Café: Menor oferta no Vietnã pode elevar exportação de robusta do Brasil

As exportações brasileiras de café robusta reduziram nos últimos meses, enquanto as do Vietnã apresentaram forte aumento. De acordo com dados da Organização Internacional do Café (OIC), de outubro/11 a julho/12, o Brasil embarcou cerca de 1,1 milhão de sacas de 60 kg de grãos robusta, volume 43,7% menor que o enviado de outubro/10 a julho/11. Quanto ao Vietnã –
maior produtor mundial da variedade –, as exportações aumentaram 34,1% na mesma comparação, totalizando 20,2 milhões de sacas de outubro/11 a julho/12. Já para os próximos meses, a expectativa é de que as exportações brasileiras de robusta aumentem, favorecidas pela menor oferta vietnamita. Estimativas da Associação do Café e Cacau do Vietnã (Vicofa) indicam que as exportações daquele país podem recuar cerca de 13% na temporada 2012/13 vietnamita, cujo início oficial é em outubro.

Devido às chuvas que têm atingido o Vietnã neste ano – em meados de agosto um tufão atingiu o país –, a colheita da safra 2012/13 deve ser atrasada para o início de novembro, quando o esperado seria em outubro. Além disso, condições climáticas desfavoráveis provocaram florescimento antecipado nos cafezais, limitando o desenvolvimento dos grãos. Outro fator que tem limitado um incremento na produção de café de qualidade é a condição dos cafezais. A Associação do país indica que cerca de 35% dos cafezais vietnamitas são antigos. Neste cenário, estimativas preliminares divulgadas em junho pela Vicofa mostram que a produção do país em 2012/13 pode ser até 15% inferior à da observada na temporada 2011/12, totalizando 20,8 milhões de sacas.

Enquanto isso, no Brasil, em agosto cafeicultores praticamente encerraram a colheita das 12,3 milhões de sacas de robusta estimadas para 2012/13, segundo dados de maio da Conab, das quais 76% são de lavouras do Espírito Santo. Agentes brasileiros acreditam que o País possa voltar a ganhar espaço nos embarques da variedade, ao menos no curto prazo. Por outro lado, o aquecido mercado brasileiro ainda deverá absorver boa parte da produção nacional de robusta, outro fator que limitou os embarques nos últimos meses.

Preços do robusta se mantêm elevados em agosto

As cotações do robusta no físico brasileiro se mantiveram elevadas em agosto, apesar de terem registrado desvalorizações em meados do mês. O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima teve média de R$ 276,83/saca de 60 kg em agosto, ligeiro aumento de 0,6% em relação à de julho. Para o tipo 7/8 bica corrida, a média mensal foi de R$ 269,23/saca de 60 kg, pequeno avanço de 0,8% no mesmo período – ambos a retirar a Espírito Santo.