Informações oficiais sobre caso atípico de 'vaca louca' devem ser divulgadas até o final desta semana

Publicado em 02/09/2021 17:01
Frigoríficos que atuam nas exportações optaram por suspender os embarques, diz analista

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Nesta quinta-feira (02), fontes ligadas ao Ministério da Agricultura informaram ao Notícias Agrícolas que o caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (“doença da vaca louca”) ainda está sendo investigado e que até o final desta semana devem ser divulgadas informações oficiais sobre o caso.

O Notícias Agrícolas procurou a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) para saber mais sobre o caso, mas a assessoria de imprensa informou que está aguardando um posicionamento oficial dos órgãos de sanidade para depois se manifestar. 

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) divulgou que está atenta ao caso e monitorando a situação da doença da "vaca louca" junto aos pecuaristas paulistas.  A entidade recomenda calma e serenidade aos criadores de gado, frigoríficos e todos os elos da cadeia da pecuária paulista enquanto as investigações ainda estão sendo feitas e ainda não há qualquer confirmação. 

O pecuarista da região de Frutal/MG, Paulo Henrique Queiroz, informou que boa parte das indústrias no estado estão fora das compras neste momento e que estão abatendo apenas os animais que já estavam negociados. “Esse problema só atinge o gado de corte para as indústrias que atuam na exportação e os frigoríficos estão seguindo a normativa do Ministério da Agricultura”, relatou. 

Segundo a analista da Agrifatto Consultoria, Lygia Pimentel, os frigoríficos que atuam nas exportações optaram por suspender os embarques até a confirmação do Ministério da Agricultura sobre o ocorrido. “As indústrias costumam enviar uma notificação para os clientes internacionais explicando sobre o caso atípico e para saber se os compradores querem manter os embarques”, informou. 

O Notícias Agrícolas procurou as indústrias frigoríficas como Minerva, JBS, BRF, Frigol e a Marfrig para saber se realmente as compras estavam suspensas e se estavam reduzindo as escalas de abate. Até o fechamento desta matéria, a BRF e Minerva não responderam às nossas solicitações. 

A JBS informou que não fará comentários específicos sobre as suas escalas de abate. A companhia esclarece que não está implementando férias coletivas em suas unidades no Brasil. A Marfrig reportou que não vai se posicionar sobre o assunto e que não vai divulgar as informações sobre as operações de suas unidades. 

Já a Frigol S/A divulgou em nota que está  acompanhando com atenção os desdobramentos das investigações junto ao Mapa e à Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) e aguarda os resultados com expectativa de que cheguem a bom termo. 

Enquanto aguarda a resolução do caso, como medidas prudenciais, a Frigol suspendeu as  compras ontem e hoje, reprogramou o ritmo de abate nos próximos dias e continua a avaliar os  cenários para eventuais novas adequações. Por ora, não há decisão de férias coletivas. 

A analista da Agrifatto ainda ressalta que a notícia do caso atípico foi informada em um momento muito delicado do mercado, quando os preços da arroba estavam com pressão baixista devido ao alongamento das escalas de abate e aumento da saída de animais de confinamento. “Isso vem em um período muito ruim para o mercado físico que estava perdendo tração. Até o momento, ninguém sabe o patamar que os preços devem chegar e vamos acompanhar como o mercado vai se comportar”, pontuou Pimentel. 

De acordo com o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o caso de EEB chegou em um momento em que as exportações registraram o melhor desempenho da série histórica, na qual exportou 181,6 mil toneladas de carne in natura em agosto/21. “Tivemos o melhor resultado da história dos embarques e o faturamento chegou em US$ 1 bilhão arrecadados, mas não conseguimos comemorar diante de tantas informações”, disse ao Notícias Agrícolas. 

Leia mais:

+ Exportação da carne bovina bate o recorde com 181,6 mil toneladas em agosto/21

Mercado Futuro

Os contratos futuros finalizaram a sessão desta quinta-feira (02) em campo negativo na Bolsa Brasileira (B3). O vencimento setembro/21 terminou o dia cotado a R$ 294,20/@, com uma perda de 1,57%. Já o Outubro/21 registrou uma baixa de 1,35% e precificado a R$ 294,00/@, enquanto o Novembro/21 encerrou negociado a R$ 303,00/@ e com uma queda de 1,66%.

Durante esta sessão, o mercado operou com volatilidade em que chegou a testar com ligeiras altas em alguns vencimentos. Por volta das 11h00 (horário de Brasília) o vencimento setembro/21 trabalhava com ganho de 0,03% e negociado a R$ 299,00/@, enquanto o vencimento outubro/21 registrava alta de 0,18% e cotado a R$ 299,50/@.

Atacado

O fluxo de negociações no atacado diminuiu nos últimos dias com as informações do caso da vaca louca. “Os preços da carne têm tido recuos, o que não é natural em função da virada do mês, que geralmente os preços ganham força. Atualmente, a referência está ao redor de R$ 18,84/kg”, disse o sócio da Radar Investimentos, Douglas Coelho. 

No aplicativo da Agrobrazil, as referências para o boi casado e vaca casada em São Paulo permaneceram estáveis e precificados a R$ 18,70/kg e R$ 170,90/kg, respectivamente.  

Leite

O presidente da Abraleite, Geraldo Borges, informou que não houve nenhuma interferência no mercado lácteo. Apenas foi observado uma baixa no preço da arroba bovina por causa da interferência até nas exportações de carne bovina. “Vamos aguardar o posicionamento das autoridades sobre o assunto, mas a doença é considerada atípica originada dentro do próprio organismo do bovino, normalmente em animais com idade mais avançada”, reportou ao Notícias Agrícolas. 

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Por:
Andressa Simão
Fonte:
Notícias Agrícolas

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