Café: Bolsa de Nova York reverte parte das perdas da semana com alta de mais de 200 pts nesta 6ª

Publicado em 08/07/2016 17:27

Em uma semana em que o financeiro tomou conta dos negócios em praticamente todas as commodities, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tiveram perdas de pouco mais de 1% em relação ao fechamento da sexta-feira passada. O vencimento setembro/16, referência de mercado, teve baixa de 1,57%, saindo de 146,40 cents/lb para 144,10 cents/lb.

Esse recuo registrado no acumulado da semana só não foi maior por conta da alta de mais de 200 pontos nesta sexta-feira (8), estimulada pela baixa do dólar ante o real, e porque a semana foi mais curta no terminal externo devido ao Dia da Independência comemorado na segunda-feira (4), nos Estados Unidos.

Com o avanço desta sexta-feira, os preços externos voltaram a ficar próximos do patamar de US$ 1,50 por libra-peso. O vencimento julho/16 encerrou o pregão cotado a 142,75 cents/lb com 230 pontos de alta, o setembro/16 anotou 144,25 cents/lb com 245 pontos de valorização. O contrato dezembro/16 registrou 147,05 cents/lb com 225 pontos de avanço, enquanto o março/17, mais distante, fechou o dia a 149,80 cents/lb com 230 pontos positivos.

No início da semana, após o Banco da Inglaterra tomar medidas para movimentar a economia britânica ainda repercutindo o Brexit – apelido dado à decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia –, os mercados globais entraram em alerta e os fundos acabam liquidando suas posições e ajudam a pressionar ainda mais os preços das commodities.

A alta registrada hoje na ICE interrompe uma sequência de três quedas consecutivas e foi motivada, principalmente, por conta do câmbio. Quando o dólar no Brasil recua, as exportações da commodity perdem competitividade e os produtores preferem aguardar taxas mais favoráveis para voltar aos negócios uma vez que as transações são todas feitas na moeda estrangeira. Por outro lado, os preços externos do café tendem a subir.

O dólar comercial recuou hoje 2,12%, cotado a R$ 3,2945 na venda com investidores repercutindo a meta fiscal para 2017. Na semana, a moeda teve desvalorização de 1,91%. Na quinta-feira (7), o governo federal divulgou como meta para o próximo ano um déficit primário de R$ 139 bilhões, ante R$ 170,5 bilhões previstos para este ano.

Paralelamente, do lado fundamental, também dá suporte ao mercado do arábica a melhora climática no Brasil, que tem estimulado melhores resultados na colheita da temporada 2016/17. "Com o avanço da safra, se percebe uma melhora na qualidade dos grãos. No entanto, no final dos trabalhos, a qualidade do café também será baixa", explicou na quinta-feira o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.

De acordo com levantamento divulgado ontem (7) pela Safras & Mercado, a colheita brasileira de café, até dia 5 de julho, estava em 52%. Considerando que a consultoria prevê produção de 54,9 milhões de sacas de 60 kg para o país nesta safra, foram colhidas 28,65 milhões de sacas.

Na Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), a colheita dos cooperados atingiu 34,5% até dia 1° de julho, um avanço de 8,5% em relação à semana anterior. Nesse mesmo período, em 2015, 21,9% das lavouras tinham os trabalhos concluídos.

Mapas climáticos mostram que o clima deve ficar mais frio nos próximos dias nas principais regiões produtoras de café do Brasil. Uma massa de ar polar avança pelo Sudeste e deve favorecer temperaturas mais baixas em algumas regiões, mas não há risco de geadas.

Graficamente, segundo o analista João Santaella, apesar dessa alta, caso o mercado caia abaixo de US$ 1,41/lb nas próximas sessões podem ser acionados stops de fundos e as cotações recuarem para o patamar de US$ 1,35/lb e US$ 1,32/lb.

Mercado interno

No Brasil, as praças de comercialização voltaram a registrar mais negócios nesta semana com o avanço da colheita nas principais regiões produtoras. No entanto, os tipos finos continuam sendo os mais procurados. Segundo o analista Anilton Machado, eles variam entre R$ 500,00 e R$ 520,00 a saca. "Com a intensificação da safra, os negócios no mercado interno têm fluído melhor", afirma.

De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP), após altas nos últimos dias, os preços internos do arábica recuaram no final desta semana acompanhando a queda nos valores internacionais. No entanto, no acumulado da semana, segundo levantamento do Notícias Agrícolas, as principais praças de comercialização fecharam com alta.

O tipo cereja descascado fechou hoje com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 570,00 a saca e alta de 1,79%. Foi a maior variação no dia dentre as praças.

Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Espírito Santo do Pinhal (SP) com alta de R$ 20,00 (3,64%), saindo de R$ 550,00 para R$ 570,00 a saca.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 563,00 a saca – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,20% e saca cotada a R$ 506,00.

Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Poços de Caldas (MG), que tinha saca cotada a R$ 494,00, mas subiu R$ 12,00 (2,43%) e agora vale R$ 506,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação nas cidades de Araguari (MG) e Franca (SP) com R$ 520,00 a saca, preço estável e alta de 0,97%, respectivamente. A maior variação no dia ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com alta de 1,00% e saca a R$ 505,00.

A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 duro foi registrada em Poços de Caldas (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 482,00 na sexta-feira passada, mas teve valorização de R$ 12,00 (2,49%) e agora está em R$ 494,00.

Na quinta-feira (7), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 498,33 com alta de 0,76%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou a sessão desta sexta-feira com forte alta. O contrato julho/16 anotou US$ 1793,00 por tonelada com avanço de US$ 33, o setembro/16 teve US$ 1793,00 por tonelada com alta de US$ 31 e o novembro/16 anotou US$ 1806,00 por tonelada com valorização de US$ 30.

Na quinta-feira (7), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 404,23 com alta de 1,01%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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