Café: Bolsa de Nova York sobe cerca de 200 pts nesta manhã de 6ª e vencimentos se aproximam de US$ 1,60/lb

Publicado em 15/07/2016 09:49

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com alta próxima de 200 pontos nesta manhã de sexta-feira (15) e ficam mais próximas do patamar de US$ 1,60 por libra-peso. O mercado tem sofrido durante toda a semana influência do financeiro e das incertezas em relação à qualidade da safra 2016/17 do Brasil.

No entanto, de acordo com o analista da Price Futures Group, Jack Scoville, os operadores no terminal externo também têm dúvidas em relação à oferta. "Os preços sugerem que a produção no Brasil e em todos os países produtores de arábica é menor do que a indústria está dizendo. Vários cafés de qualidade inferior estão sendo utilizados para substituir o robusta em misturas para o consumo interno e o real mais forte torna as exportações menos atraentes", explica.

Por volta das 09h20, o vencimento setembro/16 registrava 153,95 cents/lb e o dezembro/16 anotava 156,90 cents/lb, ambos com 180 pontos de valorização. Já o contrato março/17 estava cotado a 159,55 cents/lb com 180 pontos positivos, enquanto o maio/17, mais distante, tinha 161,00 cents/lb com 175 pontos de avanço.

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Veja como fechou o mercado na quinta-feira:

Café: Bolsa de Nova York fecha com alta de mais de 400 pts nesta 5ª e vencimentos distantes se aproximam de US$ 1,60/lb

As cotações futuras do café arábica fecharam em alta pela segunda sessão consecutiva nesta quinta-feira (14) na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Os principais vencimentos tiveram ganhos de mais de 400 pontos e já avançam acima de US$ 1,50 por libra-peso, os lotes mais distantes estão próximos de US$ 1,60/lb. O mercado repercute as incertezas em relação à safra 2016/17 do Brasil, que segue com colheita avançada nas principais áreas produtoras, e o câmbio.

O vencimento julho/16 encerrou a sessão cotado a 150,30 cents/lb com 410 pontos de alta, o setembro/16 anotou 152,15 cents/lb com 450 pontos positivos. Já o contrato dezembro/16 registrou 155,10 cents/lb com 455 pontos de avanço, enquanto o março/17, mais distante, fechou a 157,75 cents/lb com 445 pontos de valorização.

A colheita avança nas principais regiões produtoras do Brasil, mas as incertezas em relação à qualidade dos grãos continuam no foco dos operadores. Nas últimas semanas, as chuvas prejudicaram bastante a maturação dos grãos e também contribuíram para a proliferação de fungos nos cafés já colhidos. Neste momento, segundo agências internacionais, a preocupação é com a possibilidade de geadas, que também afetam os grãos. No entanto, mapas climáticos mostram que os riscos para geadas no Paraná e Sul de Minas Gerais são mínimos nesta semana.

De acordo com levantamento divulgado ontem (13) pela Safras & Mercado, a colheita de café no Brasil estava em 58% até o dia 12 de julho. Considerando a produção de 54,9 milhões de sacas de 60 kg estimada pela consultoria, foram colhidas 31,95 milhões de sacas até o momento. Em relação ao ano passado, quando 56% da safra já estava colhida, os trabalhos estão ligeiramente adiantados.

"No arábica, segue a discussão em torno do percentual de queda e a perda de qualidade com a chuvas em junho. A ideia gira entre 20% a 30% da safra do Sul de Minas e Mogiana comprometida com o excesso de umidade", afirmou o analista de mercado Gil Barabach, da Safras & Mercado.

De acordo com o analista da Price Futures Group, Jack Scoville, as dúvidas dos operadores não estão restritas à qualidade do café. Também há muitas incertezas em relação à oferta. "Os preços sugerem que a produção no Brasil e em todos os países produtores de arábica é menor do que a indústria está dizendo. Vários cafés de qualidade inferior estão sendo utilizados para substituir o robusta em misturas para o consumo interno e o real mais forte torna as exportações menos atraentes", explica.

O dólar comercial fechou em queda pelo terceiro dia consecutivo nesta quinta-feira repercutindo a eleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a Presidência da Câmara dos Deputados. A moeda norte-americana recuou 0,46%, cotada a R$ 3,2595 na venda. O dólar mais baixo em relação ao real desencoraja as exportações da commodity, por outro lado, faz com que os preços externos esbocem reação.

De acordo com dados reportados na quarta-feira pelo Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), foram exportadas em junho mais de 2,3 milhões de sacas de café, responsáveis por uma receita de mais de US$ 350 milhões. No ano safra 2015/16, o país embarcou mais de 35 milhões de sacas de café, ao preço médio de US$ 151,26, gerando US$ 5,3 bilhões em receita.

Mercado interno

A colheita avança nas principais áreas produtoras do Brasil, mas os negócios seguem lentos no mercado interno. Os cafeicultores aguardam melhores patamares e preferem dedicar maior atenção à colheita. "O clima continua a ajudar os trabalhos do arábica e, na via inversa,  a preocupar o conilon. O estresse no negócio café ainda é elevado e sem uma perspectiva de mudança", afirmou ontem em seu site o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé (MG) com R$ 585,00 a saca e alta de 0,86%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com valorização de 3,57% e saca cotada a R$ 580,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 583,00 a saca e avanço de 0,87%. A maior variação dentre as localidades no dia ocorreu em Varginha (MG) com alta de 0,96%.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 550,00 a saca e alta de 0,92%. A maior variação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 2,94% e saca a R$ 525,00.

Na quarta-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 507,58 com alta de 0,38%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou a sessão desta quinta-feira também em alta. O contrato julho/16 anotou US$ 1810,00 por tonelada – estável, o setembro/16 teve US$ 1840,00 por tonelada com alta de US$ 24 e o novembro/16 anotou US$ 1859,00 por tonelada com valorização de US$ 25.

Na quarta-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 408,68 com alta de 0,16%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • miguel moura abdalla piraju - SP

    Clima muda com grande intensidade da massa polar fria. Característica de formação de GEADA

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Miguel, vejo que a geada lhe traz muitas preocupações, penso que o Sr. seja cafeicultor na região de Piraju-SP e, como tal região que está sujeita a essa intempérie climática. Nos anos 80/90 na região próxima, mas mais ao Sul, era responsável por uma bela cultura de café e, também vivia meus dias & noites de "aperreio". Conversando com um pesquisador do IAPAR, José Carlos Dias Chaves, ele me deu uma boa dica: No IAPAR, os pesquisadores faziam suas experiências nas mudas de cafés com resistência a geada, colocando-as dentro de geladeiras e fazendo com que as temperaturas atingissem o ponto de congelamento que se inicia a +4ºC para baixo. Aí ele me falou que faziam uns testes com mudas pulverizadas com Cloreto de Potássio (KCl), sim aquele grãozinhos cor de rosa, numa concentração máxima de 1,5%, ou seja 1,5 Kg do produto em 100 litros d'água. O principio é simples, quando você aumenta a concentração do soluto você altera os níveis de congelamento e ebulição. No caso é só se lembrar das máquinas de picolé, que vários bares tinham, a água que circulava fora das formas não congelava, mas as águas dos picolés de groselha, limão, congelavam, pois a água externa era uma salmoura, haja vista, que a maioria das máquinas apresentavam corrosões das chapas metálicas, pois o "sal é um remédio para metais". Enfim, é só um palpite e, você pode fazer isso em sua lavoura, aumentando a concentração de soluto nas folhas de café, no caso seria o aumento do Potássio (K) e, com isso uma lavoura que poderia sofrer o congelamento do seu liquido intra foliar numa temperatura de 0ºC, com a pulverização você abaixaria o ponto de congelamento para -2ºC, por exemplo. Ah! estou dizendo isto, pois segundo os meteorologistas, há possibilidade de ocorrerem ondas de frio tardias esse ano. Ah! Outro ponto que deve ser levantado, o pior inimigo do frio, para a planta são so nitrogenados aplicados tardiamente, pois ele vai produzir a vegetação (crescimento) das folhas e ramos e com isto vai tornar o "suco" (liquido) das folhas menos concentrado e, daí o ponto de congelamento sobe alguns graus. Só um exemplo prático, quando a água para fazer o café está fervendo, se você colocar o açúcar, ela para de ferver imediatamente. O que ocorreu? Aumentou-se a concentração de soluto, no caso o açúcar e, o ponto de ebulição daquele liquido mais concentrado aumentou alguns graus, sendo necessário mais fogo para se chegar a nova temperatura de fervura. Ah! Na época, eu fazia pulverizações mensais a partir de Maio, até Julho/Agosto e, depois parava.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      He! He! (risos). Onde lê-se: José Carlos Dias Chaves... Leia-se: Júlio Cesar Dias Chaves...

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Na época existiam pesquisas que demonstravam que mais de 60% das lavouras cafeeiras paranaenses eram deficientes em Potássio, não sei como estaria hoje. Nas lavouras de café é um nutriente muito requisitado, pois a sua demanda é igual a do Nitrogênio.

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