Café na Semana: Preços futuros despencam nas Bolsas e preço mínimo é adiado no Brasil
Frente a esse cenário, na última terça-feira (23) as cotações do café arábica apresentaram a maior perda diária em três meses, na Bolsa de NY. Por outro lado, segundo as traders, as recentes altas registradas nos preços futuros não estão relacionadas aos fundamentos, uma vez que não houve mudanças nesse quadro, e a safra do Brasil deve compensar os problemas da safra na América Central, onde a ferrugem castiga as lavouras de café.
Ainda essa semana, o Grupo Goldman Sachs revisou para baixos suas projeções de preço para o café arábica na Bolsa de NY para US$ 145 cents por libra-peso em três, seis e 12 meses. A previsão anterior era de US$ 155 cents/libra-peso em três meses, US$ 165 em seis meses e US$ 175 para 12 meses.
Apesar da previsão do banco, analistas destacam que também não há razões para o mercado recuar ainda mais, uma vez que o a relação entre a oferta e demanda é ajustada e que a demanda segue aumentando, mesmo com o posicionamento moderado e da mão para a boca dos grandes players compradores.
Já no Brasil, os produtores rurais ficaram desapontados com o cancelamento da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) que iria definir o preço mínimo para o café. A expectativa é que a reunião aconteça na próxima segunda-feira (29). Os cafeicultores solicitam que os preços passem dos atuais R$ 261,00 para R$ 340,00. Desde o ano passado, as cotações do grão já apresentaram uma desvalorização de 46%.
Segundo o Presidente da Comissão Nacional do Café da CNA, Breno Mesquita, o preço sugerido é baseado na média ponderar do custo de produção em várias regiões do país, e está bem próximo do valor do custo de produção divulgado pela Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) de R$ 336,00 a saca. Paralelo a essa quadro, os preços do grão no mercado interno brasileiro também recuaram em algumas regiões do Brasil. Em Minas Gerais, o café arábica bebida boa passou de R$ 310,00 para R$ 302,00.
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