Área a ser colhida de café conilon cai no Espírito Santo e produtores apostam na diversificação com outras culturas

Publicado em 07/04/2017 15:34

Café conilon em terreiro no Espírito Santo - Foto: Divulgação/Incaper

Cafeicultores capixabas enfrentaram seguidos anos de seca no cinturão produtivo - Foto: Divulgação/Incaper

Diante de seguidos anos com problemas climáticos, o Espírito Santo, maior estado produtor de café conilon do Brasil, não tem apresentado apenas queda na produção da variedade nos últimos anos, mas também registrado diminuição na área. Para se manterem na atividade, cafeicultores capixabas têm apostado na diversificação de culturas em suas lavouras.

Neste ano de 2017, a área colhida da variedade no estado deve ser em torno de 240 mil hectares, o que representa uma queda de cerca de 30 mil hectares. Um ano antes, de acordo com o boletim da conjuntura agropecuária do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), a área era de 274,41 mil hectares. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a produção capixaba neste ano entre 4,60 e 5,03 milhões de sacas de 60 kg por conta de melhores condições climáticas nos últimos meses. A colheita deve começar nos príóximos dias.

"Temos verificado que com os efeitos da seca acelerou-se o processo de renovação das lavouras no estado. Muitos produtores fizerem a recepa, alguns optaram por substituir as plantas antigas por mudas novas e outros têm diversificado a plantação de café com árvores frutíferas e até pecuária. Eles perceberam que não dá pra ter só uma cultura", afirma o coordenador de cafeicultura do Incaper, Romário Gava Ferrão.

Lenivaldo Sartório já há alguns anos tem apostado na diversificação em sua lavoura na cidade de Vila Valério (ES), onde planta além do café também pimenta do reino, laranja e outras culturas. "Se não estivéssemos plantado outras coisas, não seria o que seria de nós. No ano passado, não colhemos nada de café. Mas a perspectiva pra esse ano é melhor", diz o produtor.

Em 2016, Sartório chegou a vender pimenta do reino em cerca de R$ 30,00 o kg, o que garantiu renda para se manter na atividade. Atualmente, ele tem cerca de 9 mil pés de café e 3 mil de pimenta do reino. Anos atrás ele só plantava o grão. Dados do Incaper apontam que a área colhida de pimenta e outras especiarias subiu mais de 186% de 2014 para 2016, totalizando 7,67 mil hectares no estado no ano passado.

Desde 2014, o Espírito Santo tem enfrentado problemas climáticos que fizeram com que a safra da variedade no estado despencasse. De 2014 até o ano passado, a queda acumulada na produção chegou a 49%, segundo dados do Incaper. A quebra em seguidas temporadas fez com que a indústria solicitasse ao governo, sem sucesso até o momento, a importação do Vietnã, maior produtor do mundo.

 

Apesar dos problemas, a cafeicultura segue como destaque na agropecuária do estado, com mais de 35% do VBPA (Valor Bruto da Produção Agropecuária) capixaba.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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