Bovinos: Preço de ração e seca reduziram rebanho nacional em 2012, diz IBGE
Entre 2011 e 2012, houve queda em todos os rebanhos animais do país: -0,8% para os de grande porte, -3,2% para os de médio porte e -1,7% para os de pequeno porte. Dentre os primeiros, os rebanhos de asininos (asnos) e de muares (mulas e burros) foram os mais atingidos (-7,4% e -3,8%, respectivamente); o de bovinos, com 211.279.082 cabeças em 2012, registrou a menor queda (-0,7%). Quanto aos animais de médio porte, os maiores decréscimos ocorreram nos efetivos de caprinos (-7,9%) e ovinos (-5,0%), e o menor no de suínos (-1,3%). Entre os de pequeno porte, a maior redução foi a dos coelhos (-12,4%). Dentre todos os efetivos investigados, somente o de codornas aumentou (5,6%).
Os problemas climáticos tiveram parcela significativa de influência na redução da produção da pecuária, em especial pela seca que afetou o Norte e o Nordeste do país, regiões onde ocorreram algumas das principais variações negativas. Em alguns casos, como na produção de caprinos e ovinos, as reduções justificaram-se pelo desestímulo do produtor de continuar na atividade e pelos baixos rendimentos obtidos, o que provocou o envio precoce de animais para descarte.
Bovinos: rebanho só cresce no Norte do país
Segundo colocado no ranking mundial de rebanhos bovinos, atrás somente da Índia, e segundo também na produção de carne bovina (o primeiro lugar é dos Estados Unidos), o Brasil nos últimos cinco anos, em termos regionais, manteve efetivo crescente de bovinos somente na Região Norte, embora o ritmo de crescimento tenha se reduzido, sobretudo em 2011 e 2012.
Amapá (+12,0%) e Roraima (5,4%) tiveram as maiores variações relativas da região, apesar da pouca representatividade nacional. No Nordeste foi registrada a maior queda (-4,5%), principalmente em Pernambuco (-24,2%), Paraíba (-28,6%) e Rio Grande do Norte (-18,1%). Ceará (+3,8%), Maranhão (+3,1%) e Piauí (+0,1%) aumentaram seus efetivos. No Sudeste, a queda de 0,3% no rebanho bovino foi puxada pela redução de 2,4% do efetivo em São Paulo, em grande parte devido ao avanço da lavoura de cana-de-açúcar sobre as áreas de pastagens. No Sul, a redução foi de 1,3%. No Rio Grande do Sul, maior rebanho da região, a queda de 2,3% foi causada pela migração de atividade para a agricultura e a silvicultura, especialmente soja, além do descarte de animais devido à seca. No Centro-Oeste do país, o efetivo de bovinos diminuiu 0,4%, com variações negativas em Mato Grosso (-1,8%) e Mato Grosso do Sul (-0,3%) e positivas em Goiás (1,4%) e Distrito Federal (2,1%).
Em 2012, os maiores efetivos de bovinos foram os de Mato Grosso (13,6%), Minas Gerais (11,3%), Goiás (10,4%), Mato Grosso do Sul (10,2%) e Pará (8,8%). Com participações praticamente estáveis em relação a 2011, esses estados somavam 54,4% do efetivo nacional, em conjunto.
Em termos municipais, os números mais significativos estavam localizados em São Félix do Xingu (PA), Corumbá (MS) e Ribas do Rio Pardo (MS), somando 2,4% de participação nacional. Dentre os 20 municípios com os maiores efetivos, seis estavam situados em Mato Grosso, seis em Mato Grosso do Sul, seis no Pará, um em Goiás e um em Rondônia.
Leite: mais 9,9% de volume produzido e maior valor de produção, R$ 26, 8 bi, em 2012
No Brasil (6ª posição mundial), a produção da atividade leiteira teve variação positiva de 9,9%, no comparativo 2012 e 2011.
O Sudeste concentrou 35,9% da produção de leite, seguindo-se o Sul (33,2%) e o Centro-Oeste (14,9%). A redução do ritmo de crescimento no Brasil, sobretudo entre 2011 e 2012, foi puxada pelo Nordeste (-14,8%) e pelo Norte (-1,0%). No Nordeste, houve quedas em Pernambuco (-36,1%), Bahia (-8,7%) e Paraíba (-39,9%); no Norte, o Pará ficou com a principal queda (-5,0%). O ritmo de crescimento diminuiu bastante no Centro-Oeste, com redução significativa em Mato Grosso (-2,8%) e no Distrito Federal (-18,0%).
O principal estado produtor, Minas Gerais (27,6% de participação), reúne cinco dos dez maiores municípios produtores. Lideraram a produção de leite: Castro (PR), Patos de Minas (MG) e Morrinhos (GO).
Dentre os produtos de origem animal apurados pela PPM 2012, o leite registrou o maior valor de produção: 32,304 bilhões de litros do produto geraram R$26,797 bilhões em valor.
A produtividade de leite no país aumentou de 1.382 litros/vaca/ano em 2011 para 1.417 litros/vaca/ano em 2012, num ganho de 2,5%. A maior produtividade foi registrada no Rio Grande do Sul (2.670 litros/vaca/ano) e a menor em Roraima (308 litros/vaca/ano). O maior ganho relativo de produtividade ocorreu no Distrito Federal (+37,6%) e a principal perda na Paraíba (-16,4%). Araras (SP), com 9.000 litros/vaca/ano, teve a maior produtividade dentre os municípios brasileiros, próxima daquela obtida nos Estados Unidos, de 9.841 litros/vaca/ano, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).
Região Sul detém quase 50% do rebanho de suínos do Brasil
O Brasil é o quinto maior produtor mundial de carne de suínos (China lidera o ranking) e detém o quarto maior efetivo desta espécie animal: 38,796 milhões de cabeças em 2012 (-1,3% em relação a 2011). Foi a seguinte a participação regional em 2012: Sul (49,5%), Sudeste (18,4%), Nordeste (15,1%), Centro-Oeste (13,2%) e Norte (3,8%). Santa Catarina (19,3%) é historicamente o estado com o maior efetivo da espécie, seguido por Rio Grande do Sul (16,0%), Paraná (14,2%) e Minas Gerais (13,3%). Juntos, os quatro somam 62,8% do total nacional. Os municípios de Uberlândia (MG), Rio Verde (GO) e Toledo (PR) foram os mais representativos no país.
Na Região Norte (-5,1%), as maiores quedas absolutas ocorreram nos rebanhos do Pará (-28.569 cabeças), Roraima (-20.163) e Amazonas (-18.327). No Nordeste (-3,6%), quedas importantes ocorreram na Bahia (-107.272 cabeças), Piauí (-44.329), Rio Grande do Norte (-20.138) e Paraíba (-17.827). No Sudeste (+ 1,5%), São Paulo (-42.034 cabeças) reduziu o seu rebanho, enquanto Minas Gerais (+142.808 cabeças) teve aumento significativo. No Sul (+0,6%), Santa Catarina (-487.933 cabeças) foi o único estado a apresentar redução, compensada pelos aumentos ocorridos, sobretudo no Rio Grande do Sul (+535.801cabeças). O Centro-Oeste apresentou o maior decréscimo (-7,8%), e todos os estados da região tiveram quedas: a maior, em valor absoluto, em Mato Grosso (-164.738) e, percentualmente, no Distrito Federal (-54,7%).
Galináceos têm redução de 1,8% no país, mas produção de ovos de galinha sobe 2,3%
No Brasil (2º maior produtor mundial de carne de frango, atrás somente da China), o efetivo de galináceos, de 1,245 bilhão de cabeças em 2012, decresceu 1,8% sobre 2011.
A PPM divide o efetivo de galináceos em galos, frangas, frangos, pintos e em galinhas. O total de galos, frangas, frangos e pintos foi de 1,032 bilhão, em 2012 (-1,9% de animais alojados). Já o efetivo de galinhas, de 213,230 milhões (17,1% do total de galináceos no ano), representou queda de 1,4%, com relação a 2011.
Em termos regionais, o Sul concentrava o maior efetivo de galináceos (49,5% do total nacional), seguindo-se: Sudeste (28,2%) Centro-Oeste (11,3%), Nordeste (9,4%) e Norte (1,7%).
Em relação às galinhas, a variação negativa relativa do Norte (-2,8%) foi puxada, em números absolutos, pelo Amazonas (-133.661 cabeças); no Nordeste (-0,3%), pela Bahia (-381.013); no Sudeste (-2,5%), por São Paulo (1.574.154 cabeças) e no Centro-Oeste (-3,7%), por Mato Grosso (-453.641 cabeças), embora o Distrito Federal tenha mostrado a maior variação percentual negativa, da região e do país (-9,5%). O Sul (+1,0%) registrou a única variação positiva regionalmente, com destaque para a variação absoluta de Santa Catarina (+516.112 cabeças).
No comparativo entre 2012 e 2011, no quadro de variação negativa, em galos, frangas, frangos e pintos, no Norte (-2,0%) Tocantins perdeu o maior número de aves (-208.523 cabeças). No Nordeste (-0,1%), a maior perda em valores absolutos foi a de Pernambuco (-2.648.653); no Sudeste (-3,9%), a de São Paulo (-7.017.842); no Sul (-2,3%), a de Santa Catarina (-9.173.181). Centro-Oeste, única região a ter variação positiva (1,4%), registrou-se o maior ganho de cabeças no Mato Grosso (2.161.840).
A produção de ovos de galinha aumentou 2,3% de 2011 para 2012, totalizando 3,473 bilhões de dúzias, no ano passado, e concentrada no Sudeste (42,4% de participação nacional). São Paulo foi o grande produtor nacional (25,8% do total). Na sequência, destacaram-se Paraná (10,6% da produção) e Minas Gerais (10,5%). Em termos municipais, sobressaem Bastos (PR), Santa Maria de Jetibá (ES) e Itanhandu (MG). O valor de produção de ovos de galinha aumentou 17,4% no mesmo período. O maior preço foi registrado no Rio Grande do Norte (R$4,71) e o menor, em Santa Catarina (R$1,69).
Entre as espécies animais, o crescimento é das codornas: 5,6%
Única dentre as espécies de animais investigadas a apresentar crescimento, o efetivo de codornas foi de 16,436 milhões de unidades em 2012 (+5,6% sobre 2011), bastante concentrado no Sudeste, sobretudo em São Paulo (51,1%). O crescimento, entre 2012 e 2011, foi alavancado por aumento de alojamento em todos os estados da Região Sudeste (+15,3% de variação relativa), sobretudo em São Paulo, que apresenta o maior reduto de produção de codornas (51,1% da produção nacional). Bastos (SP) teve a maior participação (18,3%), entre os municípios. Regionalmente, a par do crescimento do SE, as demais regiões decresceram percentualmente, de 2011 para 2012: no Norte (-4,0%), no Nordeste (-0,3%), no Sul (-5,1%) e, mais expressivamente, no Centro-Oeste (- 56,4%).
A produção de ovos de codorna, de 284,973 milhões de dúzias ao longo de 2012, representou um incremento de 9,4% sobre 2011. Registra-se neste item, também, a maior variação anual, em valor de produção, dentre os produtos de origem animal investigados pela PPM 2012 (+27,2%): o preço da dúzia de ovos de codorna passou de R$0,83 em 2011 para R$0,96. Em 2012, a produção de ovos de codorna concentrava-se no Estado de São Paulo (61,3%). Os principais municípios produtores eram paulistas: Bastos, Iacri e Parapuã, pela ordem.
Efetivo de ovinos teve redução de 5,0% em 2012
O efetivo de ovinos (ovelhas) foi de 16,789 milhões de cabeças em 2012 (- 5,0% em relação a 2011). Puxaram a queda as variações negativas do Nordeste (-7,8%), principalmente na Paraíba (-16,4%). Os percentuais do Centro-Oeste (-10,9%), Norte (-4,6%) e Sudeste (-3,5%) mostram as outras quedas regionais; no Sul (+1,9%), a única variação positiva. As maiores participações ocorreram no Nordeste (55,5%), verificando-se criação em todos os estados, com destaque para a Bahia (16,8%) e Ceará (12,3%). No Sul (30,0% da criação nacional de ovinos), 24,4% estavam no Rio Grande do Sul. Os municípios gaúchos de Santana do Livramento, Alegrete e Quarai, localizados nesse estado, foram os maiores representantes nacionais.
Do total de ovinos, 23,8% foram tosquiados ou serviram à produção de lã, que somou 11,994 mil toneladas em 2012 (mais 1,6% sobre o volume de 2011). Em valor de produção de lã, a variação foi de 9,3%, com o preço do quilo do produto passando de R$5,78 em 2011 para R$6,22 em 2012. A produção de lã concentrou-se em sete estados, tendo à frente o Rio Grande do Sul, com participação de 91,3% de toda a produção nacional. Paraná e Santa Catarina vêm na sequência, com participações de 5,0% e de 2,3%, respectivamente. Os municípios de Santana do Livramento, Alegrete e Uruguaiana, todos no Rio Grande do Sul, detinham as maiores produções de lã. Os 55 maiores produtores municipais estavam localizados nesse estado.
Caem efetivos de equinos (-2,7%), bubalinos (-1,3%), asininos (-7,4%), muares (-3,8%), caprinos (-7,9%) e coelhos (-12,4%)
O efetivo de equinos no Brasil teve queda de 2,7% no comparativo entre 2012 e 2011. A Região Nordeste registrou a maior queda relativa (-4,7%), com redução mais acentuada em Pernambuco (-11,0%). O Centro-Oeste teve o mesmo percentual de queda regional (-4,7%), sobressaindo a variação negativa de Mato Grosso (-8,8%). A concentração do rebanho localizou-se no Sudeste (25,0%), com grande participação de Minas Gerais (14,6%), e no Nordeste (23,9%), com destaque para a Bahia (9,7%). Os municípios com os maiores efetivos de equinos foram Corumbá (MS), Santana do Livramento (RS) e Uruguaiana (RS).
O rebanho de bubalinos (búfalos) teve variação negativa de 1,3% em 2012, com as seguintes perdas, por região: Norte (-1,4%), Nordeste (-2,7%), Sul (-4,8%) e Centro-Oeste (-8,6%). Registrou-se ganho no Sudeste (+8,2%). O rebanho de bubalinos concentra-se, principalmente, no Pará (36,0%) e no Amapá (20,1%), com destaque para os municípios de Chaves (PA), Soure (PA) e Cutias (AP).
Comparando os dois últimos anos, o plantel de asininos caiu 7,4%, com variações negativas em todas as regiões: Norte (-12,2%), Nordeste (-7,4%), Sul (-1,6%), Sudeste (-5,1%) e Centro-Oeste (-2,7%). A Bahia concentrou 25,6% do efetivo, o Ceará, 20,3% e o Piauí, 12,7%. Os municípios de Feira de Santana (BA), Boa Viagem (CE) e Petrolina (PE) mostraram os maiores plantéis de asininos em 2012.
O efetivo de muares teve queda nacional de 3,8%, sobressaindo as reduções percentuais do Norte (-6,4%) e do Nordeste (-4,7%) do país. A Bahia ficou com a maior concentração de muares (21,1%), seguida por Minas Gerais (12,6%) e Maranhão (8,1%). São Félix do Xingu (PA), Una (BA) e Barra da Estiva (BA) foram os municípios com os maiores rebanhos em 2012.
O rebanho de caprinos decresceu 7,9%, comparativamente a 2011. As regiões Centro-Oeste (-10,8%) e Norte (-10,0%) tiveram as maiores variações percentuais negativas. Dois estados concentravam quase 50,0% do efetivo de caprinos do Brasil: Bahia (28,1%) e Pernambuco (20,7%). Os municípios de Floresta (PE), Casa Nova (BA) e Petrolina (PE) detinham os principais efetivos em 2012.
O efetivo de coelhos foi o que mais decaiu entre aqueles investigados pela PPM 2012: 12,4% a menos, entre 2012 e 2011. O Rio Grande do Sul detinha 40,9% do efetivo de coelhos no Brasil, seguido por Santa Catarina (18,3%) e Paraná (16,5%). Em termos municipais, Dois Irmãos (RS), Mogi das Cruzes (SP) e Santa Maria (RS) foram os maiores detentores de coelhos.
Mel: caem produção (-19,3%) e valor da produção (-3,6%)
Além da queda de 19,3% na produção de mel de abelha, entre os anos de 2011 e 2012, a variação do valor de produção também foi negativa (-3,6%). Proporcionalmente menor, no entanto, por conta do preço do produto, que passou de R$5,96 o quilo, em 2011, para R$7,11, em 2012. Os estados do Rio Grande do Sul (20,2%), Paraná (16,4%) e Santa Catarina (13,1%) tiveram as maiores produções em 2012. Os três principais municípios produtores estão localizados no Sul: Bom Retiro (SC), Ortigueira (PR) e Içara (SC).
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