Demanda fraca pressiona cotações do boi gordo, frango e suíno vivo

Publicado em 25/04/2016 07:58

Boi Gordo: Cotação em Araçatuba-SP recuou e está R$ 155,00/@, queda de 1,6% em relação ao inicio do mês

Por Felippe Reis, zootecnista da Scot Consultoria

Mercado do boi gordo com pouca movimentação nessa sexta-feira pós feriado.

Em São Paulo, parte das indústrias que conseguiram alongar as programações de abate operaram apenas nos três primeiros dias dessa semana e estão ofertando preços abaixo da referência.

As programações de abate no estado atendem em torno de cinco dias.

Em Araçatuba–SP houve desvalorização e a arroba do boi gordo está cotada em R$155,00, à vista. Queda de 1,6% em relação ao início do mês.

A oferta de animais terminados vem aumentando em boa parte do país, fato que exerce pressão de baixa sobre as cotações.

O escoamento da carne com osso no atacado continua lento e quedas de preço para os próximos dias não estão descartadas. A carcaça de bovinos castradsos está cotada em R$9,47/kg.

Frango Vivo: Mercado encerra mais uma semana com preços em queda; Minas Gerais cai 9,09%

Por Sandy Quintans

O mercado de frango vivo volta a encerrar a semana com preços em baixa nesta sexta-feira (22). Em Minas Gerais, uma nova queda foi registrada, em que a referência de negócios passa a ser de R$ 2,50/kg. Com isso, pela segunda semana consecutiva, o mercado fecha com baixa em grande parte das praças de comercialização. 

Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, novamente os preços caíram em todas as regiões acompanhadas. A maior baixa foi registrada em Minas Gerais, que caiu 9,09% na semana. Em São Paulo, as cotações também registraram diversas baixas. Com isso, a semana encerra com negócios a R$ 2,60/kg, após o décrescimo de 3,70%.

Em Santa Catarina e Paraná, as cotações cederam 1,96%, com a semana encerrando a R$ 2,50/kg. No Rio Grande do Sul, a baixa foi de 1,92%, levando a referência para R$ 2,55 pelo quilo do vivo. Veja no gráfico: 

As cotações para o frango vivo estavam estagnadas há algumas semanas, mesmo com a necessidade de ajustes positivos para compensar os altos custos de produção que sobem desde o ano passado. Com o dólar tornando o milho brasileiro mais competitivo, as exportações aumentaram exponencialmente - o que tornou os preços mais altos no mercado interno e trouxe escassez na oferta do cereal.

Já o consumo, está baixo, devido as dificuldades econômicas no Brasil. Nem mesmo o a primeira quinzena do mês - quando a procura é maior devido ao período de recebimento de salários - foi suficiente pra reação de preços. Com isso, é observado o aumento da oferta de animais em algumas regiões, segundo aponta o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. 

"Há evidentes sintomas de excedente de oferta no mercado interno, mesmo que a demanda não seja um problema", explica. 

O boletim do Cepea, aponta que os atuais preços estão nos menores patamares do ano.“Mesmo com as exportações recordes de carne de frango in natura no primeiro trimestre, a oferta doméstica ainda supera a demanda – que segue reduzida não apenas no atacado e varejo, mas também no mercado spot do animal vivo”, apontam os pesquisadores. 

Por outro lado, o Centro aponta que o farelo de soja - outro componente importante para ração e que trouxe aumento nos custos de produção - registrou baixas e está no menor patamar desde julho de 2015. O milho segue com altos preços, mas os acréscimos estão limitados, segundo apontam os pesquisadores.

Com isso, como forma de amenizar os problemas referentes a escassez de milho no mercado doméstico, o governo optou por retirar as taxas de importação do cereal de países também fora do Mercosul. Segundo informação do agência de notícias Reuters, a medida já foi publicada no Diário Oficial da União ainda nesta sexta-feira. 

Segundo analista da FCStone, Caio Toledo Godoy, a decisão não deve beneficiar produtores de carnes no curto prazo, devido as dificuldades do procedimento de importação e a disponibilidade dos portos - que estão focados nos embarques de soja. Já em um cenário no médio prazo pode haver mudanças nos preços no mercado interno, com a chegada da safrinha. 

Exportações

Por outro lado, os embarques continuam registrando números positivos para a carne de frango in natura. Segundo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), até a terceira semana de abril foram exportados 214,7 mil toneladas.

Com média diária de 19,5 mil toneladas, há um crescimento de 16,5% em comparação com os embarques por dia de março e acréscimo de 29,5% em relação há um ano. Em  receita, a soma é de US$ 300,4 milhões.

Suíno Vivo: Com mercado fraco, semana encerra com recuo em quatro praças

Por Larissa Albuquerque

As cotações do suíno vivo pago ao produtor independente encerraram a semana com desvalorização em quatro praças de comercialização. Outros dois estados mantiveram o valor de referência.

No Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Goiás os preços cederam pressionados pela demanda fraca. Na praça gaúcha a referência saiu de R$ 3,17/kg para R$ 3,08/kg, uma queda de R$ 0,09 por quilo. A bolsa de suínos do Paraná também registrou recuo nesta semana, sendo cotada a R$ 3,04/kg - R$ 0,01 a menos que a referência anterior.

Em Minas Gerais e Goiás, as referências encerraram a semana em R$ 3,35/kg, baixas expressivas de R$ 0,15 em ambas as praças.

Além da demanda interna lenta, dificultando o escoamento, alguns estados também registraram aumento na produção nos últimos dias. O presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG), Antônio Ferraz, ressalta que a queda ocorreu devido a entrada de animais vindos de outros Estados. “Houve uma entrada de animais em Minas de outras regiões, com isso se deu maior oferta e tivemos que baixar o preço em R$ 0,15”, explicou em entrevista ao site Suinocultura Industrial.

Além disso, o feriado de Tiradentes nesta quinta-feira (21) associado ao período de final de mês reduziu os dias de abate, contribuindo para um preço menor em diversas regiões.

Em São Paulo, a Bolsa de Suínos manteve os valores registrados na semana passada. A APCS informou a manutenção nos preços com negócios efetivados entre R$ 58,00 a R$ 60,00/@ = R$ 3,09 a R$ 3,20/Kg vivo condições bolsa. Santa Catarina seguiu a mesma tendência, mantendo os preços estáveis em R$ 3,00/kg nesta semana.

“O mercado está calmo, sem grandes alterações em relação a semana passada, um comportamento esperando devido ao feriado”, afirma o presidente da APCS, Ferreira Júnior. Segundo o representante, a expectativa continua no mês de maio. “Esperamos que em maio os preços comecem a reagir. Com os valores atuais os produtores continuam no prejuízo em relação a custo e venda – hoje a cabeça está R$ 80”, declarou o presidente da Associação, Valdomiro Ferreira Júnior, em nota.

De acordo com levantamento da Scot Consultoria, a oferta nas granjas paulistas está maior que a demanda. No atacado, a pouca demanda, em função da época do mês, queda do poder aquisitivo do consumidor, forte calor e proximidade do feriado, manteve o mercado fragilizado.

Em um ano, o preço da arroba caiu 4,8%. Considerando a inflação acumulada no período, a receita real por arroba caiu 14,2%.

Outra preocupação do setor, que se agrava diante das quedas nos preços, é o alto custo do milho e do farelo de soja. O cereal é o principal componente na ração animal e tem trazido consequência expressivas nos custos de produção.

Segundo boletim semanal do Cepea (Centro Avançado de Econômica Aplicada) o poder de compra de suinocultores frente ao milho e ao farelo de soja se estreitou neste o início do mês.

"Na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), especificamente, o poder de compra frente ao milho está no menor patamar já registrado pelo Cepea", informou o Centro.

Exportações

Diante da demanda interna fraca, as exportações têm desempenhado cada vez mais um papel de destaque no mercado. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que até a terceira semana de abril foram exportadas 30,1 mil toneladas, com média diária de 2,7 mil toneladas.

Se comparar os dados diários de março, houve um aumento de 6,3%, enquanto que em relação ao mesmo período do ano passado, o crescimento é de 52,4%. Em receita, os embarques chegam a US$ 54,6 milhões.

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