CNC: Fundação Procafé alerta para volume de chuvas reduzido e existência de déficit hídrico

Publicado em 13/02/2015 15:22

BALANÇO SEMANAL — 09 a 13/02/2015

FALTA D’ÁGUA — Nesta semana, a Fundação Procafé divulgou seus boletins de avisos fitossanitários para as regiões Sul e Cerrado de Minas Gerais, referentes a janeiro. Na parte sul do Estado – maior área produtora de café no Brasil –, em especial nos municípios de Varginha, Carmo de Minas, Boa Esperança e Muzambinho, atestou-se que as chuvas voltaram a ficar abaixo da média histórica, alcançando apenas 47% do esperado.

No Cerrado Mineiro, região representada pelos municípios de Araxá, Patrocínio e Araguari nos boletins da Procafé, novamente as precipitações ficaram muito aquém da média. Em Araxá e Patrocínio, por exemplo, com chuvas de 46,8 milímetros e 76,4 mm, os índices pluviométricos foram, respectivamente, cerca de 250 mm e 160 mm inferiores ao normal para essas cidades (296 mm e 233 mm em janeiro). Já em Araguari, o volume de chuvas ficou 123 milímetros menor que a média.

Em meio a esse cenário, a Fundação Procafé alerta para a ocorrência de deficiência hídrica em Araxá e Patrocínio em volume superior a 60 mm. Assim, o CNC comunica que tal panorama é muito crítico para o atual estágio fenológico dos cafeeiros, uma vez que a falta de água nesta época é extremamente prejudicial para a formação dos grãos e, consequentemente, para a produtividade da safra 2015 no Cerrado Mineiro.

O CNC alerta, também, para que o produtor de ambas as regiões fique atento ao nível das precipitações em fevereiro, pois a falta d’água nesse período ocasiona prejuízos à granação dos frutos, afetando a produtividade das lavouras, além de já impactar o desenvolvimento dos internódios, cujo número oscila entre quatro e seis, quando deveria se situar de oito a 10 nós por ramo, conforme temos alertado em nossos boletins anteriores.

Aliado a isso, ainda há a expectativa para a ocorrência de novos veranicos neste mês, no Cerrado Mineiro, e a restrição do uso da água em lavouras irrigadas, uma vez que os reservatórios hídricos se encontram em volumes muito baixos, limitando os trabalhos de irrigação.

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MERCADO — A desvalorização do real e a previsão de chuvas para parte das regiões produtoras brasileiras pressionaram as cotações futuras do arábica nos últimos dias. Os preços têm mantido o comportamento volátil, refletindo as incertezas quanto à colheita que se aproxima no Brasil.

Nesta semana, a divisa norte-americana apresentou significativa alta, atingindo os maiores valores em relação ao real desde o ano de 2004. O dólar comercial encerrou a sessão de ontem a R$ 2,8209, com valorização de 1,6% desde a última sexta-feira. Preocupações quanto ao desempenho da economia brasileira e, no âmbito externo, à crise da Grécia são os principais fatores de fortalecimento do dólar.

No cenário climático, informações da Climatempo indicam que, até 26 de fevereiro, há possibilidade de acumulados de chuvas da ordem de 100 a 150 mm sobre os Estados de São Paulo, Parará e nas regiões Sul, Oeste e Noroeste de Minas Gerais. Porém, o restante de Minas e o Espírito Santo serão afetados por um bloqueio atmosférico, resultando em grande diminuição das precipitações.

Diante dessa conjuntura, na Bolsa de Nova York, o vencimento maio do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,6745 por libra-peso, acumulando queda de 215 pontos em relação ao final da semana passada. As rolagens de posição foram intensificadas nos últimos dias, dada a proximidade do período de notificação de entrega do vencimento março, a partir 19 de fevereiro.

Já na ICE Futures Europe, as cotações do robusta apresentaram tendência de alta, afetadas pela situação de estiagem e de retração das vendas no Vietnã. Ontem, o vencimento maio/2015 encerrou o pregão a US$ 2.020 por tonelada, com ganhos de US$ 55 desde o final da semana anterior.

No mercado físico brasileiro, os preços do café conilon (o robusta nacional) também registraram significativa alta, atingindo o maior valor desde 2001, conforme a série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Na quinta-feira, o indicador calculado pela instituição para essa variedade foi cotado a R$ 309,25/saca, com valorização de 3,4% na semana. Assim, houve aquecimento dos negócios. Já o indicador do arábica continuou volátil, mas sem apresentar variação significativa nos últimos dias, atingindo, ontem, R$ 482,45/saca. Devido à oscilação dos preços, a comercialização seguiu fraca.

Em relação ao comércio exterior, o café foi destaque nos resultados da balança comercial do agronegócio no primeiro mês do ano. De acordo com o último informe estatístico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as exportações totais de café (verde e industrializado) do Brasil atingiram 2,98 milhões de sacas em janeiro, volume 4,3% superior ao mesmo mês de 2014. A receita cambial apresentou expressivo crescimento, de 50,5%, resultando em US$ 589 milhões. Com isso, a participação do setor café no total das divisas geradas pelo agronegócio saltou para 10,4%, ante os 6,7% registrados em janeiro do ano passado.

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CNC

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