Dilma na expectativa: Janot deve denunciar Cunha. Perguntas: E Edinho Silva? E Dilma?

Publicado em 19/08/2015 18:45
por REINALDO AZEVEDO, de veja.com + Carlos Brickmann

Dilma na expectativa: Janot deve denunciar Cunha. Perguntas: E Edinho Silva? E Dilma?

Rodrigo Janot deve denunciar o presidente da Câmara, Eduardo Cunhga (PMDB-RJ). Ele é investigado em inquérito, com autorização do STF, por suspeita de recebimento de propina no aluguel de navios-sonda. O Ministério Público Federal o acusa também de ter movimentado conta na Suíça.

A acusação partiu do doleiro Alberto Youssef, segundo quem o deputado teria recebido propina do empresário e lobista Julio Camargo. Este, no entanto, em delação premiada, inicialmente negou o pagamento e, depois, num depoimento na primeira instância, fora, então, do âmbito da delação, mudou a versão e disse ter pagado, sim, a propina.

A Folha informa que um investigador afirmou ao jornal que, em princípio, Cunha seria denunciado por “corrupção”. Bem, existem duas modalidades desse crime:
Corrupção passiva – Artigo 317 –  “Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem”.

Corrupção ativa – Artigo 333 – “Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.”

A única possível, no caso de Cunha, é a passiva. Assim, será preciso demonstrar que o deputado efetivamente tinha condições de interferir no aluguel dos tais navios-sonda e que ou solicitou ou recebeu vantagens em razão do cargo que ocupava. À época, ele era apenas deputado, não presidente da Câmara.

A denúncia contra Cunha é o terceiro evento mais aguardado pelo Planalto. O segundo é a aceitação pelo Supremo. E o terceiro, claro, a eventual cassação de seu mandato se for condenado. Mas, tudo indica, isso Dilma não verá na Presidência, ainda que ocorra.

Que se apure tudo de cabo a rabo. E que Cunha e outros todos investigados paguem se culpados. Mas que há algo de ruim num roteiro em que o maior escândalo de corrupção da história do Brasil — e acho que deve ser o maior do mundo — tenha um deputado do PMDB como principal figura política implicada, ah, isso é fato. Especialmente porque à época em que teria cometido o delito de que o acusam, tinha ainda pouco poder.

Um sujeito que visse a coisa de fora e fosse fazer uma hierarquia dos homens públicos envolvidos na bandalheira, poderia concluir que Cunha era o chefe do petrolão. Era?

Ah, sim: até agora, o petrolão não tocou em ninguém do Executivo.

Pergunta besta: quando é que haverá uma denúncia, ou ao menos um pedido de abertura de inquérito, para Edinho Silva e Dilma Rousseff?

Por Reinaldo Azevedo

 

análise de BERNARDO MELLO FRANCO, na folha de s. paulo:

Cunha pisa em duas canoas

BRASÍLIA- A confirmação de que Eduardo Cunha será denunciado ao STF fez o Congresso viver uma quarta-feira de alta tensão. O foco de todas as conversas passou a ser o futuro do presidente da Câmara, acusado de receber propina no petrolão.

Em tempos normais, seria inimaginável que um deputado formalmente denunciado por corrupção continuasse à frente da Casa. Mas Brasília vive tempos anormais. A crise econômica se agrava, a presidente Dilma enfrenta rejeição recorde, e o chefe da Câmara detém o poder de abrir um processo de impeachment.

Nesta quarta, as tropas começaram a se armar. Cunha reuniu aliados para organizar sua defesa, e um pequeno grupo de deputados, liderado pelo PSOL, redigiu um pedido para tentar derrubá-lo.

O movimento contra o peemedebista pode crescer, mas não o suficiente para cassá-lo. Cunha é muito mais forte que Severino Cavalcanti, que caiu por um mensalinho de R$ 10 mil. Ajudou a financiar muitas campanhas e venceu quase todos os embates que travou com o governo.

Seu futuro dependerá de dois partidos que ainda não moveram as peças no novo tabuleiro: o PT, que representa o Palácio do Planalto, e o PSDB, que lidera a oposição oficial.

Os petistas adorariam vê-lo arder na fogueira, mas temem as consequências de um embate direto. Os mais pragmáticos já sonham com um acordão, no qual salvariam o rival em troca de livrar Dilma da guilhotina.

Muitos tucanos também gostariam de abandonar Cunha, mas não veem outro político capaz de acionar o botão do impeachment. Sustentá-lo, dizem eles, seria um "mal necessário" para derrubar a presidente.

Por enquanto, o presidente da Câmara se sustentará com um pé em cada canoa. O problema é que a pressão da opinião pública pode tornar a água mais revolta. E, como diz um petista disposto ao confronto, Cunha não pode agradar PT e PSDB ao mesmo tempo. Em algum momento, terá que jogar um dos partidos ao mar.

“A voz do dono” e outras cinco notas de Carlos Brickmann

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

CARLOS BRICKMANN

De acordo com a propaganda oficial, foi uma pequena manifestação, de brancos ricos, que aliás nem sabiam o que estavam fazendo por lá, todos golpistas, fascistas, xenófobos, conservadores, coxinhas, pedófilos, antropófagos e feios. Em resumo, nada de importante: passou a manifestação e a vida continua. Mas:

1 - Na noite do dia 16, tão logo terminou a manifestação, Dilma convocou seu Estado-Maior para discutir o que fazer. Os ministros Aloizio Mercadante, Jaques Wagner, José Eduardo Cardozo e Edinho Silva não ousaram entrar pela porta da frente do Palácio da Alvorada: preferiram uma porta lateral, mais discreta. Jornalistas? Nem Aloizio Mercadante, que é capaz de trocar três retratos de Lula Supremo por uma foto com Dilma, que quando abre a geladeira e vê a luzinha já começa a dar entrevista, não quis contato com repórteres, por mais amigos que fossem. A propósito, dos quatro ministros que formam o núcleo deste governo, Lula só gosta de um, Wagner. Lula, se fosse gato, cobriria de areia os outros três.

2 - Fernando Henrique, o Imperador da Cautela, o Rei do Deixa-pra-lá-para- ver-como-é-que-fica, imoderado em sua moderação, pediu à presidente Dilma um gesto de grandeza ─ a renúncia ao cargo. Ou, no mínimo, que admitisse seus erros e mostrasse o caminho para recuperar a credibilidade. Fernando Henrique sabe que é mais fácil Dilma admitir ter sido amiga de José Dirceu (Dirceu? Quem?) do que reconhecer que algum dia cometeu algum erro. Propôs-lhe, portanto, a renúncia.

E jamais seria ousado a esse ponto sem ouvir a voz das ruas.

Sinal fechado

Nem Dilma nem seus ministros prediletos fizeram qualquer comentário sobre a manifestação. Não, não foi uma maneira de demonstrar desprezo: foi o receio do panelaço que receberia suas palavras. Manifestação e panelaço, aí já é demais.

Salvando o seu

Fora o núcleo duro do governo, Dilma tem mais alguns aliados para conversar sobre os próximos passos. Lula, claro ─ embora não dê a atenção devida a seu padrinho político, que entende do jogo muito mais do que ela. Velhos amigos, como Gleisi Hoffman, Erenice Guerra, Graça Foster não podem, por um ou outro motivo, participar abertamente de articulações. Há Renan Calheiros, Romero Jucá (detesta ambos, mas tem de engoli-los), Michel Temer (não gosta dele, mas sabe que é importante para ela); todos, entretanto, conforme a situação, não hesitariam um instante para transformar-se em adversários. 

Lula não se transformaria em adversário. Já mostrou, porém, que não é chegado a defender amigos em perigo. Não se voltará contra ela, mas nem lembrará que Dilma existe.

Histórias exemplares

A história do aluguel de veículos nos Estados Unidos mostra direitinho como funcionam as coisas no Brasil: primeiro, mostra como o governo brasileiro não economiza para desfrutar do máximo de luxo; segundo, mostra o desprezo que a presidente Dilma dedica às relações internacionais, a ponto de não se importar em prejudicar a imagem externa do país por cem mil dólares (que, a propósito, nem precisaria gastar). 

A primeira história exemplar é a do aluguel: a comitiva presidencial passaria dois dias (e uma noite) em San Francisco, Califórnia, mas os veículos foram alugados por quinze dias. A própria empresa locadora desaconselhou o aluguel de 19 limusines, mais dois ônibus, mais três vans Mercedes, mais um caminhão “para transporte das bagagens”. Sugeriu carros para a presidente e os ministros e ônibus para o transporte dos demais passageiros. Negativo: até a filha da presidente teve limusine privativa, com motoristas e tudo. E como não há verba para pagar esse luxo todo, calote no fornecedor. Só honraram a conta quando o dono da empresa foi aos jornais para reclamar. 

- A presidente Dilma não dá a menor importância às relações exteriores. Já houve ocasiões em que as contas de luz e água das embaixadas não foram pagas; houve um caso (que ficou famoso pela desfeita ao embaixador da Indonésia) em que diplomatas estrangeiros ficaram no Brasil quase um ano, sem poder trabalhar, porque a presidente não encontrava tempo para receber suas credenciais. 

É luxo só

O exemplo vem de cima, e frutifica: o Tribunal de Justiça do Estado do Rio decidiu gastar R$ 23 milhões em 246 carros Jetta para seus magistrados. Crise? Que crise? Corte de verbas? Que é que o caro leitor está pensando? 

Em São Paulo, Assembleia e Câmara também cuidam do conforto de seus integrantes.

Governo acuado

O Movimento dos Trabalhadores sem Terra, MST, invadiu nesta segunda uma fazenda experimental da Universidade de São Paulo, em Londrina, no Paraná. A fazenda, com 3.700 hectares, tem área de preservação ambiental em um terço de sua extensão, com floresta original, e trabalha na recuperação de matas degradadas. Graças a suas pesquisas agropecuárias, ocupa a terra com o triplo do gado de corte normalmente suportado. O MST alega que a fazenda é improdutiva.

Detalhe para quem reclama que estudantes brasileiros que subiram na vida não se lembram de suas universidades: a área, conhecida como Mata do Barão, foi doada à USP no ano 2000 por um ex-aluno, Alexandre Von Pritzelwitz.

(por CARLOS BRICKMANN)

 

Se alguém o convidar para um drinque ou um charuto, certifique-se de que não é um petista…

 “Vamos tomar um drinque? Vamos fumar um charuto?”

Cuidado, amigo! A depender de quem esteja do outro lado da linha, isso pode ser metáfora. Pior do que metáfora, pode ser crime.

Ao menos é o que diz o delator premiado Milton Pascowitch, um dos homens que operavam a roubalheira do petrolão, segundo ele próprio. Quando tinha de fazer algum acerto com o petista Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, essas eram as senhas.

Pascowitch era dono da empresa de fachada Jamp Engenharia, que servia apenas para lavar a propina paga aos larápios. No caso de Duque, sempre segundo o operador, eram R$ 280 mil por mês, referentes a contratos com duas prestadoras de serviço da Petrobras – Hope Recursos Humanos e Personal Service. Os pagamentos, segundo Pascowitch, eram feitos em sua casa ou na sede da D3TM — empresa de consultoria de Duque aberta após sua saída da Petrobras. Sim, amiguinhos, mesmo fora da estatal, segundo o delator, o petista continuava a cuidar do seu ducado.

Que se lembre: Duque também está acertando os termos de sua delação premiada. É possível que toda a propina que amealhou tenha sido só em benefício pessoal? Possível, sempre é… Mas alguém acredita nisso? O homem sempre foi um quadro do partido na Petrobras.

Pois é… Esse negócio de drinque é antigo no PT. Lula ainda era sindicalista e liderava as greves de futuros demitidos do ABC, que iriam asfaltar o seu caminho rumo à Presidência, e os acordos com o Grupo 14 da Fiesp já eram celebrados com Black Label.

Não, não! Não estou sugerindo que Lula recebesse capilé da Fiesp, não em sentido físico. Em sentido moral, sim! Segundo me contou um dos negociadores de então, mais de uma vez, as estratégias eram combinadas, sempre mediadas pelo rótulo preto, usando a tigrada que tomava uma cachacinha como massa de manobra.

O que Lula bebeu e fumou de companheiros ao longo da vida não está nos livros da história contada pelos esquerdistas das universidades brasileiras.

Por Reinaldo Azevedo

 

HADDAD TEM DE SER PROCESSADO CRIMINALMENTE. ELE ASSUMIU O RISCO DE MATAR OS PEDESTRES! E A IMPRENSA CICLOFAIXISTA E CICLOFASCISTA!

Florivaldo Carvalho da Rocha, 78 anos, está morto. Talvez os pragmáticos digam: “Ah, já estava velho mesmo, e a cidade de Fernando Haddad é para os novos”. No domingo, morreu um garoto de nove anos. Talvez os pragmáticos digam: “A cidade de Fernando Haddad não é para os muito novos”. Florivaldo morreu atropelado por uma bicicleta, na tarde desta segunda, quando aguardava para atravessar, na ilha de pedestres da ciclovia da avenida General Olímpio da Silveira, que passa embaixo do elevado Costa e Silva, o chamado Minhocão. Ainda foi socorrido pelo ciclista, Gilmar Raimundo Alencar, de 45 anos, mas não resistiu a politraumatismo craniano. O menino morreu atropelado por uma van na avenida Bento Guelfi, na zona Leste de São Paulo.

Nos dois casos, as áreas exclusivas para bicicletas são aberrações urbanas, fruto da obsessão e da monomania de um prefeito que resolveu desafiar a lógica, o bom senso e o direito que têm as pessoas de ir e vir. Quem responde por essas duas mortes? Do ponto de vista das escolhas administrativas e urbanísticas, é o prefeito Fernando Haddad.

A ciclofaixa que passa sob o Minhocão é verdadeiramente criminosa. Produzir ali um cadáver era questão de tempo. E outros virão. Ali como em todo canto. Aliás, só não temos mortos em penca — ciclistas inclusive — porque as bicicletas quase não existem. Dia desses, revelei aqui, quase fui atropelado por uma na Avenida Paulista. Eu estava cumprindo as regras, como Florivaldo. O ciclista não.

Para construir a ciclovia sob o Minhocão, Haddad deslocou por meses os passageiros de ônibus, deixando-os em pontos ao relento, chovesse ou fizesse sol. Inaugurada a pista, levou-os de volta sob o Minhocão, fazendo-os conviver com ciclistas. Sim, são muito poucos. Mas transitam por ali em alta velocidade.

Cadê o Ministério Público? Fernando Haddad, o prefeito, e seu secretário de Transportes, Jilmar Tatto, têm de ser processados e responsabilizados criminalmente. Ao instalar uma ciclovia numa área reservada a pedestres, eles estão assumindo o risco de matar pessoas. A ciclofaixa da Avenida Bento Guelfi, onde morreu o menino, tem um traçado que é um atentado ao bom senso.

Vivemos sob a égide de um alcaide que usa as prerrogativas que o cargo lhe dá como um ditador. Ouvido a respeito das mortes, a fala do prefeito é típica de um maluco ou de um cínico. Diz lamentar, é claro!, mas afirma que os pedestres e ciclistas acabarão se entendendo. Essa é a cabeça politicamente pervertida de um esquerdista. Pouco importa quantas mortes ele patrocine, está certo de que sua engenharia salvará o mundo.

Reação da imprensa
Com exceção aqui e ali, muito especialmente das rádios, a reação da imprensa, que é, no mais das vezes, ciclofaxista e ciclofascista, é asquerosa. Fica a um passo de culpar o morto. É o fundamento da esquerda orientando as reações: “Não podemos dar muito destaque para isso porque pode haver um recuo na instalação das pistas, e nós achamos ser esse o bom caminho”.

Imaginem se dois ciclistas tivessem sido mortos em dias consecutivos. Os usuários de bicicleta parariam a Paulista, dariam um nó na cidade. Os ciclofaixistas e ciclofascistas da imprensa — está coalhada deles — vociferariam a sua indignação. Mas sabem como é… Pedestres são apenas a maioria sem pedigree. Eles não são minoritários o bastante para se organizar. E o neoesquerdismo fascistoide, de que o PT é expressão, só sabe falar com minorias organizadas.

No dia da inauguração da ciclovia do Minhocão, Haddad deu uma declaração delinquente, para escândalo de quase ninguém: “Nós não podemos trocar a segurança do ciclista pela segurança do pedestre”. Bem, é uma fala típica de quem já chegou a dizer que Stálin era um assassino mais moral do que Hitler porque ao menos lia livros antes de mandar matar. Nota: em breve, morrerá alguém na ciclovia da Avenida Sumáré. Também ali o prefeito juntou pedestres e cicilistas num só lugar.

A indignação é quase geral nas rádios. Uma âncora da CBN, Fabíola Cidral — um leitor me envia a fala da moça —, no entanto, saiu em defesa de Haddad. Viajada e internacional, ela disse já ter andado em ciclovias em Paris, Amsterdã, Londres e Berlim… E afirmou que, de fato, ônibus e carros se misturam com ciclistas etc. e tal. Tudo normal. Sua chefe, Mariza Tavares, fazendo juízo de valor sobre o jornalismo da rádio Jovem Pan, onde também trabalho, afirmou certa feita, tentando justificar o fato de sua emissora estar em terceiro lugar em audiência — perde para a Pan e para a BandNews —, que fazer jornalismo de qualidade é muito difícil. Se bem entenderam, ela associava a baixa audiência à qualidade superior que exibiria…

Essa é a âncora que afirmou que, mesmo perdendo a perna num acidente numa rodovia, um advogado da OAB havia recorrido à Justiça contra a redução de velocidade nas Marginais.

A moça acha que, se a gente se opuser a medidas de Haddad, Deus castiga, e a gente perde a perna. Parece que se alinhar com o prefeito corresponde a perder o juízo.

Fazer jornalismo, com efeito, é coisa difícil. Especialmente de joelhos. No altar da ideologia mixuruca.

Por Reinaldo Azevedo

 

Levy diz que ajuda ao setor automotivo não compromete ajuste. Não: compromete o próprio Levy!

 

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que as linhas de crédito abertas pelos bancos públicos Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal ao setor automotivo não oferecem riscos ao ajuste fiscal. “Não compromete o ajuste, é uma operação de mercado, operação que na verdade evidentemente pressupõe o compromisso de contrato das montadoras”, disse. Após participar de evento no Rio de Janeiro, ele argumento que os “bancos estão levando em conta a qualidade de crédito das empresas”.

Nesta quarta-feira, o Banco do Brasil anunciou que antecipará a fornecedores da cadeia automotiva 3,1 bilhões de reais até o final deste ano. Na mesma linha, na terça, a Caixa disse que 5 bilhões de reais até o fim de 2015 em linhas de capital de giro e de investimento com juros mais baixos e prazos maiores às empresas do segmento. Segundo o ministro, trata-se de operações “absolutamente normais”, que os bancos fazem diariamente com seus fornecedores.

Pode até ser que a ajuda não comprometa o ajuste fiscal, por conta de sua limitada magnitude. Mas ela é tudo, menos uma “operação de mercado”. Notem que o próprio ministro, logo depois, disse que a operação “evidentemente pressupõe o compromisso de contrato das montadoras”. Que contrato é esse? Qual a contrapartida para o empréstimo subsidiado?

Ora, o acordo é que tal benefício sirva para que a empresa não demita mais gente. Então vamos pensar por um minuto: um banco empresta dinheiro para um setor em crise, em dificuldade financeira, com risco maior de inadimplência, portanto. E como contrapartida, o banco cobra que a empresa não reduza seus custos, mantendo um quadro artificialmente elevado de pessoal. Operação normal de mercado?

Nem aqui, nem na China! Levy perde credibilidade a cada segundo de forma impressionante. O doutor Chicago pulou para o lado petista mesmo, e já adota até discurso cínico como seus pares. Se os bancos estão levando em conta a qualidade de crédito das empresas, e se se trata de uma operação de mercado, então não faz sentido algum cobrar, como moeda de troca, uma decisão irracional e antieconômica dessas empresas, que aumenta seu risco de crédito. Elementar, caro Watson!

Não é uma operação de mercado, e sim de governo, e prova a politização dos bancos estatais, o que aumenta muito seu risco, transferido para os “contribuintes”. É o governo usando o nosso dinheiro, em pleno ajuste fiscal, para salvar empresários grandes e alguns empregos insustentáveis, que deveriam ser redirecionados para atividades mais produtivas. Levy está fincando cada dia mais parecido com Mantega…

Rodrigo Constantino

 

Alerta de impeachment: cada país tem a Dilma que merece

(FELIPE MOURA BRASIL)

Qualquer semelhança entre a esquerda americana e seu subproduto petista não é mera coincidência

 

Tuitei de madrugada, enquanto assistia à conversa (acima) do âncora Sean Hannity, da Fox News, com o ex-prefeito republicano de Nova York:

Captura de Tela 2015-08-19 às 15.55.23Depois eu chamo Hillary Clinton de “Dilma americana” e os antipetistas leigos no debate público dos EUA não sabem por quê.

Assim como no caso do “Brasil 171″, o apelido que dei tempos atrás à mulher sapiens de Bill Clinton me mata cada vez mais de orgulho. Só falta Hillary saudar a mandioca.

Ela enviou e recebeu mais de 62.320 mensagens durante seus quatro anos como secretária de Estado, entre 2009 e 2013, a partir de um endereço de e-mail pessoal, com um servidor próprio instalado em sua casa em Nova York, em vez de utilizar o do governo.

Os republicanos pressionaram, o Congresso abriu uma investigação e Hillary entregou cerca de 30 mil e-mails (55 mil páginas de mensagens) ao Departamento de Estado, alegando que apagara os outros 30 mil por serem de natureza “pessoal”.

(Detalhe: a Fundação Bill, Hillary e Chelsea Clinton, conhecida simplesmente como Fundação Clinton, recebeu 2,35 milhões de dólares de altos executivos de uma mineradora canadense na mesma época em que sua venda para a Rosatom, uma empresa russa de energia nuclear, teve de ser aprovada pelo Departamento de Estado americano, então comandado “pessoalmente” por Hillary.)

No último dia 11, investigadores informaram que – embora ela tenha sempre afirmado que não havia informações confidenciais nos e-mails – pelo menos duas mensagens deveriam ser classificadas como “top secret”.

No vídeo da Fox, lembrando recente declaração do atual secretário de Estado, John Kerry, de que escreve e-mails pressupondo que eles sejam lidos por russos e chineses, Hannity cogita a hipótese de Hillary ser eleita em 2016 e o presidente da Rússia, Wladimir Putin, por exemplo, decidir ir à Casa Branca e colocar as mensagens dela sobre a mesa (o que poderia ser usado até como forma de chantagem para conseguir algo em troca do silêncio).

“E talvez possa levar ao impeachment da presidente americana”, alerta Giuliani, que também sugeriu a Hillary a contratação de um advogado criminal.

A candidata republicana Carly Fiorina, que vem crescendo nas pesquisas após vencer o debate dos nanicos, disse à ABC News:

“No debate da semana passada, eu fiz a declaração de que Hillary Clinton mentiu. Ela mentiu sobre [os ataques terroristas ao complexo da embaixada dos EUA em] Bengasi [na Líbia, em 2012, que resultaram em quatro americanos mortos]. Ela mentiu sobre seu servidor e ela mentiu sobre seus e-mails. E houve alguns na mídia que acharam dura essa linguagem, embora a maioria dos americanos concorde comigo. E quanto mais essa história se passa, mais se torna claro que ela mentiu.”

Sempre afiada contra Hillary, como venho mostrando aqui desde fevereiro, Fiorina continuou:

“É claro que este servidor estava estacionado em uma empresa de TI em Nova Jersey estava sendo limpo. Isso levanta todos os tipos de questões. E é quase impossível de acreditar, é preciso esticar a credulidade para aceitar que uma secretária de Estado, que lidava com todas as suas comunicações em um servidor remexido de casa, nunca passou informações confidenciais em seu dispositivo e por meio desse servidor. É claro que ela passou. E agora estamos descobrindo que ela passou. Como de costume, o acobertamento é pior do que o crime.”

Não à toa, o candidato republicano Donald Trump encurtou em 18 pontos a distância para Hillary nas pesquisas e agora está a apenas 6.

Cada país tem a Dilma que merece, mas os EUA ainda podem evitar a saudação à mandioca.

The Dilmas Show

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Blogs de veja.com

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário