Café: NY fecha em queda, mas mercado já observa riscos de geada no Brasil

Publicado em 04/06/2014 17:45 e atualizado em 04/06/2014 18:45

Após um dia extremamente volátil, o mercado do café arábica encerrou com leves quedas na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US) nesta quarta-feira (4). Os contratos para entrega mais próxima chegaram a registrar pequenos ganhos no início da tarde, mas depois continuaram o movimento de baixa. A trader sul-africana I&M Smith informou hoje que analistas já estão atentos para a chegada de uma frente fria à regiões produtoras de arábica no país e os riscos de geadas.   

O maior preço para o contrato julho foi 171,75 centavos de dólar por libra peso e o menor foi 167,35 cents / libra-peso, o que representa uma variação de 440 pontos. 

No final da sessão, o contrato julho valia 170,20 cents, com queda de 95 pontos. Os contratos setembro e dezembro perderam 100 pontos e fecharam, respectivamente, em 172,60 cents e 176,00 cents / libra-peso. 

O mercado continua operando sob influência das estimativas para a safra brasileira 2013/14, que está sendo colhida no momento. Analistas de mercado atribuem as quedas registradas nos últimos dias à previsão de safra divulgada na última semana de maio pela trading Mercon Group, que estima uma produção de 50,5 milhões de sacas, número considerado bastante otimista diante dos relatos de perdas severas dos cafeicultores brasileiros.  

Marcus Magalhães, diretor executivo da Maros Corretora, ressalta que, a cada semana, um novo grupo ou organização lança novas estimativas que deixam o mercado mais volátil. “Cada player joga nos terminais a informação que melhor lhe convém”.   

Riscos de geadas
A trader sul-africana I&M Smith informou hoje que, embora o mercado ainda gire em torno das especulações a respeito do tamanho e da qualidade da safra brasileira de café arábica, analistas já começam a observar a chegada de uma frente fria ao país e a possibilidade de geadas. “O foco está sobre a entrada da temporada de geadas no Brasil, com a entrada da primeira frente fria no sul do país”.        
     
A Organização Nacional do Café informou que as exportações do mês de maio do país foram 14,55% menores que as do mesmo mês do ano passado, com redução de 67.987 sacas. De acordo com a I&M Smith, essa redução se deve ao surto de roya, ou ferrugem do café, que atinge o país há dois anos e que se intensificou na última safra. Aproximadamente 70% das fazendas de café do país estão contaminados pela praga. 

Estoques para atender demanda
O analista de mercado Eduardo Carvalhaes informou hoje que os cafeicultores que têm café remanescente da última safra estão segurando suas vendas, na espera de preços melhores, o que tem mantido o mercado interno mais calmo. Por outro lado, os compradores têm usado seus estoques para atender a demanda internacional e fazer os embarques. Ele destaca ainda que é cedo para saber qual será a qualidade do café que está sendo colhido no país agora e que, tradicionalmente, os primeiros lotes de café da nova safra começam a entrar no mercado no dia 15 de junho.

No mercado físico, apenas a praça de Patrocínio-MG teve alta para o café tipo 6, bebida dura. A saca de 60 kg  é comercializada a R$ 410,00 no município, com alta de 2,50%. Em Marília-SP, o preço da saca recuou 2,56% e é vendida a R$ 380,00. Em Araguarí-MG, a saca custa R$ 400,00, depois de perder 4,76%.     

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Tags:
Por:
Fernanda Bellei
Fonte:
Notícias Agrícolas

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