Desequilíbrio entre oferta de demanda limita cotações do boi gordo, frango e suíno vivo

Publicado em 13/05/2016 08:19

Boi Gordo: Oferta de animais diminui, mas baixa venda de carne não dá espaço para valorização da arroba

Por Felippe Reis, zootecnista da Scot Consultoria

Mercado do boi gordo estável em São Paulo.

No estado, a oferta de boiadas vem diminuindo em relação às semanas anteriores. Com isso, as programações de abate estão menores e atendem entre três e quatro dias.

O baixo escoamento da carne no atacado não tem deixado espaço para valorizações da arroba, mesmo com a menor oferta de animais terminados.

No mercado atacadista de carne com osso, o traseiro teve desvalorização de 1,4% em relação à última semana.

O boi casado castrado está cotado em R$9,12/kg, desvalorização semanal de 0,9%.

A margem de comercialização para as indústrias que fazem a desossa teve queda e está em 14,4%. Este é um fator que pode limitar a força do mercado, mesmo com a expectativa de oferta menor devido à entressafra.

Frango Vivo: Demanda de início de mês mantém cotações firmes

Por Larissa Albuquerque

Os preços do frango vivo no mercado independente estão firmes nessas primeiras semanas de maio. Em Minas Gerais, por exemplo, as cotações sofreram o terceiro reajuste em sete dias de negócio, passando de R$ 2,35/kg para R$ 2,55/kg.

Com a valorização de R$ 0,20 a cotação em Minas volta a superar o mercado paulista. Em São Paulo, o valor de comercialização do animal vivo está em R$ 2,50/kg, seguida do Paraná que registra R$ 2,56/kg e de Santa Catarina, que tem o menor valor, R$ 2,46/kg, segundo levantamento realizado.

Na praça paulista, no entanto, é importante considerar as observações de negócios abaixo da referência, apontando desequilibrou entre oferta e demanda maior do que tem sido visto nas demais regiões.

Assim, os analistas consideram pouco provável reajustes positivos em São Paulo no decorrer de maio, visto que nem mesmo a demanda de inicio do mês foi capaz de elevar as cotações.

Nas outras regiões, o incremente da demanda da primeira quinzena e dia das mães conseguiu manter a firmeza no mercado, sendo possível observar valorizações em algumas localidades. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), além de ser início de mês, quando a demanda doméstica costuma aumentar, a carne de frango está competitiva frente às suas substitutas (bovina e suína).

Exportações

Outro fator importante para o escoamento da produção neste ano de dificuldade no consumo interno são as exportações.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), na primeira semana de maio os embarques foram, em média, 18,93 mil toneladas dia contra os 16,32 mil t/dia – uma queda de 14%.

No entanto, segundo analistas, esses números não devem apresentar à frente um retrocesso significativo, uma vez que maio corrente tem um dia útil a mais.

Milho

Os preços do milho têm inflado muito os custos de produção de carnes, levando a indústria a procurar alternativas. “Há expectativas de uma maior demanda por exportações de carnes, mas, também, busca-se ajustar a oferta para se ter um espaço maior para repasse aos preços do produto final, num momento complicado de crise econômica”, ressalta a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.

Neste sentido, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou na terça-feira (10) que negocia novas vendas de estoques de milho neste ano como forma de garantir o abastecimento dos produtores de frangos e suínos, após confirmação de que a segunda safra será menor que a do ano passado.

O governo pretende leiloar até 1 milhão de toneladas de milho neste ano, informou o Mapa em nota. Nos últimos três meses, 500 mil toneladas do grão já foram vendidas por meio dos leilões e, em abril, o governo aprovou a redução a zero do imposto de 8% sobre a importação do grão.

Suíno Vivo: Melhora na demanda impulsiona cotações nesta semana

Por Larissa Albuquerque

As cotações do suíno vivo no mercado independente sofreram influência do aumento no consumo neste inicio de mês. Com a demanda típica de primeira quinzena e o incremento no consumo pelo dia das mães algumas praças de comercialização registraram alta nos últimos dias.

No Rio Grande do sul, a bolsa de suínos indicou alta de R$ 0,05 na referência, passando de 3,05/kg para R$ 3,10/kg. Enquanto que a cotação agroindustrial média do suíno ficou em R$ 2,78/kg de acordo com a Acsurs (Associação dos Criadores de Suínos do Estado).

Em São Paulo a APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos) informou a venda de 500 suínos na cidade de Holambra a R$60,00/@ condições bolsa e entrega na próxima segunda-feira (16).

Diante da melhora na procura por animais, a praça paulista também trouxe nova referência para esta semana entre R$ 57,00 a 59,00/@ o equivalente a R$ 3,04 a R$ 3,15/kg, respectivamente.

De acordo com a APCS a praça registrou boas vendas no varejo neste final de semana que proporcionaram um aumento de até R$ 1,00 por arroba na relação com a cotação praticada anteriormente.

Para o presidente da Associação, Valdomiro Ferreira, esse foi um reflexo do Dia das Mães e, por isso, poderia ter um impacto limitado. “Com o consumo observamos uma redução na oferta, entretanto ainda não possibilita impulsionar novos reajustes, o mercado deve continuar imprevisto, pedimos aos criadores cautela”, disse.

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Fonte:
Notícias Agrícolas + Scot

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