Preço dos alimentos continuará a subir, diz ONU. Alguns valentes de Banânia já sabem o que fazer: diminuir a área plantada!

Publicado em 11/10/2011 22:47
por Reinaldo Azevedo, em veja.com.br

Preço dos alimentos continuará a subir, diz ONU. Alguns valentes de Banânia já sabem o que fazer: diminuir a área plantada! Coisa de gênios… do mal!

A página do Itamaraty reproduz uma reportagem muito interessante do Financial Times, dando conta de que os preços dos alimentos continuarão a subir no mundo. Reproduzo o texto. Volto em seguida.

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Por Emiko Terazono:
Os preços dos alimentos devem permanecer elevados e voláteis ao longo dos próximos anos por causa da crescente demanda, do impacto cada vez mais frequente de eventos climáticos extremos e da indústria de biocombustível, de acordo com um relatório das agências da Nações Unidas para Agricultura. A alta dos alimentos e a crescente volatilidade dos preços se tornaram um importante problema político e econômico, especialmente nos países em desenvolvimento. O salto nos preços dos grãos e de outros alimentos básicos levou a distúrbios durante a crise alimentar de 2007-08 e mais recentemente os bancos centrais asiáticos apertaram a política monetária para combater a alta dos alimentos.

“A volatilidade nos preços está aqui para ficar”, disseram as agências da ONU em seu principal relatório anual: “O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo”. O relatório é publicado conjuntamente pela Agência para Agricultura e Alimentos (FAO), pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (Ifad, na sigla em inglês) e pelo Programa Alimentar Mundial (PAM). “Pequenos, os países dependentes de importações, particularmente na África, estão especialmente em risco”, alertaram. Tradicionalmente, a ONU usa esse relatório para fornecer uma estimativa do número de famintos crônicos no mundo. Entretanto, as agências voltadas para a agricultura disseram que não será capaz de publicar o número no relatório de 2011, por estarem revisando a metodologia para medir a fome crônica. A FAO, o Ifad e o PAM disseram que sua melhor estimativa para o número de pessoas com fome no mundo manteve-se em 925 milhões para 2010.

O relatório alerta que os preços subiram em função do rápido crescimento da demanda por conta do desenvolvimento econômico, do crescimento da população e do aumento do uso de biocombustíveis. Ao mesmo tempo, uma “ligação mais forte entre os mercados agrícola e de energia, bem como a maior frequência de choques climáticos” estavam impulsionado a volatilidade dos preços. A ONU disse que a especulação financeira também pode aumentar a volatilidade nos preços, embora tenha advertido que a ligação entre investimento financeiro e preços foi “uma questão muito debatida, mas sem consenso claro”. Com os legisladores culpando-os pelos altos preços, a União Europeia e os Estados Unidos anunciaram restrições às posições assumidas por fundos de hedge e outros investidores grandes nos mercados de commodities agrícolas.

O índice de preços de alimentos da FAO, formado por cesta de commodities como trigo, milho, arroz, açúcar, carne e óleo vegetal, subiu 15% em relação ao ano passado. O índice saltou quase 150% na última década. A FAO, o Ifad e o PAM alertaram que as restrições às exportações também levaram à escassez de alimentos, exacerbando a volatilidade dos preços. Enquanto “alguns grande países foram capazes de isolar seus mercados da crise por meio de políticas comerciais restritivas”, numa clara referência à proibição de exportações impostas por Rússia, Índia, China e Argentina, entre outros, isso levou ao “aumento de preços e à volatilidade nos mercados internacionais”.

Países pobres, principalmente na África, sofreram com a crise. Burkina Fasso e Etiópia, por exemplo, tiveram aumentos da desnutrição e pediram mais assistência alimentar. Já países como China e Índia se beneficiaram das restrições às exportações para aliviar a escassez local de alimentos, enquanto outros, como Tailândia e Vietnã, se beneficiaram da alta dos preços dos ocasionada por essas medidas.

Voltei
Pois é… Chamem o Greenpeace, o Imazon, outras ONGs menos cotadas e a Marina Silva para responder ao desafio. Alguns valentes no Brasil já têm a resposta para isso: diminuir a área plantada! O que lhes parece? É ou não é, dada a conjuntura mundial, uma resposta de gênios?

Aí Marina responde, como se estivesse fazendo o download do Espírito da Floresta: “Precisamos aumentar a produtividade”, como se isso se desse assim, num estalar de dedos. Mas atenção! Aumentar a produtividade, mas discriminando os transgênicos, que respeitados cientistas dizem não causar mal nenhum à saúde - sabem cumé, o ecologismo místico ainda não está plenamente convencido…

Parece piada que haja gente querendo, a sério, diminuir a área plantada no país. Mas há!

Por Reinaldo Azevedo

Marcha Contra a Corrrupção está prevista em 25 cidades; veja hora e local

Por Juliana Castro, no Globo:
A marcha contra a corrupção convocada para o feriado desta quarta-feira está sendo organizada pela internet há pelo menos um mês e contará com eventos 25 cidades em 17 estados, além do Distrito Federal. Os organizadores dizem não ter expectativa sobre o número de pessoas que podem comparecer aos atos - boa parte deles simultâneos -, mas esperam superar a barreira dos 25 mil manifestantes, que foram às ruas no Sete de Setembro .

Com três cidades, São Paulo e Santa Catarina são os estados que terão o maior número de protestos. No Rio, pelo menos sete grupos de combate à corrupção vão se reunir na orla da Zona Sul. A concentração acontece no posto 4 da Praia de Copacabana, às 13h. Os manifestantes saem em caminhada às 14h, rumo ao posto 2. Aos moradores de Copacabana, os organizadores têm um pedido especial: colocar vassouras do lado de fora da janela, para demonstrar apoio ao movimento.

O protesto do dia 20 de setembro, na Cinelândia , contou com o apoio de artistas e um dos que estavam presentes, o cantor Tico Santa Cruz, gravou um vídeo para convocar os brasileiros a saírem de casa para manifestar seu repúdio à impunidade. “Estou aqui para convocar todos os brasileiros indignados com a corrupção, a impunidade, a violência e a omissão. No dia 12, você pode fazer parte dessa luta. Saia de sua casa”, diz o cantor no vídeo, confirmando presença no evento desta quarta-feira.

A divulgação pela internet ganhou na terça-feira um reforço. Os organizadores se juntaram e promoveram um twittaço para informar corretamente o dia, local e horário da manifestação no Rio. Nem mesmo a previsão de chuva desanima: “A previsão é de sol entre nuvens, podendo chover. Estou torcendo muito para que não chova. Mas, mesmo com chuva, tenho certeza de que as pessoas interessadas vão comparecer ao evento - disse Cristine Maza, do movimento “Todos Juntos contra a Corrupção”.
*
Confira o local e o horário do protesto contra a corrupção, na sua cidade:

AL - Maceió - Antigo 7 Coqueiros até o Antigo Alagoinhas, às 13h

AM - Manaus - Centro, em frente ao colégio Dom Pedro, às 14h

BA - Salvador - Cristo da Barra, às 14h

CE - Fortaleza - Praça da Imprensa rumo ao Cocó, às 14h

DF - Brasília - Museu Nacional, às 10h

ES - Vila Velha - Praia da Costa, às 12h

GO - Goiânia - Início na Praça Universitária às 10h e término na Praça Cívica

MA - São Luís - Praça do Pescador , na Avenida Litorânea, às 14h

MG - Belo Horizonte - Saída às 14h da Praça da Liberdade até a Praça 7

MG - Uberlândia - Praça Tubal Vilela, às 14h

PA - Belém do Pará - Praça do CAN, às 14h

PA - Santarém - Concentração em frente à prefeitura, às 17h, até o fórum

PE - Recife -Pracinha de Boa Viagem, às 14h

PB - João Pessoa - Busto de Tamandaré, às 14h

PI - Teresina - Praça da Liberdade, às 14h

PR - Curitiba - Santos Andrade, em frente à escadaria da UFPR, às 14h

PR - Campo Mourão - Praça Central, às 14h

RS - Porto Alegre - Parque da Redenção, durante toda a tarde

RJ - Rio de Janeiro - Copacabana, em frente ao posto 4, às 13h

SC - Brusque - Praça Barão de Schneeburg, às 9h

SC - Florianópolis - Trapiche Beira Mar, às 10h

SC - Jaraguá do Sul - Praça Ângelo Piazera, às 14h

SP - São Paulo - Avenida Paulista, em frente ao Masp, às 14h

SP - Santos - Parque da Independência, às 14h

SP - São José dos Campos - Vicentina Aranha, às 15h

Por Reinaldo Azevedo

Promotoria abre investigação sobre Palocci

Na Folha. Volto em seguida:
O ex-ministro Antonio Palocci é alvo desde o dia 29 de uma investigação criminal que apura a suspeita de seu envolvimento em uma operação de lavagem de dinheiro no aluguel do apartamento em que ele morava na zona sul de São Paulo. O procedimento do Ministério Público de São Paulo foi iniciado depois da análise de documentos fornecidos pela Junta Comercial do Estado e cartórios de imóveis. A documentação foi solicitada depois que o Gedec (Grupo Especial de Delitos Econômicos) do Ministério Público de São Paulo recebeu, em junho, uma representação do deputado estadual Pedro Tobias (PSDB-SP) com suspeitas contra o ex-ministro da Casa Civil do governo Dilma. A petição reproduziu um texto da revista “Veja” que apontou que os donos do imóvel ocupado à época pelo ex-ministro, avaliado em R$ 4 milhões, teriam participado de operações financeiras na condição de laranjas.

Após uma verificação preliminar, o Gedec confirmou que o apartamento onde Palocci morou até julho tem como um de seus proprietários o comerciante Gesmo Siqueira dos Santos. Siqueira é réu em diversos processos criminais relativos a fraudes e crimes tributários. Segundo o promotor Joel Carlos Moreira da Silveira, um dos três integrantes do Gedec na capital, a apuração sobre os documentos ainda prossegue, mas não há data para que Palocci seja ouvido. Aqui

Voltei

Para refrescar a meória do leitor, reproduzo trecho de um post do dia 4 de junho. Integra está aqui
(…)
- VEJA resolveu saber quem era o dono do apartamento que o ministro aluga. De acordo com 14º Ofício de Registro de Imóveis de São Paulo, ele pertence à Lion Franquia e Participações Ltda.
- E quem é o dono da Lion? São dois sócios: Dayvini Costa Nunes, com 99,5%, e Felipe Garcia dos Santos, com 0,5%. Felipe tem 17 anos e foi emancipado no ano passado.
- Dayvini e Felipe são laranjas. Leia na revista como ele acabou “dono” do imóvel. A Lion não existe. Usou endereços falsos nos últimos três anos.
- A Lion recebeu o apartamento de um certo Gesmo Siqueira dos Santos, tio de Dayvini, que responde a 35 processos, incluindo falsificação de documentos.

“Não tenho como brigar com Palocci
VEJA encontrou Dayvini com os dados sobre a posse do imóvel e a tal Lion. Ele afetou surpresa, disse que não sabia de apartamento nenhum e até ironizou: afirmou que sua vontade era pegar o imóvel que estava em seu nome, vender, pagar as contas e comprar uma boa casa para a família. Certo!

Ontem, no entanto, Dayvini telefonou para a VEJA para mudar a sua versão. Sim, ele é laranja da Lion, mas afirmou que participou da fraude. Reproduzo trecho da sua segunda entrevista:

VEJA - Um homem ligou dizendo ser seu tio. O que ele quer?
Dayvini - 
Desde que você falou comigo, não consigo dormir, por causa dessas coisas que envolvem pessoas com quem não tenho como brigar, como o Palocci, entendeu? Eu não tenho como bater de frente com essas pessoas. Sou laranja.

VEJA - O seu fio disse que o senhor sabia que era laranja.
Dayvini -
 Ontem, quando você chegou na minha casa, estava um pouco nervoso.

VEJA - O senhor mentiu ontem ou está mentindo agora?
Dayvini -
 Eu menti ontem.

(…)

Por Reinaldo Azevedo

Nunca antes na história destepaiz - Empresas transferem fábricas para o exterior

Por Felipe Bächtold, na Folha:
Em meio a uma invasão de importados, a indústria nacional de calçados enfrenta dificuldades para manter empregos e até transfere sua produção para outros países. Dois grandes grupos empresariais do Rio Grande do Sul, principal polo do setor no país, fecharam fábricas e levaram a produção para a Nicarágua e para a República Dominicana. O objetivo é aproveitar acordos comerciais desses governos com os EUA e criar unidades voltadas ao mercado americano.

A Abicalçados (associação da indústria do setor) diz que outras dez empresas podem tomar o mesmo rumo. A Argentina também recebe empresas brasileiras, que planejaram a mudança devido às barreiras para vender ao país vizinho. O grupo Schmidt Irmãos, que tinha uma série de fábricas no interior gaúcho, transferiu a produção para a Nicarágua no ano passado. O governo nicaraguense divulgou que o investimento da empresa brasileira será de US$ 25 milhões. A unidade em uma zona franca da Nicarágua precisa receber até máquinas e insumos vindos do Brasil, devido à escassa estrutura industrial do país. Procurado, o grupo preferiu não se pronunciar.

Dona de marcas como a Ortopé, a empresa Paquetá, de 12.500 funcionários, fechou em agosto uma fábrica em Sapiranga (RS) e a transferiu para a República Dominicana. Centenas de vagas de trabalho foram perdidas. A empresa disse que tomou a medida para “manter a competitividade industrial e continuar crescendo”. A valorização do real também influencia na decisão. A federação dos trabalhadores do setor no Estado fala em risco de desindustrialização e diz que há  debandada para locais que oferecem salários mais baixos. A produção no acumulado do ano no país caiu. Até agosto, a exportação de calçados brasileiros recuou 25% ante o mesmo período de 2010. Enquanto isso, o volume de mercadorias importadas subiu 18%. A Indonésia quase dobrou suas vendas ao Brasil. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

Dilma lançará pacote de R$ 14 bilhões para recuperar desgastes com ‘faxina’

Por Vera Rosa, no Estadão:
Antes da reforma ministerial, prevista para janeiro, a presidente Dilma Rousseff vai lançar um pacote de programas turbinados com investimentos que somarão pelo menos R$ 14 bilhões até o fim de seu mandato, em 2014. Para virar a página da “faxina” na equipe de governo - chamada por ela de “reestruturação” - a ordem é divulgar ações de impacto a cada duas semanas.

As medidas serão anunciadas mesmo com o ajuste fiscal, que provocou cortes de R$ 50 bilhões no Orçamento (leia abaixo). Até agora, Dilma não conseguiu criar uma marca de governo que ultrapasse as fronteiras do combate à corrupção - pois até o Brasil Sem Miséria foi ofuscado pela sucessão de crises - e está convencida da necessidade de mostrar resultados mais rápidos. Em oito meses e meio, cinco ministros deixaram a Esplanada. Nessa lista, o único que não se afastou por denúncias de malfeitos foi Nelson Jobim.

É esse desgaste político que o Palácio do Planalto busca superar com uma agenda positiva. Dois programas sociais estão prontos para sair do forno: o primeiro envolve 11 ministérios e uma série de iniciativas para pessoas com deficiência. O segundo, para recuperar os presídios, só não foi anunciado porque o governo decidiu esperar “a poeira baixar” no impasse com o Judiciário, motivado pela falta de reajuste salarial para a categoria. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

No outro Maranhão de Sarney - Fraudes no Amapá têm sobrepreço de até 2.760%

Por Bruno Paes Manso, no Estadão:
Sobrepreços de 2.760%, alugueis de computadores mais altos do que o valor do equipamento, escritório de funcionários da Prefeitura de Macapá criado especialmente para fraudar licitações, empresas de transporte público cujo objetivo principal é a lavagem de dinheiro. Essas são algumas das irregularidades investigadas pela Polícia Federal no inquérito da Operação Mãos Limpas, que atualmente se encontra no Superior Tribunal de Justiça (STJ) aguardando apresentação de denúncia.

A estimativa é de que nos últimos dez anos tenham sido desviados R$ 400 milhões só em contratos irregulares do governo do Amapá e da Prefeitura de Macapá. Incluídos os desvios ocorridos no Tribunal de Contas do Estado e na Assembleia, são estimados prejuízos de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. As conclusões do inquérito da Operação Mãos Limpas foram reveladas pelo Estado no domingo.

Para contratar a instalação de 200 filtros nas escolas do Amapá, a Secretaria Estadual de Educação pagou sobrepreços de 2.760% mediante contrato de emergência em 2005.Três anos depois, a empresa fornecedora do equipamento, Top Line, contratou o presidente da comissão de licitação do Amapá para seu quadro de funcionários.

Além de caros, os filtros puseram em risco a saúde dos alunos, pois eram feitos com tubos de PVC para canalização de esgoto e usavam carvão aditivado, que causava contaminação. Houve ainda prejuízos anuais de R$ 825 mil pelo pagamento da manutenção dos filtros que não era realizada.

Só nos contratos emergenciais de duas empresas de segurança, a Serpol e a Amapá Vip, com a Secretaria de Educação, os desvios ocorridos ao longo de seis anos são estimados em R$ 70 milhões. Em mais de duas toneladas de documentos, a PF não encontrou nenhum contrato que possa ser definido como regular.

Conforme a apuração avançava, mais irregularidades surgiam. Foi o caso do empréstimo de R$ 1 milhão feito pelo proprietário da empresa Amapá Vip, Alexandre Gomes de Albuquerque, para o então titular da pasta de Educação, José Adauto Bitencourt. Em 2008, a mesma Amapá Vip foi contratada pela Superintendência Federal da Agricultura do Amapá, sem licitação, para receber R$ 408 mil nos trabalhos de erradicação da mosca da carambola. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

Memórias de um vampiro - Sarney diz que Lula e FHC foram à sua casa pedir apoio. É mesmo? Ou: O lema da máfia

Já lembrei aqui que Paulo Francis indagava amiúde quando alguém enfiaria uma estaca no coração de Sarney - uma metáfora, claro! Francis se foi; Sarney está aí, andando no helicóptero que deveria servir aos pobres. O mundo não é necessariamente justo. Eu nunca sou oblíquo. Não estou desejando que Sarney morra, e jamais faria isso, porque não me cabe decidir esse tipo de coisa. Mas o que ele representa deveria estar morto faz tempo. E, no entanto, está mais vivo do que nunca.

Leiam o que vai no Estadão Online. Comento depois:
O presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP), afirmou em entrevista ao jornal “Zero Hora” que já foi oposição durante muito tempo e acha injusto quando dizem que apoia todos os governos. “Não fui aderir ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Pelo contrário, ele foi à minha casa pedir o meu apoio. Da mesma forma, não fui aderir ao ex-presidente Lula. Ele foi à minha casa pedir o meu apoio. Portanto, acho injusto quando dizem que estou apoiando todos os governos. Solicitado a colaborar, não tenho me furtado a fazê-lo”, disse, na entrevista.

Ao jornal “Zero Hora”, Sarney afirmou que raramente conversa com a presidente Dilma Rousseff, mas que ainda mantém contato com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na entrevista, publicada hoje, o presidente do Senado Federal afirmou que tem um “grande apreço” pelo ex-presidente Lula e que teve uma relação muito pessoal com o petista. “Eu tive uma relação muito pessoal com Lula. Ainda hoje ele me telefona, e eu ligo para ele”, afirmou. “Eu tenho um grande apreço por Lula, acho que ele fez um grande governo. Sobre a presidente Dilma, ele disse que ela vem promovendo a continuidade sem continuísmo, “marcando seu estilo”. Mais aqui

Comento
Desde o golpe militar de 1964, quando Sarney foi oposição? Por que ele não prova? A rigor, oposição mesmo, para valer, ele não era nem antes. Seu discurso se situava naquela fronteira em que, se o golpe desse certo, ele seria um golpista; se não desse, ele seria um legalista. Deu certo. Ele passou a ser o legalismo do golpismo. Rapaz esperto!

Sarney foi oposição, ou quase isso, por um brevíssimo período entre 2001 e 2002, quando, já está demonstrado, uma armação da qual os petistas participaram foi atribuída a Serra, e a candidatura de Roseana Sarney foi alvejada pelo caso Lunus. Digamos que não chegou a ser oposicionismo propriamente: ele se entendeu com Lula, que o esculhambava, e passou a chamá-lo de “meu amgio de fé, meu irmão, camarada”. O modo como o petista se referia a ele pode ser conferido num vídeo no pé do texto.

Mas vamos ao mérito do que diz. Ainda que seja como ele diz, e daí? Aqueles que iam buscar o seu apoio sabiam bem por que o faziam - e sabem ainda. Estão em busca, como definiu magistralmente o ex-ministro Fernando Lyra, da vanguarda do retrocesso, sem a qual, dado o sistema atual, fica, de fato, difícil governar o Brasil. É por isso que este escriba quer tanto o voto distrital.

FHC e Lula o procuraram? Pode ser. O fato é que ele, na prática, rompeu com o tucano e escolheu o petista, a quem se diz fiel até hoje. Ele e o próprio Lula certamente sabem por quê. Vai ver FHC não topou o que Lula aceitou na hora. Aqui, vocês têm o Apedeuta em 2001, ainda antes do acordo com Sarney. Ouçam.

Agora vamos ouvir o mesmo Lula depois do acordo com Sarney - este vídeo é de 2006:

Viram? Ele fala contra e a favor com a mesma convicção. De Sarney, já sabemos, ninguém compra um carro usado. E de Lula, você compraria? A frase dele é histórica: “Em política, a gente tem de ser leal com quem é leal com a gente”. Poderia ser a divisão da máfia. E é.

Por Reinaldo Azevedo

Petista, desta vez, não deu entrevista para site de maconheiro; ele defendeu Ira-ny e atacou “colunistas inspirados no fascistizante Tea Party”

Uuuiii…

O deputado Paulo Teixeira (SP), líder do PT na Câmara - aquele que concede entrevista a site de maconheiro -, divulgou uma nota, em nome da bancada federal do partido, em defesa da ministra Iriny Lopes, a “Ira-ny”, da tribo das mulheres que dizem “ny”. E acusou “alguns articulistas [que] preferem o passado, inspirados no conservadorismo fascitizante do Tea Party.”

Publico na íntegra a nota da bancada do partido. No próximo post, vamos ver onde estão as “práticas fascistizantes”.

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“Nota de solidariedade à ministra Iriny Lopes

Em nome da Bancada do PT na Câmara, manifesto solidariedade à ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Iriny Lopes, cujas posições em defesa das mulheres vêm sendo atacadas ou por má-fé ou com objetivos políticos. Ao contrário de versões divulgadas, a ministra em nenhum momento pediu a uma emissora de televisão que retire do ar um quadro de programa de humor, tampouco defendeu a censura ao questionar uma novela e uma peça publicitária estrelada por uma modelo.

A ministra agiu com legitimidade quando sugeriu a divulgação da Rede de Atendimento à Mulher e o Ligue 180 ao autor de uma novela de TV que aborda a tema da violência doméstica, pediu ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) a análise de publicidade de lingerie e questionou um quadro humorístico veiculado em rede de televisão em que é banalizado o assédio sexual, problema enfrentado com frequência por mulheres que utilizam o transporte público coletivo.

Nos três casos, a ministra levantou questionamentos sobre como o corpo da mulher é utilizado pelos meios de comunicação como forma de vilipendiá-la, transformando seu corpo em mero objeto. O tema suscita debate sobre os meios de comunicação de massa, importantes instrumentos de formação da sociedade.

A atitude de Iriny evidencia a construção de uma nova postura em relação ao papel das mulheres. E ao usar os meios institucionais para defender suas posições, longe de querer censurar ou interferir, a ministra mostra que os meios de comunicação têm uma contribuição a dar à democracia e à construção de uma sociedade mais avançada.

Em todos os casos, não se trata de uma tutela, mas de atitude para mostrar que estereotipar a mulher denota um comportamento que devia estar ultrapassado.

Os questionamentos feitos ao trabalho da ministra procuram criar uma situação constrangedora a quem desenvolve um trabalho fundamental para implementação de políticas públicas para as mulheres. No século 21, quando as mulheres assumem cada vez mais um papel relevante na sociedade, é condenável qualquer atitude de caráter machista que tenha como objetivo a manutenção de uma situação que a história vem sepultando, com a crescente participação das mulheres nos rumos do mundo. Não se pode tolerar como natural a manutenção de estereótipos em que a mulher é vista como objeto de desejo sexual e vítima da violência doméstica.

Enquanto nas democracias mais avançadas o combate aos estereótipos da mulher é empunhado como bandeira, aqui, na contramão da história, alguns articulistas preferem o passado, inspirados no conservadorismo fascitizante do Tea Party.”

Por Reinaldo Azevedo

Os petistas querem falar em “práticas fascistizantes”? Eu topo! Ou: Ira-ny tem de fazer campanha queimando sutiãs em praça pública! Adiante, valente!

Sinto especial prazer em desmoralizar petistas - até mais, confesso, do que em desmoralizar militantes dos outros partidos por uma razão simplíssima: eles se colocam publicamente como monopolistas da virtude, embora não acreditem nem no que dizem. Cínicos de outras legendas são sempre menos convincentes porque não carregam aquela aura de defensores dos oprimidos. Já os petistas… Ah, parte da reputação desses valentes se deve a seu suposto apego à causa dos que mais sofrem. Assim, alegam ter não só o monopólio da virtude como o da caridade.

Paulo Teixeira, líder do PT na Câmara, assina uma nota (ver post anterior) em defesa da censora Ira-ny Lopes, titular da Secretaria das Mulheres, e acusa seus críticos de “colunistas inspirados no fascistizante (anda ouvindo Arnaldo Jabor…) Tea Party”. Ulalá. De práticas fascistizantes, eu entendo um pouquinho porque estudo o tema. De práticas fascistizantes, Paulo Teixeira e seus pares entendem bastante porque as praticam.

Coisa de fascistas é mobilizar a Polícia Legislativa, como fez um deputado do PT, com o beneplácito do presidente da Câmara, também do partido, para perseguir um sem-terra, um lavador de carros e um segurança porque os três decidiram dar com a língua nos dentes e confessar que participaram de um crime eleitoral praticado pelo nobilíssimo parlamentar. No caso, refiro-me ao deputado Roberto Policarpo, do PT do Distrito Federal. A reportagem está na VEJA desta semana. Acima, há um link do post que escrevi a respeito. Não é a primeira vez. Quantos petistas saíram em defesa do caseiro Francenildo?

Isto sim, senhor Paulo Teixeira (e companheirada), é coisa de fascistas: uma estrutura que deve servir a um ente do estado brasileiro foi usada vergonhosamente em benefício de um deputado e da legenda, numa prática que junta constrangimento ilegal, intimidação e uso da máquina pública para atender a interesses privados. Não, eu não me inspiro no “Tea Party”, embora reconheça que o movimento é expressão da mais legítima democracia, mas o PT certamente se inspira nos “Camisas Negras” de Mussolini e na SA do nazista Ernst Röhm…

Prática fascistizante é montar dossiês recheados de falsidades contra adversários políticos; prática fascistizante é montar uma estrutura para comprar o Parlamento, tentando criar um Poder Legislativo paralelo; prática fascistizante é aparelhar sindicatos e fazer deles mera seções do partido; prática fascistizante é recorrer permanentemente aos instrumentos da democracia para solapá-la. Prática fascistizante é tentar impor no berro as idiossincrasias de uma minoria à maioria do país. Prática fascistizante é mobilizar a máquina do estado para estabelecer, ainda que pelo constrangimento, a chamada linha justa a uma propaganda de TV, a um quadro humorístico ou a uma telenovela. Prática fascistizante é partir do pressuposto de que os indivíduos não têm discernimento para recusar eventuais mensagens que considerem incômodas. Prática fascistizante é um partido se considerar o bedel das consciências, como se tivesse recebido tal missão de alguma superior divindade.

Logo, especialistas em praticar várias formas de fascismo são os petistas, ora liderados pelo deputado Paulo Teixeira.

Mas a minha crítica não pára por aí, não! Abordo agora uma outra questão, que considero ainda mais relevante. Será mesmo o PT um partido especialmente afeito à defesa das mulheres, dos negros, dos gays, dos direitos humanos  - de grupos e temas, enfim, que seriam relegados pela sociedade “reacionária”? Uma ova! Essa gente tem é um desprezo solene por todas essas causas e só as utiliza como instrumento de sua luta pelo poder. O PT defende, sim, o negro, desde que esse negro carregue a bandeira do partido - se não for assim, o sujeito é acusado de “preto de alma branca”. O PT defende, sim, a mulher, desde que ela carregue a bandeira do partido - se não for assim, ela é acusada de agente de machismo. O PT defende, sim, os gays, desde que o gay carregue a bandeira do partido; se não for assim, ele será acusado de bicha reacionária.

Ora, então não vimos a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), a defensora entusiasmada da “Comissão da Verdade”, na festa de lançamento do livro do “chefe de quadrilha” (como diz a PGR) José Dirceu? Estava lá, como diria Agripina Inácia, só “a nível de militante”? Não! Um ministro de estado o é em tempo integral, razão porque conta, inclusive, com segurança paga pelo estado 24 horas por dia, e não apenas durante o expediente. Maria do Rosário estava nos dizendo que comparecer ao lançamento do livro do deputado cassado sob acusação de corrupção era uma forma de privilegiar os… direitos humanos.

Uma das características mais evidentes do fascismo é corromper um valor universal e transformá-lo em mero instrumento da militância de um grupo ou de uma milícia. É o que fazem os petistas cotidianamente, de modo organizado e metódico. Por isso afirmo que eles têm, de fato, um desprezo solene pelas causas que prodigalizam. São meros discursos de manipulação da opinião pública.

Dona Ira-ny não tem competência funcional, moral partidária e, lamento, equipamento intelectual  (se é que me entendem…) para ser juíza de uma propaganda, de uma quadro de humor ou de uma novela de TV. “Mas ela não pode falar o que quiser?” Pode, sim, lembrando sempre que não fala como uma cidadã qualquer, mas como ministra de estado. E se expõe à crítica dos que não gostam daquilo que ela diz, ora essa!

De todo modo, e já vou encerrando, tenho a ligeira desconfiança de que, sem agenda, sem pauta e sem proposta, Ira-ny só está tentando aparecer no noticiário para ganhar pontos como pré-candidata do PT à Prefeitura de Vitória.

Que vá queimar sutiãs e calcinhas em praça pública em nome da libertação das mulheres! Mas que não torre a paciência dos defensores da liberdade de expressão com a pauta fascistizante de seu partido. Se o fizer, levará o troco da democracia!

Por Reinaldo Azevedo

Vereadores do PSD de SP defendem voto distrital

O PSD traz consigo uma boa notícia: a defesa do voto distrital. Leiam o que vai no Valor. Volto em seguida:

A bancada de vereadores do PSD na Câmara de São Paulo anunciou nesta terça-feira (11) que trabalhará para que o partido defenda o voto distrital nas eleições para o Legislativo. Na opinião do presidente da Câmara, Police Neto (PSD), o modelo é o que mais aproxima o parlamentar da população. “É uma posição que esperamos adotar nacionalmente”, afirmou. No voto distrital, o colégio eleitoral é dividido por regiões e o candidato com mais votos em cada uma delas é eleito. Atualmente, o Brasil adota o sistema proporcional, em que o número de cadeiras é repartido de acordo com a votação de cada partido.

Para Police Neto, a mudança do sistema eleitoral depende de uma reforma política mais ampla. “Não dá para adotar o voto distrital e não alterar a Constituição. A regra para uma metrópole como São Paulo não pode ser aplicada a municípios com menos de mil eleitores”, disse o parlamentar, reiterando a posição do PSD de realizar uma Assembléia Constituinte para reformar a legislação de 1988. O vereador defendeu o aumento no número de vereadores da cidade, atualmente no teto permitido pela legislação, de 55 parlamentares, como forma de aproximar o político da população e descentralizar as ações da prefeitura. (Mais aqui).

Voltei
Já deixei claro que sou contra a convocação de uma Constituinte e expressei as minhas razões. No caso do voto distrital, saúdo a posição do PSD, reiterada agora pelo presidente da Câmara dos Vereadores de São Paulo. Para que a proposta prospere, terá de contar com apoios institucionais, de partidos e de lideranças políticas. Assim, a adesão do PSD à tese é uma boa notícia. A luta é longa, mas estamos avançando.

Por Reinaldo Azevedo

PPS pede que TCU investigue reforma do Planalto

Por Gabriel Castro, na VEJA Online:
O PPS quer que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue o superfaturamento de 34 milhões de reais na reforma do Palácio do Planalto, concluída em agosto do ano passado. O partido apresentou nesta terça-feira um requerimento para que a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara peça a apuração ao TCU.

Na edição desta semana, VEJA mostrou que a Presidência sabia da diferença no preço do empreendimento, mas nada fez. Em vez dos 78 milhões de reais necessários para a obra, o Planalto gastou 112 milhões. “Além de nada ter sido feito para barrar o aumento injustificado do custo das obras, agora o governo ainda negocia pagar mais R$ 3,5 milhões para a empreiteira responsável pela obra. Exigimos respeito com o dinheiro público e por isso estamos propondo uma auditoria do TCU”, diz o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno.

Falhas
O requerimento também faz menção à má qualidade da obra, que exigiu novos reparos mesmo após a conclusão dos trabalhos. “Desde o final do ano passado, já havia denúncias de irregularidades em relação à reforma do Palácio do Planalto. Além da questão do superfaturamento, essas denúncias traziam as falhas de ordem técnica na obra: infiltrações, alagamentos, ralos entupidos e impermeabilizações mal feitas”, diz o documento protocolado pelo PPS.

Por Reinaldo Azevedo

Da coluna Direto ao Ponto, de Augusto Nunes:

Entre 7 de setembro e 12 de outubro, os corruptos não pararam. Precisam ser detidos

Apenas 25 dias separam as primeiras manifestações promovidas pelo movimento contra a corrução em 7 de setembro e a segunda rodada de atos de protesto programada para este 12 de outubro. Menos de quatro semanas. Tanto bastou para que quadrilheiros espalhados pelos três Poderes e por todo o país desafiassem os brasileiros honestos com a ampliação do vastíssimo acervo de bandalheiras. Três exemplos são suficientes para retratar a desenvoltura dos fora-da-lei.

Em 15 de setembro, três ministros do Superior Tribunal de Justiça decidiram que não tem validade legal a imensidão de provas colhidas ao longo da Operação Boi Barrica.  Em três anos de investigações, delegados e agentes da Polícia Federal descobriram o suficiente para instalar no banco dos réus dezenas de  parentes, amigos e agregados do senador José Sarney. Em poucas horas, o ministro Sebastião Reis Júnior produziu um relatório que desqualifica os resultados da operação autorizada pelo Judiciário e monitorada pelo Ministério Público. Excitados com a derrota imposta aos xerifes, os vilões resolveram dispensar-se de cautelas. No momento, até os meirinhos que já morreram sabem que Sarney manobra ostensivamente para infiltrar no STJ a desembargadora federal Assusete Dumont Reis Magalhães.

Em 23 de setembro, o Estadão reproduziu a entrevista concedida a uma emissora de rádio do interior pelo deputado estadual Roque Barbiere, do PTB paulista. Irritado com concorrentes que andam invadindo sua capitania eleitoral, Barbiere contou que há na Assembléia Legislativa um movimentadíssimo balcão de compra e venda de emendas parlamentares. De lá para cá, multiplicaram-se evidências contundentes de que o comércio de dinheiro público é ainda mais repulsivo do que sugeriu a entrevista. Como o escândalo envolve todos os partidos, o plenário uniu-se para abafá-lo. Nenhum deputado ousou romper o silêncio corporativista. O governador Geraldo Alckmin avisou que só se interessará pela apuração do caso se Barbiere entregar-lhe os nomes dos envolvidos e as quantias recebidas (talvez exija também o CIC e o RG dos acusados). Até agora, ninguém foi preso, indiciado ou processado.

Em 28 de setembro, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados absolveu o notório Valdemar Costa Neto, vulgo Boy, de todos os pecados pretéritos e presentes (os futuros ficam para as próximas sessões). O prontuário de bom tamanho informa que o chefão do PR foi um dos sócios fundadores do esquema do mensalão, aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal por formação de quadrilha e chefiou o bando que saqueou o Ministério dos Transportes, fora o resto. Para os colegas, Boy é um exemplo de respeito ao decoro parlamentar. Convencido de que será inocentado também pelo STF, o delinquente irrecuperável informou que, ao contrário do que fez em 2005, desta vez não vai interromper o mandato para antecipar-se à cassação. “Não renuncio nem com reza braba!”, resumiu. Amigo e discípulo de Lula, Valdemar Costa Neto fez o que o mestre recomendou no fim de setembro aos ministros corruptos: só consegue resistir no cargo quem tem “casco duro”. Tradução: só se mantém no emprego quem nega tudo ─ mesmo depois de pilhados em flagrante.

Os três exemplos comprovam que o Executivo, o Judiciário e o Legislativo estão contaminados pela ladroagem endêmica e impune que o fundador do Brasil Maravilha transformou em instrumento político. Cabe ao movimento contra a corrupção transformá-los em três ultrajes, três estímulos, três bandeiras e três motivos adicionais para outros atos de protesto. Insaciáveis, os assaltantes de cofres públicos não vão parar espontaneamente. Precisam ser detidos pelos brasileiros que respeitam os códigos morais, desprezam ladrões e não capitulam.

(por Augusto Nunes)

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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