Café: NY cai pela quarta sessão seguida nesta 2ª e chega a US$ 1,30/lb; Cooxupé tem menor preço desde 2016

Publicado em 24/04/2017 17:20

Após operarem em alta durante o dia, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (24) em baixa e renovaram as perdas registradas nos últimos dias. Os principais vencimentos estão em cerca de US$ 1,30 por libra-peso após ajustes técnicos diante das altas recentes e com pressão das informações sobre a próxima safra do Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo.

Com a queda externa, a baixa foi quase que generalizada nas praças de comercialização do Brasil. A Cooxupé, inclusive, teve o menor preço desde janeiro de 2016 no tipo 6. (Veja mais informações do mercado interno abaixo)

O contrato maio/17 fechou a sessão de hoje cotado a 129,00 cents/lb com queda de 35 pontos, o julho/17, referência de mercado, registrou 131,85 cents/lb com recuo de 105 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 134,35 cents/lb e desvalorização de 90 pontos e o dezembro/17, mais distante, caiu 105 pontos, fechando a 137,80. Essa é a quarta sessão seguida no mercado.

Mercado do café NY - 24/04

Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 2ª feira - Fonte: Investing

De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, as cotações da variedade na ICE recuaram diante da alta da semana retrasada sem sustentação, com a proximidade da safra brasileira, o dólar acima dos R$ 3,10 e os maiores níveis de estoques de café nos Estados Unidos desde 1994. Também há indícios de que o consumo mundial de café não vem ganhando a velocidade que todo mundo achava que ele iria ganhar no curto prazo.

O dólar comercial fechou a sessão desta segunda com queda de 0,97% e saca a R$ 3,1267, com investidores aliviados com o resultado do primeiro turno das eleições francesas. As pesquisas também indicam a eleição de um governo de centro, e não de extrema-direita. As informações são da agência de notícias Reuters.

A queda dos últimos dias também foi motivada pela atuação dos fundos, com liquidações generalizadas. "A falha do café foi provocada por uma liquidação geral das commodities, mas também tem como ingredientes a posição dos fundos estar mais comprada do que se esperava nos dois últimos relatórios do CFTC e como pano de fundo fundamental o crescimento dos estoques de café americanos para o mais alto patamar desde 1994.", disse em relatório o analista de mercado e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa.

A trading chinesa Cofco informou à Reuters que a produção de café do Brasil em 2017 deve cair entre 15 e 20%, mas deve se recuperar em 2018. No ano passado, o Brasil produziu uma safra recorde de café de 51,37 milhões de sacas de 60 kg. "Do que a gente viu, várias regiões de arábica terão produção menor e a gente percorre bastante. Em torno de 15 a 20 por cento menos. Mais perto de 15 por cento", disse Reiner à agência de notícias.

» Cofco estima queda de 15% na safra de café do Brasil, mas prevê salto em 2018

Para o presidente da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), Carlos Paulino, o mercado está antecipando o que para os especuladores será uma supersafra, mas que isso é antecipado. "Pode haver risco de geadas e seca em setembro ou janeiro e fevereiro. Então essa supersafra que já estão especulando para 2018 é muito especulativa", disse.

Segundo Magalhães, com as variáveis do mercado em destaque apontando para o futuro, em 2018, baseadas em boas condições climáticas para a safra do próximo ano no Brasil, o que será representativo para abastecer as demandas mundiais, caso isso venha a falhar "o mercado pode explodir", afirma.

Mercado interno

As negociações com café seguem lentas nas praças de comercialização do Brasil e, diante de mais uma queda no mercado externo, a baixa foi quase que generalizada no mercado interno nesta segunda-feira. A colheita do café nas principais regiões produtoras de café do Brasil começam do final de maio para junho. A Cooxupé, inclusive, teve o menor preço desde janeiro de 2016 no tipo 6.

Segundo Marcus Magalhães, os produtores não estão satisfeitos com esses patamares de preço. Serão 60 dias de muita turbulência tanto a nível internacional quanto a nível interno, mas, após isso, o mercado não deve trazer medo, já que não há estoque suficiente no Brasil para atender as demandas.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 3,07% e R$ 473,00 a saca.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 507,00 a saca e queda de 2,87%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) que teve baixa de 3,13% e saca a R$ 465,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação no Oeste da Bahia com saca a R$ 485,00 – estável. A cidade de Guaxupé (MG) teve maior variação dentre as praças com queda de 3,32% e saca a R$ 437,00.

Na quinta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 461,71 e queda de 1,42%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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