Carne do Mercosul enfrenta oposição de produtores na UE, com retomada de negociação para livre comércio

Publicado em 15/04/2016 07:26

A abertura do período de trocas de ofertas entre o Mercosul e a União Europeia (UE) para um amplo acordo de livre comércio entre os blocos é positiva para a indústria de carnes brasileira, por representar a retomada de negociações após mais de dez anos desde o início do processo. Mas um acordo relacionado aos produtos agropecuários, incluindo as carnes, já enfrenta forte oposição de produtores agropecuários na UE.

Na segunda-feira (11), a associação de produtores agropecuários europeia Copa-Cogepa emitiu comunicado se posicionando contra um eventual acordo que teria um “impacto catastrófico” para o setor agropecuário europeu.

Segundo a Copa-Cogepa, 86% da carne bovina importada pelo bloco e 70% da carne de frango já vêm dos países do Mercosul. “Eles portanto não precisam de cotas extras livres de tarifa para aumentar o seu comércio para a UE...”, disse a associação no comunicado.

O período de troca de ofertas entre Mercosul e UE deverá ocorrer na segunda semana de maio, conforme informou o Mapa. Nessa etapa, ambos os blocos apresentam suas pautas de propostas para definição das cotas que serão permitidas no livre comércio.

Embora ainda não haja previsão sobre se e quando um amplo acordo de livre comércio possa ser alcançado, essa etapa da negociação deve colocar na mesa o pedido do Fórum Mercosul da Carne para que o bloco possa vender até 300 mil toneladas de carne bovina por ano, sem tarifas, para a UE. Os exportadores brasileiros teriam 48% dessa cota.

“A troca de ofertas é importante porque eles (UE) vão olhar cada tipo de produto e ver o que pode ser feito imediatamente”, disse o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, na quinta-feira (14). “O que houver de divergência, terá que haver negociação para se chegar a um meio-termo.”

Sampaio reconhece que negociações relacionadas ao setor agrícola são um ponto sensível nesse tipo de acordo, já que a Europa também é grande produtora neste segmento.

Independentemente dessas negociações de livre comércio, o setor de carnes brasileiro tem diversas pendências com a UE, incluindo divergências relacionadas às questões sanitárias. “Achamos que uma coisa ajuda a outra. Com esse acordo do Mercosul, talvez a gente consiga acelerar a parte de restrições sanitárias”, disse Sampaio.

O diretor da Abiec avalia que o Mercosul tem sido ineficiente em fechar acordos de livre comércio e que um potencial acordo com a UE pode “dar ânimo” ao bloco para prosseguir em busca de novos convênios. Segundo Sampaio, existem negociações do Mercosul já iniciadas com Canadá, Tunísia, com um bloco de países europeus fora da UE (Noruega, Suíça e outros).

Leia a notícia na íntegra no site CarneTec. 

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CarneTec

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