Ex-relatora do fim da CPMF, Kátia Abreu se cala sobre a volta da "contribuição"

Publicado em 11/11/2015 20:31
Por: Vera Magalhães, da coluna RADAR, de VEJA.COM

A ministra Kátia Abreu (Agricultura), sempre uma das mais diligentes em defender a presidente Dilma Rousseff e as medidas do ajuste fiscal, está em silêncio obsequioso sobre a volta da CPMF.

A discrição é para evitar que a ministra tenha de explicar a saia justa de ter de defender a recriação de um tributo que, como relatora no Senado, ajudou a sepultar.

Kátia deu parecer favorável à extinção da CPMF em 2007, no governo Lula, e apoiou a campanha “Xô CPMF”.

Enquanto ainda se discutiam as medidas do ajuste, a ministra foi favorável a elevar a alíquota da Cide, em vez de apostar na CPMF. Achava que seria mais fácil de aprovar no Congresso e teria aplicação mais imediata.

Uma vez definido o caminho, no entanto, se calou e não defende nem critica a medida. Numa entrevista no fim de outubro, defendeu o ajuste, sem citar o imposto pela sigla famosa (e impopular).

Em 2010, chegou a dizer que pregar a volta da CPMF seria “estelionato eleitoral”.

 

Que governo exótico!

O Brasil corre o risco de ser punido em fóruns internacionais por não ter uma lei antiterrorismo, mas o sr. ministro da Justiça tem a ousadia de anunciar que o governo vai recorrer a uma Medida Provisória para alterar o Código Nacional de Trânsito e, assim, punir os caminhoneiros grevistas.

Eu já disse que sou contra, sim, obstruir estradas, mas chamo atenção de vocês para a forma como os petistas tratam os seus manifestantes e como tratam aqueles que não têm canga.

Cardozo anunciou que a multa para o dono do veículo que estiver obstruindo estrada saltará de R$ 1.915 para R$ 5.746 — podendo dobrar em caso de reincidência. Para organizadores do protesto, a sanção pode ser de R$ 19.154 — com risco também de ser aplicada em dobro.

Dilma decide editar Medida Provisória com perseguição inconstitucional a caminhoneiros

O governo que se nega a votar uma lei antiterrorismo decide ser duro com caminhoneiros que fazem greve

A má-fé, pois, é escancarada, assumida. Ora, que diferença faz se quem obstrui a estrada é líder ou não? Punir alguém por seu papel de destaque num determinado movimento não é da competência do Código Nacional de Trânsito. Nesse caso, o sr. ministro, professor de direito, deveria recorrer é ao Código Penal se ele considera tratar-se de um crime.

É evidente que estamos diante de uma perseguição explícita aos caminhoneiros. Mais cedo a própria Dilma havia afirmado que reivindicar é livre e coisa e tal, mas as estradas não pode ser fechadas.

Pois é… Quantas vezes vocês viram o governo federal atuar contra as obstruções de estradas promovidas por movimentos de esquerda, especialmente pelo MST?

Já disse: não apoio que se cerceie o direito de ir e vir, contra Dilma ou a favor dela, pouco importa a ideologia de quem se manifeste. Mas é evidente que a MP anunciada pelo senhor José Eduardo Cardozo é pautada pela mais explícita e arreganhada perseguição política, além de conter elementos flagrantemente inconstitucionais.

Não cabe ao Código Nacional de Trânsito punir “lideranças” de movimento. Essa gente enlouqueceu.

(reinaldo azevedo)

 

Caiado articula apoio do agronegócio a caminhoneiros

O senador Ronaldo Caiado está em contato com diversas lideranças do agronegócio.

Quer que o setor apoie os caminhoneiros que fazem protestos pelo país.

Além do suporte logístico, auxiliando, por exemplo, na alimentação dos motoristas, quer também que tratores e máquinas se unam aos caminhões nos bloqueios.

O senador ainda tem dito que os manifestantes não precisam se preocupar com as altas multas impostas pelo governo.

Segundo ele, o Congresso vai derrubar a medida provisória que viabiliza as multas e depois votará projeto anistiando quem for punido.

(por SEVERINO MOTTA)

 

FHC só teria inveja de Lula se sonhasse desde menino com a falência do Brasil

Lula - FHC  3

O ex-presidente Lula confirmou nesta quarta-feira que jamais se livrará da assombração que lhe confisca o sono desde o século passado. “Fernando Henrique Cardoso tem inveja do meu sucesso”, repetiu o palanque ambulante castigado por rachaduras que anunciam o desabamento inevitável. O embusteiro em seu ocaso não consegue esquecer o homem que o surrou nas urnas. Duas vezes,  ambas no primeiro turno.

“É só comparar meu governo com o dele para saber por que o FHC não se conforma com um operário que deu certo na Presidência”, delirou o parteiro da conjunção de crises que ameaça o país com a falência política, econômica e moral. “Vejam o que eles fizeram e o que nós fizemos”. Se a oposição fosse menos inepta e mais altiva, teria aceitado há muito tempo o confronto proposto pelo recordista mundial de bravata & bazófia.

A mirada no retrovisor refletiria as incontáveis abjeções que escurecem a trajetória do PT, orientado desde sempre pelo sinuelo desprovido do sentimento da vergonha. Em novembro de 1984, por não enxergar diferenças entre Paulo Maluf e Tancredo Neves, o partido optou pela abstenção no Colégio Eleitoral que escolheria o primeiro presidente civil depois do ciclo dos generais. Em janeiro de 1985, os deputados federais Airton Soares, José Eudes e Bete Mendes votaram em Tancredo. Foram expulsos do PT por ordem do comandante.

Em 1988, a bancada do PT na Constituinte recusou-se a assinar o texto da nova Constituição. No mesmo ano, num discurso em Aracaju, o deputado federal Luiz Inácio Lula da Silva informou que o presidente José Sarney era era “o grande ladrão da Nova República”. Depois de descobrirem que nasceram um para o outro, Lula e Sarney hoje são amigos de infância.

Na campanha presidencial de 1989, o candidato do PT acusou Fernando Collor de “filhote da ditadura”. Depois do impeachment, “corrupto” foi a palavra mais brandas que usou para qualificar o inimigo. Collor revidou com dois adjetivos no fígado (“ignorante” e “cambalacheiro”) e uma frase no queixo: “Lula é incapaz de distinguir uma fatura de uma duplicata”.

Os dois também descobriram que eram almas gêmeas e irmãs na paixão pela vida mansa. Hoje, o senador do PTB de Alagoas e o chefão do partido que virou bando são colegas de Petrolão. Fora o resto. Estiveram juntos no esquema que esvaziou os cofres da estatal.  Poderão juntar-se de novo na traseira do mesmo camburão.

Em 1993, a ex-prefeita Luiza Erundina, uma das fundadoras do partido, aceitou o convite do presidente Itamar Franco para participar do ministério. Foi empurrada para fora do PT. Em 1994, ainda no governo Itamar Franco, os parlamentares petistas lutaram com ferocidade para impedir a aprovação do Plano Real. No mesmo ano, transformaram a revogação da mudança que erradicara a praga da inflação, numa das bandeiras da campanha presidencial.

Entre o começo de janeiro de 1995 e o fim de dezembro de 2002, a bancada do PT votou contra todos os projetos, medidas e ideias encaminhados ao Legislativo pelo governo Fernando Henrique Cardoso. Todos, sem exceção. Uma das propostas mais intensamente combatidas foi a que instituiu a Lei de Responsabilidade Fiscal. Desde a ressurreição da democracia, a ação do PT oposicionista foi permanentemente subordinada a sentimentos menores, interesses mesquinhos, objetivos sórdidos e sonhos liberticidas.

Em janeiro de 1999, mal iniciado o segundo mandato, o deputado Tarso Genro propôs a deposição do presidente reeleito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. O lançamento da campanha com o mote “Fora FHC!” evocou acusações que Tarso enfeixou num artigo publicado pela Folha. Trecho:

O presidente está pessoalmente responsabilizado por amparar um grupo fora da lei, que controla as finanças do Estado e subordina o trabalho e o capital do país ao enriquecimento ilegítimo de uns poucos. Alguns bancos lucraram em janeiro (evidentemente, por ter informações privilegiadas) US$ 1,3 bilhão, valor que não lucraram em todo o ano passado!

Depois da eleição de 2002, Fernando Henrique Cardoso impediu que a inflação fosse ressuscitada pelo medo decorrente da ascensão do PT. Entre o  começo de novembro e o fim de dezembro, FHC comandou a primeira transição civilizada da história republicana e entregou a casa em ordem. Um surto de juízo aconselhou o novo presidente a entregar a direção do Banco Central a Henrique Meirelles, eleito deputado federal pelo PSDB de Goiás. Três meses depois da posse, Lula começou a costurar a fantasia repulsiva da “herança maldita”.

O reizinho malandro agora está nu. O vigarista que prometia moralizar o país é o padroeiro de quadrilhas insaciáveis. O oposicionista que ignorou a mão estendida por Tancredo Neves agora confraterniza com qualquer caso de polícia. A vestal de bordel institucionalizou a roubalheira impune e se meteu até o pescoço nos maiores escândalos registrados desde a chegada das caravelas

A nação enfim entendeu que o inventor do Brasil Maravilha era o disfarce do farsante boquirroto. O maior dos governantes desde Tomé de Souza recebeu de FHC um país pronto para o ingresso no mundo civilizado. Com a ajuda do poste que instalou no Planalto, reaproximou o Brasil do tempo das cavernas. É ele o pai da verdadeira herança maldita. Mas nem fica ruborizado ao garantir que FHC sempre quis ser Lula quando crescesse.

“É inveja”, esbraveja. O espelho berra o contrário. Nenhum homem culto prefere ser ignorante. Gente civilizada despreza pastores do primitivismo. Um estadista honrado quer distância de um politiqueiro fora da lei. E o vencedor não tem motivos para invejar um vencido ─ sobretudo se o derrotado sucumbe à espécie de ressentimento que o tempo não cura..

(por AUGUSTO NUNES)

 

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