UM MANIFESTO DIRIGIDO ÀS MOÇAS E AOS MOÇOS LIVRES DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS. A MAIORIA SILENCIOSA COMEÇA A DIZER O QUE QUER.

Publicado em 11/11/2011 17:56

UM MANIFESTO DIRIGIDO ÀS MOÇAS E AOS MOÇOS LIVRES DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS. A MAIORIA SILENCIOSA COMEÇA A DIZER O QUE QUER

O dia 10 de novembro de 2011 pode entrar para a história do ensino superior no Brasil. Nesse dia, os alunos das Letras da USP se libertaram dos seus algozes, da minoria que tiraniza a maioria, e devolveram aos estudantes o prédio que abriga o seu curso e que havia sido privatizado por seitas e partidos políticos. Publico o vídeo mais uma vez. Ele tem de ser visto, revisto, reproduzido Brasil afora como exemplo. A maioria silenciosa da USP começa a acordar, como já acordou a da Universidade de Brasília. Pode ser o sinal de uma nova aurora da universidade pública brasileira: voltada para o ensino, interessada na pesquisa, dedicada a formar profissionais que têm pela frente a tarefa gigantesca de fazer do Brasil um país mais justo para o seu povo e de exercer com dignidade a profissão que abraçaram. Vejam ou revejam. Volto depois.

Moças e moços das universidades públicas dos Brasil,

- Eles dizem que querem mudar o mundo e que vocês são alienados ou reacionários. Mas que utopia é essa que não reconhece o direito de escolha dos que deles discordam?

- Eles dizem que querem mudar o mundo e que vocês são alienados ou reacionários. Mas como podem falar em nome da justiça se os ídolos que adoram mataram 25 milhões na URSS, 70 milhões na China, 3 milhões no Camboja, 100 mil em Cuba (incluindo os que morreram afogados tentando fugir do “paraíso”)? Como ousam discursar sobre uma montanha espantosa de cadáveres?

- Eles dizem que querem mudar o mundo e que vocês são alienados ou reacionários. Mas como podem falar em fraternidade se fazem pouco caso do esforço de quem estuda, de quem trabalha, de quem se dedica, de quem se esforça? Por que eles os odeiam tanto?

- Eles dizem que querem mudar o mundo e que vocês são alienados ou reacionários. Mas como podem falar em igualdade se, nas assembléias, eles lhes cassam o direito à palavra, ao voto, à opinião?

- Eles dizem que querem mudar o mundo e que vocês são alienados ou reacionários. Mas como podem falar em nome da democracia se reivindicam que a universidade seja considerada um território apartado do Brasil, recendendo ao mais odioso preconceito aristocrático?

Não, moças e moços!

Eles odeiam a Justiça. Ou não fariam o que fazem.
Eles odeiam a fraternidade. Ou não fariam o que fazem.
Eles odeiam a igualdade. Ou não fariam o que fazem.
Eles odeiam a democracia. Ou não fariam o que fazem.
Eles odeiam, em suma, a liberdade, que é, e será sempre, a liberdade de quem pensa diferente, como afirmou, aliás, uma pensadora que eles dizem respeitar.

Tenho a ousadia de, simbolicamente, unir-me a vocês e falar na primeira pessoa do plural. Ficarei aqui no canto, quieto, eu prometo, com os meus 50 anos, aplaudindo a sua juventude! Mas falarei de “nós”.

Nós defendemos o estado democrático e de direito. E, por isso, eles nos chamam “fascistas”.
Nós defendemos a Constituição democrática da República Federativa do Brasil. E, por isso, eles nos chamam “fascistas”.
Nós defendemos o império da lei. E, por isso, eles nos chamam fascistas.

Ao longo dos anos, eles foram se aproveitando de nossas fraquezas, de nossa tolerância, de nossa boa-vontade, de nossa boa-fé, de nosso amor pelo diálogo, de nossa crença na racionalidade, de nossa dedicação ao estudo, de nosso apreço pelo trabalho, de nosso esforço para fazer o que fazem todas as mulheres e os homens livres nos países livres: lutar para melhorar de vida, para realizar sonhos, para crescer profissionalmente.

Para eles, somos “conservadores”, “arrivistas”, “direitistas”, “insensíveis”, “desprezíveis”. Para eles, Felipe de Ramos Paiva, brutalmente assassinado no campus, é que estava no lugar errado. Suas simpatias ideológicas estão com os algozes do morto.

Eles dizem que “um outro mundo é possível”. Atuam como se, de fato, houvesse dois mundos. E há apenas um: é este em que vivemos. Ele tem de ser transformado, reformado, mudado, aprimorado. E nós sabemos que isso custa dedicação, estudo, esforço, trabalho, talento, dinheiro.
Não, eles não se dedicam!
Não, eles não se esforçam!
Não, eles não trabalham!

Não, eles não têm talento!
Sim, eles desperdiçam dinheiro público!

E NÓS JÁ ESTAMOS COM O SACO CHEIO DELES!

Não suportamos mais que nos digam o que fazer das nossas vida se, visivelmente, não sabem o que fazer das suas próprias!
Não suportamos mais que nos digam para onde deve ir a universidade se passam anos ocupando uma vaga na instituição sem concluir o curso.
Não suportamos mais pagar tão caro por suas utopias baratas.

NÃO PODEMOS MAIS SER TIRANIZADOS POR CHUPINS QUE NADA PRODUZEM E QUE VIVEM DO “ESTADO BURGUÊS” QUE DIZEM DETESTAR.

Poder filiar-se a um partido é uma conquista democrática. Mas quem faz de uma instituição aparelho de seu partido gosta é de ditadura.

É preciso deixar claro que essa gente não nos representa.

Não aceitamos mais que nos imponham o seu socialismo!
Não aceitamos mais que nos imponham os seus heróis!
Não aceitamos mais que nos imponham os seus hábitos!
Não aceitamos mais que nos imponham os seus vícios!
Não aceitamos mais que nos imponham suas idiossincrasias!
Não aceitamos mais que nos imponham suas esquisitices!
Não aceitamos mais que privatizem o espaço público em nome de sua causa!

A foto abaixo traz alguns deles, felizes, a caminho da delegacia, na manhã de terça . Vejam com atenção:

VANGUARDA DO RETROCESSO - Maiorias silenciosas da USP e das universidades brasileiras, respondam: vocês se sentem representadas por eles? Você encontram neles a sua ética? Vocês encontram neles a sua estética? Representam eles o futuro? Não lhe parece que eles são a vanguarda da década de... 60?

VANGUARDA DO RETROCESSO - Maiorias silenciosas da USP e das universidades brasileiras, respondam: vocês se sentem representadas por eles? Você encontram neles a sua ética? Vocês encontram neles a sua estética? Representam eles o futuro? Não lhes parece que eles são a vanguarda da década de... 60? (Foto: Adriano Vizoni, da Folhapress)

A Universidade de São Paulo é um patrimônio de todos os paulistas e dos brasileiros dos demais estados que a escolheram para realizar seus sonhos, seus anseios e suas utopias, sempre respeitando os direitos da comunidade uspiana, garantidos por um Estatuto, pela Constituição do Estado, pela Constituição da República Federativa do Brasil e por outros códigos legais.

Declaramos, assim, que não há diferença entre os que usam a USP — e o mesmo vale para todas as universidades públicas do Brasil — para fortalecer seus próprios partidos e seitas e os larápios da República que estão sendo denunciados pela imprensa.

A malversação do dinheiro público será sempre um roubo, seja para o enriquecimento pessoal, seja para fortalecer grupos ideológicos. Rouba o dinheiro dos paulistas que sustentam a USP aqueles que abusam de sua condição de aluno, de professor ou de funcionário para impor uma pauta política alheia aos objetivos da universidade.

CHEGA! É POR ISSO QUE ESTAMOS DIZENDO A ELES: “NÃO, VOCÊS NÃO PODEM!”

NÃO PODEM MAIS!

É POR ISSO QUE UMA RESPOSTA TEM DE SER DADA NOS CURSOS, COMO FIZERAM OS ALUNOS DAS LETRAS, E NAS URNAS.

Entre os dias 22 e 24, haverá eleição para o DCE. A maioria silenciosa que começa a se manifestar pode pôr um fim à ditadura. Mulheres e homens morreram para que o Brasil fosse um país livre. Não vamos permitir que meia-dúzia de aloprados, de “burgueses do capital alheio”, solapem os direitos que garantem a nossa dignidade.

Vamos dizer “não” aos verdadeiros fascistas! Vamos dizer “sim” à USP e à universidade pública.

Por Reinaldo Azevedo

Uma prova que exige que o candidato se alinhe ideologicamente com o examinador. Chega! É preciso começar a acionar a Justiça!

A grande obra deste lamentável Fernando Haddad no Ministério da Educação é a ideologização do ensino e dos exames de proficiência em qualquer nível. O Enem, nas áreas antes chamadas “humanidades” e “comunicação” (rebatizaram tudo, com uma linguagem pseudo, como diria Tio Francis…), é, antes de mais nada, uma peneira ideológica.

Inexiste autonomia universitária no Brasil no que diz respeito ao pensamento. É permitido divergir desde que seja “no campo da esquerda”. Esses vagabundos que rejeitam a PM na USP, por exemplo, querem “autonomia” pra fumar maconha, não pra pensar. Nessa área, eles acreditam já ter descoberto a verdade.

A estupidez se espalha. Enviam-me o exame para residência médica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (íntegra aqui). Demorei um pouquinho para voltar ao blog porque estava lendo a estrovenga. Há coisas próprias da área, sobre as quais não tenho a menor idéia. Mas há outras que conheço bem. Tomo como exemplo a questão 82. Há tempos não vejo nada tão estúpido. Vou expondo a questão para vocês aos poucos, em vermelho, comentando em azul.

82 - A respeito das influências do neoliberalismo sobre a Saúde, considere as seguintes afirmativas:
Bem, temos já uma questão na largada. “Neoliberalismo” é uma palavra que indica uma escolha ideológica. É uma leitura feita pelas esquerdas sobre um momento da economia mundial, que trouxe, entre outros “desastres” para a humanidade, a moderna economia da informação… Mas vamos lá. O candidato a residente já sabe que tem de aceitar que há “influência do neoliberalismo sobre (sic) a saúde”. Vamos seguir.

1 - Têm gerado um processo de competição ilimitada, que promove uma espécie de guerra de todos contra todos à custa da saúde dos trabalhadores.
Competição de quem com quem? Entre os planos de saúde, por exemplo? Quer dizer que a competição capitalista, positiva no mundo inteiro, seria ruim só no Brasil, é isso? Os trabalhadores que têm plano privado de saúde estariam mais mal assistidos hoje do que estavam há 20 anos, quando só os endinheirados tinham essa possibilidade? Mais: o “neoliberalismo”, segundo os esquerdopatas, teria triunfado nas década de 80 e 90, certo? Foi justamente nos anos 1990 que o Brasil estruturou as bases do SUS. O serviço é deficiente, sim, mas muito melhor do que dos anos 80 para trás (piorou nos governos petistas). O estudante informado, racional, que sabe onde tem o nariz, concluiu que a afirmação está errada. PORQUE ESTÁ ERRADA! Prossegue o examinador. Vamos à segunda proposição.

2. Constituem um modelo de competição que é cego para suas consequências sociais, ao promover competição ilimitada, a aceitação da injustiça, da violência e do sofrimento no trabalho.
Uau! Notem que essa alternativa tem rigorosamente o mesmo conteúdo da anterior, só que com outras palavras. Quem fez a prova achou que não tinha sido contundente o bastante na censura ao “neoliberalismo”. E o que dizem na 3?

3. Impondo como premissa das reformas que preconiza a redução dos gastos públicos, conduz os governos a economizar à custa do sofrimento da Nação, deixando de investir em práticas sociais como Educação e Saúde.
Como se vê, já se extrapolou da saúde para as outras áreas. O Brasil tem, à diferença do que sustenta o pilantra que redigiu a questão, um alto desembolso com saúde e educação. O problema é de outra natureza: ineficiência. Reparem na linguagem: “sofrimento da nação”… Chamar educação e saúde de “práticas sociais” é coisa de analfabeto sociológico fazendo sociologice. A esta altura, o estudante informado está escandalizado. Mas também já ligou o desconfiômetro: “Espere aí: as três afirmações têm o mesmo conteúdo; são só variações em torno do mesmo tema.” Então ele saltou para a quarta suposta conseqüência.

4. Preconiza a parceria público-privada, na qual a relação do público com o privado acentua a dívida do Estado com a maioria da população e ao mesmo tempo favorece a esfera privada e a acumulação do capital.
Heeeinnn? Deu pra entender que, no fim das contas, quem enche o rabo de dinheiro é o “porco capitalista”. Em suma, não fosse o capitalismo, a saúde seria supimpa, como na China, por exemplo, onde não existe um sistema universal de atendimento. Reitero: o SUS foi estruturado na vigência do que esses ignorantes chamam “neoliberalismo”. Mas vamos à 5ª.

5. As reformas instituídas na formação dos profissionais de saúde procuram adaptá-la às necessidades atuais do capital, tendendo a reduzir os conteúdos e priorizar o alcance de determinadas habilidades e atitudes.
Quais reformas? Do que falam esses brutos? Bem, o candidato já percebeu que, segundo o examinador, esse neoliberalismo é muito mau, odeia o trabalhador e os pobres e não produziu nada de bom

ATENÇÃO, MEUS CAROS! TODAS AS AFIRMAÇÕES, MERAS VARIAÇÕES EM TORNO DO MESMO TEMA, SÃO FALSAS PORQUE A PREMISSA ESTÁ ERRADA. Mas chegou a hora de o aluno responder.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
b) Somente a afirmativa 5 é verdadeira.
c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras.

Parece piada, não? O examinador quer apenas a adesão do candidato a seu ponto de vista. Numa questão vigarista, em que todas as assertivas são falsas, é preciso dizer que todas são verdadeiras. É um troço orwelliano, é a “novilíngua”; o sentido está sempre pelo avesso: “liberdade é escravidão”.

Essas distorções estão em todo canto, em todas as provas, em todos os cursos — chegam também ao ensino privado de todos os níveis. Parece que o Brasil será o último país do mundo a abandonar esse submarxismo chulé, que vive mandando prender “os culpados de sempre”.

O que vai acima reflete um conjunto formidável de mentiras. A saúde privada precisa é de mais competição. A exemplo de qualquer outro setor, quanto mais se disputam os clientes, mais benefícios eles recebem. É por isso que há mais telefones do que brasileiros hoje; antes da privatização, tratava-se de um serviço de luxo.

É claro que, fosse levada a sério a Justiça, a questão deveria ser impugnada. Ela não testa um conhecimento objetivo; cobra do candidato um alinhamento ideológico, uma adesão a um valor triunfante entre os examinadores, o que jamais pode ser um critério de verdade.

É um escândalo político, moral e ético.

Por Reinaldo Azevedo

TAMBÉM A UNIRIO PODE SE LIBERTAR DOS SEUS SEQÜESTRADORES

unirio-livreNo dia 30 de novembro, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) elege a nova diretoria do DCE. Também lá há uma chapa de ESTUDANTES DE VERDADE, a exemplo de muitos que me lêem. O que é um estudante de verdade?
- O estudante de verdade entende que a universidade não deve ser usada para fortalecer partidos.
- O estudante de verdade acredita no pluralismo.
- O estudante de verdade não se impõe na base do berro e da manobra.
- O estudante de verdade estuda.

Isso significa que o ESTUDANTE DE VERDADE não é da esquerda organizada. Ou alguém já viu algum esquerdista na universidade que não transforme a instituição em mero aparelho, não tente silenciar a divergência e não se imponha na base da truculência?

Também os estudantes da Unirio têm a chance de se livrar dos seus algozes VOTANDO NA UNIRIO LIVRE, A CHAPA 3, que expõe seu credo:
“Meritocracia, livre iniciativa, liberdade de pensamento, não ao marxismo farofeiro, contra esta hegemonia de pensamento esquerdista que seqüestrou o ambiente universitário, amordaçou a academia e transformou o ideal de uma ‘zona livre de idéias’ num engodo.”

À maioria silenciosa da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, lembro trecho do Manifesto:

“Eles dizem que “um outro mundo é possível”. Atuam como se, de fato, houvesse dois mundos. E há apenas um: é este em que vivemos. Ele tem de ser transformado, reformado, mudado, aprimorado. E nós sabemos que isso custa dedicação, estudo, esforço, trabalho, talento, dinheiro.
Não, eles não se dedicam!
Não, eles não se esforçam!
Não, eles não trabalham!
Não, eles não têm talento!
Sim, eles desperdiçam dinheiro público!

E NÓS JÁ ESTAMOS COM O SACO CHEIO DELES!”

Decida, aluno da Unirio: liberdade ou sujeição; resolução de problemas ou gritaria histérica e inútil.

Por Reinaldo Azevedo

O 11 do 11 de 2011 do PT em São Paulo: Haddad é declarado candidato oficial

A dita “modernização” do PT em São Paulo, ora vejam!, passou pela imposição de um candidato. Lula decidiu, e faz tempo!, que seria Fernando Haddad. À sua maneira, é um mecanismo um tantinho mais autoritário do que os antigos partidos comunistas, que tinham ao menos um comitê central. O do PT é composto de um só. Se vocês recuperarem o noticiário, verão dirigentes petistas a dizer que as prévias seriam realizadas; que, no PT, quem decide são as bases, essas coisas. Eis aí. Noves fora, há uma excelente notícia em tudo isso: Haddad vai deixar o Ministério da Educação. Sem conhecer o substituto, é certo que haverá um ganho de qualidade. Quem sabe venha alguém que ao menos meta os pés pelas mãos em vez de os pés pelos pés. Segue texto de Daniene Cardoso, do Estadão Online.
*
O PT oficializou hoje o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo em 2012: o ministro da Educação, Fernando Haddad, que reconheceu o papel do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que seu nome fosse o escolhido. “A autoridade e o sentimento dele tiveram peso muito importante no início do processo”, afirmou o ministro, reconhecendo também a adesão de outras lideranças em favor de sua pré-candidatura. “Não posso desvalorizar o peso do presidente, assim como não posso desvalorizar o peso das outras lideranças”, acrescentou.

O candidato petista disse que agora conversará com a presidente Dilma Rousseff para definir a data para deixar o ministério da Educação. “Vou seguir religiosamente o que ela determinar. Em primeiro lugar os interesses do governo federal e do ministério.”

Após a desistência dos deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini de disputar as prévias o nome de Haddad foi anunciado hoje pelo presidente nacional do partido, deputado estadual Rui Falcão. “Já temos um candidato a prefeito, o companheiro e ministro Fernando Haddad”, disse.

Ao anunciar as desistências, Tatto e Zarattini destacaram um consenso na legenda em torno do nome do ministro e concluíram que seria inútil submeter a decisão às prévias. “O Fernando, com sua competência, conseguiu uma maioria e uma hegemonia. Ir para uma disputa significaria esgarçarmos o partido”, declarou Jilmar Tatto.

Já Zarattini ressaltou que durante o processo de debates regionais a candidatura do ministro ganhou força numérica e que as urnas diriam o que de fato todos sabiam: que o preferido do ex-presidente Lula seria o escolhido. “O melhor não é realizar uma votação para ratificar o que já existe, o melhor é nos unir”, afirmou.

Em seu primeiro discurso como candidato do PT, Haddad agradeceu o apoio dos vereadores e das lideranças da sigla. O ministro concordou com Zarattini sobre a consolidação de sua candidatura nos últimos meses. “Não havia necessidade para fins protocolares de dar a público o que era de conhecimento de todos”, destacou Haddad. Durante o anúncio, os petistas defenderam a união do partido. “O PT só ganha eleição se tiver unido”, apontou Tatto. “Fernando, você é o escolhido e leva essa responsabilidade de representar o PT”, disse o vereador Antonio Donato, presidente do diretório municipal da sigla.

Por Reinaldo Azevedo

O petista que não gosta de sujar o shortinho dá “aula pública” para minoria truculenta; é um braço de Haddad na USP, o higienista que acha que polícia é coisa pra pobre

Li em algum lugar que o jornalista Eugênio Bucci, professor da ECA, deu uma aula pública ou coisa assim no campus. “Aulas públicas” marcam a adesão de professores a manifestações de protesto e assemelhados. No caso, ele estava dando seu apoio à minoria fascista que quer se impor na USP na base do berro e da força bruta, como evidencia o vídeo sobre a libertação das Letras. Como vocês viram, os trogloditas tinham interditado o edifício. É para essa gente que Bucci exerce o seu charme supostamente tolerante. Deu sua forcinha aos autoritários, mas certamente sem se comprometer demais, como é de seu feito. Flertou com a ilegalidade, mas sempre fazendo um “hedge” com as forças da ordem. É muito esperto.

Faz sentido.

Bucci é um dos “intelectuais” que cantam as glórias de Fernando Haddad por aí, como deixa evidente num texto de 11 de fevereiro de 2010, que eu desconstruí lindamente. Voltei ao tema em 15 de junho deste ano e em 13 de setembro. Por que lhe dei alguma trela? Ex-presidente da Radiobras por vontade de Lula, claro!, Bucci se apresenta como um amigo da propriedade privada dos meios de comunicação e avesso às tentativas totalitárias do PT de “controlar a mídia”. E muitos ficam encantados: “Nossa! Que esquerdista bacana!”. Como se ele nos fizesse algum favor. Segue sendo petista porque assevera a natureza essencialmente boa do partido, eventualmente desvirtuado por homens maus, como José Dirceu. Sim, Bucci é inteligente o bastante para deixar claro que não é da turma do “chefe de quadrilha”.

Mas é da turma de Haddad! É um de seus principais propagandistas. Se o petista se eleger prefeito, ele certamente será um dos seu “luminares” — a mulher de Bucci, Maria Paula Dallari (filha do petista Dalmo Dallari), já foi a principal executiva do ministro na Educação. Era ela, coitada!, quem dava a cara ao tapa a cada besteira que seu chefe fazia.

Por que escrevo isso tudo? Porque Bucci, articulista da grande imprensa e debatedor supostamente isento de temas ligados à comunicação, gosta de se apresentar apenas como um amigo da verdade, quando é evidente que ele é mais amigo daquele a quem considera um Platão: Fernando Haddad!

E o que disse  Haddad quando a PM restabeleceu o estado de direito na USP, coisa de que, parece, Bucci não gostou muito? “Não se pode tratar a USP como se fosse a Cracolândia e a Cracolândia como se fosse a USP”Ou seja: flertou com os invasores e tratou uma questão dramática de todas as cidades do Brasil (há duas cracolândias a metros do MEC, em Brasília) como se fosse mero caso de polícia — polícia que ele pede para os pobres, mas não para os baderneiros que infelicitam a universidade.

Vale dizer: Haddad fez exploração eleitoreira vigarista das duas questões: da Cracolândia e da USP. E ainda flertou com criminosos, que desrespeitavam uma decisão judicial. Ouso dizer, como simples dedução, que Bucci, um de seus principais prosélitos, ao dar uma “aula pública” para a minoria truculenta que quer parar a USP, seguiu-lhe os passos.

Mas de modo muito “isento”, como sempre. É outro petista que não gosta de sujar o shortinho, a exemplo de Gugu-dadá Haddad.

Por Reinaldo Azevedo

11/11/2011

 às 6:33

WikiLeaks nunca vazou documento mostrando que William Waack foi informante dos EUA; já Zé Dirceu e Greenhalgh… Um deu pau em Lula; outro passou aos americanos bastidores do PT e do MST

William Waack é um dos mais competentes, sérios e cultos jornalistas do país. Concordamos em muita coisa.  Mas eu gosto mesmo é quando discordamos, o que não é tão raro assim,  porque ele fica ainda mais sabido, e sempre tenho a chance de refinar meus argumentos. Pra que ter amigo que torna a gente pior, não é mesmo? Vocês sabem: independência, talento e competência… Essas coisa mexem com os piores rancores dos sabujos, dos bisonhos e dos incompetentes.

Todos vocês sabem que circulou a valer, especialmente na esgotosfera — e até em alguns veículos que aspiram à seriedade —, o boato de que o âncora da TV Globo seria “informante” da embaixada dos EUA no Brasil. As evidências estariam em documentos vazados pelo WikiLeaks. Ignorei solenemente o assunto porque a abordagem era de tal sorte vagabunda que o mero desmentido ajudaria a propagar a ignomínia. Agora é diferente.

Em um artigo publicado nesta quinta no site Observatório da Imprensa, as jornalistas Marina Amaral e Natalia Viana negaram a existência de qualquer documento que indique que Waack tenha atuado como “informante”. Ele foi, sim, algumas vezes, interlocutor de diplomatas americanos, a exemplo de muitos outros jornalistas. E daí? Escrevem: “Nada mais normal. Culpar um jornalista por ter conversado com um embaixador é como punir um mecânico por estar com as mãos sujas de graxa.”  Nas moscas!

Natália, como informa o próprio artigo, “foi responsável pela publicação e distribuição dos documentos diplomáticos referentes ao país, cujo conteúdo foi parcialmente relatado pelos jornais O Globo e Folha de S. Paulo, de novembro de 2010 a fevereiro deste ano. ”

Bem, eu sempre soube que William é tão informante dos EUA quanto eu sou agente do Mossad — é o que diz certa canalha! Um medalhão do esquerdismo aloprado, metido a intelectual, figura até outro dia influente no Itamaraty, já assegurou em artigo que sou contratado da CIA para fazer agitação e propaganda. Notem: não é que ele intui ou acha isso. Ele disse ter informações seguras a respeito!!! Eu e William conversamos por códigos! Quando um diz ao telefone “alô”, o outro responde: “Ah, entendi…” Grana mesmo, até agora, nada!!!

Bem, William nunca foi “informante” dos americanos, já José Dirceu e Luiz Eduardo Greenhalgh… Leiam trechos do artigo das duas jornalistas (íntegraaqui):

“O fato de alguém ir ou não à embaixada só é notícia se o conteúdo da conversa é importante - uma informação de bastidor sobre o governo, por exemplo - ou se a própria visita à embaixada for algo que o público em geral jamais imaginaria.
(…)
o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu criticou Lula e o PT em um encontro com o ex-assessor do Departamento de Estado americano Bill Perry, isentando-se de responsabilidade pelo esquema que ficou conhecido como mensalão; e o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, do PT, notório crítico da atuação americana e advogado de diversos integrantes do MST, contou bastidores do PT e do MST ao cônsul americano em São Paulo.”

É mesmo, é?

Quer dizer que esses notórios patriotas, esquerdistas até debaixo de outros esquerdistas, comportam-se assim no escurinho do cinema com “os gringos”? Dirceu, aquele que teria chorado pela primeira vez em anos ao saber do câncer de Lula, deu pau no Apedeuta. E Greenhalgh, esse emessetista juramentado e advogado e porta-voz de Cesare Battisti, contou bastidores do PT e do MST.

A gente ainda vai acabar descobrindo que Dirceu sempre foi agente da CIA e sempre atuou para desmoralizar a esquerda no Brasil. Convenham: o “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) até que saiu bem na tarefa, né?

Por Reinaldo Azevedo
Da coluna  Direto ao Ponto, de Augusto Nunes: 

A primeira-dama saiu às ruas de Taguatinga para ajudar o José Roberto Arruda do PT

Ciente de que uma primeira-dama do Brasil não pode sair por aí apoiando meio mundo, muito menos engajar-se na campanha de qualquer um, Marisa Letícia Lula da Silva só deu as caras na temporada eleitoral de 2010 ao lado ou atrás do maridão. Proclamando-se avessa a apresentações como solista, recusou todos os convites para estrelar passeatas ou comícios. Menos um: considerou irrecusável o apelo formulado pelo companheiro Agnelo Queiroz.

Em agosto, para ajudá-lo a eleger-se governador do Distrito Federal, a primeira-dama saiu às ruas de Taguatinga em companhia do candidato. Vejam o vídeo de 1min36. O sorriso sonso informa que Marisa Letícia não faz a menor ideia do que Agnelo pretende fazer no governo de Brasília. O sorriso guloso informa que o candidato sabe muito bem o que fará. Vai ser o José Roberto Arruda do PT. Mas não quer que os outros saibam.

No Globo desta quinta-feira, o jornalista Carlos Alberto Sardenberg precisou de menos de 500 palavras para colocar abaixo o monumento ao cinismo erguido por Agnelo, com a ajuda dos companheiros de partido e da base alugada, para escapar do impeachment e enganar o camburão. A leitura do texto, reproduzido na seção Feira Livre, prova que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ainda não viu nada de errado na história do empréstimo bandalho por sofrer de miopia seletiva.

Para ganhar a eleição em Brasília, o PT procurou no PCdoB o candidato dos sonhos do partido. Encontrou o herdeiro moral de Joaquim Roriz.

(por Augusto Nunes)

Da coluna Direto ao Ponto,

Celso Arnaldo interna Dilma às pressas: ‘É absolutamente, é, fantasmagórico achá que o governo inventou a crise da Europa’

Atento à movimentação da campeã de internações no Sanatório Geral, o jornalista Celso Arnaldo Araújo convocou os enfermeiros em regime de urgência urgentíssima ao ouvir, no meio da entrevista da presidente da República, o seguinte espanto em dilmês vulgar:

“Há uma crise internacional, não é o governo que inventô isso. Eu li na imprensa aí umas semanas passadas, ou duas semanas ou mais, que o governo tava inventando uma crise. Eu acho que é absolutamente, é, fantasmagórico achá que o governo inventou a crise da Europa. Nós simplesmente, como a gente lê, nós gostamo de lê imprensa, viu?, eu leio jornal, eu leio Finantial Times, El País e Le Monde e todos os jornais brasileiros. Agora, em todos os jornais estrangeiros a crise tá dada há mais tempo”.

A paciente foi entregue ao corpo clínico do famoso nosocômio com um recado rabiscado às pressas por Celso Arnaldo. Confiram o teor do manuscrito:

Dilma Rousseff, aos 3:03 de fantasmagórica entrevista coletiva no Palácio do Planalto, desmentindo que a crise na Europa tenha sido plantada nos jornais pelo Brasil, informando ao mesmo tempo que a presidente do Brasil ficou sabendo da crise na Europa pelos jornais, da mesma forma que o peixeiro hoje, quando manipulava os jornais de ontem.

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo

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