CHEGOU A HORA DE A CAMPANHA DA OPOSIÇÃO ENTRAR NO “MODO DA RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL”.

Publicado em 05/09/2010 21:20

CHEGOU A HORA DE A CAMPANHA DA OPOSIÇÃO ENTRAR NO “MODO DA RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL”. É PRECISO CHAMAR LULA ÀS FALAS!

A gravidade das violações de sigilo na Receita Federal subiu estupidamente de patamar depois da fala de ontem de Lula, no Rio Grande do Sul. Ela pede uma reação enérgica da oposição — e não cabe nem mesmo o cálculo se uma resposta à altura dá ou tira votos. Estou convencido, sem prejuízo de o tucano José Serra continuar a apresentar suas propostas, de que a campanha da oposição entra no que eu chamaria “Modo de Resistência Institucional”. Ontem, Lula usou a sua popularidade para pedir carta branca à sociedade para fazer o que bem entende. É preciso dizer com todas as letras: ONTEM, LULA REIVINDICOU O DIREITO DE DAR UM GOLPE DE ESTADO, tendo, circunstancialmente, as urnas como arma.

Se alguma dúvida havia sobre o compromisso de Lula com a democracia, ela se desfez ontem. Não tem compromisso nenhum! Está evidenciado que ele a usa como arma tática e que a escalada petista supõe a desconstrução do estado de direito conforme nós o conhecemos. É a Constituição da República Federativa do Brasil que está sendo fraudada com as invasões de sigilo. Um órgão do Estado, a Receita Federal, converteu-se, como tem deixado claro o notável trabalho de reportagem do Estadão, em instrumento de luta de um partido político. E tudo caminha para que mais esse crime reste impune.

Sim, agora é preciso entrar no MODO DE RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL. E o próprio presidente Lula — pouco importa se sua popularidade atingiu 8795%, segundo a última medição Vox Diaboli — tem de ser chamado às falas. Ele passou de todos os limites. Ontem, comentando a questão da invasão de sigilos — e ele estava numa solenidade em que falava como presidente! — afirmou que “Serra precisa saber que eleição a gente ganha convencendo os eleitores a votar na gente, não tentando convencer a Justiça Eleitoral a impugnar a adversária”. Para Lula, “isso já aconteceu em outros tempos, na ditadura militar.” E recomendou: “Na democracia, o senhor Serra que vá para rua, que melhore a qualidade de seu programa [de TV]“. Lula classificou ainda o episódio — a violação da Constituição — de “futrica menor”.

O sr. Lula precisa saber que, na democracia, “a gente convence o eleitor a votar na gente” segundo regras — todas aquelas que o PT tem desrespeitado sistematicamente. Na democracia, a gente “vai para a rua” não para pisotear as leis, mas para pedir a sua efetiva aplicação. Método típico de uma ditadura é fraudar o sigilo fiscal e bancário de adversários. Método típico de uma ditadura é organizar bunkers de bandidos para produzir dossiês. Método típico de uma ditadura é querer criar constrangimentos morais para que as pessoas exerçam o direito, também ele constitucional, de recorrer à Justiça. Método típico de ditadura é considerar a violação da Constituição mera “futrica”.

Toda essa baixeza merece uma resposta à altura das instituições que ela fere. Não estou entre aqueles, mesmo!, que consideram que a eleição já está decidida e coisa e tal. Já disse os motivos e não vou repisá-los. Mas acho que essa questão, agora, ficou menor. Outro valor mais alto se alevanta. Se o custo de a oposição dizer o que tem de ser dito — QUE O PRESIDENTE LULA, NA PRÁTICA, PROTEGE CRIMINOSOS AO DAR DECLARAÇÕES COMO A DE ONTEM — for perder votos, que assim seja. Com quantos a democracia e o estado de direito, VIVIDOS NA PRÁTICA, podem contar? Pois que a causa siga com estes bons. Bento 16 afirmou certa feita, não com estas palavras, mas o sentido era este, que a Igreja se fortalece recuperando a dimensão de sua fé, não condescendendo com valores que lhe são estranhos; a sua permanência está nos valores de sua doutrina, ainda que isso lhe custe perder os fiéis… infiéis. Exato!

As lideranças do país que deploram a contínua violação da Constituição, das leis e do decoro têm apenas um caminho: voltar ao livro-texto da democracia e do estado de direito e repudiar, sem meias-palavras, o discurso irresponsável de Lula. Sua popularidade não lhe dá o direito de jogar a Carta que nos rege — ou deveria nos reger — no lixo. O regime democrático não se define apenas pela realização das eleições. Elas são um dos instrumentos do exercício da soberania popular. O sufrágio universal não elege ditadores, mas procuradores do estado de direito.

Indignidade
A reação tem de ser dura, severa, clara. E saiba a oposição: enfrentará, à diferença de outros tempos, a maledicência até de setores da própria imprensa, que passaram a chamar a Justiça de “tapetão”, em mais um claro sintoma da degradação de valores que está em curso. Trata-se de uma óbvia indignidade. A maioria que o PT teria hoje nas urnas, segundo esse raciocínio, permitiria, então, a esses majoritários fraudar as próprias leis que legitimam o pleito que disputam. As instituições existem justamente para que os homens se sucedam no poder sem que as balizas que nos orientam sejam derrubadas. Esse já foi um dia um norte da imprensa brasileira, quase sem exceções. Hoje, os áulicos e candidatos a tanto contaminam o ambiente com sua tese da maximização da vontade popular: se o governante tem a maioria, então faz o que bem entende — e isso inclui esmagar a minoria. Ora, tão importante na democracia quanto o governo da maioria é o respeito à minoria que lhe dá legitimidade. Mas será mesmo isso o que quer o PT?

Hora de perceber a gravidade da questão e de ter uma reação correspondente — nem que seja, reitero, para mobilizar os poucos e bons. Assim me expresso apenas para encarecer o momento já que, de fato, são milhões os brasileiros que não estão dispostos a ceder a Lula e ao PT os seus direitos constitucionais. Fossem apenas os 300 de Esparta, então se deveria lutar com eles. Mas há muito mais gente do que isso pronta para resistir.

CHEGOU A HORA DE A CAMPANHA DA OPOSIÇÃO ENTRAR NO “MODO DA RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL”. É PRECISO CHAMAR LULA ÀS FALAS. TALVEZ ISSO CUSTE AINDA MAIS VOTOS. PARA O VALOR QUE SE QUER E QUE SE TEM DE PRESERVAR, ELES NÃO FAZEM FALTA.

Perder a eleição é do jogo. Não dá é para perder a vergonha!

Discurso fascistóide — Lula cobra a divulgação dos dados de sigilos invadidos; quer o crime completo. E chama Serra de “bicho”

Com alguma freqüência, eu poupei este blog das palavras de Lula. A partir de agora, acho que elas têm de ser expostas na sua plena clareza, no seu pleno obscurantismo. Leiam o que informa Malu Delgado no Estadão Online. Comento em seguida.

“Cadê esse tal de sigilo que não apareceu?”, questiona Lula em comício
Em comício de apoio à candidata Dilma Rousseff (PT) na manhã deste sábado, 4, em Guarulhos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o uso eleitoral da quebra de sigilo de políticos tucanos pela campanha do candidato do PSDB, José Serra. Para o presidente, a exploração do caso, que colocou a filha de Serra, Verônica, como um dos alvos do vazamento, é jogo “rasteiro” da oposição.

“O bicho anda com uma raiva eu não sei de quem. O programa está pesado, está baixando o nível, está rasteiro. É próprio de quem não sabe nadar, cai na água e fica se debatendo até morrer afogado”, disse o presidente ao comentar a propaganda eleitoral de Serra, que nos últimos dias passou a criticar a quebra de sigilo de sua filha na TV. “Ninguém precisa tentar transformar a família em vítima. Cadê esse tal de sigilo que não apareceu até agora? Cadê esse vazamento? Mentira tem perna curta”, questionou.

Lula acrescentou que quando os adversários começam a procurar culpados para seu próprio fracasso, é “evidente” que a campanha não vai bem. Para o presidente, a “loucura” dos tucanos é o êxito de seu próprio governo, liderado por um torneiro mecânico.

“É por isso que nosso adversário está nervo, mas o importante é que o povo não gosta de ligar a televisão e ver gente nervosa”, ironizou. O discurso foi marcado por uma mudança de tom do presidente, que voltou a pedir votos para Dilma e para o candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante. Nos comícios anteriores, os petistas já tratavam Dilma como eleita no primeiro turno.

Avó
Dilma não compareceu a comício, pois estaria em Porto Alegre para acompanhar o nascimento de neto. O ato com a presença do presidente Lula foi divulgado na última quinta-feira, pela assessoria de Dilma, e mencionava a participação da presidenciável. A ausência da candidata foi justificada pelo mestre de cerimônia do evento como uma “causa lindíssima”, de uma “mãe dedicada”.

A candidata do PT ao Senado por São Paulo, Marta Suplicy, também criticou o uso do caso pela campanha de Serra. “Quem está na frente tem que estar blindado”, disse, acrescentando que os paulistas, que eram chamados de conservadores, vão votar no PT e eleger Dilma e Mercadante.

Comento
Notem que se trata de uma fala pautada pela marquetagem - “povo não gosta de ligar a televisão e ver gente nervosa…”. Lula está feliz porque considera que as lambanças de seu partido induziram o adversário a erro.

A sua indagação — “Cadê esse tal sigilo que não apareceu?” — vai ao extremo da delinqüência política. Em primeiro lugar, porque o de Eduardo Jorge apareceu, sim, na mão dos petistas que faziam a campanha de Dilma. O de Verônica Serra era usado em blogs que contam com o apoio do PT e do Palácio do Planalto.

A fala de Lula incita os fascistóides a saírem por aí vasculhando a vida alheia e divulgando na Internet o que acharem conveniente. Sua fala oficializa o fim de qualquer sigilo no Brasil e confere a seu partido o direito de investigar a vida de qualquer um.

Vocabulário
Imaginem se, presidente da República, FHC se referisse ao presidenciável do PT como “bicho”. A coisa seria tomada como evidência de sua arrogância, do desprezo pelos adversários, de seu elitismo — não faltaria quem desse um jeito de acusá-lo, sei lá, de racismo.

Lula pode tudo. Seu partido viola direitos protegidos pela Constituição, e ele sobe no palanque e faz chacota da vítima. Querem saber? Isso tudo tem seu lado positivo. Esse é o PT de verdade. Esteja o partido no governo ou na oposição, esses fatos instruem a maneira como deve ser tratado e combatido.

O presidente da República acha que o serviço não foi bem feito. Já que invadiram os sigilos, ele exige de seus militantes que agora os divulguem amplamente. Ele quer o crime completo.

Eduardo Jorge teve o sigilo violado DEZ VEZES em posto da Receita de cidade mineira

E o Estadão continua a demonstrar que a reportagem no Brasil respira. Leia o que informam Rui Nogueira e Renato Andrade. Comento em seguida.
*
Seis meses antes de começar a série de violações de sigilos fiscais de dirigentes tucanos e familiares em Mauá e Santo André, municípios de São Paulo, um analista tributário do interior de Minas Gerais acessou dez vezes, em um único dia, os dados do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge.

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De acordo com levantamento feito pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), e obtido com exclusividade pelo Estado, os acessos foram feitos no dia 3 de abril de 2009, por um analista que trabalha na agência da Receita Federal em Formiga, 210 quilômetros de Belo Horizonte (MG).

O levantamento, feito a pedido da Corregedoria da Receita, responsável pelas investigações sobre as violações e vazamento de informações, mostra que o analista mineiro não foi a única pessoa no País que acessou os dados de Eduardo Jorge no primeiro semestre do ano passado.

Segundos
Todos os acessos feitos pelo analista aconteceram em questão de segundos. De acordo com o documento obtido pelo Estado, o primeiro acesso aos dados de Eduardo Jorge aconteceu às 16h32m18s. O último ocorreu às 16h32m59s. Todas as consultas foram feitas pelo mesmo usuário, a partir de um único computador.

Eduardo Jorge, que tem domicílio fiscal no Rio de Janeiro, não tem nem negócios nem imóveis na cidade de Formiga, o que reforça o caráter de violação dos dados fiscais do tucano.

As invasões para consulta dos dados fiscais do vice-presidente do PSDB foram detectadas por meio de uma “Apuração Especial”. Esse tipo de investigação é pedida ao Serpro sob encomenda da Receita. Neste caso, a corregedoria pediu ao Serviço  Federal de Processamento de Dados que relacionasse todas consultas envolvendo o CPF de Eduardo Jorge no período entre 2 de janeiro e 19 de setembro de 2009.

A “Apuração Especial” do Serpro informou que foram detectadas “consultas” aos dados armazenados com o CPF de Eduardo Jorge feitas pelo Banco Central, a Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República. Mas nenhuma dessas instituições acessou tantas vezes os dados quanto o analista de Formiga, que entrou dez vezes no CPF de EJ.

Outras violações
O período da consulta feito ao Serpro antecede, portanto, o início da violação do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do candidato tucano ao Planalto, José Serra, que aconteceu no dia 30 de setembro de 2009, na delegacia da Receita de Santo André. Na sequência, foram violados, em 8 de outubro, os sigilos fiscais do economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, de Gregorio Marin Preciado (empresário casado com uma prima de Serra), do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio (no governo FHC) e Eduardo Jorge.

Comento
Minas? O petralha fica logo excitado… Então é briga de tucano mesmo. Calma, petralhada! A missa está longe da metade.

Roubo ao comitê do PT de Mauá foi queima de arquivo, dizem tucanos

Por Silvio Navarro, na Folha Online. Volto em seguida:
O comando da campanha de José Serra (PSDB) à Presidência acusou hoje o PT de ter simulado um assalto ao comitê do partido em Mauá (ABC de São Paulo) para “queimar arquivo”.

Ontem, o Tribunal Regional Eleitoral paulista afirmou que o contador Antonio Carlos Atella era filiado ao diretório petista no município quando retirou cópia do sigilo fiscal de Verônica Serra usando uma procuração falsa.

O comitê petista foi alvo de assalto por homens armados na quarta-feira. Por enquanto, a Polícia Civil confirma apenas o roubo de armas e celulares.

“Foi um roubo simulado, roubaram a si próprios. Desapareceram com fichas de filiações para esconder quem as abonou”, afirmou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR). “Foi queima de arquivo”, emendou.

A campanha também anunciou que entrará com nova representação ao Ministério Público Eleitoral pedindo investigação pelo fato de Atella ser filiado ao PT, e acusando o secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, de crime de improbidade administrativa por suposta obstrução de investigação do vazamento dos dados.

Comento
Bem, que há coincidências que só acontecem no PT, isso é fato, não?

Assalto a sede de um partido? Pô, bandido gosta de dinheiro ou está a serviço de alguém para pegar documentos. Não creio que os petistas guardem dinheiro vivo no escritório do partido em Mauá.

Alckmin responde a Lula: “Baixar o nível é a violação de sigilo”

Por Tatiana Fávaro, da Agência Estado:
O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, respondeu neste sábado, 4, às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao uso eleitoral do caso da quebra de sigilo de tucanos. Nos últimos dias, tanto o Alckmin quanto o candidato à Presidência José Serra têm usado o escândalo em seus programas eleitorais para atacar petistas. Em Atibaia, interior de São Paulo, o candidato tucano ao governo estadual afirmou que “baixar o nível de campanha é a violação de sigilo”. Lula acusou Serra de baixar o nível da campanha e colocar sua família em posição de vítima. “Baixar o nível da campanha é violação de sigilo. Isso é que é um fato grave, que precisa ser apurado, verificada a origem disso”, disse Alckmin. “Não é a primeira vez que isso acontece, e é preciso verificar e apurar exemplarmente esse fato reincidente pelo PT”, afirmou. “A sociedade brasileira espera um esclarecimento convincente”.

Alckmin comentou pesquisas que apontam a candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, com 51% das intenções de voto contra 27% de José Serra do PSDB. “Eu acho que o Serra tem chance. Ainda temos quatro semanas praticamente para a eleição, e, nessa época, eu tinha 24% para a eleição presidencial e terminei com 42%”, afirmou. O candidato do PSDB tem 50% das intenções de voto para o governo do estado de São Paulo contra 24% do petista Aloizio Mercadante. “Na eleição estadual é humildade e trabalho.”

Como o Partido do Polvo vai estendendo seus tentáculos

Já passam de 21 mil os cargos de confiança no governo federal sob a gestão petista.  Isso quer dizer que os nomeados não precisam prestar concurso público, mas ter um padrinho — e, não raro, a carteirinha de filiação ao PT. Abaixo, transcrevo trechos da reportagem de Fernando Mello, na VEJA desta semana, com dados sobre o aparelhamento do Estado brasileiro pelo petismo. Não deixe de ler a reportagem completa na revista. Trata-se do documento de um tempo. É nesse ambiente que o estado policial está se instalando,  de que os descalabros da Receita são um exemplo. Para Lula, tudo não passa de “futrica”.

(…)
Desde 2003, quando Lula chegou ao poder, seus seguidores aceleraram uma operação de conquista de postos-chave do estado que, aliás, já vinha sendo disciplinadamente seguida em governos anteriores sem que se soassem alarmes. Dos quarenta cargos mais cobiçados do governo, os partidários de Lula e filiados ao PT ocupam 22. Nesses postos eles controlam orçamentos anuais que, somados, chegam a 870 bilhões de reais. Isso representa um quarto do produto interno bruto brasileiro. Ou seja, que 25% da riqueza nacional está sob administração direta de quadros partidários e ligados a sindicatos e centrais sindicais, todos comprometidos com um programa duradouro de poder.
(…)
Com o preenchimento dos 1.219 cargos especiais de “direção e assessoramento superior”, as famosas DAS 5 e 6, os governos formam o que se poderia chamar de “núcleo duro” da administração. Antes de Lula e do PT, esses cargos eram ocupados em parte por indicação política, já que a maioria dos postos era reservada para especialistas de reconhecido conhecimento técnico. No governo de Lula, 45% desses cargos foram entregues a sindicalistas, sendo que, entre eles, 82% são filiados ao PT. (…) Tratar o estado como se fosse o partido é uma liberalidade a que poucos governantes se entregam tão alegremente quanto Lula o fez nos mais de sete anos de governo. (…) Os servi¬dores passaram a agir como funcionários camuflados: apesar de oficialmente desempenharem tarefas públicas e terem remuneração paga pelo estado (ou seja, por todos os contribuintes), dedicam-se a cumprir objetivos táticos e estratégicos definidos pelos líderes de sua sigla.
(…)
Um cruzamento de dados realizado por VEJA  mostrou que 6 045 servidores federais de alto nível se filiaram ao PT desde o início do governo Lula. Sete em cada dez desses convertidos tiveram sua carreira turbinada e, em pouco tempo, foram elevados a postos de chefia ou receberam alguma espécie de promoção. (…) “As instituições do estado passaram a ser subservientes aos inte¬resses do governo do PT - e não do restante da população”, diz Maria Celina D’Araujo.
(…)
O cientista político Pedro José Floriano Ribeiro, professor  da   Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). estudou durante oito anos as mudanças na base social do PT e em seus programas. Ele diz que a sigla pode hoje se encaixar na definição de partido cartel: retira cada vez mais do estado recursos vitais à sua sobrevivência.
(…)
Onde faltam carreiras estruturadas e com promoções definidas pelo mérito, a possibilidade de ingerência política é ainda maior. Por exemplo: somente no organograma da Fundação Nacional de Saúde, que tem a missão crucial de gerenciar os recursos destinados a ações de saneamento básico, há 1500 petistas incrustados. O que será que todos eles querem “Quando esse quadro de aparelhamento começa a ser dominante no serviço público, como acontece no Brasil do PT, o estado passa a servir apenas ao partido do polvo e não ao povo.

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (Veja)

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2 comentários

  • Gerd Hans Schurt Cidade Gaúcha - PR

    Depois, quando vierem se queixar, mando todos eles para Puta que os pariu

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  • Valter Antoniassi Fátima do Sul - MS

    Conheço vários eleiores petistas ,e pela amostragem acredito que sejam todos iguais.É como se fosse um efeito "manada",não existe fato ou argumento algum que faça muda-los de opinião...e ao contatá-los dá-se a impressão que são donos do país,e os incomodados que se mudem...!!!

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