Exportação de boi em pé causa disputa no Pará
A exportação de boi vivo já é o quarto evento mais importante da pauta de exportações do Pará. Só no ano passado, foram US$ 378 milhões injetados na economia paraense. O valor, que representa 97,76% do total de gado vivo exportado pelo Brasil em 2008, aponta um crescimento de 140% em relação ao ano anterior. Desde que deu início a esse tipo de atividade, em 2003, o setor agropecuário já contribui com quase US$ 1 bilhão para a economia do Estado.<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
Os dados são comemorados pela Associação Brasileira dos Exportadores de Gado (Abeg), que de janeiro a abril de 2009, registrou uma movimentação de US$ 266 milhões de dólares no comércio do boi vivo. 'O mais interessante é que esse crescimento começa a gerar, em torno da atividade exportadora, um mercado paralelo que sustenta o gado e seu transporte, como as indústrias que produzem feno e ração. Isso representa ainda mais renda e emprego para o Estado', afirma o presidente da Abeg, Daniel Freire.
O problema, segundos os pecuaristas, é que nem tudo são flores para o setor. O interesse do mercado internacional pelo gado paraense - mais precisamente por Líbano e Venezuela - elevou o preço da arroba (medida utilizada para pesar o gado, cada uma equivale a 15 quilos de carne ou 30 quilos de boi vivo) como nunca na história do Pará. Atualmente, esse valor está na casa dos R$ 70,00, mantendo-se próximo ao aplicado nos grandes centros comerciais do país.
A valorização do gado paraense, por sua vez, gerou uma espécie de 'guerra fria' entre o setor agropecuário e os grandes frigoríficos, já que um dos motivos para que essas empresas se instalassem no Pará era a vantagem de comprar gado para abate muito abaixo do valor exercido no restante do país. 'O que existe hoje é um lobby, comandado principalmente pela Uniec (União dos Exportadores de Carne do Pará), com a intenção de acabar com a exportação do boi vivo e, assim, favorecer esses frigoríficos com a queda do preço do boi', revela o pecuarista Gastão Carvalho Filho.
O fim das exportações do boi vivo reduziria o atual valor do gado no Pará em pelo menos 10%. Isso representaria para o Estado, segundo a Abeg, perdas anuais superiores a R$ 4 bilhões. 'Isso sem falar no número de postos de trabalho e na movimentação e no fim da financeira exercida por essas pessoas. O fim das exportações do boi vivo no Pará é algo que hoje sequer pode ser imaginada, tamanho é o prejuízo que isso poderia provocar', revela Daniel Freire.0 comentário
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