Café: Produção de SP deverá totalizar mais de 4 milhões de sacas de 60 kg

Publicado em 15/05/2014 09:38

Este relatório apresenta os resultados do segundo levantamento da safra 2014/15 de café arábica no Estado de São Paulo. Os resultados apurados em abril de 2014, diferentemente do primeiro levantamento, realizado em novembro de 2013, refletem os efeitos da anomalia climática que incidiu sobre os cinturões produtores.

No levantamento amostral, foram visitadas 633 unidades de produção agropecuária (UPAs) que possuem lavouras sob exploração comercial. Nas entrevistas conduzidas por técnicos da extensão rural estadual (agrônomos e técnicos agrícolas), aplicaram-se questionários estruturados contemplando aspectos como áreas cultivadas (total e em produção), quantidade colhida, renda obtida (para aqueles que já haviam iniciado a colheita e dispunham de informações), parque produtivo (plantas em produção e em formação), época de concentração da colheita, perfil da mão de obra ocupada na lavoura, entre outros. A coleta e a digitação das informações ocorreram ao longo de abril de 2014.

Esta pesquisa é resultado de parceria entre a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e o Instituto de Economia Agrícola (IEA/
APTA), os dois últimos pertencentes à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA/SP).

A metodologia baseou-se em cálculo amostral probabilístico estratificado dos produtores que declararam explorar comercialmente a lavoura de café e em informações obtidas do Levantamento Censitário de Unidades de Produção Agropecuária 2007/08 (Projeto LUPA)2.

Tendo em conta as repercussões da anomalia climática3 sobre as lavouras, observada no primeiro trimestre de 2014, procurou-se estimar neste levantamento a média da renda obtida pós-beneficiamento. Em ciclos de alta, espera-se renda entre 20 kg e 22 kg de café verde por saca de 40 kg de café coco beneficiado. Todavia, em razão da mencionada anomalia, espera-se redução desse rendimento (por má formação/má granação/chochamento). Por isso, estabeleceu-se percentual de correção do volume esperado (renda de 21 kg) para aquele efetivamente comercializado (renda média declarada de 19,1 kg). Assim, procedeu-se ao ajuste no indicador, aplicando-se o redutor calculado para a média de renda obtida e sua máxima e mínima dentro do coeficiente de variação.

2 – ANÁLISE ESTATÍSTICA

A recusa em colaborar com o levantamento de cafeicultores correspondeu a 3.672 UPAs, abrangendo 9,7% do total da área cultivada de café no estado. Dessa forma, utilizou-se a técnica de substituição pela média dos respondentes, parametrizando as respectivas frações amostrais.

Os coeficientes de variação (CV) mostram precisão aceitável, embora superior à esperada quando do processo de delineamento amostral. As principais variáveis referentes ao levantamento exibiram CV inferior a 5%.

3 – ANÁLISE ECONÔMICA: resultado geral

A estimativa de área ocupada com lavouras de café no Estado de São Paulo somou, nesse levantamento, 162.832 hectares cultivados, dos quais 152.665 encontram-se em produção e 10.167 hectares em formação. Enquanto as lavouras em produção exibem estande de 3.004 pl./ha, as em formação alcançam 3.914 pl./ha, indicando que os cafeicultores estão adensando suas lavouras, visando, principalmente, ao incremento da produtividade média obtida nesses talhões (Tabela 1).

Pelo levantamento, estima-se produção comercial de 4.233.800 sacas de 60 kg de café beneficiado, representando incremento de 5,58% frente à obtida na safra anterior, porém, 4,68% abaixo da primeira estimativa da safra 2014/15 (levantamento de novembro/2013). Todavia, em razão da variação, tanto do volume esperado como da renda, a faixa de produção comercial poderá exibir grande oscilação, com mínimo de 3.861.075 milhões e máxima de 4.578.019 de sacas de café beneficiado.

No principal cinturão cafeicultor paulista, a Alta Mogiana, como também no sudoeste paulista (Ourinhos/Avaré), os efeitos da anomalia climática não foram tão drásticos, comparativamente a outras regiões do estado (Mantiqueira de São João da Boa Vista e Bragança Paulista). Esse fenômeno conferiu maior resiliência à produção total obtida, que se manteve dentro daquela esperada para um ciclo de baixa.

Constatou-se redução de 40,29% na área em formação comparando-se à previsão final de 2013/14. Similar comportamento observou-se para as áreas erradicadas que, neste levantamento, somaram 16.432 hectares, concentrando-se, em mais de 85%, no extrato dos municípios sem expressão na cafeicultura paulista.

Espera-se que tanto os novos plantios quanto a erradicação de talhões invertam suas tendências, com a consolidação de cenário otimista para a remuneração obtida pelo produto nessa e na próxima safra.

4 - OCUPAÇÃO DE MÃO DE OBRA

As estimativas sobre ocupação de mão de obra na cafeicultura paulista indicaram um total de 49.181 pessoas envolvidas nessa atividade agropecuária no levantamento de abril de 2014, representando incremento de 2,3% em relação à campanha de novembro de 20134.

Esse total corresponde às seguintes categorias de ocupação: proprietários, arrendatários, parceiros e assalariados, ou seja, a contratação dos mensalistas. Não pertence a esse agrupamento a categoria de volantes, estimada em dias/homem, ou seja, dias de serviço por eles realizados (Tabela 2).

Somente a categoria de proprietários e seus familiares (residentes e não residentes nas UPAs) ocupou 25.229 pessoas, ou seja, 51,3% do total de indivíduos estimados na pesquisa. Em seguida, a categoria com maior ocupação foi a dos assalariados, somando 20.212 mensalistas (41,1%). As categorias arrendatários e parceiros e seus familiares (residentes e não residentes) totalizaram 757 e 2.983 pessoas, respectivamente. Essas duas categorias apresentaram queda nesses números em relação ao levantamento anterior, quando foram estimados 925 e 5.369 indivíduos, respectivamente.

O trabalho volante totalizou 192.176 dias/homens, ou seja, o número de dias de serviços prestados pela categoria, principalmente na operação de colheita do café. Destaca-se que, no levantamento de setembro de 20135, contabilizaram-se 392.224 dias/
homem. Portanto, houve redução de 51% nessa categoria, permitindo inferir que ocorreu transferência de parte dessa mão de obra volante para a de mensalista que, conforme registrado, evoluiu em 24,3% em relação ao período anterior.

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Fonte:
IEA

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