Marcoa Aurélio Garcia ataca Serra por causa da cocaína Boliviana. O ministro Coca concorda com ele.

Publicado em 27/05/2010 16:31 e atualizado em 27/05/2010 19:25

O pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, disse ontem uma obviedade: o governo da Bolívia é cúmplice do tráfico de cocaína para o Brasil. E é mesmo. Entre 80% e 90% da droga que entra aqui tem origem naquele país. A produção da pasta cresceu mais de 40% depois da chegada de Evo Moraes ao poder. Ele deu incentivo à criação de novos campos de folha de coca na fronteira com o Brasil. O governo Bush havia cortado uma linha de incentivo de exportação de produtos bolivianos aos EUA porque La Paz não combatia o narcotráfico. Obama manteve a punição pelo mesmo motivo. As evidências estão aos olhos de todo mundo.

Serra fez ontem a crítica. Nem tocou no nome do governo Lula, que trata Evo a pão-de-ló. Deu-lhe de presente a Petrobras — cadê o dinheiro da “compra”da empresa? — e lhe fornece generosa linha de financiamento do BNDES. Na prática, a cocaína entra no Brasil com financiamento do dinheiro dos brasileiros.

Mas o governo Lula se sentiu tocado, não é mesmo? E quem reagiu? Ele! O Rei do Tártaro, o Cérbero — não confundir com “O Cérebro —, Marco Aurélio Garcia. Leiam o que disse:

“O presidente Serra está tentando ser o exterminador do futuro da política externa. Ele quis destruir o Mercosul. Agora, quer destruir nossa relação com a Bolívia. O Mahmoud Ahmadinejad virou Hitler. Eu acho que talvez ele esteja pensando, na política de corte de despesas, em fechar umas 20 ou 30 embaixadas nos países nos quais ele está insultando neste momento”.

“Presidente Serra”??? Deve ser expressão de um temor. Ainda não! Quem “extermina” o pouco que existe de Mercosul é a Argentina com a imposição de taxas de importação e cotas para produtos brasileiros. Este senhor não sabe o que fala, como sempre. Quanto à Bolívia, ele tem de dizer:
- a cocaína que entra e que é consumida no Brasil vem ou não quase toda da Bolívia?;
- as ações de Evo Morales contribuem ou não para facilitar o tráfico.

Prefere ficar na conversa mole, na gritaria. E não estranha que, num mesmo discurso, defenda o terrorista e homicida Mahmound Ahmadinejad. Quanto a fechar embaixadas, Serra certamente não faria isso, mas não seria exatamente uma má idéia.

Por que o Sargento Garcia está reagindo? O que ele, assessor de Lula, tem a ver com as opiniões de um candidato de oposição à Presidência da República, se Serra nem mesmo se referiu ao governo brasileiro? A resposta: ele é um dos teóricos da “unidade latino-americana”, em que, entre outras coisas, a Bolívia entra com o pó, e o Brasil com o nariz, os pulmões e a dignidade, já que a maior parte da coca boliviana se destina hoje à produção do crack. Este senhor é o mesmo que declarou a um jornal francês que o Brasil é “neutro” em relação aos narcoterroristas Farcs, da Colômbia.

Lula quer combater as drogas no Brasil passando a mão na cabeça de Evo e das Farcs.

Ah, sim: o chefe da Casa Civil da Bolívia, que lá se chama “ministro da Presidência”, reagiu á declaração de Serra, concordando com Marco Aurélio Garcia: “Ele não tem nada que falar. Se possui provas, que as mostre, senão o cúmplice é ele”. Huuummm. O nome do dito-cujo é Oscar Coca.

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GROSSERIA, VULGARIDADE E MISTIFICAÇÃO. OU: NEM CEDO NEM DESÇO


Lula discursou ontem na Conferência de Ciência e Tecnologia, em Brasília, e, mais uma vez, apelou à linguagem de cunho sexual, o que faz volta e meia. E foi grosseiro como de hábito quando toma essa vereda. Como esquecer que ele já sustentou em discurso que a sua “galega engravidou logo no primeiro dia”, uma suposta evidência de sua macheza? Tanta rapidez, como sabemos, deu em Lulinha, o seu “Ronaldinho” da Gamecorp. Desta feita, o chefe de governo e de Estado do Brasil se referia a um tema banal, uma besteirinha irrelevante, uma tolice que suporta muito bem o que meu avô chamava de “conversa de gente boca-suja”: a crise nuclear iraniana… Já chego lá. Antes, um convite.

Tive o trabalho de traduzir ontem um artigo de Thomas Friedman, articulista do New York Times, sobre o papel do Brasil nas negociações com o Irã. O texto me parece definidor, se me permitem, do caráter do… leitor!!! Quem quer que o leia e não se convença da monumental estupidez de Lula e seus valentes no episódio escolhe um mundo — e não é aquele em que eu gostaria de viver. Vou atualizar a hora da postagem para que o artigo fique logo abaixo deste post de abertura dos trabalhos.

Eu insisto: é um artigo que distingue pessoas. Como se verá ali, Friedman até dá de barato que, cedo ou tarde, o Irã vai ter a bomba: a questão é saber a quem se deve confiar o gatilho: a uma democracia ou a uma teocracia homicida. Friedman pergunta o que de mais feio poderia ter acontecido do que aquela celebração de Ahmadinejad, Lula e do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, por ocasião do suposto acordo. E conclui: “mais feio impossível!”. Democratas vendiam baratinho outros democratas a um negador do Holocausto. A política externa brasileira está desmoralizada. Encerro o convite. Volto ao ponto.

Ontem, ao discursar, com a elegância habitual, Lula afirmou:
“Vocês estão acompanhando pela imprensa. Nas vésperas que eu estava lá, tinha gente dizendo ‘Ah, o Lula é inocente; o Lula não sabe nada’. Porque tem gente que ao invés de sentar na mesa para negociar prefere mostrar ‘Eu tenho força, ou dá ou desse!’.

Atenção para esta hora, leitor!
Ao pronunciar essas palavras finais, o presidente brasileiro bateu com a mão esquerda no muque direito, representando a suposta grosseria de seus adversários. No caso, referia-se aos EUA, particularmente a Barack Obama. Modéstia às favas, previ que Lula passaria a tratar o americano como rival antes mesmo de o outro assumir a Presidência. Vocês leram aqui. Desnecessário explicar os motivos. Não deu outra. Já chegou até a dizer que ele, um ex-operário, como presidente, é ocorrência bem mais significativa do que um negro na Casa Branca. Mas o pior estava por vir.

Como escrevi ali acima — DESSE, com dois esses - é o correto. A expressão original, anterior ao automóvel, é “Ou dá ou desse”: trata-se de um jogo de tempos verbais para evidenciar uma situação sem escapatória. Geralmente, esse “dá” não tem um sujeito claro. O jogo entre o verbo no presente e no pretérito do subjuntivo indica que uma determinada coisa terá forçosamente um desfecho, não mais será postergada. Também uma pessoa pode se ver na situação do “ou dá ou desse”, eventualmente obrigada a tomar uma decisão, o que, se pudesse, adiaria.

Mas é claro que Lula estava pensando em outra coisa. Com efeito, o seu “desse” era outro. Achando que a grosseria não havia chegado ao ponto, emendou: “Comigo ninguém dá e todo mundo desce. Esse é o meu lema”. Pronto! O “dá” deixou de significar “acontecer”, “ser possível”, “ser viável”. E passou a ser o “dar” das bocas, dos becos e dos botecos: o trato intrafemural, vocês sabem, aquele mesmo assunto de que ele já tratou algumas vezesm em palanque.

E o “desse” virou “desce”, do verbo “descer”, provavelmente do carro. Assim, ou a “moça” (ou moço, sei lá eu) “dá”, cedendo ao avanço libidinoso do outro, ou “desce”, cai fora do Chevette, às portas daqueles motéis de neon verde e vermelho que sempre começam com a letra K: “Karina”, “Karisma”, ” Ki Luxo”, “Kurtição”, “Kônkavo e Konvexo”. Letra “k” em nome de motel é mais comum do que “apóstrofo S” (’S) em nome de lanchonete. Eventualmente, um estabelecimento pode juntar a fome com a vontade comer e  se chamar “Karinho’s”!!! Segundo Lula, com ele, “ninguém dá, e todo mundo desce”… “Todo mundo”??? Haverá mais gente nesse carro do que naquela cela do “menino do MEP”, da qual não se podia “descer”?

Depois de ter percorrido todos os rigores da fineza teórica e retórica, mandou brasa:
“Fomos lá humildemente, estabelecemos uma política de confiança, e, quando fizemos o acordo, que eu achava que os países que queriam levar o Irã pra mesa iam ficar felizes, eis que eles não queriam. Porque, no mundo, tem gente que não sabe fazer política sem ter um inimigo. Primeiro, é preciso criar inimigo, e o inimigo tem que ser ruim, a cara tem que ser feia, e temos então que demonizá-lo”.

É formidável! Lula acusa seus adversários — no caso, os Estados Unidos e Obama — de fazer rigorosamente o que ele faz no ambiente interno. Ou não é este senhor que passou os últimos sete anos “demonizando”, como ele diz, seu antecessor, negando-lhe todo e qualquer mérito, fazendo tabula rasa do passado, inaugurando, a cada dia, um passado novo? Acabo de criar uma nova sentença sobre Lula, que quero que fique registrada: “LULA INAUGURA TODO DIA UM PASSADO NOVO, APROPRIANDO-SE DA HISTÓRIA DO PAÍS E DA BIOGRAFIA ALHEIA, PARA PODER MISTIFICAR A SUA PRÓPRIA TRAJETÓRIA”.

Lula nunca chegou “humildemente” a lugar nenhum! Essa palavra inexiste em seu vocabulário, agora como antes. Este arrogante recusou o apoio de Ulysses Guimarães — o Sr. Diretas — na disputa eleitoral de 1989, contra o agora seu aliado Fernando Collor. Demonizou o sindicalismo que precedeu o PT e todos os líderes oposicionistas que haviam retornado do exílio. Mas isso fica para outra hora. Apenas destaco que a humildade é incompatível com o seu caráter — e tomem a palavra aqui como parceira do “respeito”, não da “humilhação”.

“Levar o Irã para a mesa”? Deixando que o país fique com uma tonelada de urânio estocado, que, conforme o anunciado, continuaria a ser enriquecido sem qualquer vigilância e fora de qualquer controle? É isso o que Lula chama de “ambiente de confiança”? Ahmadinejad, diga-se, o seu amigão, discursou ontem. E fez ameaças veladas, calculem!, aos EUA e à Rússia, acusando, nesse caso, o país de se comportar como um subordinado dos americanos. Levou uma dura do presidente Medvedev, que lhe recomendou que deixe de lado a demagogia. E olhem que o país é parceiro do Irã em algumas coisas.

A platéia presente à conferência riu muito do “gracejo” de Lula. Boa parte deve ter pensado: “Pô, ninguém pode mesmo com o Cara! Vejam como ele resolve uma crise internacional com uma simples frase: ‘Comigo ninguém dá e todo mundo desce’!”… Seja lá o que queira dizer a tentativa de piada. Lula também não deve saber.

Os petralhas, QUE JÁ CHEGARAM AO DICIONÁRIO!!!, tentam torrar a minha paciência: “Lula é um sucesso; só você critica” — eles falam isso em petralhês, com grosserias impressionantes, para não decepcionar o mestre. Ainda que eu fosse o único, o que é falso, e daí? Isso não mudaria a natureza do regime iraniano, de Lula, do suposto acordo., nada! Quando a rataiada ameaça —  “Você vai se ferrar; aguarde” —, está se definindo moralmente.

Ganhe essa gente as eleições ou perca, continuarei a pensar o que já pensava antes de o PT vencer a disputa em 2002. Os meus adversários de pensamento continuarão a ser os mesmos. No ambiente da sonhada vitória final desses caras, todos os que não rezam segundo a cartilha estarão presos ou mortos, o que, justiça se faça, é coerente com a escola de que são herdeiros.

Só que eu digo “NÃO”!!! Um sonoro, inequívoco e irrevogável (o meu, para valer) “NÃO” a esses brutos, a seus métodos, à sua visão de mundo, às suas bravatas, às suas grosserias, às suas burrices. Estejam eles no governo ou na oposição.

Não cedo nem desço.

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UM ARTIGO FUNDAMENTAL. “SERÁ QUE LULA ESTÁ DO LADO DOS ANJOS?”


A política externa do governo Lula, com efeito, ganhou o mundo e é um sucesso. Às avessas!!! Thomas Friedman, um dos mais importantes e respeitados articulistas do New York Times - e do mundo -, escreve hoje o que me parece o melhor  texto de quantos foram publicados a respeito: “Mais feio impossível!”.

Friedman, vocês verão, considera fatal um Irã nuclear, o que não quer dizer que não condene severamente o “acordo” negociado por Brasil e Turquia. Para ele, ao lado de pressionar o país a se submeter às regras internacionais, é preciso apoiar o movimento em favor da democracia. E censura Lula também por isto: o líder trabalhista que se tornou famoso por sua luta “progressista” virou as costas para o clamor por mais democracia no Irã.  E deixa claro: não consegue pensar em nada mais feio do que ver Lula, Ahmadinejad e o primeiro-ministro turco de mãos dadas.

Para Friedman, mais importante do que arrancar um acordo nuclear convincente do Irã é fortalecer no país o movimento em favor da democracia. Traduzo o texto rapidinho.
*
Confesso que tão logo vi a foto, no dia 17 de maio, do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao lado de seu parceiro brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, de braços levantados — depois da assinatura do suposto acordo para pôr fim à crise gerada pelo programa nuclear do Irã 
tudo o que pude pensar foi: “Há coisa mais feia do que assistir a democratas vendendo baratinho outros democratas a um negador do Holocausto, assassino e ladrão de voto só para cutucar os EUA e mostrar que eles também podem atuar na cena global?

Não! Mais feio impossível!

“Por muitos anos, os países não-alinhados e em desenvolvimento culparam os EUA por cinicamente perseguir seus próprios interesses, sem se preocupar com os direitos humanos”, observa Karim Sadjadpour, do Carnegie Endowment. “Como a Turquia e o Brasil aspiram a fazer parte do cenário global, eles vão enfrentar as mesmas críticas que antes faziam. A visita de Lula e Erdogan ao Irã aconteceu poucos dias depois de o país ter executado cinco prisioneiros políticos, torturados em interrogatórios. Eles abraçaram calorosamente Ahmadinejad como a um irmão, mas não disseram uma só palavra sobre direitos humanos. É expressão da suposição errada de que os palestinos são os únicos que buscam justiça no Oriente Médio e de que, se você evoca a causa deles, pode, então fazer as vontades de Ahmadinejad.

Turquia e Brasil são duas democracias nascentes que tiveram de superar suas próprias histórias de governos militares. É vergonho para seus líderes abraçar e fortalecer o presidente iraniano, que usa o Exército e a polícia para esmagar e matar democratas iranianos — pessoas que buscam a mesma liberdade de expressão e de escolha política de que desfrutam turcos e brasileiros.

“Lula é um político gigantesco, mas, moralmente, é uma profunda decepção”, disse Moisés Naim, editor da revista Foreign Policy e ex-ministro do Comércio da Venezuela.

Lula, observou Naim, “apoiou o enfraquecimento da democracia na América Latina”. Ele freqüentemente venera o homem forte da Venezuela, Hugo Chávez, e Fidel Castro, o ditador de Cuba, e, atualmente, Ahmadinejad, mas denuncia a Colômbia  um dos grandes exemplos de sucesso da democracia  porque o país permite que aviões americanos usem suas bases militares para combater o narcotráfico. “Lula tem sido bom para o Brasil, mas terrível para seus vizinhos democráticos”, disse Naím. Lula, que surgiu para a fama como um progressista líder trabalhista, virou as costas para os líderes trabalhistas violentamente reprimidos no Irã.

Certo! Tivessem o Brasil e a Turquia realmente convencido o Irã a, comprovadamente, pôr um fim a seu suspeito programa de armas nucleares, os Estados Unidos teriam dado seu apoio. Mas isso não aconteceu.

O Irã tem hoje algo em torno de 2.197 quilos de urânio pouco enriquecido. Segundo o acordo de 17 de maio, o país supostamente concordou em enviar 1.200 quilos de seu estoque para a Turquia para trocar por um tipo de combustível nuclear necessário para uso medicinal — o combustível não pode ser empregado para fazer uma bomba. Mas isso ainda deixaria o Irã com aproximadamente uma tonelada de urânio estocado, que o país se recusa a pôr sob inspeção internacional e que pode continuar a ser processado para elevar o nível de enriquecimento e fazer a bomba.

Então, o que esse acordo realmente faz é aquilo que o Irã já queria fazer: enfraquecer a coalizão global que pressiona o país a abrir suas instalações nucleares à inspeção da ONU e, de quebra, legitima Ahmadinejad no aniversário do esmagamento do movimento pela democracia no Irã, que reivindicava a recontagem dos votos nas eleições de junho de 2009.

Do meu ponto de vista, a “Revolução Verde” no Irã é o mais importante, e espontâneo, movimento democrático a surgir no Oriente Médio em décadas. Ele foi reprimido, mas continua, e, no fim das contas, seu sucesso —  e não qualquer acordo nuclear com o clero iraniano — é a única base sustentável para a segurança e a estabilidade. Nós temos gastado pouquíssimo tempo e energia alimentando esse princípio de democracia e tempo e energia demais buscando um acordo nuclear.

É como me disse Abbas Milani, um especialista em Irã da Universidade de Stanford: “A única solução de longo prazo para o impasse é um regime mais democrático, responsável e transparente em Teerã. A grande vitória do regime clerical do Irã foi fazer com que a questão nuclear fosse praticamente o único foco de suas relações com o Estados Unidos e com o Ocidente. O Ocidente deveria desde sempre ter perseguido uma política de duas vias: negociações sérias nos assuntos relativos ao programa nuclear e não menos sérias naqueles relativos aos direitos humanos e à democracia no Irã.

Eu preferiria que o Irã jamais conseguisse a bomba. O mundo seria mais seguro sem novas armas nucleares, especialmente no Oriente Médio. Mas o Irã vai se tornar uma potência nuclear, e faz uma baita diferença se um Irã democrático tem o dedo no gatilho ou a atual ditadura clerical e assassina. Qualquer pessoa que trabalhe para retardar a bomba e para fortalecer a democracia no Irã está do lado dos anjos. Qualquer um que fortaleça esse regime tirânico e dê cobertura para sua delinqüência nuclear terá de prestar contas, um dia, ao povo iraniano.

*

É isso aí, leitores! De que lado vocês acham que Lula está? Dos anjos?

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A HISTÓRIA REQUENTADA DA CARTA DE OBAMA – SEGUNDA TENTATIVA


Clóvis Rossi pega hoje o bonde errado e velho, na Folha, e paga a passagem ao Itamaraty ao afirmar que o “acordo” feito por Brasil e Turquia com o Irã repte os termos da carta que Barack Obama enviou ao presidente Lula. O jornal também publica uma tradução do artigo de Thomas Friedman — publiquei a minha ontem (vejam acima).

O texto de Friedman ajuda a entender a carta de Obama e a reação das cinco potências nucleares — já que as sanções não são uma vontade apenas dos EUA. No texto, Obama deixa claro que os esforços por sanções continuariam enquanto o Irã não aceitasse se submeter à inspeção da AIEA. Segundo Rossi, isso está evidenciando com o envio do acordo à Agência. Falso!

Isso NÃO ESTÁ EVIDENCIANDO quando se sabe que o Irã mantém um estoque de uma tonelada de urânio pouco enriquecido e que anunciou ao mundo no próprio dia 17 de maio, data do suposto acordo, que continuaria o trabalho de enriquecimento em suas instalações, devidamente protegidas da inspeção.

Ah, sim: Rossi escreve que a Folha “obteve com exclusividade” cópia da íntegra da carta de Obama. Que trabalheira deve ter dado! Quem teria passado? Lula ou Itamaraty? Para endossar a versão oficial ou para negá-la? Vocês imaginam o presidente vazando uma carta que lhe foi endereçada pelo colega americano que evidenciasse o absurdo do acordo???

Essa história já é velha. A Reuters deu essa notícia na semana passada. Na sexta-feira, há quase uma semana, vocês leram dois textos neste blog a respeito:
1) 
GOVERNO BRASILEIRO “VAZA” CARTA DE OBAMA A LULA PARA TENTAR APONTAR CONTRADIÇÃO DO PRESIDENTE AMERICANO;
2) 
MAIS UMA MÁ-CRIAÇÃO DA DIPLOMACIA MEGALONANICA.

O que Rossi oferece agora de diferente? “Ah, desta vez tem a íntegra”. Mas os pontos que sustentariam a tese do Itamaraty são rigorosamente os mesmos vazados à Reuters na semana passada. E NÃO SUSTENTAM COISA NENHUMA!!!

Celso Amorim havia escolhido uma agência internacional porque imaginou que a questão ganharia o mundo. Ninguém deu bola. Agora entregou a íntegra a um grande jornal na esperança de que uma marola interna cresça e atravesse a fronteira. Vamos ver.

Lula não pode perder esta! Para eles, é dá ou desse (ou desce, como diria o Gigante).

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DEBOCHADO!


Na mesma conferência do “ou dá ou desce” (ver primeiro post, do alto), Lula também debochou das instituições de controle fiscalização do país. Não é a primeira vez que o faz. Referindo-se ao ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, afirmou:
“Ele me deu uma luneta que não funciona, porque estamos em ano eleitoral e alguém vai dizer: ‘O ministro deu uma luneta para o Lula. Uma luneta que foi comprada para dar para as crianças’. Pronto! Já está o Lula processado, já está o Ministério Público atrás da minha luneta, e o Tribunal de Contas procurando qual o crime que cometi, e já está a oposição propondo a CPI da Luneta, e aí tudo fica paralisado neste país”.

Só para registro: em 2002, último ano do governo FHC, o PT, com Lula à frente, queria instalar uma CPI no Congresso para investigar — atenção para  a sutileza — “45 casos de corrupção”!!! Os petistas viviam de braços dados com o Ministério Público (e ainda há setores muitos fiéis ao partido), e o TCU era sempre usado como referência para atacar os adversários. E que se lembre: outro aliado do partido sempre foi o jornalismo, parte da correia de transmissão que fabricava dossiês e denúncias contra os “inimigos”. Chegando ao poder, o PT tentou censurar a imprensa, tolher o Ministério Público e diminuir a competência do TCU.

Relata  O Globo Online:
“Bastante aplaudido pelos cientistas, que pediram o seu apoio para atingir metas no setor em 2020, Lula lançou críticas ao ar: reclamou dos ministros que emperram projetos de outras pastas; dos que não gastam os recursos disponíveis; dos empresários que não investem em inovação e dos trabalhadores que fazem greve, mas não aceitam ter os dias descontados.”

Para Lula, greves sem descontos de dias parados são férias. Em São Paulo, os petistas não só insuflaram a greve dos professores como fizeram campanha para que não se descontassem… os dias parados! Mais ainda: em outra conferência nacional, a de Educação, Lula exaltou os professores grevistas, dizendo que eles ajudavam a melhorar a educação. Afinal, aquele era uma movimento contra Serra.  No governo do PT, greve é falta de patriotismo!!!

Lula também atacou os críticos do “Plano Nacional-Socialista dos Direitos Humanos”, que ele teve de rever. E se saiu com uma estranha teoria:
“Nos aspectos em que o Paulinho [ministro Paulo Vannuchi, dos Direitos Humanos] apanhou, as conferências de 2002 e 1996 eram muito mais sectárias e muito mais à esquerda. Entretanto, os algozes que o criticaram leram, mas não acreditaram que seriam feitas (as de 1996 e 2002). A nossa eles nem leram e não gostaram”.

Bem, é mentira que as versões de 1996 e 2002 eram mais “à esquerda e sectárias”. Mas que se note o reconhecimento: trata-se de um texto assumidamente “à esquerda e sectário”. O presidente só acha que os outros eram ainda mais.

“Até quando você vai continuar a apontar as contradições de Lula”. Enquanto ele for uma figura relevante da política. “Isso não muda em nada o prestígio dele”. E daí? Não escrevo pensando no efeito que meus textos possam ter. Escrevo o que considero correto e necessário. Exerço a virtude saneadora do “NÃO”!!!

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Lula manda refazer as contas para manter os 7,7%


Vera Rosa e Tânia Monteiro, no Estadão. Volto em seguida:


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à equipe econômica para refazer as contas sobre a arrecadação porque não está disposto a vetar o reajuste de 7,72% para os 8,3 milhões de aposentados que ganham acima de um salário mínimo. Lula já decidiu barrar a emenda que extingue o fator previdenciário, mas não quer arcar com o ônus político de um veto duplo no fim de seu mandato e num ano eleitoral.

A equipe econômica, porém, continua pressionando o presidente, sob o argumento de que não há recursos. A alternativa oferecida para resolver o problema é um abono de 6,14% sobre as aposentadorias e pensões acima de um mínimo. Na prática, esse grupo já recebe o valor corrigido desde janeiro.

Até ontem, Lula resistia a optar pelo abono - que não é incorporado ao benefício - e mandou os técnicos fazerem novos cálculos. “A pressão está grande, mas ele ainda não bateu o martelo. Não quer vetar o reajuste e acha que ainda pode encontrar uma solução”, disse ao Estado um auxiliar do presidente.

Pelos cálculos apresentados a Lula, a diferença entre o reajuste de 6,14% e os 7,72% aprovados pelo Congresso provocaria um impacto anual no Orçamento de R$ 1,5 bilhão. “Nós até aceitamos o veto sobre o fim do fator previdenciário, criado para desestimular as aposentadorias precoces, mas vamos pedir ao presidente que conceda o reajuste”, afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que comanda a Força Sindical. “Um abono é muito pouco, tão pequeno que parece até uma esmola para os aposentados.”

Sem querer mexer nesse vespeiro, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse que Lula é um homem “com muita sensibilidade” e admitiu que há defasagem na correção das aposentadorias acima de um mínimo desde outros governos. Ex-ministra da Casa Civil, Dilma ressalvou, no entanto, que o presidente tomará a decisão sem comprometer o equilíbrio das contas públicas.Aqui

Comento
No fim das contas eleitorais, as contas que se danem. Lula pode estar é esperando o tempo necessário para que os aposentados esqueçam de que a “generosidade” saiu do Congresso. Ainda acaba aparecendo como o autor da “bondade”.

MATE A COBRA E MOSTRE A COBRA: COCA PARA ELE; COCAÍNA PARA NÓS


No fim de novembro do ano passado, uma excelente reportagem de Duda Teixeira, na VEJA, abordava jutamente o aumento da produção da pasta de coca na Bolívia, o comportamento do governo de Evo Morales e os efeitos de sua “política” no Brasil, retratados de forma tão síntética no título acima. NÃO SE TRATA DE MATÉRIA DE OPINIÃO, MAS DE MATÉRIA DE FATO! Leiam a íntegra.
*
Com Evo Morales na Presidência da Bolívia, mais droga passou a entrar pela fronteira brasileira. Nas próximas eleições, ele ganhará mais cinco anos


Por Duda Teixeira

Aizar raldes/AFP

EVO VIU A FOLHA
A ideologia oficial do presidente é promover o uso tradicional da coca.
Problema: nem se mascassem uma montanha andina os bolivianos
consumiriam tanta planta

VEJA TAMBÉM
• Quadro: Tudo acaba em pó
• Uma prova de fogo

Não há país na América Latina em que o discurso politicamente correto e demagógico possa produzir resultados tão desastrosos quanto a Bolívia. Não há país da região que possa ser tão afetado por causa disso quanto o Brasil. No poder desde 2006, Evo Morales prega uma versão local do socialismo, o indigenismo e o bolivarianismo. Os resultados foram vistos quando ele nacionalizou as refinarias de gás pertencentes à Petrobras. Outro recurso natural que Morales defende com veemência é a coca, planta típica da região andina usada desde os tempos pré-colombianos. A folha é mascada pelos bolivianos ou macerada no chá - aumenta a resistência à altitude e ao trabalho braçal, embora em nada se compare aos efeitos eufóricos do seu derivado mais poderoso e deletério, a cocaína. O presidente da Bolívia trabalhou como plantador de coca e já mascou as folhinhas até em encontro da ONU em Viena. Na nova Constituição escrita sob seu comando, a planta ganhou o status de “recurso natural renovável da biodiversidade da Bolívia e fator de coesão social”. Nenhum problema, exceto pelo fato de que as folhas destinadas ao uso proibido, como matéria-prima do crack e da cocaína, ultrapassam vastamente as do uso permitido e tradicional. Em quatro anos, a produção de pasta-base de coca e de cocaína na Bolívia aumentou 41%. A maior parte é traficada para o território brasileiro, onde abastece o vício, a criminalidade e a corrupção. Muita droga entra no Brasil, proveniente dos vizinhos produtores e destinada a outros consumidores, mas a que fica é, majoritariamente, a boliviana, de pior qualidade. Das 40 toneladas de cocaína consumidas anualmente no país, mais de 80% são da Bolívia.

No próximo dia 6, Evo Morales deverá se reeleger presidente praticamente sem oposição. A vida da maioria dos bolivianos melhorou muito pouco, ou nada, mas o estilo populista e a identidade aimará - um dos grandes grupos indígenas da Bolívia - alimentam a sua popularidade. A defesa da coca também. O principal reduto eleitoral de Morales é a região do Chapare, onde está a maior parte do cultivo da coca. Foi lá que ele fez carreira política ao lutar contra a erradicação das plantações. Com bloqueios nas estradas e protestos, ajudou a derrubar dois presidentes. Mesmo depois de eleito, manteve o cargo de chefia de seis federações de cocaleiros. No discurso, ele diz que é a favor da coca e contra a cocaína. Na prática, mais de 95% das folhas cultivadas no Chapare viram droga. Para atender ao uso tradicional, bastariam 7 000 hectares. Morales já anunciou que o limite legal deveria ser de 20 000 hectares. “O presidente prometeu que ampliaria os cultivos de coca e está cumprindo”, constata Franklin Alcaraz, diretor do Centro Latino-Americano de Investigação Científica (Celin) e autor de um trabalho sobre a receita proporcionada pela folha de coca, legal e ilegal.

A mais drástica medida adotada como parte da política de promoção da coca foi expulsar a agência antidrogas americana, a DEA, em novembro do ano passado, sob a falsa acusação de fomentar o golpismo. A agência auxiliava a Força Especial de Luta contra o Narcotráfico (FELCN), unidade da polícia boliviana responsável pela erradicação de cultivos e laboratórios ilegais. A DEA completava o salário dos policiais, pagava a conta do telefone e o combustível dos veículos. Arcava com custos de treinamento e até de uniforme. Com a FELCN fora de ação, os resultados foram previsíveis. “Como a produção de coca aumentou e o combate diminuiu, é claro que mais droga entraria no Brasil”, diz o delegado Luiz Castro Dórea, coordenador de repressão a entorpecentes da Polícia Federal. Desde que Morales tomou posse, a apreensão de cocaína pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul quase dobrou. Em Mato Grosso, quadruplicou. Para compensar a expulsão da DEA, a Polícia Federal fez acordos com o governo boliviano para treinar policiais e trocar informações. “Nós podemos ajudá-los, mas é impossível substituir o trabalho que era feito pela DEA”, diz Dórea.

No Chapare, o programa antidrogas agora extinto também tinha um braço social, através da Usaid, que financiava projetos sociais e promovia a plantação de abacaxi, cacau, café, melão e banana, voltados para exportação. A ideia era dar aos paupérrimos camponeses da região uma via de saída do cultivo da coca. Em qualquer país é difícil incentivar esse tipo de substituição, mas na Bolívia foi impossível. No ano passado, os cocaleiros expulsaram a Usaid. Em um ano, as exportações de frutas da região caíram 41%. A Bolívia sempre foi movida a pó e já teve governos inteiros dominados pelo tráfico. Devido às condições rudimentares, a produção ilegal chegava em geral até o estágio da pasta de coca, que precisa ser refinada em diversas etapas, com produtos químicos, para a obtenção da cocaína.

Desde 2007, a atividade de refino tem se propagado em fábricas clandestinas com tecnologia trazida pelos maiores especialistas no assunto: os traficantes colombianos. Seus rivais em brutalidade e conhecimento do ramo, os mexicanos, também estão prospectando o território. Em seus países, o tráfico em alta escala provocou níveis de criminalidade e de destruição das instituições que ameaçaram a própria existência da sociedade. A coca, presente dos deuses aos antigos, transformou-se numa praga contemporânea. Combater seus efeitos malditos fica mais difícil ainda quando existe uma ideologia oficial a favor dela. Todo brasileiro deveria se lembrar disso ao cruzar com um ser humano corroído até o âmago pelo crack.

Diego Giudice/Archivo Latino
ECONOMIA
CONCENTRADA
Folhas de coca
secam na região
dos Yungas:
cultivos alternativos
estão diminuindo
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VICIADOS EM PT


Reparem na doce omissão da imprensa em relação à cocaína que vem da Bolívia. Não há uma miserável palavra a respeito. Cumprindo o seu ritual burocrático, que consiste em anotar aspas e praticar “outro-ladismo”, o jornalismo faz de conta que se trata de uma questão de mera opinião: Serra acha que o governo boliviano é omisso ou cúmplice; Dilma acha que não — ou melhor: Dilma ignora o centro da questão e prefere atacar Serra.

E sobram as questões que nada têm a ver com opinião, mas com fato:
- a maior parte da cocaína consumida aqui vem ou não da Bolívia?;
- a Bolívia está ou não se aparelhando para combater o tráfico?;
- cresceu ou não cresceu a área plantada de folha no país como um todo e na divisa com o Brasil em especial?;
- cresceu ou não a produção de pasta de coca no pais na gestão Evo Morales?

A pauta vai ser ignorada, claro, porque alguém se lembrará de observar que a coisa pode ser considerada “serrismo”, sabem? Neutralidade é quando o PT acusa, por exemplo, o Rodoanel de estar cheio de problemas, e os repórteres saem atrás para preencher com dados circunstanciais uma tese política.

Até quando vou apontar esta petização da imprensa? Enquanto ela existir. Enquanto eu existir. Enquanto boa parte dos jornalistas cheirar o PT até a última carreira.

Lamento: a questão é seria demais para ficar no “ele disse”; “ela nega”. A Bolívia está ou não colaborando para coibir o tráfico de cocaína para o Brasil? É só a covardia e o medo da patrulha esquerda — ou o efeito dessa droga mental poderosa — que impede que se diga a verdade aos leitores.

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DILMA E DIRCEU ATACAM SERRA E CERRAM FILEIRAS COM O MINISTRO COCA


Não foi só Marco Aurélio Garcia que decidiu atacar Serra por causa da crítica ao corpo-mole do governo boliviano no que diz respeito ao tráfico de cocaína. Também a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, decidiu dar pitaco:

“Não é possível, de forma atabalhoada, a gente sair dizendo que um governo é isso ou aquilo. Não se faz isso em relações internacionais. Este não é o papel de um estadista ou de quem quer ser estadista”.

Reitero que Serra se referiu a uma realidade palpável, a um fato internacionalmente reconhecido: sob Evo Morales, cresceu em 40% a produção de pasta de coca; aumentaram os campos de plantação da folha de coca — inclusive na fronteira com o Brasil —, e, fiquei sabendo hoje, a Bolívia aumentou enormemente a sua capacidade de refino da droga. Já há até importação da pasta de outros países.

Também José Dirceu decidiu se manifestar, o que mereceu grande destaque no Estadão Online. Sempre que um homem de bem, como Dirceu, fala, acho mesmo que é o caso de os jornais sérios lhe darem amplo destaque. Ele tem credibilidade para isso.

O papel do Brasil nas relações internacionais, como todos sabem, é fazer o que Lula fez ontem com os EUA: apelar a uma metáfora de cunho sexual e sair com grosserias como “Como ninguém dá e todo mundo desce”, seja lá o que isso queira dizer. O papel do Brasil no mundo, coisa de estadista, é apoiar gente como Ahmadinejad, um terrorista homicida. O papel do Brasil no mundo é apoiar o próprio Evo Morales, que invadiu as instalações da Petrobras com homens armados e a tomou dos brasileiros. O papel do Brasil no mundo é atacar o governo democrático da Colômbia e se declarar neutro diante dos narcoterroristas das Farc.

Dilma resolveu pensar:
“Não acho que esse tipo de padrão, em que você sai acusando outro governo, seja uma coisa construtiva. Acho que a gente tem de ter cautela, prudência, tem de saber que são relações delicadas, que envolvem soberanias.”

Por que ela não explica isso no bojo de sua campanha? Ora, deixe claro aos brasileiros, eis aí um bom debate, que a Bolívia, que recebe generoso financiamento do BNDES, tem o direito, por uma questão de soberania, de ampliar a plantação de folha de coca na divisa com o Brasil, como vem fazendo Evo Morales. Segundo a iluminada, “não podemos ser um país desenvolvido cercado de miseráveis. Não podemos desprezar nossos vizinhos e olhar com soberba para países diferentes de nós.” De fato! E quem está desprezando quem?

Eis um bom assunto a ser tratado em campanha. Taí um debate de que eu não fugiria. Vamos ver como o Brasil tem tratado alguns países e como vem sendo tratado por eles. E a Bolívia é, sim, um bom exemplo.

O debate ignorante se espalha nos sites jornalísticos. Um desses imbecis convictos diz assim: “Todo mundo sabe que a maior parte da cocaína bem da Colômbia, governada por Uribe”. O animal ingora que a maior parte da cocaína consumida nos EUA tem origem na Colômbia. A consumida no Brasil, boa parte transformada em crack, vem da Bolívia mesmo, sob os auspícios de Evo Morales.

Como se vê, Dilma e Dirceu resolveram atacar Serra e cerrar (!)  fileiras com o ministro  boliviano Oscar Coca, o que faz todo sentido.

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (veja.com

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    O ARTIGO DO CLOVIS ROSSI DEVE SER O "PAGAMENTO" A ASSISTÊN- CIA QUE A COMITIVA BRASILEIRA , INCLUSIVE OS MÉDICOS , LHE DERAM QUANDO SOFREU UMA QUEDA E FRATUROU A COSTELA . ÊLE ESCREVEU QUE O LULA LHE MANDOU UMA QUENTINHA DE BACALHAU !!

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