Mesmo com demanda fraca, preços da arroba evoluem; Frango e suíno seguem estáveis

Publicado em 17/10/2016 07:21

Boi Gordo: Preço da arroba registra alta de 1,6% na primeira quinzena de outubro mesmo com demanda fraca pela carne

Por Gustavo Aguiar, zootecnista da Scot Consultoria

Mercado sustentado. 

Na média das trinta e duas praças pesquisadas pela Scot Consultoria, o boi gordo teve alta de 1,6% na primeira quinzena de outubro.

Neste momento, não há força para reajustes vigorosos, porém, as valorizações vêm ocorrendo gradualmente.

Ainda não há oferta abundante, já que as recentes chuvas só devem possibilitar a retomada da produção no decorrer dos próximos meses.

No mercado da carne, após seguidas quedas de preços nestas duas semanas de outubro, o boi casado está cotado em R$9,32/kg, estabilidade frente ao fechamento de ontem.

Para o curto prazo, fica a expectativa quanto à resposta da demanda na segunda quinzena do mês e o eventual impacto sobre a precificação da carne neste período.

Suíno Vivo: Preços não reagem na semana com demanda fraca; Exportações seguem em níveis positivos

Por Sandy Quintans

Nesta sexta-feira (14), o mercado de suíno vivo encerra mais uma semana de preços estáveis nas principais praças de comercialização. Mesmo em um período que normalmente a demanda é mais aquecida, não houve reação em outubro.

Para o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, a movimentação no mercado esteve abaixo das expectativas nesta quinzena. “Os negócios de modo geral tiveram pouca movimentação nos últimos dias, mesmo sendo este o período em que o consumidor está mais capitalizado, de acordo com relato dos frigoríficos. A perspectiva é de que os preços fiquem acomodados no curto prazo”, afirma.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) , Valdecir Folador, mesmo com as perspectivas positivas para o período do ano, o mercado não tem apresentado reação. A demanda tem sido um dos principais fatores de pressão no mercado.

O analista de mercado, Fabiano Coser, explica que a demanda ainda tem ditado os preços, apesar do avanço nos dados de exportações – o que diminui os impactos do enfraquecimento no cenário doméstico. “A fragilidade da economia brasileira não tem permitido reação nas cotações do animal vivo, nem mesmo com a proximidade das festas de final de ano”, explica.

Por outro lado, também há informações de excedente na oferta de animais em algumas regiões, que tem impedido a reação de preços. Segundo Folador, a produção pode fechar o ano de 6% a 7% superior aos 12 meses anteriores.

O presidente da ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Suínos), do Losivânio de Lorenzi, também aponta para o crescimento por parte de algumas agroindústrias. “Precisamos reduzir drasticamente a nossa produção ou muitos produtores sairão da atividade”, lamenta.

Preços

Com a pouca movimentação, nenhuma mudança de preço foi registrada na semana. A bolsa de suínos paulista ficou definida entre R$ 77 e R$ 79, valor equivalente a R$ 4,10 e R$ 4,21/kg —  o mesmo das últimas semanas na praça de comercialização. Já em Minas Gerais, as cotações voltaram a encerrar em R$ 4,20/kg, valor cotado há sete semanas.

No Rio Grande do Sul, a pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) aponta que a média estadual aos produtores independentes segue em R$ 3,92/kg. Aos suinocultores integrados, o cenário também é de estabilidade, em R$ 2,96/kg.

Já em Santa Catarina, a definição ficou em R$ 3,90/kg, em que na semana os negócios ocorreram abaixo deste valor, indicando uma baixa para a próxima referência.

“Isso é muito preocupante porque mostra a instabilidade da suinocultura. O suinocultor já esgotou seus recursos para se manter na atividade. Os bancos não liberam mais linhas de créditos para que os produtores tenham uma sobrevida no campo. Há um desespero muito forte. A situação só não é pior porque as exportações estão boas”.

Exportações

Por outro lado, os embarques de carne suína in natura iniciaram o mês com desempenho positivo, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em seis dias úteis, foram exportados 15,6 mil toneladas, com média diária de 3,1 mil toneladas.

Sem comparado com o desempenho por dia de setembro, houve acréscimo de 4,2%, enquanto que em relação ao mesmo período do ano passado a alta é de 49,1%. Em receita, chega em US$ 36,11 milhões, com valor por tonelada em US$ 2.310,7.

Frango Vivo: Semana encerra com cotações firmes e custos de produção recuam em setembro

Por Sandy Quintans

O mercado de frango vivo registrou mais uma semana de estabilidade nas principais praças de comercialização. Nesta sexta-feira (14), a referência em Minas Gerais é R$ 3,30/kg – região com valor praticado – e em São Paulo a R$ 3,10/kg. Há várias semanas, as cotações não registram reação nas granjas, mesmo em período de demanda aquecida.

Com o feriado na quarta feira, os negócios ficaram ainda mais lentos. O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias explica que novamente as expectativas de reajustes positivos foram frustradas na semana, com mercado lento e sem novidades. Com isso, desde setembro não é registrada mudanças de preços nas principais regiões, segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.

A tendência para as próximas semanas é de enfraquecimento no mercado, em função do período do mês. “A tendência para o restante do mês é de uma demanda mais restrita, o que pode contribuir para alterações nos preços”, alerta.

A Scot Consultoria aponta que apesar da estabilidade nas granjas, as cotações no atacado seguem aquecidas, com alta de 2,1% e negociação a R$ 4,80/kg para a carcaça na praça paulista. Apesar disto, o cenário ainda é de lentidão, podendo piorar na próxima semana.

“Tanto na granja quanto no atacado o cenário é de lentidão nas negociações. Com isso, em curto prazo, não estão descartadas quedas nos preços, com a menor movimentação na segunda quinzena do mês”, aponta o boletim.

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) também aponta para o aquecimento dos preços no atacado em setembro, principalmente em São Paulo. “No atacado da Grande São Paulo, o frango inteiro congelado se valorizou 2,6% entre 6 e 13 de outubro, com o quilo negociado na média de R$ 4,71 nessa quinta-feira, 13. Para o resfriado, o aumento foi de 1,5% no mesmo período, para R$ 4,76/kg”, apontam os  pesquisadores.

Custos de produção

Os custos de produção também registraram melhora em setembro, segundo aponta a Embrapa Suínos e Aves. O ICPFrango/Embrapa registrou recuo de 3,55% em relação a agosto, atingindo 211,50 pontos. No acumulado do ano, a alta é de 6,30% para os custos de produção, enquanto que em 12 meses a variação é de 11,03%. Os dados de nutrição voltam a ser o maior fator de baixa nos gastos de setembro, com recuo de 3,24%.

Apesar do recuo nos últimos meses no índice, ainda existe a necessidade de alta nas cotações com altos preços praticados para os grãos desde o início do ano – que reduziu margens dos avicultores. “Além disso, os preços do milho permanecem em patamares bastante acentuados, o que amplia a necessidade de reajustes no curto prazo”, sinaliza Iglesias.

Exportações

Para os embarques, os primeiros números de outubro para carne de frango in natura tiveram desempenho inferior ao do mês passado. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), apontam que em 6 dias úteis foram exportados 63,1 mil toneladas. Com média diária de 12,6 mil toneladas, o desempenho por dia está abaixo ao mês passado – com recuo de 25% – e ao mesmo período de 2015 – caindo 11,1%.

O Cepea também explica que a concorrência no mercado internacional tem aumentado nos últimos meses. “Os preços em dólar da carne brasileira vêm crescendo, reduzindo a competitividade de frigoríficos nacionais no comércio externo”, explica o boletim.

Por outro lado, houve um aquecimento nas vendas para o Japão em setembro, que historicamente costuma comprar mais no período. Já em outubro deve existir uma redução na procura pela proteína, visto que na última semana o embarque esteve lento por parte do país asiático.

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Fonte:
Notícias Agrícolas + Scot

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