Café: Após quatro quedas seguidas, Bolsa de Nova York fecha pregão desta 4ª feira com leve alta

Publicado em 14/09/2016 17:40

Após quatro quedas consecutivas, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a fechar do lado azul da tabela nesta quarta-feira (14) em ajustes técnicos depois de quase perderem o patamar de US$ 1,50 por libra-peso nos principais vencimentos. O mercado também segue atento ao câmbio, que impacta nas exportações, e as informações incertas sobre o abastecimento do grão no mundo.

O vencimento setembro/16 registrou 147,80 cents/lb com 45 pontos de alta, o dezembro/16 teve 148,95 cents/lb com 55 pontos de valorização. Já o contrato março/17 estava cotado a 152,25 cents/lb com 65 pontos de valorização e o maio/17, mais distante, anotou 154,00 cents/lb com 55 pontos positivos.

De acordo com o analista de mercado da Maros Corrretora, Marcus Magalhães, as cotações do café no terminal externo aguardam novidades para esboçar oscilações mais expressivas. "Investidores dando a impressão de que já precificaram o complicado quadro fundamental ficam apenas ajustando suas posições em aberto no mercado baseado meramente no cenário cambial", explica.

Para Marcus Magalhães, apesar da queda registrada no mercado nos últimos dias, suportes têm sido mantidos tanto em Nova York quanto em Londres e assim devem continuar por um bom período à frente. Os preços externos do arábica ficaram abaixo de US$ 1,50/lb nos vencimentos mais próximos.

Durante o pregão desta quarta, os futuros do arábica chegaram a oscilar dos dois lados da tabela acompanhando, principalmente, o câmbio que também trabalhou entre alta e baixa repercutindo os preços do petróleo e as dúvidas sobre a reunião do Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, na próxima semana. Às 16h30, a moeda norte-americana subia 0,709%, cotada a R$ 3,3403 na venda.

Além de ajustes técnicos, agências internacionais reportam que os preços do arábica sentiram também na sessão desta quarta-feira as incertezas em relação à safra 2017/18 e informações sobre os estoques nos países produtores e nos importadores. "Os preços continuam a encontrar suporte no clima e nos estoques mais baixos [nos países exportadores]", disse o banco Société Générale para a agência de notícias Reuters, acrescentando que o real mais fraco é um fator negativo para os preços.

"Embora os níveis de estoques nos países produtores estejam próximos das mínimas históricas, os níveis de estoques nos países consumidores estão altos o suficiente para suprimir os preços diante das perspectivas de produção aquém das expectativas", disse o analista do Société Générale, Rajesh Singla, ao site internacional Agrimoney.

Já o Rabobank, outro importante banco especializado em commodities, informou recentemente que os estoques de café "visíveis" – definidos como os da Europa, Japão e EUA, além de estoques não-agrícolas do Vietnã – "estão em níveis recordes".

A alta nas exportações do Brasil em agosto também repercutem no mercado. O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informou ontem que as exportações brasileiras retomaram o ritmo de crescimento no mês de agosto de 2016. Até o momento foram registradas 2,69 milhões de sacas de 60 kg de café no mês passado, um crescimento de 37% em relação ao mês de julho, quando o país exportou 1,96 milhões de sacas.

Segundo Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé, a retomada do ritmo de exportações de café brasileiro em agosto já era esperada. "Após um período de entressafra, certamente teremos um crescimento gradativo e sustentável daqui para frente, uma vez que o café brasileiro, considerado como um dos mais qualificados e sustentáveis do mundo, continua com a demanda necessária e crescente", diz.

Mercado interno

No Brasil, os negócios com café não esboçam muitas mudanças em relação aos últimos dias. Com a retração vendedora, os preços do grão esboçam reação, mas ainda nada que anime o produtor. "Nas últimas semanas, rumores de que a florada da próxima safra brasileira de arábica seja novamente prejudicada também sustentaram os preços atuais", informou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP) nesta quarta-feira.

» Café: Retração vendedora e oferta reduzida sustentam cotações de arábica e robusta

O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com alta de 1,92% e saca a R$ 530,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 583,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 0,79% e saca a R$ 502,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 530,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Patrocínio (MG) com R$ 490,00 a saca e queda de 2,00%.

Na terça-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 498,60 e alta de 0,36%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, para o café robusta fechou o pregão desta quarta-feira praticamente estável. O contrato setembro/16 anotou US$ 1933,00 por tonelada com baixa de US$ 3, o novembro/16 teve US$ 1942,00 por tonelada com recuo de US$ 1 e o janeiro/17 anotou US$ 1860,00 por tonelada com valorização de US$ 1.

Na terça-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 428,15 com queda de 0,41%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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