretórios do PT e do PSOL ficarão abarrotados de novos membros, provavelmente, mas qual será o efeito para a sociedade? Pois é. Talvez seja mais prudente insistir na guerra contra o crime usando a polícia e as prisões, não é mesmo? Ainda que seja algo totalmente imperfeito. Já que perfeição não existe no mundo real, a postura de pessoas maduras deve ser comparar alternativas concretas. Punir assassinos ainda me parece uma opção mais correta, justa e eficiente do que deixá-lo solto.

Rodrigo Constantino

 

Esquerda e direita: separando o joio do trigo

Esquerda direita

Os termos “esquerda” e “direita” geram muita confusão, a ponto de várias pessoas preferirem ignorá-los, considerá-los coisa do passado. Todo rótulo é simplista e, portanto, limitado. Não é possível encaixar uma visão de mundo inteira em apenas dois opostos, pois toda uma região intermediária fica esquecida. No mais, os termos tinham uma significação mais óbvia em sua origem, na Revolução Francesa, o que ainda influencia muita gente: esquerda é “povo”, enquanto direita é “aristocracia”. Todo cuidado é pouco, portanto.

Dito isso, não sou dos que preferem jogar fora os conceitos. Acho que devem ser usados sim, com cautela. Tenho opinião parecida com a de João Pereira Coutinho, que tratou do assunto em sua coluna desta terça na Folha. Coutinho não se importa de se dizer de direita, um conservador, mas faz questão de qualificar o termo, para separar o joio do trigo. Diz ele, expondo aquilo que considera a boa direita, contra as acusações frequentes de autoritarismo e reacionarismo:

O reacionarismo de Joseph de Maistre ou Louis de Bonald; a hostilidade de ambos ao individualismo (e, surpresa das surpresas, ao capitalismo) não pode ser confundida com uma direita “liberal”, seja ela conservadora ou não, que passou a marcar o ritmo das sociedades democráticas em que vivemos.

Na sua vocação antiautoritária (seja contra o alegado “direito divino dos reis” dos séculos 17 e 18 ou contra os “direitos divinos” de criminosos como Hitler ou Stálin no século 20); na sua defesa constitucional de que uma comunidade política é regida por leis, não pelo capricho de um homem; no seu individualismo filosófico (a afirmação de que os indivíduos têm direitos que não podem ser esmagados pelo coletivo); e até na sua tolerância perante diferentes concepções do bem (Alan Ryan, no recente “On Politics”, considera mesmo a tolerância dos liberais o valor mais importante da tribo), confundir esta direita com os seus primos bastardos só é possível por ignorância ou má-fé.

[...]

Estranhamente, aquilo que encontro nos meus pares é uma direita cansada do abuso político e da corrupção econômica. E que procura resgatar para o Brasil os valores “liberais” clássicos –repito: individualismo, constitucionalismo, antiautoritarismo e tolerância– que são moeda corrente na cidade, no país e no continente onde, ironia das ironias, o ilustre sociólogo marxista escolheu para morar.

A esquerda também pode ser separada entre aquela revolucionária, socialista, radical, e a outra mais moderada, social-democrata, “progressista”. Sou crítico de ambas, naturalmente, mas com a última há possibilidade de diálogo; com a primeira, não. Quando a ala dos radicais chama a ala mais moderada de “neoliberal”, por exemplo, está agindo de má-fé. O PSDB seria visto como representante da esquerda social-democrata em qualquer país civilizado do mundo; aqui, é “acusado” de ser conservador, reacionário, “neoliberal” (como se fosse tudo sinônimo).

Quem não quer debater com a direita de boa estirpe, aquela liberal clássica ou conservadora nos moldes britânicos, prefere criar um espantalho e jogar todos na mesma vala comum, como se os reacionários e autoritários fossem representantes de toda a direita. É como se não fizéssemos, do lado de cá, distinção entre os tucanos e os petistas, pois são todos de esquerda. Apesar da pusilanimidade irritante da “oposição” tucana, o fato é que o PSDB representa uma esquerda bem mais civilizada do que o PT, camarada de ditadores comunistas e de “revolucionários” marxistas (marginais, na verdade, como as Farc e o MST).

Clamar por regime militar, destilar homofobia por aí, ignorar o estado democrático de direito para pedir linchamento público de marginais por justiceiros, idealizar um passado distante em que tudo era uma maravilha, essas são bandeiras de uma direita ultrapassada, antidemocrática, que nada tem a ver com aquela liberal ou conservadora. Com o avanço dos “progressistas” radicais, com uma agenda de intenso relativismo moral, com o petismo no poder, é até compreensível o desespero de alguns, que leva a tais clamores ensandecidos. Mas não é justo misturar essa direita com a outra, da mesma forma que não é justo dizer que toda esquerda é socialista revolucionária.

Por fim, acho graça quando alguns dizem que essa esquerda nem mais existe, que é paranóia de quem vive preso na Guerra Fria. Essas pessoas devem viver em Marte, não no Brasil, dominado pelo PT, cujo novo congresso fala abertamente em “construir uma pátria socialista”, assim, com todas as letras, demandando imposto sobre “fortunas” e sempre mais estado em nossas vidas. Quem alega que esquerda não quer dizer mais socialismo não deve conhecer o Foro de São Paulo, o Mercosul atual, a Venezuela, a reverência que tantos idiotas úteis ainda têm por Cuba.

O ideal, como já cansei de repetir, é que a direita decente se comunicasse de forma civilizada com a esquerda moderada, rejeitando ambos os extremos. O problema é que nossa esquerda moderada é covarde demais, e parece ter medo de enfrentar com rigor seus “colegas” radicais, assim como morrem de medo de serem confundidos com os reacionários de direita. O resultado é que cada vez mais a direita com viés autoritário ocupa esse espaço vazio, esse vácuo que deveria ser preenchido pela esquerda civilizada e pelos liberais e conservadores de boa estirpe, como em toda nação desenvolvida.

Aqui, o radicalismo petista, visto como “moderado” pelos néscios, acabou parindo uma direita mais raivosa e autoritária, cansada de tanto abuso e da negligência da “oposição”. Se os democratas não lutarem realmente pela democracia, que não sobreviverá se depender do PT, então a resposta do outro lado será cada vez mais violenta. De tanto acusar os liberais, os conservadores e até os social-democratas de “extrema-direita”, a esquerda radical acabará atraindo a verdadeira extrema-direita ao poder. Depois não vai adiantar ficar chorando…

PS: Um claro exemplo disso é a questão da maioridade penal, cuja redução a imensa maioria do povo brasileiro deseja, cansada da impunidade e da criminalidade. Não é uma bandeira da “extrema-direita”, e sim do bom senso, moderada, algo que existe na maioria dos países civilizados, com idades menores para punição de crimes. Mas aqui até o PSDB se une ao PT para negociar uma alternativa, virando as costas ao povo. Vão conseguir, com isso, fomentar respostas cada vez mais radicais, de pessoas que, em condições normais de temperatura e pressão, não agiriam dessa forma. Reduzir para 16 anos a idade penal é o mínimo que se espera, e isso não é uma pauta “reacionária” ou da “extrema-direita”, a menos que esses beócios estejam preparados para afirmar que a Suécia é um país de extrema-direita!

Rodrigo Constantino

 

Programa ferroviário é ineficaz enquanto existir a estatal Valec

Fonte: GLOBO

Com muita fanfarra, o governo Dilma anunciou seu novo programa de crescimento, focado nas ferrovias. Mas não atacou o cerne da questão: a estatal Valec, envolta em escândalos de corrupção. Em reportagem de José Casado, o GLOBO mostra como o TCU listou irregularidades no programa de concessão de ferrovias:

Há duas semanas, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu fazer uma advertência formal à Casa Civil da Presidência da República, ao ministério e à agência de transportes terrestres sobre o bilionário programa de investimentos em ferrovias, apresentado nesta terça-feira pelo governo — o terceiro desde 2007.

“É insuficiente o grau de governança da política pública do ‘Programa de Investimentos em Logística/Ferrovias’” — avisou o tribunal listando irregularidades encontradas durante oito meses de auditoria no ministério, na agência, nas estatais Valec Engenharia e Empresa de Planejamento e Logística, responsáveis pelo plano.

As fragilidades detectadas, acrescentou, “poderão comprometer a viabilidade econômico-financeira do programa — e por consequência a sua efetividade — e das outorgas de concessões, permissões ou autorizações decorrentes. Se traduz, em última análise, em risco de desperdício de recursos e de entraves ao desenvolvimento nacional”.

Ao aprovar essa advertência pública ao governo federal, na segunda-feira, 25 de maio, os ministros do tribunal fizeram questão de registrar em ata um aviso adicional sobre futuras auditorias em concessões ferroviárias: “Na hipótese de permanência do cenário evidenciado, a falta de estudos técnicos e econômicos será levada em consideração quando da fiscalização dos processos de outorgas de concessões, permissões ou autorizações baseados no modelo do ‘PIL/Ferrovias’, e (o TCU) poderá indicar manifestação desfavorável.”

Ou seja, o novo bebê de Rosemary, digo, de Dilma, já nasce doente. É tudo feito nas coxas, meia bomba, para gerar factoides ou para criar novos mecanismos de desvio de recursos públicos, o esporte preferido do PT, pelo que vemos de escândalos nos últimos anos. Os números anunciados são bilionários, sempre de olho na propaganda. Mas falta o mínimo de transparência, de competência e de cuidado do lado estatal.

Em Privatize Já, dediquei um grande capítulo ao setor ferroviário, mostrando como o entrave é justamente a estatal Valec, a presença ainda forte do governo. Segue um trecho:

A história das ferrovias no Brasil começou com Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, empreendedor de visão que conseguiu uma concessão de Dom Pedro II para a construção e exploração do primeiro trecho de interligação ferroviária do país. Isso ocorreu em 1854, e desde então o setor viveu momentos de altos e baixos.

Em 1858 foi inaugurada a segunda estrada de ferro, em Pernambuco, marcando a entrada dos ingleses no setor. A Inglaterra já era palco de acelerado crescimento da malha ferroviária, desde o sucesso comercial da Stockton and Darlington Railway, em 1825. Desde então, ricos investidores foram atraídos ao setor pelos bons dividendos, e passaram a investir pesado em novas linhas. Se em 1830 havia somente 100 milhas de ferrovia no país, em 1860 este número já superava as 10 mil milhas.

[...]

Nos Estados Unidos, foi o setor privado quem fez a construção das ferrovias deslanchar também. Em 1832, foi inaugurada na Filadélfia a fábrica de locomotivas Baldwin Locomotive Work, que se transformou na mais importante do mundo. Seu fundador, Mathias Baldwin, era um joalheiro, que ficou famoso pelas locomotivas a vapor que construiu.

O grande nome do setor seria James J. Hill, que ficou conhecido como “o construtor de impérios”, tamanha sua voracidade na expansão das ferrovias de sua propriedade. Entre 1883 e 1889, Hill construiu várias ferrovias importantes, apesar de todos os obstáculos, muitos criados pelo próprio governo.

[...]

De volta ao Brasil, a exportação de café foi fator determinante no surgimento de novas ferrovias, sempre cruciais para o escoamento dos produtos para o mercado internacional. Sem uma infraestrutura decente e uma logística de ponta, país algum é competitivo no mundo globalizado.

Os grandes problemas do setor começaram na Era Vargas, que decretou medidas intervencionistas, como o controle de tarifas e a taxação da importação de trilhos. Junto com isso, o crash da Bolsa de Nova York, o negócio azedou. Para piorar a situação, o Plano Nacional de Viação, de 1944, lançava as ferrovias em uma concorrência desleal e artificial, capitaneada pelo estado, que apostava pesado no transporte rodoviário, mais ineficiente.

Em 1957, começaria a funcionar a Rede Ferroviária Federal, com a incorporação de 22 estradas de ferro em péssimo estado. Parece justo o título de “pai dos pobres” para Getúlio Vargas, tamanha a quantidade de pobres que seu populismo nacionalista pariu.

A malha ferroviária nacional foi reduzida de 37 mil para 29 mil quilômetros, tendo sido concedidos quase a totalidade deles, por meio de leilões realizados a partir de 1996, para concessão à iniciativa privada. Mesmo em condição precária, com boa parte sendo sucata, começava a surgir uma luz no fim do túnel. E não era um trem em nossa direção.

Bastou tirar a administração dessas ferrovias do estado e passá-la para o setor privado, que a melhora foi dramática. Os acidentes despencaram mais de 80% desde então, enquanto o volume de carga transportada mais que dobrou.

[...]

Voltando às ferrovias privatizadas, o desempenho das empresas gerou uma arrecadação de R$ 2 bilhões para o governo federal entre 1997 e 2003, enquanto nos dez anos que antecederam a desestatização, o setor acumulou um déficit para os cofres públicos de quase R$ 4 bilhões.

Desde 1997 até 2011 foram investidos R$ 30 bilhões nas malhas ferroviárias existentes concedidas à iniciativa privada. Para 2012, devem ser investidos mais de R$ 5 bilhões. O volume total de carga transportada aumentou quase 90% desde então. A produção ferroviária, medida pela TKU (Tonelada Quilômetro Útil Transportada), mais que dobrou neste período, com uma taxa anual de crescimento de 5,5%, bem acima do PIB.

A América Latina Logística (ALL), sozinha, investiu quase R$ 4 bilhões no Brasil de 2007 a 2011. A carga transportada pela empresa de 1997 a 2011 teve um crescimento de 7 vezes! A MRS Logística experimentou incremento de quase 80% entre 2003 e 2011. A empresa investiu mais de R$ 1 bilhão apenas em 2011. No mesmo ano, ela foi classificada pela revista Exame como uma das 150 melhores empresas para se trabalhar. Seus mais de 5.500 colaboradores (eram 2.600 em 2003) não têm do que reclamar da privatização.

[...]

Por outro lado, a parte do setor que continua sob os cuidados do governo vai de mal a pior. A estatal Valec, responsável pela construção da Norte-Sul, fez um levantamento em junho de 2012 que apontou uma necessidade de despesa extra na casa dos R$ 400 milhões para consertar falhas na estrutura e nos trilhos.

Erros grosseiros foram encontrados, tanto nos trilhos como nos pátios logísticos. O atual presidente da empresa, José Eduardo Castello, declarou em entrevista ao jornal Valor Econômico: “Tocaram os trilhos e não fizeram os pátios, ou seja, hoje não tenho onde carregar o trem. Ainda que toda a linha estivesse pronta, não teria onde estacionar para receber e entregar a carga”.

A ferrovia teve sua construção iniciada em 1987, durante o governo Sarney. Duas décadas depois de total abandono, as obras foram retomadas em 2007, ano em que a Vale assumiu, por R$ 1,4 bilhão, em pleno governo do PT (como veremos mais à frente) a concessão dos mais de 700 quilômetros da parte norte da ferrovia.

Com cerca de dois mil trabalhadores envolvidos nas obras e com um orçamento total de US$ 6,7 bilhões, a Norte-Sul é um dos maiores empreendimentos de transporte do mundo. Não surpreende mais nenhum leitor deste livro o fato de que tantos recursos sob controle estatal produzam atrasos, superfaturamento e claros sinais de incompetência.

O Tribunal de Contas da União (TCU) tem acompanhado de perto as obras, chegando a recomendar sua paralisação por conta de irregularidades encontradas. Em 2010, o TCU exigiu que a estatal Valec fizesse a correção de diversos itens do edital da ferrovia, levando a uma redução de quase R$ 170 milhões no orçamento original. O TCU verificou que o dormente, para dar um exemplo, custava R$ 300 para a estatal, enquanto na Transnordestina, negócio privado, ficava por R$ 220.

A polícia já constatou superfaturamento de pelo menos R$ 129 milhões só na construção de trechos da ferrovia em Goiás. A apuração trecho a trecho aponta sobrepreço de 20% no orçamento inicial. O ex-presidente José Francisco das Neves, o Juquinha, chegou a ser preso pela Polícia Federal na operação “Trem pagador”, no começo de julho de 2012.

Ele comandou a empresa de 2003 a 2011, período em que seu patrimônio deu um salto espetacular. Quando chegou à Valec, Juquinha tinha patrimônio declarado de R$ 1,5 milhão, e o último dado somava R$ 18 milhões, sendo que, pelos cálculos dos investigadores, só os bens identificados até o momento da prisão chegavam a R$ 60 milhões!

O próprio governo Dilma reconheceu o fracasso total do modelo de atuação da Valec, que vinha conduzindo de forma direta os investimentos da União na expansão da malha ferroviária do país. Em meados de agosto de 2012, o governo decidiu reformular seu papel, retirando da Valec a administração dos investimentos. A estatal passou a ser um órgão de gestão e fiscalização das ferrovias.

Como a mentalidade do governo petista ainda é muito estatizante, a Valec vai garantir a compra da carga dos projetos privados. Isso significa, na prática, socializar eventuais prejuízos, enquanto os lucros permanecem privados. O PT não conseguiu se livrar totalmente de seu ranço estatizante, mesmo dando passos à frente.

Como podemos ver, o ranço permanece. O PT faz concessões tímidas ao bom senso, com as concessões ao setor privado, uma forma de privatização. Mas o faz de forma equivocada, pouco transparente, com muita presença estatal ainda, e claro, de olho apenas no populismo da medida, na propaganda. Foi assim com os PACs, será assim com o PIL. É o Programa de Aceleração da Corrupção, que nunca entrega os resultados prometidos.

Se o governo quisesse realmente fazer o setor ferroviário deslanchar, tudo que ele deveria fazer é se retirar, sair da frente, reduzir as amarras burocráticas, e deixar a iniciativa privada trabalhar em paz!

Rodrigo Constantino

 

O preço de não ouvir os “coxinhas”: depois de permitir massacre, Obama manda 450 militares para o Iraque

Obama ISIS“Eu sei que muitos em Washington gostariam que começássemos a sair do Iraque agora”, mas “isto significaria aumentar a probabilidade de que as tropas americanas teriam de retornar em alguma data posterior para confrontar um inimigo ainda mais perigoso.”

O aviso foi de George W. Bush, em 2007.

Um profeta.

Agora – agoooooooooooora! -, Obama aprova o envio de 450 militares para o Iraque, com a missão de treinar e ajudar as forças de segurança iraquianas, em uma base na província de Anbar.

Ou seja: parte das tropas que ele próprio retirou para posar de humanista aos olhos do mundo, contra todos os alertas de Bush e dos “coxinhas” internacionais sobre o perigo de terroristas tomarem posse do território iraquiano, exatamente como acabou acontecendo, é claro.

O anticolonialista Obama permitiu criminosamente o avanço do Estado Islâmico, o massacre de cristãos e minorias étnicas, o estupro e a venda de mulheres.

Como escrevi no ano passado:

A gente avisa

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No início da semana, Obama teve de terceirizar a culpa, como de costume, por aquilo que 71% dos eleitores americanos apontavam nas pesquisas e até seu ex-chefe da inteligência militar, o tenente-general aposentado Michael Flynn, admitiu: que ele não tem uma estratégia clara para derrotar o EI.

O presidente que prometeu a paz afirmou que “quando um plano finalizado for apresentado a mim pelo Pentágono, vou partilhá-lo com o povo americano. Nós não temos ainda uma estratégia completa, porque isto requer compromissos por parte dos iraquianos também”.

O republicano Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York, felizmente colocou as coisas nos devidos lugares, como de costume, considerando a retirada das tropas “a pior decisão do século 21″:

Bush Obama

A diferença dos legados no Iraque: Bush derrubou Saddam Hussein, Obama ergueu o Estado Islâmico

“Ele [Obama] criou um vácuo no Iraque, retirando as nossas tropas, não deixando ninguém por lá. Os Estados Unidos deveriam estar constrangidos por ele ter vindo a público dizer que não tem uma estratégia para aquele país. Você quer saber por que o Estado Islâmico existe? Ele acabou de lhe dizer por quê. Porque ele não tem uma estratégia para o Iraque.”

Para Giuliani, isto seria “como um presidente durante a Guerra Fria dizendo ‘Eu não tinha uma política’. Seria como John Kennedy dizendo: ‘Eu não tenho uma política para a União Soviética, dê-me mais três anos’”.

Na opinião do ex-prefeito, assim como de John McCain e deste blog, a estratégia “deveria ter sido a de deixar para trás um número substancial de soldados americanos que teriam pego o EI em um estágio inicial, e que teriam sido capazes de exterminá-lo em vez de deixar o monstro colocar a cabeça para fora”.

Vídeos
Veja abaixo a entrevista com Rudy Giuliani, os avisos de George W. Bush em 2007 e a cobrança de John McCain, além dos links para os meus artigos a respeito.

Sei que tudo isso é “mindblowing” para brasileiros anti-Bush, acostumados a receber informação de agências, jornais, colunistas e professores de esquerda, e que não se dispuseram nem sequer a ler o nosso best seller O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, muito menos a ver o documentário de Dinesh D’Souza, “2016: Obama’s America”, a melhor radiografia já feita da ideologia anticolonialista do atual presidente dos EUA, disponível agora até no Netflix.

Mas, se quiserem continuar na zona de conforto mental, alimentando o monstro, procurem outros blogs.

[Post original com transcrição: Vídeo: George Bush avisou em 2007 sobre perigo de retirar tropas do Iraque. Obama ignorou e deu no que deu]

[Post original com transcrição: John McCain detona ex-porta-voz da Casa Branca na CNN sobre retirada de tropas do Iraque: “Os fatos são coisas teimosas”, como eu havia demonstrado neste blog]

* Veja também:
Por que Bush é mais popular que Obama: 52 a 49
As mentiras de Obama sobre a guerra no Iraque;
O choro e o genocídio que Obama deixou acontecer;
O Brizola do mundo;
Entrevista com João Pereira Coutinho;
Em nome dos cadáveres;
Obama mentiu sobre bomba. Netanyahu estava certo;
Vídeo: “Boas notícias para os cristãos decapitados”;
Dilma contra “pessimistas”, Obama contra “cínicos” – e a realidade contra ambos;

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

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Fonte:
Blog Rodrigo Constantino (VEJA)

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