Pressão aumenta sobre pecuária norte-americana

Publicado em 25/10/2011 06:31
Alta tecnologia, ótimos índices de produtividade e resultados de ponta. À primeira vista, o cenário da pecuária norte-americana parece ser um céu de brigadeiro. Mas uma análise mais detalhada logo indica uma série de problemas e gargalos que atingem diariamente os pecuaristas.

A comitiva do Sistema Famato/Senar que está visitando as principais regiões de pecuária de corte dos Estados Unidos participou de uma apresentação sobre o momento atual da atividade nesta segunda-feira (24). As informações foram passadas pelo segundo vice-presidente da Federação da Agricultura do Nebraska (Nebraska Farm Bureau Federation), Mark Mc Hargue.

De acordo com ele, um dos problemas enfrentados atualmente pelos pecuaristas nos Estados Unidos é a pressão exercida por organizações que lutam pela defesa dos direitos dos animais. “Existe um movimento que busca proibir que as fêmeas fiquem estabuladas durante o período de gestação”, exemplificou.

Outra demanda mais recente que surgiu por parte da Agência de Proteção aos Animais é a pressão para se reduzir a quantidade de poeira gerada pela atividade agropecuária, por equipamentos como colheitadeiras, por exemplo. “O que tende a ter impactos prejudiciais à agricultura”, pondera o norte-americano.

Existem dificuldades de ordem ambiental também. Como o nível dos reservatórios subterrâneos está diminuindo, a instalação de novos pivôs para irrigação está proibida. “Algumas espécies de animais estão em extinção por causa da água”, comenta Mark. O problema com a disponibilidade de água está afetando também a região produtora de pipoca.
Há alguns anos, vem reduzindo o número de pessoas no campo, assim como tem aumentado a pressão governamental sobre o trabalho rural. “Filhos dos produtores não podem mais dirigir tratores e máquinas. Meu filho de dez anos já sabia dirigir trator, mas agora isso é proibido, o que afeta o nosso sistema de trabalho”, comentou Mark.

Com a crise econômica nos Estados Unidos, os produtores rurais estão ansiosos para conhecer o texto final da Lei da Agricultura, que a cada cinco anos é atualizada. “Acreditamos que virá um corte de 30% tanto em seguro rural como nos subsídios”, revela Mark.

Outro problema enfrentado pelos pecuaristas norte-americanos diz respeito à imagem pública da atividade e a informações truncadas. “A questão do hormônio que estaria presente na carne vermelha mesmo é um mito. Foi realizado um estudo comparativo sobre a quantidade de hormônios contidos na carne, e chegou-se à conclusão que é preciso comer 300 filés de carne para que se atinja a mesma quantidade de hormônio presente em uma pílula anticoncepcional”, informou o vice-presidente da federação norte-americana.

“Agradecemos pelas informações, pela hospitalidade e pelo tempo dedicado a nós e contamos com vocês agora para conhecer a nossa realidade em Mato Grosso”, convidou o Diretor de Relações Institucionais do Sistema Famato, Rogério Romanini, ao final da apresentação. Na ocasião, Romanini presenteou Mark com o estudo sobre bovinocultura estadual feito pelo Imea, e observou que, no caso de Mato Grosso, muitos problemas apresentados são similares. “Mas, além destas, ainda temos que lidar com questões tributárias e de logística”, pontuou Romanini.

A federação de Nebraska soma 56 mil associados, dos quais 9 mil são produtores rurais. A grande quantia de associados se deve a um tipo de seguro que a entidade oferta e que atrai muitos interessados, mesmo não sendo do setor rural. Nos Estados Unidos, o total de associados ao sistema de representação rural passa de 6 milhões de pessoas.

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Fonte:
Famato

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