Café arábica reage nesta 6ª feira após testar mínimas de mais de 10 anos na Bolsa de Nova York

O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou a sessão desta sexta-feira (1º) com alta de mais de 150 pontos. Os futuros da variedade oscilaram entre altas e baixas ao longo do dia, inclusive chegando em mínimas de 14 anos.
O vencimento maio/19 registrou no dia 100,20 cents/lb com avanço de 175 pontos, o julho/19 subiu 175 pontos, a 102,85 cents/lb. Já o setembro/19 registrou 170 pontos de positivos, a 105,50 cents/lb e o dezembro/19 teve alta de 155 pontos, a 109,25 cents/lb.
Apesar da alta, o café arábica oscilou dos dois lados da tabela durante a sessão acompanhando fatores baixistas como o câmbio e do lado altista pesaram os fatores técnicos e preocupações com a safra brasileira. Na semana, houve avanço acumulado de 0,20%.
"A preocupação de que as fortes chuvas no Brasil possa atrapalhar o início da colheita no Brasil elevou os preços do arábica na sexta-feira", noticiou o site internacional Barchart. A safra brasileira 2019/20 do grão começará a ser colhida nos próximos meses.
Na quarta-feira (27), a Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé) havia projetado que a colheita do café em sua área de abrangência poderia começar mais cedo neste ano por conta do calor em dezembro e janeiro, o que acabou acelerando a maturação em parte das lavouras.
Com o avanço forte do dólar ante o real durante o dia, os futuros do café arábica caíram para o patamar de 98 cents por libra-peso no vencimento referência de mercado. Ele se aproximou das mínimas registradas em 2005, 14 anos atrás, segundo dados da Investing.
O dólar comercial encerrou a sessão desta sexta-feira com alta de 0,72%, cotado a R$ 3,7803 na venda, em movimento de cautela com o ambiente político interno e a proximidade do Carnaval. As oscilações cambiais impactam diretamente nas exportações das commodities.
Mercado interno
No Brasil, os negócios com café seguiram escassos. Apesar das altas e baixas externas, os preços físicos não tiveram muitas mudanças. O cenário complicado de preço também atinge a Colômbia, onde produtores já pensam em trabalhar descolado da ICE.
"De modo geral, as baixas estão atreladas à perspectiva de um novo volume satisfatório na safra 2019/20 no Brasil, mesmo em bienalidade negativa", reportou em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 430,00 e alta de 3,86%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 405,00 e alta de 1,25%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com alta de 4,17% e saca a R$ 400,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 - estável. A oscilação mais expressiva ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 4,28% e saca a R$ 390,00.
Na quinta-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 396,68 e queda de 0,18%.
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