Lula é citado por envolvidos na Lavo Jato e pai de Marcelo Odebrecht autoriza delação

Publicado em 09/08/2015 19:40
por FELIPE MOURA BRASIL + GERALDO SAMOR + RODRIGO CONSTANTINO, de veja.com

Lula é citado por envolvidos na Lavo Jato e pai de Marcelo Odebrecht autoriza delação: vai citar o Brahma também?

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Marcelo Odebrecht, de óculos à direita, observa seu lobista número 1, Luiz Inácio Brahma da Silva, segurando Emílio

A semana foi dura para o Brahma.

1) Primeiro, Hermes Freitas Magnus, o homem que deu origem à Operação Lava Jato após ter ouvido confissões de José Janene, revelou ao Jornal da Band que o deputado federal do PP (morto em 2010) se gabava de que “só ele e José Dirceu derrubavam o Lula”.

“O que manteria ele no poder”, segundo Magnus, “era tudo isso que a gente está vendo aí. Então, ele participava da engenharia, não tinha como ele ser omisso a essa engenharia”.

O vídeo do programa está no fim deste post.

2) Depois, O Globo informou que a Polícia Federal apreendeu o caderno do irmão de José Dirceu, Luiz Eduardo, onde aparecem as anotações “depósito avião (Lula)” e “Sig – Jantar (ou pautar) Sumaré com o Ministro DTófoli – Tito”.

A anotação sobre Lula ainda não foi explicada, mas, segundo Luiz Eduardo, o advogado do PT Sigmaringa Seixas teria “solicitado ajuda” de Dirceu para “que houvesse contato” entre o ministro Dias Toffoli e “um político de Sumaré conhecido por Tito”, o ex-deputado Professor Tito (PT), que ficou em segundo lugar na disputa pela prefeitura da cidade paulista em 2012.

Sua coligação, como relatou O Antagonista, “entrou com pedido de cassação do mandato da prefeita tucana Cristina Carrara por abuso de poder econômico. O caso foi parar no TSE, que é presidido por Toffoli. A relatora do processo de cassação foi Luciana Lossio, que advogou para o PT – assim como Toffoli. Luciana elaborou um parecer pela cassação de Carrara. No final do ano passado, a maioria dos ministros votou a favor de que o caso vá para decisão em plenário. Toffoli e Luciana, com bons petistas, foram contra”.

3) Para completar, Jorge Bastos Moreno informa no Globo:

“Marcelo Odebrecht será o próximo a aceitar a delação premiada.

O pai de Marcelo, Emilio, recluso com as netas em uma fazenda da família desde que o filho foi preso, já autorizou os advogados a discutir o assunto com as autoridades.”

Antes da prisão do filho, o patriarca da família que ergueu a maior empreiteira da América Latinadizia, segundo a Época:

“Se prenderem o Marcelo, terão de arrumar mais três celas. Uma para mim, outra para o Lula e outra ainda para a Dilma.”

Se precisarem de ajuda para arrumar, estamos aí.

* Veja também:
PT quer Lula ministro para ter foro privilegiado. Quanto medo de Sergio Moro, hein!

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Lula na Esplanada (ministro de Dilma) seria o ‘bolsa habeas corpus’ (blog Josias de Souza/UOL)

Marcelo Casal/ABr

O segredo para quem deseja acompanhar o noticiário político é manter sempre à mão, como um comprimido de Isordil, uma dose de ceticismo. Ninguém está livre do risco de sofrer um infarto. Ou de sentir as dores da decepção de descobrir que apoiou o Lula sem saber que estava apoiando os afilhados de Fernando Collor na Petrobras e os negócios do consultor José Dirceu. Um cético jamais se deixará surpreender pelo absurdo. Como a notícia de que o petismo deseja fazer de Lula um ministro de Dilma.

Alega-se que, em tempos de guerra contra o impeachment, Lula na Esplanada seria a garantia de que não faltará comando à infantaria do governo. Lorota. Além de realçar o raquitismo político de Dilma, o argumento ofende a inteligência do brasileiro. Ninguém ignora que Lula já é o poder de fato em Brasília. Em verdade, deseja-se retirá-lo do raio de ação do doutor Sérgio Moro. Ministro, Lula passaria a dispor de foro privilegiado. E o juiz da Lava Jato não poderia mandar prendê-lo.

A esse ponto chegou o PT: sitiado por delatores, o partido vive a neurose do que está por vir. E teme que seu grande líder, estalando de autoridade moral, vá fazer companhia atrás das grades ao “dinheirista” José Dirceu e ao “pixuleco” João Vaccari Neto. Deve-se o pânico às interrogações que boiam na atmosfera. Que revelações fará Renato Duque em sua delação? Marcelo Odebrecht abrirá o bico? O silêncio de Leo ‘OAS’ Pinheiro resistirá à primeira sentença condenatória?

No final de fevereiro, Lula estrelou um ato “em defesa da Petrobras”, no Rio de Janeiro. Ao discursar (veja trechos no vídeo veiculado no rodapé), insinuou que a estatal petroleira virou escândalo pelas mãos de uma “elite que não se conforma com a ascensão dos mais pobres.” Pintou-se para o confronto: “Eu quero paz e democracia, mas se eles querem guerra, eu sei lutar também.''

Nesse dia, Lula prometera cruzar o país em defesa da Petrobras. Mas não tem viajado. O programa de milhagem da Air Odebrecht micou. Ele aconselhara Dilma a “levantar a cabeça”. Chegara mesmo a apresentar-se como exemplo: “Sou filho de uma mulher analfabeta, de um pai analfabeto. E o mais importante legado que minha mãe deixou foi o direito de eu andar de cabeça erguida. E ninguém vai fazer eu baixar a cabeça neste país. Honestidade não é mérito, é obrigação.”

É sempre reconfortante saber que Lula, avalista das nomeações dos petrogatunosque pilharam a Petrobras, continua sendo a pessoa mais honesta que ele conhece. Nessa condição, não precisa se esconder do juiz Moro numa trincheira ministerial. Sua nomeação para o ministério corresponderia ao lançamento de um programa novo: o ‘Bolsa Habeas Corpus’. Coisa nunca antes vista na história desse país. Seria quase tão humilhante quanto o xilindró.

(por Josias de Souza, do UOL).

 

Game over, fatality, nocaute, ippon: diferentes formas de dizer a mesma coisa: o PT acabou!

Não é hora de espinafrar os velhos petistas, de rir deles, de pisar na ferida. É hora de acolher todos aqueles que, finalmente, enxergaram o que é o PT. Fato: levaram uma eternidade! Algo como o escritor Saramago, que rompeu com a ditadura cubana depois de várias décadas de paredão e escravidão. Mas antes tarde do que nunca, não é mesmo?

Não é digno da vitória aquele que humilha o adversário derrotado. É nobre estender a mão e aceitar seu humilde reconhecimento de que esteve, esse tempo todo, defendendo um embuste, um engodo, uma quadrilha disfarçada de partido dos trabalhadores!

Claro, partindo da premissa de que o arrependimento é sincero e o aprendizado, real. Não vale acordar para o que é o verdadeiro PT e depois defender… o PSOL! Aí merece ser ridicularizado mesmo. Também não vale pular do barco afundando só por oportunismo, como fazem os ratos. É preciso efetivamente abrir os olhos para a estupidez passada, de forma a não repeti-la.

Dois textos hoje capturam bem esse diagnóstico de que o PT acabou mesmo: só falta o atestado de óbito. O primeiro deles de Nelson Motta, que sempre foi boa praça, que não tem o perfil de um “reacionário” para ser rotulado dessa forma pelos petistas. Motta é tão gente fina que consegue até ter amigos comunistas e petistas. Eu confesso ser mais exigente com meus potenciais amigos, mas respeito a enorme tolerância dele, que deu o seguinte recado a esses “camaradas”:

Petistas inteligentes e informados sabem que o sonho acabou, game over, zé fini, não por uma conspiração da CIA, dos coxinhas ou da imprensa golpista, mas pelos seus próprios erros, pelo baixo nível e alta voracidade dos seus quadros, pela ganância e incompetência que nos levaram ao lodaçal onde chafurdamos.

É triste, amigos petistas, o sonho virou pesadelo, mas não foi a direita que venceu, foi o partido que se perdeu. O medo está dando de 7 a 1 na esperança.

Há controvérsias se existe petista inteligente, assumindo se tratar de alguém honesto. Normalmente o petista ou é uma coisa, ou outra, quase nunca as duas simultaneamente. Mas o recado está claro: acabou a farsa, o sonho, que era, afinal, um sonho terrível, uma crença desprovida de embasamento. Quem acreditou no PT foi enganado e se deixou enganar, quis acreditar em algo claramente equivocado.

segundo texto é de Tati Bernardi, na Folha. Petista assumida, filha de petistas históricos, ela relata de forma engraçada e elegante a impossibilidade de continuar defendendo o indefensável, e conclui:

Está cada dia mais difícil responder “mas tanto foi feito pelos pobres” a cada 765 motivos para deixar de ser petista. Zé Dirceu armou o maior esquema de propina da história e mesmo depois de ser pego, armou de novo! Mas tanto foi feito pelos pobres! Os discursos da Dilma nunca falam com clareza sobre pedaladas fiscais e Petrolão! Mas tanto foi feito pelos pobres! Daí tento “mas nunca em um governo se colocou tanto bandido na cadeia! É a democracia!”. Mas Dilma foi uma péssima gestora, olha como está o dólar, a inflação, o desemprego, os cortes na educação, na saúde, na grana dos aposentados! Mas nunca em um governo se colocou tanto bandido…Mas os bandidos estavam mancomunados com o PT ou, em grande parte, ERAM do PT. Mas nunca em… É… Veja bem… Que tristeza tudo isso. 

Não acho triste, ao contrário dela. Acho saudável e alvissareiro: o Brasil talvez precisasse mesmo passar por uma fase sombria sob o governo petista para acordar para a verdadeira alma do PT em particular e da esquerda radical em geral. Alguns no passado diziam isso: esse povo só vai enxergar o que é o petismo quando tiver um governo petista. O problema é que o preço foi alto demais, o custo foi e está sendo insuportável. Mas ao menos há essa vantagem: o partido murchou, está se esvaziando, implodindo.

À exceção de umas figurinhas de sempre, que jamais vão largar o osso, cada vez mais gente desembarca da canoa furada e admite que o PT não passou de uma ilusão. Alguns desconversam, falam de poesia, do clima, de futebol, tudo para evitar o assunto político e ter de admitir que fizeram papel de idiotas em outubro passado – e por 13 anos! Mas a maioria sai do armário e faz um mea culpa, nem que seja para não ir contra 70% dos brasileiros.

E o que restou ao PT: contar com Zé de Abreu em seu papel mais canastrão, como disse Reinaldo Azevedo, para defendê-lo. É só isso que resta. Juntar umas figuras decadentes como Barretão, agora no radar da Polícia Federal por ter recebido R$ 238 mil da empresa de Dirceu, Jô Soares, com audiência em queda livre, Verissimo, o “engraçadinho” bajulador de ditadores, e simular uma reação patética ao inevitável destino. Até Chico Buarque anda meio sumido, talvez com alguma vergonha na cara, se possível.

É verdade que esse moribundo partido ainda está no poder, controlando milhares de cargos e bilhões do nosso dinheiro. Sua capacidade de estrago ainda é grande, nada desprezível. Mas agora é questão de tempo, e também de luta. Não podemos contar apenas com a desmoralização petista, claro. É preciso se engajar para tirar de lá essa corja. Não dá para contar com um suposto resquício de dignidade em Dilma para uma renúncia, por exemplo. Não! É preciso agir para jogar a pá de cal de uma vez nesse pesadelo que é o PT. Dia 16 vem aí…

Rodrigo Constantino

É sério. O Brasil precisa de um Jon Stewart

Jon Stewart 1Todo País precisa de uma consciência crítica.

Se além de inteligente e engraçada, esta consciência for capaz de explicar a realidade em termos didáticos, servindo um prato de política a um público jovem que tem nojo do assunto, melhor ainda. E se tudo isso acontecer na televisão e puder virar clipes no YouTube, nirvana.

Nos últimos 16 anos, Jon Stewart prestou este serviço público aos EUA.

Essa semana marcou o último episódio do seu The Daily Show, o programa de humor mais longevo e influente da televisão americana, com um texto capaz de destrinchar o noticiário do dia e mostrar onde o público estava sendo enganado por Washington. Ou por Wall Street.

Infelizmente para nós, não há um Jon Stewart na televisão brasileira, um comediante que desconstrua diariamente os políticos e as mistificações do poder, chamando as mentiras pelo que elas são: bullshit.

Programas como o CQC e os talk shows mais recentes tentam botar o pezinho nessa água, mas neles, o humor tem precedência sobre o argumento, enquanto no Daily Show ocorria o contrário — o que elevava o programa ao estado de arte.

No Brasil, talvez o humor que melhor se conecta com a fome da sociedade brasileira por uma crítica ácida esteja no Porta dos Fundos, que ajuda a iluminar assuntos tratados de forma superficial ou burocrática por boa parte da imprensa. São épicas as desconstruções que o Porta — um trabalho de equipe, não de um homem só — faz da bullshitagem pseudoteológica na política, e da voracidade de alguns políticos pelo alheio.

Em muitos aspectos, os EUA nunca precisaram tanto de Jon Stewart. O candidato que lidera as pesquisas de opinião no Partido Republicano é a definição do perfeito idiota americano, com um penteado caricato e um ego XXXL. O fato de que Donald Trump lidera — ainda que momentaneamente — a corrida dentro de seu partido mostra como os políticos tradicionais conseguiram, finalmente, transformar a política num circo, ainda que de horrores.

Já o Brasil, este nunca precisou tanto de um Jon Stewart. Aqui, certamente, haveria ainda mais material.

Uma piada que corria no WhatsApp essa semana mostrava uma foto da Presidente Dilma Rousseff com um papagaio na mão. A legenda dizia: “É um animal que fala com dificuldade, não tem um raciocínio claro e ninguém entende muito bem o que quer dizer.” E o complemento: “O Outro é um papagaio.”

Forte? Talvez, mas quando a sociedade está enfurecida, só o humor dá conta do recado, e só um Jon Stewart poderia fazer melhor, certamente com mais classe.

E que tal a outra piada brasileira, prato cheio para uma desconstrução stewartiana? O presidente da Câmara que, acuado num escândalo de corrupção, bota em votação projetos que dinamitam as contas públicas no momento exato em que o País tenta consertá-las, fazendo explodir, enfim, suas cores Frank Underwood. Cobrado, faz cara de paisagem e diz aos repórteres que ali não há vingança, apenas uma Câmara sendo independente. Chamem o Jon….

As piadas nossas de cada dia o PT nos dá hoje, como o programa do partido na TV que zombou dos panelaços. Aliás, a recusa do PT e de Dilma de fazerem um mea culpa apropriado é mais um material do tipo que fez a carreira de Stewart. Ele certamente faria um editorial mostrando que a comida com a qual o PT diz ter enchido as panelas foi devorada pela inflação e sequestrada pelo desemprego.

Não bastasse seu talento como comediante, Jon Stewart mostrava diariamente ter um grande coração. Era genuína sua revolta com os argumentos feitos sem base factual, sua defesa do interesse público quando este era subjugado pelo privado, bem como seu horror a pontos de vista baseados em dois pesos e duas medidas.

E num show business repleto de gente com pouco conteúdo e uma opinião estratosférica sobre si mesma, Stewart era justamente o oposto. Humilde apesar do sucesso avassalador, era generoso com os que trabalhavam com ele, sempre dividindo o crédito pela qualidade do programa e ajudando colegas a decolar em carreiras solo (John Oliver, do Last Week Tonight, na HBO, é o caso mais conhecido.)

Por sua inteligência e humanidade, um Jon Stewart ajuda uma sociedade a pensar nos seus problemas enquanto ri de si mesma. Ajuda uma democracia a respirar melhor.

Tavez o Brasil — um País onde toda crítica é ‘pessoal’, onde as superficialidades são ditas em público e as verdades, em particular — não esteja ainda pronto para um crítico deste calibre. Ou, se é que o ovo vem mesmo antes da galinha, tavez nunca estaremos prontos, por não nos permitirmos começar.

 

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Por Geraldo Samor

Recordar é viver: um líder carismático que virou o inimigo da nação

Populistas que usam o nacionalismo para impor seu autoritarismo

Escrevi na minha página do Facebook:

Há poucos anos éramos poucos, alguns “malucos” isolados pregando num deserto. Mal enchíamos duas Kombis. É, portanto, com muito orgulho e esperança que comunico a marca de 80 mil amigos e seguidores aqui no Facebook! É uma multidão capaz de lotar o Maracanã. Unidos, venceremos. Divididos, perdemos. É hora de união. Dia 16 mostraremos a força da reação ao bolivarianismo, ao chavismo, ao lulopetismo, ao esquerdismo retrógrado. Pra cima delles, Brasil!

E como prova dessa luta árdua lá de trás, e para celebrar com nostalgia, segue um texto queescrevi em 2006 e que acabou sendo lido duas vezes no Senado:

Um líder carismático

“Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será sempre sua presa.” (Schopenhauer)

Era uma vez um sujeito humilde, que resolveu entrar para o Partido dos Trabalhadores, logo no começo de sua existência. Foi praticamente um dos fundadores do partido. Tamanha era sua influência sobre os demais membros, que logo se tornou o maior líder dentro do partido. Praticamente redigiu o programa que seria defendido pelo partido. Este programa era uma mistura de socialismo com nacionalismo. 

O programa defendia a “obrigação do governo de prover aos cidadãos oportunidades adequadas de emprego e vida”. Alertava que “as atividades dos indivíduos não podem se chocar com os interesses da comunidade, devendo ficar limitadas e confinadas ao objetivo do bem geral”. Demandava o “fim do poder dos interesses financeiros”, assim como a “divisão dos lucros pelas grandes empresas”. Também demandava “uma grande expansão dos cuidados aos idosos”, e alegava que “o governo deve oferecer uma educação pública muito mais abrangente e subsidiar a educação das crianças com pais pobres”. Defendia que “o governo deve assumir a melhoria da saúde pública protegendo as mães e filhos e proibindo o trabalho infantil”. Pregava uma “reforma agrária para que os pobres tivessem terra para plantar”. Combatia o “espírito materialista” e afirmava ser possível uma recuperação do povo “somente através da colocação do bem comum à frente do bem individual”. O meio defendido para tanto era o centralismo do poder.

O líder era muito carismático, e sua retórica populista conquistava milhões de seguidores. Ele contava com um brilhante “marqueteiro”, que muito ajudava na roupagem do “messias restaurador”, enfeitiçando as massas. Foi projetada a imagem de um homem simples e modesto, de personalidade mágica e hipnotizadora, um incansável batalhador pelo bem-estar do seu povo. Seus devaneios megalomaníacos eram constantes. Sua propaganda política incluía constante apelo às emoções, repetindo idéias e conceitos de forma sistemática, usando frases estereotipadas e evitando ao máximo a objetividade. O Estado seria a locomotiva do crescimento econômico, da criação de empregos e do resgate do orgulho nacional. A liberdade individual era algo totalmente sem importância neste contexto.

Seu Partido dos Trabalhadores finalmente chegou ao poder, através da mesma democracia que era vista com desdém por seus membros. Uma “farsa” para tomar o poder. O real objetivo tinha sido conquistado. As táticas de lavagem cerebral tinham surtido efeito. Uma vez no governo, o líder foi concentrando mais e mais poder para o Estado, controlando a mídia, as empresas, tudo. Claro que o resultado foi catastrófico, como não poderia deixar de ser. O povo pagou uma elevada conta pelo sonho do “messias” que iria salvar a pátria.

Caro leitor, o líder carismático descrito acima não é quem você está pensando. Ele é, na verdade, Adolf Hitler, líder do Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista da Alemanha, mais conhecido apenas como “nazistas”. Schopenhauer estava certo no alerta da epígrafe. O diabo costuma se vestir de nobre altruísta. Os chifres aparecem somente depois que a vítima vendeu-lhe sua alma. Aí já é tarde demais…

Para quem não gosta muito de ler, há uma versão em vídeo, bastante tosca em termos de qualidade, mas que passa a mensagem também:

Pois é. Hoje cada vez mais gente sabe que o líder carismático não passava de um embusteiro, de um oportunista, de um safado que foi responsável por um retrocesso incrível em nosso país. A ficha está caindo para todos. Antes tarde do que nunca. Que fique a lição para não enveredarmos por novas aventuras com “messias” que falam em nome do povo, mas não passam de populistas inescrupulosos. Acorda, Brasil!

Rodrigo Constantino

 

A liberdade está vencendo: os ventos de mudança apontam para o liberalismo

Não conhecia o canal Ideias Radicais, mas esse vídeo que me mandaram está realmente muito bom. Ele resume bem o clima de esperança que, finalmente, os defensores da liberdade podem alimentar no Brasil. Já tentamos de tudo, mas era tudo inspirado em intervencionismo estatal, na visão de que o governo é o grande messias salvador da Pátria, a locomotiva do progresso e da justiça social. Foi fracasso atrás de fracasso, sendo o mais contundente deles o lulpetismo. A ficha está caindo. Vejam:

É o momento de lutar mesmo, de arregaçar as mangas e partir para cima, ocupar espaços, tomar os diretórios acadêmicos, espalhar a mensagem liberal onde antes só chegavam chavões marxistas. É hora de trabalhar mais em prol do liberalismo, pois, de fato, a coisa está acontecendo, e numa velocidade bem maior do que os liberais mais otimistas poderiam esperar.

Como um desses que estavam lá atrás divulgando quase sozinhos esses valores liberais, pregando no deserto com mais meia dúzia de esperançosos que mal enchiam uma Kombi, posso atestar: não pensei que já teríamos tantos movimentos e iniciativas liberais disseminadas pelo Brasil todo. Nem meu amigo Hélio Beltrão, o mais otimista de nós, esperava isso.

São os ventos de mudança soprando a favor do liberalismo. Isso, ao menos, devemos aos incompetentes e corruptos do PT. O estrago na mentalidade estatizante esquerdista que o partido causou foi impressionante. Enquanto os inocentes úteis aplaudiam, nós liberais apontávamos para o inevitável fracasso dessas medidas. Agora é hora de aproveitar isso, de colher os frutos que plantamos lá atrás, alertando com argumentos e embasamento o que estava por vir.

Minha forma de incentivar a garotada é essa: ajudar a divulgar os bons textos e vídeos, as iniciativas que estão pipocando pelo país todo, fornecer munição com a boa teoria econômica, lutar pela união de todos que, cansados dos 30 tons de vermelho de nossa política, querem muito dar à liberdade uma chance no Brasil. Venceremos!

PS: Radical vem de raiz, e nesse aspecto os liberais são, sim, radicais, pois gostam de ir na raiz das coisas. Mas não deixa de ser curioso pensar que algo tão banal como defender a privatização da Petrobras, uma coisa que até a esquerda Democrata americana faria, é tida no Brasil como uma bandeira ultra-radical. Isso mostra como ainda estamos atrasados, e como há muito, muito trabalho pela frente…

Rodrigo Constantino

 

 

Frases da semana

dilma alice no país das panelas

 

O trabalho do artista, na minha visão, é mostrar às pessoas que tudo que vocês estão fazendo é insignificante e que tudo vai desaparecer um dia. Então, aproveitem a vida.

— Woody Allen, na Folha.

Coisas mínimas, irrelevantes. O que era um jipe, um reles jipe, se comparado ao projeto universal de emancipação dos oprimidos? Que importância histórica tinha aquele contratinho estranho com uma empresa de lixo numa prefeitura de interior quando comparado à causa maior de promover a igualdade e a solidariedade?

— Eugênio Bucci, no Estadão.

Se o governo ferrar com o Netflix acho q devemos destruir repartições e chacinar burocratas com machetes.

— @torredemarfim, no Twitter.

Quantas vezes fomos chamados para aquelas comissões da Câmara formadas apenas para achacar?

— Milton Schahin, empreiteiro, sobre a guerra entre a Schahin e um aliado de Eduardo Cunha, no imperdível artigo de estreia de Malu Gaspar, ex-repórter de VEJA, na Piauí.

Aprendi na vida que há dois jeitos de resolver um problema. Ou é com dinheiro ou é na porrada. Já que não seria com dinheiro, ia ter de ser na porrada.

— Lúcio Bolonha Funaro, o aliado de Cunha, no mesmo artigo.

O fato de trabalharem contra as leis brasileiras é pirataria pura e uma parceria com eles não combina com a nossa lógica.

— Amos Genish, presidente da Vivo, sobre o WhatsApp, que está drenando receita das operadoras, em mais uma tensão schumpeteriana da era digital.

Precisamos sair desse ciclo do quanto pior, melhor. Melhor para quem? Para o Brasil, não é. As pessoas precisam ter a grandeza de separar o ego pessoal do que é o melhor para o país.

— Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, na semana em que a Câmara explodiu mais uma pauta-bomba no colo do Tesouro Nacional.

Escrevendo um artigo sobre o Uber, procurei uma tradução de ‘disruptive’ em qualquer idioma latino. ‘Perturbateur’, em francês, é o melhor que encontrei. Talvez isso signifique algo.

— João Manoel P. de Mello, professor do Insper, no Facebook.

Há duas formas de um homem ser rico. Ele pode ser rico de dinheiro ou rico de amigos. Só não pode ser as duas coisas.

— Alfred Henry 'Freddy' Heineken, controlador da cervejaria homônima, a seu sequestrador, no filme “Kidnapping Freddy Heineken” ("Jogada de Mestre", no Brasil).

 

Por Geraldo Samor

Na PetroRio, Tanure não tem medo do petróleo a US$ 50

Sem oportunidades óbvias de crescimento no Brasil, a PetroRio (antiga HRT) continua olhando para fora do País em sua ambição de crescimento.

A empresa acaba de sofrer uma derrota. Ofereceu quase meio bilhão de dólares pelos campos no Mar do Norte pertencentes ao fundo LetterOne, mas foi derrotada por um consórcio unindo a Riverstone (um dos acionistas da Barra Energia no Brasil) e a Siccar Point Energy, uma empresa focada no Mar do Norte e que tem o Blackstone como um de seus controladores.Nelson Tanure

O LetterOne, um fundo de investimentos do oligarca russo Mikhail Fridman, foi obrigado a deixar a Grã-Bretanha por conta das sanções aplicadas pela União Europeia à Rússia.

Em março de 2014, o LetterOne pagou 5,1 bilhões de euros pela Dea, o braço petroleiro da empresa de energia alemã RWE. A Dea era dona de campos de petróleo e gás no Mar do Norte, Noruega, Alemanha e Dinamarca, além de concessões em outros países. Em outubro de 2014, o governo britânico vetou a transação e impôs a venda dos ativos do Mar do Norte em seis meses, a contar de março deste ano.

A PetroRio foi uma de cinco empresas a participar do leilão e fez uma oferta de 450 milhões de dólares. O consórcio vencedor pagou 700 milhões de dólares.

Tanure, o maior acionista da PetroRio e quem efetivamente controla a empresa, disse que vai procurar outros ativos para internacionalizar a antiga HRT.

Ele disse não haver mapeado o próximo alvo, mas segundo fontes próximas da companhia, a PetroRio analisa a compra de outros campos no próprio Mar do Norte.

Pouco mais de um ano depois de tomar o controle de fato da PetroRio, Tanure diz estar cada vez mais convencido de que “uma empresa de petróleo deve estar, no mínimo, em dois países: no Brasil e no Golfo do México, ou no Brasil e em Angola.. e assim por diante,” como forma de mitigação de risco.

Tanure também não tem medo de combinar com os russos. Nos últimos meses, já fez pelo menos duas viagens a Moscou para conversar com a Rosneft. As conversas com a petroleira russa começaram por conta da sociedade que a antiga HRT tinha com a Rosneft na Bacia do Solimões (a Rosneft acabou comprando a parte da sócia), mas estão abrindo as portas para outros negócios no setor.

No Brasil, Tanure tentou mas teve que desistir de uma fusão entre a PetroRio e a OGPar (a antiga OGX). No papel, uma união entre as duas empresas faria muito sentido, porque o campo de Tubarão Martelo, da OGPar, é vizinho ao campo de Polvo (hoje o principal ativo da PetroRio), o que gera sinergias operacionais significativas. Além disso, a OGPar também é dona de uma participação nos campos de Atlanta e Oliva, ambos em desenvolvimento e que começarão a produzir em alguns anos.

Mas o sonho não vai virar realidade, dada a complexidade jurídica e operacional da OGPar, que etá em recuperação judicial. “Olha que eu já tomei muito risco na minha vida, mas a complexidade e o intrincamento de problemas ali foi algo que eu nunca vi,” diz Tanure. “Eu queria muito fazer essa operação, até porque eu admiro muito o Eike como empreendedor, um cara disposto a tomar risco.”

No Brasil, o programa de desinvestimentos da Petrobras não deve gerar oportunidades para a PetroRio. “As oportunidades são gigantescas, mas não temos tamanho pra isso. Só as majors [as multinacionais do petróleo] é que vão comprar os campos que a Petrobras colocou à venda. Estamos tentando convencer a Petrobras a vender ativos maduros e em declínio [o tipo de ativos que interessa à PetroRio], até porque faria todo sentido para eles.”

Desde que Tanure assumiu o controle da PetroRio, cortou os custos da empresa até o osso. “Renegociamos todos os contratos, reduzimos o nosso headcount [o número de funcionários] em mais de 40%, e convertemos muitos contratos que eram em dólar para reais quando o câmbio ainda estava favorável,” diz ele. Assim, um contrato de suprimento de US$1 milhão, que ao câmbio de hoje estaria custando à empresa 3,5 milhões de reais, foi convertido há meses para 2,2 milhões de reais.

Hoje, o chamado lifting cost da PetroRio [o custo de se retirar o petróleo do fundo do mar] está em 25 dólares/barril. Em cima disso, a empresa tem que pagar royalties e há, ainda, sua despesa administrativa. O custo total de extração fica em cerca de 36 dólares/barril, o suficiente para a empresa ainda ganhar dinheiro, já que o petróleo está a 48 dólares/barril no mercado internacional.

Quando a Agência Nacional do Petróleo (ANP) aprovar a compra dos campos de Bijupirá e Salema, o que deve acontecer até o fim do ano, Tanure estima que o lifting cost deve cair para 20 dólares o barril.

Por Geraldo Samor

Galló desembrulha a crise: 1/2 hora com o CEO da Renner

Depois de meia hora de conversa, com o microfone já desligado, o CEO das Lojas Renner faz uma última reflexão: “Eu acredito no consumidor brasileiro. Hoje, quando o cara cai no Serasa, ele não consegue fazer mais nada: ele quase não consegue comprar comida, já que muita gente faz as compras no cartão de crédito.”

José GallóGalló acha que, apesar da crise, o consumidor não vai sujar seu crédito. E mais: as famílias estão se desalavancando — finalizando o pagamento de compras com grande número de prestações (carros, eletrodomésticos, celulares) — o que deve abrir espaço para um novo ciclo de consumo mais à frente.

“Sim, o desemprego afetará o consumidor, o varejo e a economia, mas o mundo não vai acabar e não vamos ter um redução do PIB de 5 a 10%,” diz ele. “O jogo será ganho por quem tiver a melhor proposta para os que forem menos afetados e continuarem consumindo. Temos ainda a hierarquia do consumo: ‘não compro um carro novo ou troco, mas compro eletro; não compro eletro, mas compro roupa’ e assim por diante. Além disso, temos categorias que caíram mais e outras menos, vide a queda na venda de carros e eletrodomésticos e, em menor escala, vestuário e alimentos.”

Não se pode culpar Galló por encontrar uma forma de ver o copo meio cheio: quem olha os últimos balanços trimestrais da Renner (sem ter acesso a outros do setor) acha que, no Brasil, não há crise.

A empresa tem conseguido aumentar suas vendas muito mais do que a concorrência porque sabe exatamente o que seu cliente procura, e consegue um resultado melhor ainda porque controla obsessivamente seus custos, além do retorno que obtém com seus investimentos em tecnologia.

“Estou na Renner há mais de 20 anos e nunca demitimos uma pessoa por redução de custo,” diz o CEO. “Por quê? Porque a gente ‘estressa’ a estrutura: quando dá pra aumentar, aumentamos.”

Galló diz que o segredo é se manter fiel ao que ele chama de ‘a essência’ da Renner, evitando distrações que alienem o cliente. “Todo dia rezamos um Pai Nosso: ‘Não nos deixeis cair em tentação.’”

Os tópicos da conversa que você pode ouvir abaixo incluem:

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Por Geraldo Samor

Vem pra rua, 16 de agosto: Veja a lista de locais e horários

No próximo domingo, 16 de agosto, os brasileiros vão às ruas protestar contra o desgoverno de Dilma Rousseff e exigir sua saída.

No Rio de Janeiro, o ato será na Praia de Copacabana, às 11 horas.

Em São Paulo, a concentração será no MASP, às 14 horas.

Veja os demais locais e horários na imagem do Movimento Brasil Livre e no link do Vem Pra Rua.

A pressão popular é fundamental para a abertura do processo de impeachment.

MBL 16 agosto

* Lista de cidades confirmadas pelo Vem Pra Rua – AQUI.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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