Abate de fêmeas registra alta em Mato Grosso

Publicado em 01/06/2011 10:23

A crise no setor pecuário de Mato Grosso tem feito com que os produtores enviem para o abate mais fêmeas. Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que nos 4 primeiros meses do ano o número atingiu 48,81%, 14,71 pontos percentuais acima da média alcançada em 2010, de 34,10%.

O indicador repete uma tendência verificada no ciclo 2006/2007, anos em que a infecção por febre aftosa em Mato Grosso do Sul jogou para baixo o preço do gado em pé. "O descarte é algo normal, principalmente com fêmeas que não reproduzem ou que encerraram seu ciclo de vida útil para os pecuaristas. Nas crises isso ocorre com uma intensidade maior", explica o superintendente da Acrimat, Luciano Vaccari.

Atualmente, os produtores enfrentam o problema da falta de pastagens. "Mato Grosso perdeu cerca de 3 milhões de hectares de pastagens por conta da seca e de ataques de pragas. Com isso, é impossível manter tanto gado". Em média, o preço das fêmeas para abate caiu cerca de 7% somente no último mês.

Outro fator que contribui para a crise é a ociosidade das plantas de frigoríficos em Mato Grosso. Dos 40 frigoríficos instalados, apenas 23 estão em funcionamento e destes nenhum trabalha com capacidade plena. "Isso faz com que o produtor venda seu gado mais barato e acentua ainda mais o problema". Prova disso é a região Nordeste do Estado, em que das 5 indústrias construídas tinha apenas uma em funcionamento. Lá o Imea registrou o menor preço pago, na última sexta-feira (27), de R$ 74,12 por arroba, queda de 7,33% no mês e 1,95% na semana. A baixa do preço no gado para o abate já traz reflexos no rebanho de reposição. O único a apresentar variação positiva de preços foi o boi magro, com 0,23%.

O setor avalia ainda quais ações poderá desenvolver para minimizar os impactos da crise. "Descartar fêmeas é algo feito pensando no curto prazo. Agora vamos ver a situação das pastagens e, de posse destas avaliações, definirmos quais as estratégias que vamos adotar para o bem da pecuária", finaliza Vaccari.

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Fonte:
A Gazeta

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