Safra do café terá impacto do El Niño, segundo meteorologista, e preços devem continuar subindo
Assim como diversas culturas agrícolas, o pior inimigo do café é o clima. De acordo com o site financeiro Talk Markets, muitos cafeicultores irão enfrentar fortes quebras ao longo deste ano e em boa parte de 2015, sob impacto da ferrugem do café (roya), que atinge lavouras na América Central, e a chegada de um El Niño. Porém, o ano ruim para a produção poderá ser um bom ano para investidores.
A qualidade e a quantidade do café colhido costuma acompanhar o ciclo dos fenômenos climáticos El Niño e La Niña. Em anos de La Niña, a produção é marcada pela abundância e por preços baixos. Já nos anos de El Niño, as safras costumam ser pequenas e os preços sobem.
O padrão de clima tropical começou a mudar no final do ano passado, de acordo com o meteorologista e consultor Chris Orr. Ele afirma que quatro das cinco maiores nações produtoras de café enfrentam seca e a quinta deve registrar seca neste verão.
Os preços do café já subiram consideravelmente desde o início de janeiro, sob efeito de uma forte seca no Brasil, o maior produtor mundial. A safra brasileira 2013/14 deverá ter queda de 20%. A situação não está muito melhor em outros países produtores. A Indonésia, segundo maior produtor de café robusta (conilon) também está passando por uma estiagem, enquanto Colômbia e o Vietnã começam a experenciar os efeitos de uma seca.
A Etiópia, quinto maior produtor, tem se beneficiado com os problemas de produção no Brasil, que tem elevado os preços no mercado internacional. Porém, os problemas também irão atingir o país africano, que terá seu regime de chuvas reduzido pela metade sob efeito do El Niño.
Ferrugem do café
A América Central fornece em média 9% de todo o café do mundo. As temperaturas na estão mais altas que o normal, fator que favorece a incidência da ferrugem, doença fúngica que infesta as folhas do café, reduzindo a produção. Apenas as temperaturas mais baixas e o uso de fungicidas podem enfrentar o problema. No entanto, fungicidas são caros e grande parte dos produtores não tem dinheiro suficiente para investir nesses produtos.
Além disso, temperaturas mais baixas só deverão chegar à região em agosto, como efeito do ciclo do El Niño. Mesmo assim, serão necessários meses e até anos para que as plantas se recuperem completamente da doença.
As chuvas deverão chegar ao Brasil em julho, aumentando os riscos de enchentes, desmoronamentos e ainda mais danos aos pés de café.
Informações: Talk Markets
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