Pressão baixista perde força no mercado de boi, cotações do suíno vivo recuam e no frango vivo, alta de 6%

Publicado em 09/05/2016 12:01

Boi Gordo: Pecuaristas resistem a preços menores e a pressão de baixa vai perdendo a força

Alex Santos Lopes da Silva
zootecnista
Scot Consultoria

Mercado pressionado.

Porém, o ritmo e a intensidade das reduções de preços diminuíram. Em alguns estados, o que se percebe é que diminuiu o espaço para impor novas referências, menores que as atuais.

A oferta limitada, mesmo com a melhora das últimas semanas, se soma à resistência dos pecuaristas em aceitar negócios nos preços menores para entregar a boiada, e reduz o viés de baixa.

O diferencial de base se ampliou nos últimos dias. Isso é um bom indicador de limitação das baixas no curto prazo nas demais praças.

Em Barretos, desde a segunda quinzena de abril, os preços da arroba recuaram R$2,00. No norte de Minas Gerais caiu R$8,00, em Goiânia R$4,00 e no Sudeste do Mato Grosso, R$3,50.

É claro que o espaço para quedas varia a cada estado analisado. Em alguns deles as ofertas de boiadas terminadas no pasto é maior e a seca já dura mais tempo.

A margem das indústrias segue pressionada. As unidades que fazem a desossa não saem da faixa de 15,0% desde fevereiro. O Equivalente Scot Carcaça entrega margens de 8,8%, sem agregar os demais custos, como energia elétrica, frete, e mão-de-obra, por exemplo.

O consumo, não evoluiu, nem mesmo no começo do mês.

Suíno Vivo: Semana encerra com desvalorização no PR e RS

Por Larissa Albuquerque

A semana encerra com queda de R$ 0,05 (1,75%) na cotação do Paraná. Nesta sexta-feira (06) a APS (Associação Paranaense de Suinocultores) informou que a referência dos negócios fechou em R$ 2,81/kg pago ao produto independente, contra o R$ 2,86 praticado anteriormente.

Na semana passada, o levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas apontou que a maior queda foi registrada na praça paranaense, quando a referência cedeu 5,92%. Esse cenário, no entanto, não é igualmente observado no mercado integrado. De acordo com boletim Cepea, apenas no Paraná o preço do animal vivo registrou ligeira recuperação nos últimos dias, "influenciados pela posição mais firme de vendedores", relatou em nota.

Na segunda-feira (02) o preço do suíno vivo pago ao produtor independente do Rio Grande do Sul sofreu nova baixa. De acordo com a pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), a queda foi de R$ 0,02 (0,65%) deixando a cotação em R$ 3,05/kg posto indústria.

Em São Paulo o consumo de início de mês e do feriado de dias das mães não foi capaz de elevar as referências, mas manteve o mercado ajustado. O levantamento da Scot Consultoria mostrou um equilíbrio entre a oferta e demanda, apesar disso o poder de compra dos suinocultores paulistas chegou ao pior patamar do ano.

"A demanda apresentou ligeira melhora nos últimos dias, mas os compradores ainda têm buscado deixar seus estoques mais enxutos", declara a Consultoria.

A bolsa de suíno de São Paulo optou por manutenção nas cotações nesta semana, com preços entre R$ 58 e R$ 59/@ – o mesmo que R$ 3,04 a R$ 3,15 pelo quilo. A expectativa da APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos), no entanto, é de melhora na referência em função da queda na temperatura, primeira quinzena do mês e feriado de dia das mães. Em relação ao início do mês passado, porém, houve queda de 3,3% nos preços.

Nas demais praças também não houve alterações nas cotações. De acordo com o levantamento semanal doNotícias Agrícolas, em Santa Catarina o mercado independente trabalha com valor de R$ 3,00/kg. Em Goiás e Minas Gerais a referência está em R$ 3,25/kg. Já no Mato Grosso do Sul os negócios acontecem em R$ 3,45 o quilo do animal vivo.

O excesso de oferta continua sendo um dos principais fatores de pressão nas últimas semanas. O fator positivo nos fundamentos é a melhor da demanda com a chegada do frio, início de mês e feriado de dia das mães, que freio à queda nas cotações de algumas regiões.

Ainda assim, a oferta se mantém superior ao consumo. Havia uma expectativa de aquecimento na demanda interna e de melhora nas exportações, o que levou o setor a ampliar a oferta de animais. A exportação, por um lado, vem correspondendo, mas o consumo interno, por outro, permanece enfraquecido, o que ajuda a pressionar as cotações", explica o analista da Safras & Mercado, Allan Maia.

Exportações

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), divulgados na segunda-feira (02) apontaram um aumento de 47,1% nos embarques e 16,9% na receita com a carne suína 'in natura' em abril, na comparação com o ano passado.

As vendas externas no período totalizaram 52,9 mil toneladas, 47,4% mais que as 35,9 mil toneladas embarcadas em abril de 2015, mas abaixo das 56,7 mil toneladas (-6,7%) de fevereiro. A receita somou US$ 100 milhões, alta de 16,9% ante os US$ 85,5 milhões registrados no mesmo período do ano passado e de 1% ante os US$ 99,2 milhões de março. No mês passado, o preço médio da tonelada ficou em US$ 1.890,1 ante US$ 1.747,8 em março e US$ 2.379,1 em abril de 2015.

Acumulado - Nos quatro primeiros meses de 2016 as exportações de carne suína in natura avançaram 22,6%, atingindo US$ 347,3 milhões ante US$ 283,20 milhões em 2015. Em volume, o avanço foi de 71,4%, passando de 112,4 mil toneladas para 192,6 mil toneladas.

Com esse desempenho o país poderá superar o recorde embarcado em 2005 de 625 mil toneladas exportadas de carne suína. De acordo com o diretor executivo da ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos), Nilo de Sá, é projetado para esse ano um aumento de 70 a 100 mil toneladas (2% a 3% respectivamente), o que obrigaria elevar as exportações em 100 mil toneladas - em comparação ao ano passado de 558 mil t - para que a oferta não seja maior que a demanda interna.

Frango Vivo: Com demanda de início de mês mercado sobre mais de 6% em Minas Gerais

Por Larissa Albuquerque

O mercado independente do frango vivo em Minas Gerais iniciou a semana com viés de baixa, mas o aumento gradativo na demanda proporcionou valorização de 6,38% neste fechamento.

Ao longo da semana ocorrem duas valorizações de R$ 0,05 e R$ 0,10 fazendo a referência sair de R$ 2,35 para R$ 2,50/kg em menos de quatro dias. Essa é a primeira alta observado no estado desde o final de fevereiro, quando o mercado iniciou um período de estabilidade, seguido de rápido e violento retrocesso nos preços (redução de mais de 20% em pouco mais de duas semanas).

Nas demais praças as consequências pela semana de salários ou pela aproximação do Dia das Mães ainda não foram sentidas. Segundo levantamento do Notícias Agrícolas em São Paulo a referência permanece estável em R$ 2,50/kg. No Paraná e Santa Catarina os negócios acontecem R$ 2,40/kg. Já no Rio Grande do Sul o mercado trabalha com valor de R$ 2,45/kg.

Por ora, a oferta de aves vivas permanece desequilibrada em relação à procura, mesmo com o bom desempenho das exportações no correr deste ano, ajudando enxugar a disponibilidade interna. E ainda que a ave abatida venha obtendo recuperação de preços e alcance, no momento - as melhores cotações dos últimos 60 dias – é difícil prever como se comportará a demanda nos próximos dias.

Um dos fatores neste aumento na oferta no cenário doméstico está atrelado ao aumento no abate de matrizes de corte e descarte, segundo aponta analista da Safras & Mercados, Fernando Henrique Iglesias. “Vemos, por exemplo, que o Paraná está disponibilizando seus excedentes de produção em mercados como São Paulo e Minas Gerais, o que tem deixado o setor bastante fragilizado”, comenta o analista.

Nesta semana o boletim do Cepea trouxe que os valores das carnes resfriada e congelada estão em alta neste início de maio. Segundo pesquisadores do Cepea, "além de ser início de mês, quando a demanda doméstica costuma aumentar, a carne de frango está competitiva frente às substitutas (bovina e suína)", informou em nota.

Exportações

O Brasil segue com saldo positivo nas exportações de frango. Em abril, os embarques do produto para o exterior totalizaram 421 mil toneladas, alta de 25% sobre os números obtidos em igual período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

De janeiro a abril, as exportações atingiram 1,46 milhões de toneladas, uma alta de 15,4% em relação ao mesmo intervalo de 2015.

No faturamento em dólares, as exportações chegaram US$ 620 milhões em abril, com aumento de 9,8% sobre o mesmo mês do ano passado. Já em reais, as vendas externas alcançaram R$ 2,21 bilhões, com aumento de 27,1%.

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Scot Consultoria +NA

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