Candid. | Inst. | Total | Sexo | Região |
| | | Masc. | Fem. | Sudeste | Sul | Nordeste | N/CO |
Serra | Dat. | 42 | 41 | 43 | 45 | 48 | 33 | 42 |
Ibope | 40 | 39 | 41 | 44 | 48 | 33 | 33 |
Dilma | Dat. | 30 | 35 | 25 | 26 | 26 | 37 | 31 |
Ibope | 32 | 35 | 28 | 28 | 24 | 41 | 34 |
Marina | Dat. | 12 | 11 | 13 | 13 | 9 | 12 | 13 |
Ibope | 9 | 8 | 10 | 9 | 8 | 6 | 16 |
Bco/nulo nenhum | Dat. | 8 | 7 | 8 | 9 | 5 | 9 | 7 |
Ibope | 11 | 11 | 10 | 13 | 10 | 8 | 11 |
Não sabe | Dat. | 8 | 5 | 11 | 7 | 12 | 9 | 7 |
Ibope | 9 | 7 | 11 | 6 | 10 | 12 | 9 |
A tabela acima traz os números das mais recentes pesquisas Datafolha e Ibope e ajuda a explicar por que a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, vem dando alguns tropeções. Pode também estar na raiz de algumas bobagens que os petistas vêm fazendo na Internet, sob o comando de Marcelo Branco, o grande “jênio” da área, que é quem está avaliando, como ele escreveu em seu Twitter, a “cituação”.
As duas pesquisas têm margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. Pode-se dizer que apontam um mesmo cenário. A única discrepância relevante, fora da margem de erro, se dá nos votos do Norte-Centro-Oeste: o Ibope aponta um empate técnico entre Serra e Dilma (33% a 34%), e o Datafolha ainda vê uma vantagem folgada do tucano: 42% a 31%.
Onde estão os calcanhares de Aquiles de Dilma? No voto das mulheres, especialmente, presume-se, as das regiões Sudeste e Sul. No Ibope, a vantagem do tucano entre as mulheres é de 18 pontos (43% a 25%); no Ibope, de 13% (41% a 28%). Entre os homens, o segundo instituto aponta uma diferença de quatro pontos (39% a 35%), e o primeiro, de seis (41% a 35%).
A largada de Dilma, com seu discurso agressivo e sua metáfora de lobos e cordeiros, ajuda a seduzir as mulheres? Quem entende do riscado assegura que elas são mais refratárias à baixaria eleitoral e ao bate-boca dos que os homens. Para corrigir a rota, a campanha tentou, então, criar a “Dilminha amorável”, que carrega no sotaque mineiro, que tenta falar de sentimentos, que busca expor também o seu lado frágil. Ocorre que, até agora, ela parece bem pouco à vontade nesse figurino. No programa do apresentador Datena, na Band, ao tentar se mostrar mais “humana”, enroscou-se numa personagem inadequada a seu perfil. Pareceu falso.
Os petistas agora informam que Dilma pretende colar em Michele Bachelet, ex-presidente do Chile, e se dizer candidata a “presidenta” — como a Bebel, da Apeoesp. Vai funcionar? Talvez ela tivesse acenado de forma positiva às mães de São Paulo e do Brasil se não tivesse dado apoio à greve política do sindicato dos professores, por exemplo… Afinal, todos sabemos que as crianças, sob certo ponto de vista, são mais filhas de suas mães do que de seus pais…
O PT também tem tentado, especialmente na rede, investir numa Dilma mítica, que teria estado presente a todos os momentos cruciais da história brasileira, uma espécie de supermulher com dons visionários. Afinal, é preciso lhe dar uma biografia política que justifique o atual status. E a tarefa tem sido das mais difíceis. Não me parece que esse esforço a aproxime muito das mulheres.
A corrida mal começou, é claro. Lula já operou uma formidável transferência de voto. A questão, agora, é saber se caberá a ele ou a ela tentar conquistar as mulheres do Sul e do Sudeste. Notem que, nos dois institutos, a vantagem de Serra nessas duas regiões é superior à da petista no Nordeste.
A rede já desvendou a tramóia. Não se fala em outra coisa!
O lobo perde o pêlo (aqui, ainda com acento), diz o ditado popular, mas não perde o vício. E, como sua especialidade é fingir, apresenta-se, às vezes, como se fosse cordeiro. Os petistas retomam uma prática antiga da tirania stalinista para tentar bombar a biografia da “criatura eleitoral” de Lula. Vejam esta imagem publicada no blog oficial de Dilma Rousseff:
Ela ilustra uma biografia da pré-candidata cujo objetivo é demonstrar a sua participação em momentos importantes da história brasileira — e sempre ao lado da democracia, ora essa! Trata-se de uma montagem com supostas três imagens de Dilma: quando criança, numa passeata contra a ditadura e nos dias atuais. Tudo estaria certo não tivesse aquela imagem do meio sido retirada desta foto:
A personagem apresentada como Dilma Rousseff é, na verdade, a atriz Normal Bengel, participando da chamada Passeata dos Cem Mil, realizada no Rio, no dia 26 de junho de 1968. Da esquerda para a direita, aparecem na fila as atrizes Tonia Carrero, Eva Wilma, Odette Lara, Norma Bengel e Ruth Escobar.
Isto mesmo: o BLOG OFICIAL DE DILMA — não se trata de coisa da molecada da rede, não; isso foi criado por profissionais — fraudou a história para tentar emprestar alguma relevância à biografia da candidata.
A situação é tão vexaminosa, que a empresa contratada para fazer a campanha, a tal Pepper Interativa, divulgou uma nota. Vejam que primor:
O blog Dilmanaweb lamenta profundamente a interpretação equivocada da foto que traz a atriz Norma Bengell participando de uma passeata contra a ditadura.
Jamais houve a intenção de confundir a sua imagem com a de Dilma, o que seria estapafúrdio, ainda mais se tratando de uma figura pública. O que se busca, ali, é ressaltar um momento da vida do país do qual Dilma participou ativamente. Outras fotos do blog fazem referência a esse momento em que os brasileiros foram às ruas pedir o fim da ditadura.
Dilma participou de todas essas lutas. Elas fazem parte de sua vida e da vida de milhões de brasileiros. Lamentamos eventuais mal-entendidos que possam ter ocorrido e tomaremos providências para evitá-los.
Pepper Interativa
Atenção!
Entenderam? Roubam a imagem de Norma Bengell, apresentam-na como se fosse de Dilma, mas a responsabilidade, obviamente, é de quem entendeu “errado” a mensagem… A Pepper é a agência que emprega o tal Marcelo Branco, aquele cabeludo que está revolucionando a língua portuguesa em suas mensagens na Internet.
Dilma militou em três organizações terroristas stalinistas, isto é, inspiradas moral, intelectual e politicamente no tirano soviético Josef Stálin, um dos maiores carniceiros da história. A prática de fraudar fotos vem daquele tempo.
A exemplo dos petistas, Stálin também recontava a história segundo os seus interesses, apagando, literalmente, os seus inimigos e se atribuindo uma importância que não tivera. Vejam estas fotos e suas respectivas legendas. Volto em seguida.
Em 1920, Lênin discursa em frente ao teatro Bolshoi, em Moscou. Fala aos soldados que vão lutar contra a Polônia. Ao lado do balcão, à sua esquerda (à direita da foto), de quepe, está Trotsky. Agora vejam...
... o que aconteceu depois que Trotsky foi banido da União Soviética. Stálin mandou apagar a sua imagem. No arquivo oficial e nos livros escolares, essa passou a ser a foto "verdadeira". Vejam outro exemplo abaixo.
Ato comemora o segundo ano do golpe bolchevique na Rússia, chamado de "revolução". Na foto da esquerda, sempre de quepe, Trotsky aparece ao lado de Lênin. Depois que Stálin "corrigiu" o passado, como fazem os petistas, seu inimigo desapareceu da história
Encerro
Os tempos são outros, mas a alma tirana é a mesma. A mitologia esquerdopata só se sustenta porque não reconhece a superioridade moral da verdade. Não fosse assim, não seria o próprio Lula a assaltar o passado e a biografia de seus adversários. Transformar Norma Bengell em Dilma Rousseff faz parte do PAM — o Programa de Aceleração da Mistificação. Trata-se apenas de um emblema de uma prática metódica.
Stálin, o fraudador-símbolo da história, metido a estudar lingüística (!), teria dito certa feita: “Fizemos a revolução, mas preservamos a bela língua russa”. Em tempos de Lula, Dilma e Marcelo Branco, caso a revolução petista seja consumada, nem isso se poderá afirmar sobre a “inculta & bela”.