Espancador de jornalista e lobista do Ministério da Agricultura já foi condenado por tráfico de cocaína

Publicado em 09/08/2011 19:19
em veja.com.br

Espancador de jornalista e lobista do Ministério da Agricultura já foi condenado por tráfico de cocaína

Sabem Júlio Fróes, aquela flor de pessoa que mantém uma sala secreta no Ministério da Agricultura, mais propriamente na Comissão de Licitação da Pasta? É aquele grandalhão que espancou Rodrigo Rangel, editor de VEJA, que expôs parte da sem-vergonhice que viceja na área. Há um certo sabor de ironia na coisa toda. Uma filha do valentão trabalha justamente na Ouvidoria do órgão. Mas isso ainda diz pouco do conjunto da obra. Vejam isto:

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É o que vocês leram mesmo! O lobista já cumpriu pena por tráfico de drogas., conforme evidencia o jornal “O Povo”. Hoje, dedica-se ao tráfico de dinheiro público, que é a droga mais consumida pelos poderosos de Brasília.

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Por Reinaldo Azevedo

Número 2 do Ministério do Turismo é preso em operação da Polícia Federal

Por Andréia Sadi e Débora Santos Do G1, em Brasília:

O secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, que tem o cargo mais importante da pasta depois do ministro, está entre 38 presos na Operação Voucher da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta terça-feira (9).

Conforme a PF, a ação visa “combater o desvio de recursos públicos destinados ao Ministério do Turismo por meio de emendas parlamentares ao orçamento da União”.

O G1 procurou a assessoria de imprensa do ministério, que disse que ainda não tem informações sobre a operação. Dirigentes do ministério estão reunidos com a consultoria jurídica da pasta para decidir quais procedimentos serão adotados.

Conforme a PF, a operação contou com 200 agentes que cumpriram 19 mandados de prisão preventiva (sem prazo determinado), 7 de busca e apreensão e outros 19 de prisão temporária (de cinco dias prorrogáveis por mais cinco dias), em Brasília, São Paulo e Macapá (AP).

Além do secretário-executivo, foi preso o secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, um ex-presidente da Embratur, além de empresários, diretores do ministério e funcionários do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). O G1 tenta contato com dirigentes do Ibrasi.

Só em Brasília foram cumpridos 10 mandados de prisão preventiva, 2 de busca e apreensão e 5 de prisão temporária. Todos os presos temporários serão transferidos para Macapá, segundo a Polícia Federal.

Conforme a assessoria do ministério, o ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB), está em São Paulo e chega a Brasília no começo da tarde desta terça.

A Operação Voucher foi realizada pela superintendência regional da PF no Amapá, com o apoio das superintendências regionais em São Paulo e no Distrito Federal.

Investigação
Em nota, a PF afirma que foram detectados indícios de desvio de dinheiro público em um convênio que previa a qualificação de profissionais de turismo no Amapá.

O convênio foi assinado entre o ministério e o Ibrasi em 2009, e de acordo com a PF, não teria tido chamamento público para que outras entidades se candidatassem a oferecer o serviço.

Ainda de acordo com a PF, o instituto - que é uma organização sem fins lucrativos - não tinha condições técnicas de prestar os serviços de qualificação.

De acordo com a PF, houve ainda direcionamento de contratações a empresas que fariam parte do suposto esquema de desvio. Além disso, foi verificada ausência de preços de referência, não-execução ou execução parcial de serviços, pagamentos antecipados, fraudes nos comprovantes de despesas e falhas na fiscalização do convênio.

Por Reinaldo Azevedo

Marta elogia seu ex-chefe de gabinete, um dos presos

Um dos presos da Operação Voucher é Mauro Augusto Lopes Moysés, que foi chefe de gabinete da agora senadora Marta Suplicy (PT-SP) quando ela assumiu o Ministério do Turismo, em março de 2007. É um “martista” juramentado. Ele foi seu assessor na Prefeitura de São Paulo e a auxiliou nas campanhas eleitorais. Entre novembro de 2008 e dezembro de 2010, foi secretário-executivo da pasta. De janeiro a junho deste ano, presidiu a Embratur.

Ao chegar hoje a Brasília, a senadora saiu em defesa de Moysés — “Fez um trabalho exemplar no Ministério do Turismo” — e de Luiz Barreto, que a sucedeu no Turismo, mas não quis comentar a operação da PF. Segundo informa Vera Magalhães, na Folha, a presidente Dilma já foi advertida de que outros petistas podem ser pegos pela operação. O senador Valdir Raupp, presidente do PMDB, afirma, por exemplo, que Frederico Silva da Costa, atual nº 2 do Ministério, é um nome apoiado tanto por peemedebistas como por petistas.

Por Reinaldo Azevedo

Sarney e os despojos da guerra

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu nesta terça o ministro do Turismo, Pedro Novais, aliado seu — teria “reputação ilibada” —, mas negou que a indicação tenha sido sua. Vejam em que termos o fez:
“No acordo com o PMDB, a Câmara dos Deputados, através da sua bancada, ficou de indicar o Ministério do Turismo. E a bancada no Senado, de indicar outro ministro, que era de Minas e Energia. De maneira que o ministro foi indicado pela Câmara. Quando tive conhecimento, eu não sabia que o nome dele seria escolhido”.

Com palavras tão singelas, Sarney expõe um dos motivos dos descalabros que tomam conta da administração. Notem que a distribuição de ministérios passa longe de qualquer critério que lembre competência, honradez, intimidade com a área, nada… Os “vitoriosos” simplesmente distribuem os despojos da guerra.

Por Reinaldo Azevedo

Como se nota, parte do governo deveria ter gabinete no Presídio da Papuda

Ministério dos Transportes, Ministério da Agricultura, Ministério do Turismo… E olhem que falta muita coisa. Vão contando aí… Parcela considerável do governo poderia ter seu gabinete no Presídio da Papuda. E, no entanto, a turma está lá, na Esplanada dos Ministérios, lidando com dinheiro público. Nessas horas, o governo costuma jactar-se: “Ah, mas estamos tomando as providências, punindo…” Uau! Só faltava fazer o contrário, não é? “Vejam, aqui estão os meus corruptos de estimação, uma gente que rouba com muita dedicação…”

Ora, “tomar as providências”, no caso, é a circunstância decorrente de uma questão de fundo: o que fazem esses bandos no governo? Que modo é esse de gerir a coisa pública que permite tamanha lambança?

Por Reinaldo Azevedo

Turismo forçado em Macapá

Quase  todos os presos hoje na operação-arrastão que pegou a turma do ministério do Turismo em São Paulo e em Brasília estão desembarcando agora em Macapá, onde ficarão presos.

Por Lauro Jardim

Ideli: Operação da PF não se discute

Na reunião da bancada do PMDB do Senado nesta tarde, Ideli Salvatti precisou enfrentar Roberto Requião. Depois de ouvir a ministra pedir apoio nas votações do semestre, o senador paranaense tentou reclamar da forma inesperada como a Polícia Federal conduziu as prisões no Ministério do Turismo e deu a entender que gostaria de ter sido avisado sobre a mega-operação.

Foi aí que Ideli cortou, para silêncio da bancada:

– Operação da Polícia Federal é como decisão de juiz. Agente cumpre e não discute.

No mais, o PMDB disse a Ideli que não é o PR e que vai apoiar o governo nas ações.

Por Lauro Jardim

Sem tratamento igualitário

Blairo: "Não precisavam exagerar"

As prisões no Ministério do Turismo são o assunto do plenário do Senado e viraram motivo de piada para Roberto Requião. Ao encontrar Blairo Maggi, o peemedebista quis saber:

- E aí, Blairo, ainda quer tratamento igual do Planalto?

Entre gargalhadas, o senador do PR devolveu:

- Eu disse que queria tratamento igual, mas não precisavam exagerar.

Por Lauro Jardim

14 milhões de reais

Do final de 2009 para cá, o Ministério do Turismo firmou três convênios com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável, alvo da operação da PF que prendeu o número 2 da pasta (Leia mais em Cai mais um número 2). O instituto, que tem sede em São Paulo, já recebeu cerca de 14 milhões de reais diretamente do ministério. A propósito, dois dos convênios têm como objetivo incrementar o turismo no Amapá.

Por Lauro Jardim

Cartão de visitas

A Polícia Federal mostrou esta tarde seu cartão de visitas no governo Dilma. Numa concorrida entrevista coletiva, coube ao número dois da instituição, Paulo de Tarso Teixeira, falar sobre a operação-arrastão no Turismo.

De inicio, Teixeira disse que a PF não estava preocupada com a participação de pessoas ligadas a partidos da base aliada. Afirmou Teixeira:

- A Polícia Federal é apartidária.

O PMDB, surpreendido pela operação, acha que não é. O PT, que viu atônito  ex-presidente da Embratur Mário Moysés, ligadíssimo a Marta Suplicy, acha o mesmo.

Por Lauro Jardim

Ligado a Marta, Moysés é preso

O ex-presidente da Embratur Mário Moysés também foi preso na Operação Voucher, da Polícia Federal. Ligado ao PT e ex-chefe de gabinete de Marta Suplicy no ministério do Turismo, Moysés trabalhou com senadora também na prefeitura de São Paulo. Chegou até a ser ministro interino do Turismo na era Lula.

Por Lauro Jardim

O vídeo comprova que o governo inventou o ministério de altíssima rotatividade

O vídeo do Implicante  mostra que o governo Dilma Rousseff (codinome adotado por Lula no terceiro mandato) vem reduzindo espetacularmente o intervalo entre um escândalo e outro. A periodicidade era mensal, passou a semanal e, como informa a entrada em cena da quadrilha turística, tornou-se diária. Enquanto o Brasil Maravilha continua assombrando o planeta com uma inauguração por hora, no país real só foi inaugurado o ministério de altíssima rotatividade.


O Speedy, da Telefonica, está aprontando pelo segundo dia consecutivo. Tudo vai bem até que pára de funcionar, assim, do nada. Anunciam uma solução entre 24 e 48 horas. Pouco para quem, como eu, usa a Internet para o  lazer, certo? Sim, eu tenho uma outra conexão, da Claro, que nunca funcionou com a velocidade prometida. Hoje está notavelmente lenta. Com quem reclamar? Com a mulher do padre, ora essa! Consta que Dilma quer dar uma espécie de Bolsa Família de segundo grau para a “nova classe média”. E a velha? Que se lasque! Vá tentar reclamar com uma das agências reguladoras para ver… Elas se tornaram meras sucursais do “Partido”. Esse misto de capitalismo com estatismo que vai tomando conta do Brasil mandou às favas um dos primados do capitalismo original: a satisfação dos consumidores ou usuários de serviços. Esses Zé-Manés que se danem! O segredo de um governo popular é ser generoso com os muito pobres e com os muito ricos, certo? A classe média, tadinha, apanha até de artista financiado pela Lei Rouanet…

Por Reinaldo Azevedo

BC americano prevê economia mais fraca e mantém juro baixo

Da Agência Estado:
O banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) manteve a taxa de juros do país inalterada - de zero a 0,25% ao ano - por pelo menos mais dois anos. Segundo comunicado divulgado ao final da reunião, a decisão não foi unânime - sete membros do comitê votaram a favor e três contra, o que causou espanto no mercado.

“Embora outros bancos centrais (como o da Inglaterra) costumem ter várias dissensões, três dissidentes no Fed é bastante raro”, diz Dan Greenhaus, da corretora BTIG. “Fiz apenas uma rápida revisão, portanto posso ter deixado passar algo, mas houve três dissidentes em outubro de 1992 e fevereiro de 1990. Mesmo que tenhamos perdido uma ou duas ocasiões, três dissidentes no Fed é algo bastante perto de um motim”, afirmou.  As bolsas oscilaram após a decisão, mas voltaram a subir.

O documento informa ainda que o Fed vê a economia ‘consideravelmente mais lenta do que o esperado’, com deterioração do mercado de trabalho. O Federal Reserve também alertou que o desemprego vai diminuir apenas gradualmente e os riscos de queda para a perspectiva econômica aumentaram. Leia aqui a íntegra da decisão do Federal Reserve.

Embora o Fed não tenha anunciado nenhum passo ousado para comprar mais bônus - esperado por alguns participantes do mercado - a decisão de manter o juro perto de zero pelo menos “até meados de 2013? deve ajudar a manter o custo dos empréstimos baixos nos EUA.

Bolsas oscilam
Do G1:
Depois de passar grande parte do dia operando com ganhos significativos, as bolsas de valores reagiram mal logo após o comunicado do Federal Reserve (Fed) divulgado nesta terça-feira (9), e perderam parte dos ganhos, com os indicadores dos EUA chegando a recuar mais de 1%. O pessimismo, no entanto, durou pouco. Por volta das 16h (horário de Brasília), as bolsas já se recuperavam.

O comunicado saiu às 15h15. Antes deste horário, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a ter alta de mais de 4%, mas, às 15h48, a alta já havia caído para 0,72%, aos 49.018 pontos. Às 16h30, no entanto, o Ibovespa já subia 4,08%, para 50.654. O Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, subia 1,16%, enquanto o Nasdaq ganhava 2,12%, e o S&P 500,  1,81%.

Por Reinaldo Azevedo

Gilberto Carvalho tem de ser demitido antes de Wagner Rossi. Motivo: ele quer é ditadura! Se fica, Dilma endossa suas palavras; se endossa, agride também a democracia

Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, espião de Lula no governo, assessor de Celso Daniel quando o prefeito foi assassinado (e, depois dele, morreram mais sete pessoas ligadas ao caso), atacou ontem a imprensa numa conferência no Instituto Ethos. Como exerce um cargo de confiança da Presidência e, na condição de ministro, fala pela chefe, então se pode dizer, como ele próprio revelou, que o governo Dilma atacou a liberdade de imprensa. Antes que entre no mérito de sua declaração delinqüente no que concerne à ordem democrática, permitam-me falar um pouquinho sobre o ambiente em que o ataque foi desferido.

Eu sou especialmente fascinado — para denunciá-las, evidentemente — por essas ONGs e organizações sociais que pretendem se colocar como guias morais da sociedade. Com uma freqüência espantosa, escondem suas tentações autoritárias ou totalitárias em supostos bons propósitos, que buscam, como não poderia deixar de ser, o bem da humanidade. Uma dessas entidades — e sei que choverão protestos, como se isso me incomodasse — é o tal Instituto Ethos, comandando pelo petista Oded Grajew, ex-empresário, ex-assessor de Lula (não me perguntem do quê) e um dos fundadores do Fórum Social Mundial e de uma ONG chamada Nossa São Paulo, que, embora reúna associados os mais diversos, tem mesmo é prestado serviços ao PT. Oded é um dos caras do “outro mundo possível”. No Brasil, este “outro mundo” está sendo construído com patriotas como José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá e assemelhados.

O tal Instituto Ethos diz ter a missão de “mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade sustentável e justa”. Ufa! Coisa mais linda! Qualquer pessoa com dois neurônios percebe a intenção compensatória em tão belas palavras. Como se parte do princípio de que as empresas tendam a fazer o contrário disso — afinal, o capitalismo é naturalmente perverso; Oded Grajew é que o humaniza!  —, então é preciso ter um Instituto Ethos para civilizá-las. Aderir ao dito-cujo seria como buscar uma espécie de batismo da ética.

Nutro profundo desprezo por essa conversa mole. Eu ainda acho que bancos, por exemplo, ajudariam mais a natureza e a humanidade se, em vez de reciclar papel higiênico e fazer peroração sobre o aquecimento global, baixassem o spread e as taxas. Tenho certas ortodoxias, sabem?, em religião e em economia. O amor à ética não pode se confundir com a busca do perdão! Lucrar não é pecado. Já a hipocrisia… Sigamos.

De volta a Carvalho
O Ethos realiza, parece, conferências anuais. Um dos palestrantes, desta vez, foi justamente Gilberto Carvalho. Convenham: quem mais adequado para falar nesta “igreja da ética empresarial” do que este porta-voz informal de Lula? Todos acompanhamos o seu recente esforço para evitar, por exemplo, a demissão de Luiz Antonio Pagot do Dnit. Mais:  os jornalistas que cobrem política em Brasília sabem do seu esforço para pôr depressa um ponto final nessa história de “faxina”. Ele está entre aqueles que descobriram a metafísica da sujeira que liberta!

A presidente Dilma Rousseff já teve de demitir três ministros. O único que saiu de cabeça erguida foi Nelson Jobim — e não estou dizendo, com isso, que endosse o modo como ele decidiu sair. Uma coisa é certa: não foi por roubalheira. Curiosamente, o ministro que deixa o cargo com ficha limpa saiu acusado de proximidade excessiva com um líder da oposição. É… Faz sentido. Mas não quero desviar o foco. A imprensa — sim, ela mesma! — derrubou dois ministros de estado e, se não perdi a conta, 23 funcionários do Ministério dos Transportes (incluindo aí os defenestrados do Dnit).

Mas Carvalho está descontente com o jornalismo. Na sua intervenção no Instituto Ethos, anunciou várias vezes a disposição de “questionar” a contribuição dos meios de comunicação para “uma formação mais cidadã”. Um grupo de cerca de 200 pessoas assistia a seu discurso e dispunha de um dispositivo eletrônico para votar. Indagadas se havia ou não essa contribuição, metade dos presentes concordou com Carvalho: segundo a turma, os meios de comunicação NÃO CONTRIBUEM PARA UMA FORMAÇÃO  MAIS CIDADÃ. Lembro de novo: aquela gente estava num instituto empresarial que diz primar pelo APURO ÉTICO. O “ethos” dos delinqüentes que concordaram com Carvalho, sou obrigado a concluir, deve estar comprometido, então, com a roubalheira, o autoritarismo, a vigarice, o aparelhamento do estado, o patrimonialismo, entre outros males.

Aliado espancador de jornalistas
Não, senhores! Não é mera coincidência que o secretário-geral da Presidência e uma das estrelas do PT faça esse ataque à imprensa na mesma semana em que ficamos sabendo que um aliado seu espancou um jornalista porque este lhe apresentou as evidências de sua atuação ilegal no Ministério da Agricultura. O lobista Júlio Fróes é aliado de Carvalho? Na prática, é, certo? Ele operava livremente na pasta, sob o patrocínio do braço-direito do ministro Wagner Rossi. Não é mera coincidência que Carvalho faça tais declarações no dia em que a presidente Dilma Rousseff expressa sua irrestrita confiança no ministro. Não! A “contribuição cidadã” de um jornalista não está em ser espancado, em ter um dente quebrado ou sua família ameaçada por um bandido. A sua contribuição cidadã está — sem prejuízo de apontar o que vai bem no governo e no país; e a imprensa o faz quando é o caso — em apontar o malfeito, o desvio, a falcatrua, a sem-vergonhice, a roubalheira, a cara-de-pau. Pensemos.

- Que “contribuição à formação cidadã” presta uma imprensa que denuncia o mensalão e leva para o banco dos réus 36 “patriotas”?
- Que “contribuição à formação cidadã” presta uma imprensa que denuncia o caso dos aloprados?
- Que “contribuição à formação cidadã” presta uma imprensa que denuncia o esquema de espionagem de adversários montado pelo PT?
- Que contribuição à formação cidadã presta uma imprensa que denuncia que uma súcia espionava até ministros do Supremo Tribunal Federal?
- Que “contribuição à formação cidadã” presta uma imprensa que denuncia as falcatruas da turma de Erenice Guerra no ministério comandado por Dilma?
- Que “contribuição à formação cidadã” presta uma imprensa que denuncia o fantástico enriquecimento de Antonio Palocci?
- Que “contribuição à formação cidadã” presta uma imprensa que denuncia a máquina criminosa instalada no Ministério dos Transportes?
- Que “contribuição à formação cidadã” presta uma imprensa que denuncia um esquema criminoso vigente no Ministério da Agricultura?
- Que “contribuição à formação cidadã” presta uma imprensa que denuncia a miséria da insfraestrutura brasileira, que beira o colapso em razão das irresponsabilidades do governo petista?

Aquela turma que concordou com Gilberto Carvalho, naquele templo da ética que é o Instituo Ethos, está, pois, se alinhando com mensaleiros, aloprados, violadores da Constituição, ladrões do dinheiro público, espertalhões, lobistas e, obviamente, censores. Deveriam estar discutindo ética na cadeia!

Censores? Claro! Em sua intervenção, o ministro aproveitou para cantar as glórias de Franklin Martins, o “ministro da falsificação da verdade” do governo Lula, que criou os fundamentos do tal “controle social da mídia”, projeto que, por enquanto ao menos, parece que o governo decidiu guardar na gaveta. O tal controle foi apenas uma das tentativas de censurar a imprensa. Como se vê, no próprio governo, há muita gente triste com o fato de a coisa não ter prosperado.

Ora, Franklin Martins foi o homem que comandou o ataque organizado à imprensa — e até uma rede de blogs de aluguel foi mobilizada para tanto — quando surgiram as evidências de falcatrua no governo Lula. Sua contribuição mais notável à história brasileira, depois da tentativa de implentar uma ditadura comunista no Brasil, foi negar a existência do mensalão, que não teria passado de mera tentação golpista dos… meios de comunicação, estes mesmos que, segundo Carvalho, não colaboram para a “formação cidadã”.

Querem novo confronto
A ala mais radicalmente lulista do governo quer que Dilma repita o chefe e parta para o confronto com o que chamam “mídia”. Não se esqueçam de que, tão logo vieram à luz as primeiras acusações contra Palocci, Franklin foi chamado ao Palácio. E foi esta a orientação que ele deu, com o endosso de Lula: “O ministro fica, e tudo isso é coisa da oposição e de seus aliados na imprensa”. O caso ameaçava arrefecer quando VEJA noticiou (”pôneis malditos!”) que o apartamento em que Palocci mora “de aluguel”, avaliado em R$ 4,5 milhões, está em nome de laranjas… A imobiliária que “alugou” o imóvel e renovou o contrato virou, oficialmente, uma loja de colchões, que também não existe… Melhor deixar o governo.

Depois veio o tsunami no Ministério dos Transportes, com a penca de demissões. E, neste semana, VEJA demonstra a existência de um cancro no Ministério da Agricultura — outra reportagem da revista já havia provocado a demissão de um diretor na Conab que autorizara um pagamento de R$ 8 milhões a uma empresa fantasma. Quem fez a exclamação correta, com sentido moral pervertido, foi o hoje senador Walter Pinheiro (PT-BA), outrora deputado da chamada “ala ética” (que delicioso oximoro! ) do PT: “Desse jeito, não sobra ninguém!” Pois é… Por isso mesmo, Pinheiro sugeriu que é hora de parar com esse negócio de ficar botando larápio na rua.

Encerrando
Ah, cidadania! Quantos crimes se cometem em teu nome! “Cidadania” virou uma palavra-caixa ou palavra-gaveta. Dá para guardar qualquer coisa nela. Autoritários de todos os matizes, fascistas de direita e de esquerda, costumam evocar o seu santo nome para tentar coibir a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão. Como os petistas se querem representantes naturais e únicos do povo, qualquer notícia que não seja do interesse do partido não seria,  por conseqüência, do interesse do povo também.

Governos enchem os cofres com os nossos impostos — no caso do Brasil, com uma carga tributária extorsiva — para que devolvam aos cidadãos na forma de serviços. Não fosse a roubalheira, sobraria muito mais para investir, claro! Governo não gera dinheiro; apenas gere. Fornecer saúde, educação, segurança, assistência social — os benefícios aos cidadãos — é obrigação sua, não da imprensa.

Os pervertidos petistas, com alguma freqüência, pretendem fazer um braço-de-ferro com a imprensa e apelar ao julgamento do público: “Quem faz mais por vocês? Nós ou os meios de comunicação?” A resposta é óbvia: OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO! Embora nem sempre isso pareça evidente — refiro-me aos honestos, já que a área está cheia de bandidos. Por que dou essa resposta? Porque é da natureza, infelizmente, das tais políticas públicas cevar a clientela, tornando-a, em certa medida, estado-dependente. Pode-se fazer isso com o Bolsa Família, com Bolsa-Juros do BC ou com o Bolsa-Crédito do BNDES. Ricos e pobres acabam na rede.

A imprensa, a boa imprensa, aposta apenas na liberdade de informar e na liberdade de escolha; na liberdade, em suma, de dizer a verdade. E isso, gente como Gilberto Carvalho não suporta.

A propósito: qual foi até hoje a “contribuição” de Carvalho à “formação cidadã?” Responda rápido, antes que Celso Daniel, que eu conhecia bem, se vire no túmulo.

Por Reinaldo Azevedo


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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo

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