Articulista do Washington Post chama Lula de “o maior amigo dos tiranos”

Publicado em 04/08/2010 18:21 e atualizado em 05/08/2010 10:31

Articulista do Washington Post chama Lula de “o maior amigo dos tiranos” e diz que Dilma divide com ele a “afeição” por ditadores

É, coleguinhas… Escrevi ontem aqui um post chamado “Da grande promessa ao grande canastrão” sobre a imagem de Lula no mundo. Disse: 
“Na prática, o presidente brasileiro está sempre alinhado com o que há de pior do mundo, como revela, uma vez mais, a sua fala sobre o Irã. Vejam como ele, de novo, estende seus olhares lânguidos para o terrorista anti-semita, apedrejador de mulheres. (…) Chegou a enganar por algum tempo. Hoje, é só motivo de riso e escárnio mundo afora.”

Pois é… Nesta quarta, Jackson Diehl, colunista do Washington Post, esculhamba o companheiro. Huuummm. O artigo até parece ter sido escrito aqui, hehe. O autor chama Lula de “o maior amigo dos tiranos no mundo democrático” e, referindo-se à resposta do governo do Irã à proposta de Lula de receber Sakineh Ashtiani, afirma que Lula foi, mais uma vez, “humilhado por um de seus fregueses”. Lembra que o presidente iraniano é um financiador do terrorismo e um negador do Holocausto, mas que Lula já o abraçou em público — “literalmente”.

Diehl dá destaque à frase asquerosa do presidente brasileiro: “Se vale a minha amizade e o carinho que eu tenho pelo presidente do Irã, e se essa mulher está causando problemas lá, nós a receberíamos no Brasil de bom grado”.

Não é a primeira vez, nota Diehl, que Lula é constrangido por seu “amigo iraniano”. Referindo-se àquela patacoada do falso acordo nuclear de maio, diz que Ahmadinjad engambelou Lula e o fez desempenhar o papel de “idiota útil”.  O presidente do Irã, escreve, não é o único ditador que conta com o apoio incondicional do brasileiro. Ele rememora o triste papel desempenhado pelo Babalorixá na Cuba de Fidel e Raúl Castro, em fevereiro, quando o dissidente Orlando Zapata Tamayo morreu.

Diehl observa que o mandato de Lula está chegando ao fim e que ele está se esforçando bastante para eleger Dilma Rousseff, uma “ex-guerrilheira marxista que divide com ele [Lula] a afeição por ditadores antiamericanos”.Referindo-se à nunca admitida publicamente — mas sonhada certamente; sonho malogrado — possibilidade de Lula se candidatar ao posto de secretário-geral da ONU, considera que tal pretensão estaria assentada na suposição de que Lula poderia fazer com que os ditadores ouvissem a voz da razão. Mas, pelo visto, ele não pode.

Como se vê, o Grande Lula, no mundo, já virou pó. Caso se eleja, Dilma já tem seu lugar garantido no fim da fila como aquela que tem “afeição por ditadores antiamericanos”.

Achando que ainda não chegaram ao fundo do poço, Lula e Amorim propõem a ONU que pegue mais leve com os tiranos de todo o mundo

O lixo moral que a política externa brasileira vai acumulando é uma coisa espantosa — e sem limites. Quando a gente supõe que o megalonanico e o megalobarbudo já atravessaram os umbrais do opróbrio, eles aprontam mais uma. Leiam trecho de uma reportagem de Jamil Chade, publicado no Estadão de hoje. Volto em seguida:

*
O governo brasileiro quer mudar a maneira como as Nações Unidas tratam as violações de direitos humanos no mundo. Em uma carta enviada a todos os Estados-membros da ONU, o Itamaraty propôs que a organização evite censurar publicamente regimes autoritários. A denúncia pública é considerada a principal forma de pressiona um país acusado de atentar contra os direitos humanos a mudar sua conduta.

O Brasil defenderá o diálogo com regimes violadores na revisão do funcionamento do Conselho de Direitos Humanos, que começa no fim do mês e termina em 2011. O argumento é que as reuniões de emergência da ONU detonariam crises internas.

As mudanças sugeridas na carta brasileira, datada de 19 de julho, à qual o Estado teve acesso com exclusividade, deve provocar controvérsia. Nos últimos anos, o Itamaraty evitou condenar países violadores nos órgãos da ONU. A estratégia é abster-se em votações sobre alguns casos e manter o diálogo, mesmo com governos que reconhecidamente cometeram atrocidades.

Em diversas ocasiões, o Brasil manteve-se distante dos países que criticaram abertamente Coreia do Norte, Irã, Sri Lanka, Sudão, entre outros governos, por desrespeitar direitos fundamentais. Para o Itamaraty, durante anos, a ONU virou palco de condenações e ataques que nunca resolveram as violações de direitos humanos. Nessas ocasiões, entidades como Anistia Internacional e Human Rights Watch criticaram a opção brasileira pelo silêncio. Brasília rejeita a avaliação e insiste que o atual sistema também não funciona.

Ineficácia
“Hoje, o Conselho de Direitos Humanos da ONU vai diretamente para um contencioso”, diz a carta brasileira. Quando há uma crise ou violação generalizada de direitos humanos, os países podem propor uma reunião de emergência e a aprovação de uma resolução pedindo o fim da violência e condenando um governo pelas violações. O Brasil acredita que essa prática não é eficaz. “Elas servem aos interesses daqueles que estão fechados ao diálogo, já que lhes dá uma espécie de argumento de que há seletividade e politização”, afirma o Brasil.

“Não se trata de aliviar as resoluções”, diz uma fonte do governo brasileiro, mas de aperfeiçoar o caminho até que se chegue a elas, tornando-as mais efetivas. Para o Itamaraty, as críticas feitas até agora são pontuais e isoladas, o que não impede que a proposta brasileira seja colocada efetivamente em prática.

Uma alternativa apresentada pela diplomacia brasileira é a realização de reuniões técnicas, sem a aprovação ou a proposição de resoluções. O encontro ocorreria na ONU, entre as agências internacionais e o governo em questão. Outra proposta é promover viagens de delegações de governos ao local da crise, algo que já ocorre em outros órgãos da ONU. No entanto, governos europeus querem saber se essas viagens substituiriam a presença de relatores independentes. O temor é que uma delegação formada apenas por governos acabe, mais uma vez, poupando o país envolvido na crise de críticas mais duras. A delegação, segundo a proposta brasileira, teria de ser formada por representantes de várias regiões.
Íntegra aqui

Comento
O que o Brasil propõe, em suma, é aliviar a pressão sobre ditadores e facínoras. Não por acaso, países africanos e árabes receberam muito bem a proposta — afinal, concentram boa parte das tiranias do mundo. Lula quer que a ONU, em suma, mantenha com os gorilas as relações que ele próprio mantém. Como sabemos, ele consegue ser de uma eficácia fabulosa, não é mesmo?

É uma humilhação para a política externa brasileira, que chega ao fundo do poço entre os países que têm alguma relevância no mundo. O pretexto, como sempre, é o da “maior eficiência”. Lula se abraçou com todos os déspotas do mundo. Eles se tornaram melhores por isso? Não! Mas o Brasil viu minguar a sua reputação.

Insisto na tese levantada aqui há alguns meses: a política externa brasileira é, dado o que sabemos, incompreensível e injustificável. Talvez só possa ser explicada e justificada com o concurso do que a gente ainda não sabe.

Pergunto-me sempre: que laços terão atado, de modo tão firme, o governo do PT ao governo do Irã? Sim, meus caros, nessa equação, uma vez mais, o objeto dos carinhos de Lula é o regime iraniano.

A Receita e os escravos do governo de turno

Do Portal G1. Volto em seguida:

Servidora investigada por quebra de sigilo é convidada a depor no Senado

Por Eduardo Bresciani:
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou nesta quarta-feira (4) um convite para que a servidora da Receita Federal Antonia Aparecida Rodrigues Santos Neves Silva compareça ao colegiado. Ela é investigada pela corregedoria do órgão por supostamente ter acessado os dados do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, que teve o sigilo fiscal violado.

O requerimento é de autoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e foi aprovado na Comissão em um momento de distração da base aliada. O presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO), colocou o tema em votação após a votação da indicação de Eliana Calmon para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A votação, de forma simbólica, aconteceu enquanto alguns senadores ainda cumprimentavam a ministra.

Antonia é analista tributária da Receita Federal no estado de São Paulo. Segundo a investigação, ela teria acessado os dados de Eduardo Jorge e a investigação busca verificar se o acesso foi motivado, ou seja, sem ter relação com o trabalho da servidora.

Ao sindicato que representa os analistas, Sindireceita, a servidora diz não se lembrar de ter feito o acesso. O suposto acesso, segundo o sindicato, teria sido feito em outubro do ano passado. Para o sindicato, a investigação deve abarcar todos os servidores que acessaram os dados e não somente Antonia.

Caso Lina Vieira
Na sequência do convite à servidora, a CCJ aprovou ainda um convite para outro caso polêmico envolvendo a Receita Federal. Demetrius Felinto, ex-funcionário da segurança do Palácio do Planalto, foi convidado para falar sobre o caso do suposto encontro entre a ex-secretária da Receita, Lina Vieira, e a ex-ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.

Em entrevista à revista Veja, Felinto afirmou que existem imagens que comprovariam o encontro entre as duas no dia 9 de outubro de 2008. Ele afirma ter feito uma cópia de segurança da gravação. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência afirma que as imagens são apagadas a cada 30 dias e que não haveriam mais as imagens daquela data.

Comento
De todas as transgressões em curso no país à ordem constituída — contra a Constituição mesmo! —, as violações de sigilo (fiscal, bancário, telefônico), sem autorização judicial portanto, são as mais graves. São elas que caracterizam mais claramente o uso do poder do Estado contra indivíduos —  em especial, indivíduos que, de uma maneira ou de outra, estão em oposição ao governo: de um simples caseiro ao vice-presidente de um partido.

Notem como tardam as providências. É positivo que o Senado tenha convidado a servidora para depor. O caso teve repercussão reduzida na imprensa, dada a sua gravidade. Não estamos acostumados a um princípio tão básico das democracias: temos direito ao sigilo e à intimidade, e eles não podem ser invadidos a não ser por força da lei.

Se, de alguma maneira, condescendemos com esse crime — e a reação fria e burocrática caracteriza essa condescendência —, estamos prontos para ser escravos do governo de turno.

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (veja.com

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1 comentário

  • Márcio Luiz De Carli Marau - RS

    É lamentável a parcialidade deste site.

    Entretanto o Irã é nosso segundo maior comprador de carne bovina em milhões de dólares ficando atraz apenas da Russia.

    Porque o senhor não vai fala para o pecuarista não vende para o Irã uma vez que lá é uma ditadura???

    Diga para o pecuarista: "Meu amigo não deixe que vendam sua carne para o Irã, lá é uma ditadura é melhor voce segurar seus bois no pasto a fazer este tipo de comércio".

    "Que tal" guantanamo? o imbargo americano a Cuba? Eles são bons, devemos vender a eles.

    É lamentável ler esses tipos de comentários podres.

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