Café: Após queda expressiva na véspera, Bolsa de Nova York busca direcionamento nesta manhã de 2ª feira

Publicado em 25/07/2016 09:49

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam próximas da estabilidade nesta manhã de segunda-feira (25) após estenderem mais cedo as perdas registradas na sessão anterior. O mercado segue realizando ajustes após demonstrar fraqueza técnica ao testar o patamar de US$ 1,50 por libra-peso nos últimos dias.

Por volta das 09h42, o vencimento setembro/16 registrava 142,20 cents/lb com 30 pontos de alta, o dezembro/16 anotava 145,25 cents/lb com 25 pontos de avanço. Já o contrato março/17 estava cotado a 147,95 cents/lb com 15 pontos de valorização, enquanto o maio/17 tinha 148,50 cents/lb com 90 pontos de baixa.

O mercado oscilou entre altas e baixas na sessão anterior repercutindo as incertezas em relação à temporada 2017/18 do Brasil diante das recentes intempéries climáticas no cinturão produtivo. Além disso, a greve dos caminhoneiros na Colômbia também movimentou o mercado, que temia impacto nas exportações do país.

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Veja como fechou o mercado na sexta-feira:

Café: Mesmo com geadas no Brasil e greve na Colômbia, NY demonstra fraqueza técnica e fecha semana com queda de mais de 3%

Após registrar alta durante quase toda a semana repercutindo as incertezas em relação à safra 2017/18 de café do Brasil com a recente onda de frio que afetou algumas lavouras, o mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) acabou despencando cerca de 500 pontos nesta sexta-feira (22) fazendo com que as cotações fechassem a semana com queda acumulada de cerca de 3,5%.

Nesta sexta-feira, em processo de ajustes técnicos, o contrato julho/16 encerrou a sessão cotado a 144,65 cents/lb com 315 pontos de queda, o setembro/16 anotou 141,90 cents/lb com 495 pontos de baixa. Já o vencimento dezembro/16 registrou 145,00 cents/lb com recuo de 490 pontos e o março/17, mais distante, teve 147,80 cents/lb com 490 pontos de desvalorização.

Segundo o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, além dos ajustes técnicos, com o quadro sobrecomprado por parte dos fundos de investimentos, "a queda desta sexta-feira surge na esteira de um cenário macroeconômico negativo, que já havia sido verificado na quinta e foi contido por fundamentos específicos".

No início da semana, áreas produtoras de café do Paraná, São Paulo e Minas Gerais receberam geadas de baixa e média intensidade que podem ter comprometido o potencial produtivo da safra 2017/18 do Brasil, que é o maior produtor e exportador do grão no mundo. Diante dessas informações, os preços chegaram a ficar próximos do patamar de US$ 1,55/lb.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, André Luís Garcia Alvarenga, quando os cafezais são expostos a temperaturas abaixo de zero, eles perdem o potencial produtivo. Para ele, o clima ainda reserva surpresas ao cafeicultor. "As previsões apontam que os próximos meses deverão ser de muita atenção para os produtores", afirma Alvarenga.

Mapas climáticos apontam que o cinturão produtivo de café do Sudeste, principalmente Minas Gerais e São Paulo, ainda deve sofrer com as baixas temperaturas nas próximas duas semanas. No entanto, não há risco de novas geadas.

A colheita da safra 2016/17 não foi impactada pelas recentes imtempéries climáticas e chegou a 64% no Brasil até o dia 19 de julho, segundo a Safras & Mercado. Levando em conta a produção de 54,9 milhões de sacas de 60 kg, estimada pela consultoria, já foram colhidas 35,05 milhões de sacas.

Também deu suporte aos preços externos do arábica durante a semana, o prolongamento da greve dos caminhoneiros na Colômbia. Com esse problema logístico, que durou mais de 45 dias no país, os operadores estavam preocupados com a redução nas exportações. Após um acordo do governo com representantes do setor, a greve acabou nesta sexta-feira.

O câmbio, que sempre impacta nos preços externos das commodities, exerceu pouca influência sobre o café durante toda essa semana. O dólar recuou 0,72% nesta sexta, cotado a R$ 3,2581 na venda, repercutindo a melhora nos mercados externos. Na semana, a moeda norte-americana teve leve alta de 0,12 por cento. Com o dólar mais baixo nesses últimos meses, os embarques do Brasil têm apresentado queda.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou nesta sexta-feira que os estoques privados de café da safra 2014/2015 estavam em 13,5 milhões de sacas em todo o país. O número representa uma variação negativa de 5,4% com relação às 14,3 milhões de sacas da safra 2013/2014, apuradas na pesquisa de 2015.

» Conab aponta queda de 5,4% nos estoques privados de café do Brasil em 2016

Mercado interno

Apesar da valorização nos preços do café no mercado físico no início da semana, os cafeicultores seguem distantes do mercado. "Pesquisadores do Cepea indicam que alguns pequenos lotes da variedade têm sido negociados, mas, no início desta semana, o mercado esteve mais calmo", reportou o "Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

No acumulado semanal, no entanto, as cotações do arábica nas praças de comercialização verificadas peloNotícias Agrícolas tiveram oscilações de alta e baixa, sem indicar um direcionamento definido para a próxima semana.

O tipo cereja descascado fechou com maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 600,00 a saca – estável . A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com baixa de 3,77% e R$ 510,00 a saca.

Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Poços de Caldas (MG) com alta de R$ 24,00 (4,35%), saindo de R$ 547,00 para R$ 571,00 a saca.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 555,00 a saca e queda de 3,48%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Guaxupé (MG), que tinha saca cotada a R$ 573,00, mas caiu R$ 18,00 (-3,14%) e agora vale R$ 555,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) e Varginha (MG) com R$ 520,00 a saca, queda de 1,89% na primeira e estabilidade na segunda. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com R$ 498,00 a saca e recuo de 3,86%.

A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 duro foi registrada em Poços de Caldas (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 518,00 na sexta-feira passada, mas teve desvalorização de R$ 20,00 (-3,86%) e agora está em R$ 498,00.

Na quinta-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 502,54 com alta de 0,23%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, registrou baixa expressiva nesta sexta-feira. O contrato julho/16 anotou US$ 1780,00 por tonelada com queda de US$ 30, o setembro/16 teve US$ 1785,00 por tonelada com queda de US$ 33 e o novembro/16 anotou US$ 1807,00 por tonelada com desvalorização de US$ 34.

Na quinta-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 414,18 com alta de 0,10%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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