Cafeicultor investe em marca própria para sobreviver
A lucratividade da cafeicultura nacional tem deixado um gosto amargo para os produtores do grão. Com um custo de produção elevado, os lucros não cobrem as despesas e boa parte dos cafeicultores está com problemas financeiros.
O café não é uma cultura de ciclo médio ou curto, mas um investimento de longo prazo. O produtor espera uma retomada dos preços, conforme já aponta levantamento feito nos últimos dias pelo Cepea/Esalq (Centro de Estudos e Pesquisas em Economia Aplicada da Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiroz”), demonstrando que entre os dias 15 e 19, a saca de 60 quilos, tipo 6 arábica, saltou de R$ 261,88 para R$ 270,36.
Uma das saídas encontradas pelos cafeicultores é agregar valor à produção, com a criação de marca própria. O investimento permite que o produtor participe de todo o processo, desde a seleção dos grãos, torrefação e moagem, até a comercialização. Foi o que fez o cafeicultor Ricardo Farah, de Bauru, no centro-oeste paulista.
“Procuramos verticalizar a produção e atingir direto o consumidor. Com isso, estamos alcançando os objetivos, com café gourmet, e o consumidor paga um preço acima do supermercado, porém, com a garantia de estar consumindo uma bebida de qualidade maior”, diz o cafeicultor.
A aposta feita por Farah vem endossar os números registrados pela Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café). “A produção de café gourmet cresce 15% ao ano, bem superior ao café tradicional. Hoje, temos 80 marcas de cafés de alta qualidade certificadas pela Abic. Isso demonstra que nosso produto não deixa a desejar frente aos melhores cafés do mundo. O gourmet é um segmento que chama atenção das torrefações tradicionais, que estão migrando e se especializando em cafés de alta qualidade”, observa Nathan Nerszkowicz, diretor executivo da Abic.
Hoje, a área cultivada de café no Brasil alcança 2,102 milhões de hectares, sendo que o Estado de Minas Gerais lidera a área de plantio, com 47,62%, seguido do Espírito Santo (23,61%), São Paulo (8,66%), Rondônia (7,42%), Bahia (6 %), Paraná (4,07%), Mato Grosso (0,72%), Rio de Janeiro (0,66%) e Pará (0,59%).
0 comentário
Após fortes oscilações, mercado cafeeiro fecha sessão desta 3ª feira (23) em lados opostos nas bolsas internacionais
Preços do café robusta sobem em Londres na manhã desta 3ª feira (23) diante demora nas vendas no Vietnã
Média de embarques e faturamento do café torrado nos 15 dias de dezembro/25 recuam no comparativo com mês inteiro do ano passado
Chuvas abaixo do esperado no BR consolidam ganhos do café arábica no fechamento desta 2ª feira (22)
Mapa alerta para café torrado com irregularidades
Mercado cafeeiro mantém volatilidade e avançava moderadamente na manhã desta 2ª feira (22)