O efeito "Mandrake" nas campanhas eleitorais!

Publicado em 04/06/2010 10:15
1. Chama-se de "Efeito Mandrake" em campanhas eleitorais majoritárias, táticas de um candidato que paralisam ou imobilizam o adversário. Isso pode ser feito de duas maneiras. Uma colocando o adversário na defensiva, tendo que se explicar, sobre o passado ou o futuro. Outra, levando-o a campos de enfrentamento que tiram o adversário do principal campo onde os votos são disputados.
                
2. Isso ocorre, em geral, através de propostas de combate ou duelo que interessam a quem as estimula. Pode ser do tipo "ir ao ambiente desfavorável ao adversário, tendo que enfrentar hostilidades". Ou, o que é muito mais sofisticado, levá-lo a um ambiente neutro, que o tira do ambiente onde o voto está sendo definido.
                
3. Em geral, no processo de reeleição com um governo razoavelmente ou bem avaliado, interessa ao candidato tirar o adversário das "ruas" e imobilizá-los em debates anódinos, insípidos e inodoros. São, em geral, debates sobre temas macroeconômicos, que encantam os jornais e os economistas, e que ficam em um nível de generalidade, que passam tão acima do eleitor médio, que esse nem se apercebe da relação entre o que se diz e sua vida.
                
4. Os governos, razoável ou bem avaliados, têm uma enorme tropa de militantes atuando na base. São milhares e milhares que -por ocupação de cargos ou por subsídios ou recursos, a suas empresas, associações, sindicatos ou ONGs- temem a descontinuidade e se comportam, orientados ou espontaneamente, como tropas ou milícias na defesa de seu candidato, seja ele o próprio governante, ou quem o governo apoia.
                
5. Vivemos -e viveremos- um quadro assim na campanha presidencial de 2010. Um governo bem avaliado, com candidato competitivo e com uma enorme máquina movida a cargos e a subsídios/recursos, com militantes partidários ou não, que atuam coordenados ou espontaneamente.
                
6. Tudo o que quer o governo ou seu candidato é tirar seu adversário das "ruas" e retardar seu contato direto de mobilização nas bases dos multiplicadores e assim, dos eleitores. Para isso, os ambientes perfumados, engravatados, bem comportados são ideais para o candidato do governo se enfrentar com seu adversário.
                
7. No outro dia, manchetes gloriosas sobre juros, câmbio, fundamentos macroeconômicos, engessamento do euro e os reflexos na economia latino-americana, a competitividade das exportações, etc, e tal... Tudo como um passeio no ônibus espacial da NASA e uma aterrissagem tranquila para todos. Enquanto isso, a tropa de militantes age nas "ruas" em defesa de sua cota de poder, cargos, recursos e empregos.
                
8. "Nunca antes neste país" se usou tanto o "Efeito Mandrake" como se tem usado nos últimos meses. As pesquisas mostram o sucesso do gesto de mão aberta do mágico de casaca e cartola, do poder.
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Fonte:
Blog do César Maia

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