Questão de autoridade e O perigo mora em Campinas

Publicado em 31/05/2011 17:12
Por Lauro Jardim e Augusto Nunes, blogueiros de veja.com.br

Questão de autoridade

Dilma Rousseff sentiu o baque da reentrada em cena fulminante de Lula. Aos mais próximos tem dito que não pediu ajuda de Lula – ou seja, o ex interveio na crise de moto próprio. Nessas conversas, Dilma reconhece que Lula exagerou, minando sua autoridade. Efetivamente, foi exatamente isso o que aconteceu. Mais relevante, porém, é notar que Dilma admite que isso lhe criou um problema que não tinha. Que tipo de fissura no seu relacionamento com Lula este episódio produzirá, não se sabe ainda.

Por Lauro Jardim

E a saúde da presidente?

Um grande investidor coreano telefonou preocupado para um de seus interlocutores no Brasil. Reiterou seu interesse de investir por aqui, mas, alarmado com o silêncio do Palácio do Planalto, perguntou se a saúde de Dilma Rousseff representa um risco à realização de novos negócios no país.

Por Lauro Jardim

Palocci no limite

Ao analisar as atividades de superconsultor de Antonio Palocci, um ministro do Supremo concordou a tese defendida pelo advogado dele, José Roberto Batochio em artigo ontem naFolha de S.Paulo: é crime, sim, se Palocci abrir os clientes contratados sob cláusulas de confidencialidade. A única exceção ocorreria se houver dinheiro público envolvido nesses contratos.

Por Lauro Jardim

Livrando Dirceu

Sem alarde, a base aliada derrubou um requerimento na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara que convidava José Dirceu a explicar os serviços de consultoria que prestou à construtora Delta. O requerimento era de autoria do tucano Delegado Waldir.

Por Lauro Jardim
(da coluna Direto ao Ponto):

O perigo mora em Campinas

À saída do gabinete do procurador-geral do Estado, Fernando Grella, o presidente do PT paulista, Edinho Silva, informou nesta quarta-feira que a conversa de 40 minutos tratara do caso da quadrilha homiziada nos porões da prefeitura de Campinas. Como o elenco envolvido na roubalheira calculada em R$ 630 milhões inclui dois amigos do peito de Lula ─ o empresário José Carlos Bumlai e o prefeito, Doutor Hélio ─ a comitiva formada por cinco deputados estaduais estava lá para impedir que as investigações conduzidas pelos promotores do GAECO, grupo cuja missão primordial é o combate a organizações criminosas, ultrapassassem as divisas do município.

“O partido não vai admitir especulações políticas em torno do ex-presidente Lula”, declamou Edinho, que também considerou absurda a decisão de engaiolar preventivamente o vice-prefeito Demétrio Vilagra, chefão do PT campineiro. “Não existe um único dado que justifique o pedido de prisão do companheiro Demétrio, que tem uma história vinculada aos movimentos sociais e não pode ser condenado publicamente”, protestou.

Ele desconfiou que a tentativa de intimidação não funcionara ao saber da réplica de Grella: “O procurador-geral reafirma seu apoio ao trabalho firme, sereno e imparcial desenvolvido pelos membros do Ministério Público no sentido do esclarecimento da verdade e da correta aplicação da lei, em cumprimento ao papel da instituição”. Nos dois dias seguintes,como comprova o site de VEJA, teve certeza de que dera um tiro no pé.

Preso nesta quinta-feira no aeroporto de Guarulhos, ao voltar da viagem a Madri, Vilagra passou a noite na cadeia. Nesta sexta-feira, Bumlai foi interrogado durante três horas. Acusada de liderar a quadrilha, a primeira-dama Rosely Nassim Jorge Santos precisará de muita imaginação para provar que o marido não sabia de nada. A história ainda em seu começo escapou de vez ao controle dos especialistas em livrar delinquentes do castigo.

Para abafar o escândalo que envolve também o amigo Ítalo Hamilton Barioni, o inevitável José Dirceu acampou em Campinas no domingo. Em reuniões com a turma, o consultor alertou-a para o risco de versões contraditórias. Dirceu certamente imaginou que a barulhenta passagem de Lula por Brasília impediria que o país ouvisse os estrondos em Campinas. Errou.  A consultoria gratuita só serviu para identificar com nitidez o caso que mais inquieta os comandantes do PT.

O que lhes tem tirado o sono nos últimos dias não é o que se soube de Antonio Palocci. É o que falta saber sobre a quadrilha que desviou centenas de milhões dos cofres públicos com licitações fraudadas. Os Altos Companheiros acham que a crise provocada pelo milagre da multiplicação do patrimônio pode ser resolvida com o afastamento do chefe da Casa Civil e, como o governo está conseguindo bloquear o avanço das apurações, ficará circunscrita a Palocci. O tumor descoberto em Campinas é mais perturbador.

O Ministério Público paulista já demonstrou que não se subordina a interesses políticos nem teme arreganhos autoritários. Os promotores do GAECO estão decididos a fazer Justiça. Ainda à espera de artistas veteranos, o elenco já em movimento promete fortes emoções. Quando estiver completo, a plateia não vai querer perder nenhum capítulo. E torcer para que os vilões não escapem novamente no final.

(por Augusto Nunes)

Cobrando Haddad e Padilha

A propósito, Fernando Haddad e Alexandre Padilha não tiveram a mesma sorte. A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou um requerimento convidando os dois a explicar a produção de livros de português com erros gramaticais, irregularidades na compra de merenda escolar e o kit anti-homofobia.

Por Lauro Jardim
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