Café na Semana: Preços futuros do grão recuam abaixo de US$ 1,20 a libra peso
Os futuros do café, negociados na Bolsa de Nova York (Ice Futures), registraram quedas expressivas durante esta semana. Na sessão desta quinta-feira (20), as cotações exibiram perdas de quase 500 pontos nos principais vencimentos e os preços perderam o importante patamar de US$ 1,20 cents por libra-peso pela primeira vez em quatro anos.
Em um balanço semanal, o vencimento setembro do café arábica na Bolsa de NY caiu de US$ 123,80 cents por libra-peso na última sexta-feira (14), para US$ 118,60 cents na quinta-feira (20), uma desvalorização de 4,2%. Do mesmo modo, na Bolsa de Londres, o contrato setembro do café robusta diminuiu 1,6% no acumulado da semana.
No Brasil, os cafeicultores estão segurando as vendas à espera de preços melhores. A chegada da safra brasileira permanece sendo um fator baixista para os preços e faz com o sentimento do mercado em relação à oferta seja de tranquilidade. A expectativa é que a produção de café do Brasil, nesta temporada, seja uma grande safra, apesar da bienalidade. Segundo o último levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o país deverá colher 48,59 milhões de sacas de 60 quilos.
Em contrapartida, a demanda segue em ritmo lento, com os compradores adquirindo o grão da mão-pra-boca. A situação é decorrente da diminuição do consumo da bebida no Hemisfério Norte devido o início do verão. Além disso, a crise econômica europeia também contribui para o recuo na demanda.
Outro fator que exerceu pressão negativa nos futuros das commodities nesta semana foi o anúncio do presidente do Federal Reserve, o Banco Central Americano, Ben Bernanke, que afirmou que deverá reduzir os programas de injeção mensal de US$ 85 bilhões na economia norte-americana. Com isso, o dólar subiu contra outras moedas e nesta quinta-feira (20), a moeda era cotada a R$ 2,26.
Diante desse cenário, os analistas sinalizam que a alta da moeda norte-americana é o único fator que impede recuos ainda maiores nos preços.
Brasil – Nesta semana o CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou a liberação dos recursos do Funcafé. Com os financiamentos, o Governo pretende enxugar cerca de 10 milhões de sacas de café do mercado. No entanto, o dinheiro chega tarde demais, já que os produtores estão endividados.
“Nós estamos desmotivados para trabalhar porque estamos dando empregos e só tomando prejuízo, nós precisamos agir e precisamos também que o Governo se posicione para nos apoiar”, afirmou o cafeicultor, Marcos Paiva Foresti.
Já os preços no mercado interno acompanharam os recuos nas cotações do mercado internacional. Em Minas Gerais, o café arábica bebida dura caiu de R$ 285,00 a saca para R$ 270,00, uma queda de 5,3%. O conillon registrou um equilíbrio maior, e as cotações caíram de R$ 238,00 para R$ 237,00 a saca.
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