Da “corrupção virtuosa” à “corrupção pecaminosa”: a trajetória de Dirceu como retrato do PT

Publicado em 09/08/2015 09:47 e atualizado em 10/08/2015 09:55
Blog de RODRIGO CONSTANTINO, de veja.com

Da “corrupção virtuosa” à “corrupção pecaminosa”: a trajetória de Dirceu como retrato do PT

coluna de Demétrio Magnoli na Folha hoje está excelente e toca num ponto que venho repetindo aqui inúmeras vezes: a mentalidade revolucionária produzida pelos “intelectuais” do PT está no cerne de seus problemas de corrupção. O PT não se tornou o partido mais corrupto do país por coincidência, mas sim por método, por abraçar uma mentalidade que justificava os meios nefastos em nome da “causa nobre”. Eis o grande xis da questão.

Demétrio, ele mesmo um ex-petista que chegou a ser preso pelo regime militar e ainda um sociólogo de esquerda, entende perfeitamente que não é possível traçar uma linha divisória entre o “roubo do bem” e o “roubo do mal”, e descreve a trajetória de José Dirceu, o “guerreiro do povo brasileiro”, como uma inevitável desgraça coletiva. Sem eximir o indivíduo de responsabilidade, o fato é que foi essa visão petista do mundo, endossada por seus “pensadores”, que permitiu o avanço do Dirceu corrupto e milionário, com casas luxuosas pagas com propina de estatal. Escreve Demétrio:

O PT traçou uma linha na areia separando a “corrupção pela causa”, virtuosa, da “corrupção pelo vil metal”, pecaminosa. Corrupção virtuosa: no mensalão, intelectuais petistas produziram doutos textos consagrados à defesa da apropriação partidária de recursos públicos, e a relativa pobreza de Genoino tornou-se símbolo e estandarte. Corrupção pecaminosa: Dirceu, indicam as provas oferecidas pelos delatores, usou sua influência no governo para constituir patrimônio pessoal. O guerreiro caído cruzou a linha proibida. Seu degredo é uma desesperada tentativa de perenizar a fronteira que se apaga sob ação do vento.

[...]

Dirceu é Dirceu, a segunda face do PT, não um Duque qualquer, um Paulinho Land Rover ou um Vargas que só era André. Dobrando-se ao vil metal, o guerreiro traidor remexe a areia, desmarca um limite, desfaz uma certeza. Se até ele transitou de uma corrupção à outra, como separá-las nitidamente, sanitizando a primeira e satanizando a segunda? O degredo silencioso de Dirceu, que equivale a uma gritaria, destina-se a abafar a pergunta incômoda. Os juízes do Partido temem menos a hipótese improvável de uma delação premiada do guerreiro traidor que a exposição pública das conexões entre a corrupção virtuosa e a corrupção pecaminosa.

A linha divisória riscada pelo PT reflete uma lógica religiosa, típica dos partidos autoritários. A corrupção virtuosa é aquela que serve à finalidade transcendente de salvação do Povo; a pecaminosa, pelo contrário, serve ao objetivo terreno de acumulação individual de bens materiais. Na política democrática, contudo, a oposição relevante é entre o público e o privado, não entre a salvação coletiva e o enriquecimento pessoal. Segundo essa lógica, cujo critério são os meios, o guerreiro não caiu sozinho.

Revisito as fotografias do líder estudantil preso, com centenas de outros, no Congresso da UNE de Ibiúna, em 1968, e de sua partida para o exílio, na base aérea do Galeão, com 12 outros, em 1969. Vistas da torre de observação do presente, elas têm algo de profundamente melancólico: os sinais de um fracasso coletivo. Mas, na história que se encerra, há também a prova de um teorema: a “corrupção virtuosa” conduz, inelutavelmente, à “corrupção pecaminosa”. O PT não deveria renegar seu guerreiro caído, nem defendê-lo, mas reavaliar a si mesmo no espelho de sua trajetória. Para nunca mais cerrar o punho contra as instituições da democracia. 

Dirceu não é um acidente dentro da trajetória petista; ele é sua essência! Não haveria PT sem Dirceu e Lula. Eles são o PT! E não estão enrascados com a Justiça por acaso, mas sim porque a premissa básica do PT era exatamente essa: em nome da causa, vale tudo!

Rodrigo Constantino

 

Recordar é viver: a metáfora politicamente incorreta que fiz em 2010

Para quem tem memória curta, 2010 foi aquele ano de euforia com o Brasil. A economia crescia 7,5%, turbinada por gastos públicos insustentáveis, crédito farto concedido de forma irresponsável e preço das commodities em alta. Criticar o PT, então, era coisa de “maluco”, de alguém que pedia para ser ridicularizado. “Esse economista não entende nada! Onde ele comprou seu diploma?”, questionavam os idiotas úteis encantados com a prosperidade ilusória. E foi justamente nessa época que fiz uma metáfora politicamente incorreta que já resumia o que estava por vir:

Situação da economia brasileira hoje: um Gurgel turbinado a 120 por hora numa estrada toda esburacada, com um bebum no volante prestes a transferir o controle para uma mulher. Apertem os cintos!

Já apontava para o nacionalismo tosco do PT, citando o “carro” de marca brasileira; para os estímulos insustentáveis à demanda (turbinado a 120 por hora); para a infraestrutura capenga que não recebia investimentos adequados por ranço ideológico que travou concessões (estrada toda esburacada); para o populismo de um safado oportunista (bebum no volante) e para a incompetência da “gerentona” no comando da coisa toda (mulher no volante, brincadeira típica que antigamente retratava apenas as barbeiragens das motoristas que dividiam o retrovisor entre olhar para a rua e ajeitar a maquiagem, mas que hoje é motivo de ódio e revolta das feministas sem senso de humor).

Ou seja: estava tudo lá, nessa simples metáfora politicamente incorreta! O recado foi claro: preparem-se para o pior (apertem os cintos), pois vem acidente pela frente. Hoje, estamos recolhendo os cacos do vidro estilhaçado no chão, após a caranga nacional bater de cara no muro chamado PT!

Rodrigo Constantino

 

Recordar é viver: um líder carismático que virou o inimigo da nação

Populistas que usam o nacionalismo para impor seu autoritarismo

Escrevi na minha página do Facebook:

Há poucos anos éramos poucos, alguns “malucos” isolados pregando num deserto. Mal enchíamos duas Kombis. É, portanto, com muito orgulho e esperança que comunico a marca de 80 mil amigos e seguidores aqui no Facebook! É uma multidão capaz de lotar o Maracanã. Unidos, venceremos. Divididos, perdemos. É hora de união. Dia 16 mostraremos a força da reação ao bolivarianismo, ao chavismo, ao lulopetismo, ao esquerdismo retrógrado. Pra cima delles, Brasil!

E como prova dessa luta árdua lá de trás, e para celebrar com nostalgia, segue um texto queescrevi em 2006 e que acabou sendo lido duas vezes no Senado:

Um líder carismático

“Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será sempre sua presa.” (Schopenhauer)

Era uma vez um sujeito humilde, que resolveu entrar para o Partido dos Trabalhadores, logo no começo de sua existência. Foi praticamente um dos fundadores do partido. Tamanha era sua influência sobre os demais membros, que logo se tornou o maior líder dentro do partido. Praticamente redigiu o programa que seria defendido pelo partido. Este programa era uma mistura de socialismo com nacionalismo. 

O programa defendia a “obrigação do governo de prover aos cidadãos oportunidades adequadas de emprego e vida”. Alertava que “as atividades dos indivíduos não podem se chocar com os interesses da comunidade, devendo ficar limitadas e confinadas ao objetivo do bem geral”. Demandava o “fim do poder dos interesses financeiros”, assim como a “divisão dos lucros pelas grandes empresas”. Também demandava “uma grande expansão dos cuidados aos idosos”, e alegava que “o governo deve oferecer uma educação pública muito mais abrangente e subsidiar a educação das crianças com pais pobres”. Defendia que “o governo deve assumir a melhoria da saúde pública protegendo as mães e filhos e proibindo o trabalho infantil”. Pregava uma “reforma agrária para que os pobres tivessem terra para plantar”. Combatia o “espírito materialista” e afirmava ser possível uma recuperação do povo “somente através da colocação do bem comum à frente do bem individual”. O meio defendido para tanto era o centralismo do poder.

O líder era muito carismático, e sua retórica populista conquistava milhões de seguidores. Ele contava com um brilhante “marqueteiro”, que muito ajudava na roupagem do “messias restaurador”, enfeitiçando as massas. Foi projetada a imagem de um homem simples e modesto, de personalidade mágica e hipnotizadora, um incansável batalhador pelo bem-estar do seu povo. Seus devaneios megalomaníacos eram constantes. Sua propaganda política incluía constante apelo às emoções, repetindo idéias e conceitos de forma sistemática, usando frases estereotipadas e evitando ao máximo a objetividade. O Estado seria a locomotiva do crescimento econômico, da criação de empregos e do resgate do orgulho nacional. A liberdade individual era algo totalmente sem importância neste contexto.

Seu Partido dos Trabalhadores finalmente chegou ao poder, através da mesma democracia que era vista com desdém por seus membros. Uma “farsa” para tomar o poder. O real objetivo tinha sido conquistado. As táticas de lavagem cerebral tinham surtido efeito. Uma vez no governo, o líder foi concentrando mais e mais poder para o Estado, controlando a mídia, as empresas, tudo. Claro que o resultado foi catastrófico, como não poderia deixar de ser. O povo pagou uma elevada conta pelo sonho do “messias” que iria salvar a pátria.

Caro leitor, o líder carismático descrito acima não é quem você está pensando. Ele é, na verdade, Adolf Hitler, líder do Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista da Alemanha, mais conhecido apenas como “nazistas”. Schopenhauer estava certo no alerta da epígrafe. O diabo costuma se vestir de nobre altruísta. Os chifres aparecem somente depois que a vítima vendeu-lhe sua alma. Aí já é tarde demais…

Para quem não gosta muito de ler, há uma versão em vídeo, bastante tosca em termos de qualidade, mas que passa a mensagem também:

Pois é. Hoje cada vez mais gente sabe que o líder carismático não passava de um embusteiro, de um oportunista, de um safado que foi responsável por um retrocesso incrível em nosso país. A ficha está caindo para todos. Antes tarde do que nunca. Que fique a lição para não enveredarmos por novas aventuras com “messias” que falam em nome do povo, mas não passam de populistas inescrupulosos. Acorda, Brasil!

Rodrigo Constantino

 

Merval Pereira: Síndrome da queda

Publicado no Globo

MERVAL PEREIRA

Talvez seja a sina de governos que estão decaindo, não sei se há estudos sobre isso. Se não houver, depois do programa do PT será preciso uma análise mais aprofundada da psicologia de governos que perdem o apoio popular e, numa reação de suicídio político, se lançam a desafios que não estão em condições de enfrentar.

Foi assim com Collor, quando convocou o povo a sair às ruas de verde e amarelo para apoiá-lo, e está sendo assim com o governo Dilma, que resolveu, do fundo do poço em que se encontra, ameaçar os oposicionistas pedindo-lhes “juízo” e sugerindo tragédias como consequência de uma crise política que já está implantada, e ao mesmo tempo ridicularizar o panelaço, como a desafiar o povo brasileiro que, de acordo com a mais recente pesquisa Datafolha, tem 71% de cidadãos que rejeitam o governo.

Não há nem mesmo mais a possibilidade de atribuir o descontentamento à elite, pois a rejeição está em todas as classes, em todas as regiões do país, deixando a presidente Dilma com o menor índice de popularidade de um presidente na história recente do país.

O governo da presidente Dilma perde espaço, perde poder, perde a capacidade de administrar o país. Caminhamos para uma séria crise institucional. Não há mais maioria no Congresso para o governo tentar aprovar medidas importantes de seu ajuste fiscal, não há credibilidade do governo, que não consegue se impor politicamente.

A atitude irresponsável do Congresso é corroborada pelo próprio PT, que está aderindo à oposição na votação de medidas claramente contrárias ao governo, como a indexação dos salários da Advocacia Geral da União e outras categorias aos dos ministros do STF. Não há o menor espírito de colaboração do Congresso por que a maioria pensa apenas em salvar a pele, sem se importar com o destino do governo.

Ninguém quer ser sócio de Dilma no desgaste de popularidade, mesmo que esse seja um raciocínio político raso. Num regime parlamentarista, esse governo já teria sido destituído, e convocadas novas eleições. No presidencialismo, estamos à beira de uma crise institucional.

Não existe nenhuma figura no cenário político brasileiro que possa ser ouvido, ou se fazer ouvir, para tentar unificar o país, como apelou o vice-presidente Michel Temer, a figura mais próxima desse modelo pacificador que não se encontra num Congresso que já abrigou políticos do tamanho de Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Thales Ramalho, Petrônio Portella, todos mestres em conciliação política.

Um acordo é muito difícil, sobretudo, por que não existe por parte do governo Dilma a disposição de assumir erros cometidos. O máximo que chegaram perto foi, no programa do dia 6, perguntar retoricamente:  “Não é melhor a gente não acertar em cheio tentando fazer o bem do que errar feio fazendo o mal?”.

Na véspera, o chefe da Casa Civil chegara a fazer um apelo patético por um acordo suprapartidário, e ensaiou elogios ao PSDB. No programa do PT, os adversários foram acusados de só pensarem em si, e, pela frase, de fazerem “o mal” propositalmente, enquanto o PT, quando não acerta, é por que está tentando “fazer o bem”.

Tudo isso a 10 dias das manifestações marcadas para todo o país contra o governo Dilma. Se não é provocação, o que será?  Difícil entender o movimento político do PT diante da crise que o país vive. Difícil imaginar o que se passa pela cabeça da presidente Dilma quando seu futuro à frente do governo está ameaçado por questões concretas como as contas que o Tribunal de Contas da União (TCU) está examinando, e pelo esfacelamento da base congressual, que não resiste mais à realidade.

O Congresso voltou do recesso mais oposicionista do que nunca, e isso revela o estado de espírito que os parlamentares encontraram em suas bases eleitorais, refletido na pesquisa do Datafolha. Não é simples coincidência que nessa volta o PTB e o PDT tenham pulado do barco governista, e que até o PT vote contra a orientação do governo.

 

Oliver: Ponto de bala

VLADY OLIVER

Vamos combinar, meus caros. O Brasil não precisava chegar a esse ponto. Se chegou, foi com a cumplicidade, o relativismo, a covardia, o ostracismo e o lambebotismo de toda uma canalhada, não é mesmo? O que vi no dia 6 em meu condomínio é tão gritante que eu daria um conselho a essa vigarista vestida de bujão vermelho: saia com as mãos para cima enquanto é tempo, chefona da quadrilha. Você e aquele outro vigarista estão na linha de tiro. Perdeu, bandidona; a casa caiu. A coisa murchou. A mentira não se sustentou.

Confesso que lembro de cada pernada que fui obrigado a dar nos “coleguinhas” do partido dos vigaristas, ainda antes das eleições, quando vieram debaixo da minha janela digital cacarejar seus mantras e suas dissimulações rampeiras sobre as qualidades maternas da mãe de todos os vigaristas. Fala agora, maluco!!! Cacareja aí um mantra qualquer para ver se o produto interno bruto sobe alguma coisa. É inacreditável que uma pessoa se apegue a um cargo como uma craca, um câncer, um carcinoma rombudo e calhorda, sem um pingo de decência, que dirá de civismo.

É inacreditável ver no que transformaram o país, ávidos por enfiar goela abaixo do brasileiro a inimputabilidade de suas crenças vigaristas e pusilânimes. Estou farto até a tampa desses esquerdistas marretas. Se vale o conselho, melhor mesmo que se separem, irmãozinhos siameses na criminalidade ideológica. Ou serão todos tragados pelo pau nasce torto e que bate em Chicos e Franciscos indistintamente. Eu sequer esperaria o dia 16 para pedir o boné e ir cuidar do netinho superfaturado. O sonho acabou e até o brigadeiro corre o risco de mofar na cadeia.

Onde andam os calhordas que defendiam o Dirceuzinho? Que pagavam a vaquinha para libertar o bracinho em pé e lustrar o proselitismo? Todos comprados com o nosso dinheiro, meus caros. A estampa barata com o precinho na testa hoje ilustra os chifrinhos chinfrins de gente como aquele atorzinho que faz o papel de si mesmo em novelas vilãs, o bumbunzinho de fora daquele outro calhorda que deu certo na vida pela porta dos fundos e gente cujo preço baixo está estampado na cara. Essa gente não tem vergonha na lata nem para se desculpar com aqueles que tentaram enganar com esta ladainha marreta. São a escória.

O país está farto de ser dominado pela escória, meus caros. Está farto dessa empulhação. Está farto dessa vigarice enfeitada que nos oferecem impunemente. O dia 6 foi uma prévia para o dia 16. Minhas panelas estão tinindo. Corram que a polícia vem aí. O microfone ainda está aberto? Filhos da ….

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