Possibilidade de La Niña movimenta investidores no mercado de commodities

Publicado em 23/12/2015 13:53

Investidores de todo o mundo estão atentos a possibilidade de ocorrência do La Niña nos próximos meses. Assim como o El Niño, ele também traz reflexos para o clima global. No entanto, caso se confirme, especialistas acreditam que o fenômeno traria impactos ainda mais graves na produção agrícola mundial, influenciando ativamente no mercado das commodities. As informações são The Wall Street Journal.

Meteorologistas da Austrália e Japão informaram que o El Niño já pode ter atingido seu auge com a chegada do inverno no Hemisfério Norte e verão no Brasil, e deve começar a perder forças no primeiro semestre de 2016. Porém, com a reversão do fenômeno, geralmente, há a ocorrência de La Niña, com início a partir do fim de 2016 ou começo de 2017.

Segundo a Agência Meteorológica do Japão, ainda não existe uma maneira de prever se o La Niña ocorrerá realmente e quão grave será seu impacto. No entanto, dos últimos 15 eventos de El Niño, 11 foram seguidos de La Niña. No início de dezembro, o El Niño deste ano - que é o mais forte desde 1997/1998 -, havia causado um aumento de mais de 3,6 graus centígrados em alguns lugares,  conduzindo um rally nas commodities agrícolas, como o óleo de palma, açúcar e laticínios.

O La Niña ocorre quando ventos alísios vindos do leste se fortalecem, resfriando a água na região central e leste do Oceano Pacífico e modificando os pradrões de clima ao redor do mundo. A gravidade do fenômeno é medida pelas temperaturas do oceano e mudanças nos padrões de ventos.

Normalmente, o tempo fica mais seco para algumas regiões dos Estados Unidos e América do Sul e traz mais umidade do que o normal para grande parte da Austrália, Papua Nova Guiné, Indonésia e América Central. Ele também aumenta a probabilidade de ciclones tropicais no Pacífico.

De acordo com especialistas em clima ouvidos pelo jornal, muito se fala sobre os reflexos do El Niño na agricultura. No entanto, estiagens no Canadá e nos Estados Unidos, por exemplo, são mais prováveis em anos de La Niña, disse David Ubilava, pesquisador da Escola de Economia da Universidade de Sydney, que estuda a correlação entre anomalias climáticas e os preços de commodities.

"Um evento de La Niña forte tem impacto potencial nos mercados agrícolas maior que um El Niño, uma vez que afeta o clima em muitos países produtores e exportadores importantes, em especial Brasil e Estados Unidos", explicou Aurelia Britsch, analista de commodities sênior do BMI Research. A consultoria avalia que o La Niña coloca um risco maior aos preços de milho, soja, trigo, algodão e café.

O economista sênior da CME Group de Nova York, Erik Norland estima que com a ocorrência do  La Niña, os preços de culturas como soja, milho e trigo podem oscilar em torno de 50%. "Os participantes de mercados agrícolas devem acompanhar este fenômeno de perto", disse Norland.

Nos 12 meses seguintes à confirmação de um La Niña em julho de 2010, o trigo subiu na Bolsa de Chicago 21% e a soja avançou 39%, Enquanto que na Bolsa de Nova York, o contrato de referência do açúcar teve ganhos de 67%.

Com informações do The Wall Street Journal

 

Veja abaixo os principais conteúdos elaborados pelo Notícias Agrícolas sobre El Niño durante o ano:

» Em ano de El Niño, verão no Brasil mantém padrão de chuvas irregulares no Centro-Oeste

» Vídeo do NOAA mostra que El Niño deste ano pode ser pior que o de 1997; cafeicultura terá reflexos

» Clima: Novos estudos indicam que El Niño é semelhante ao de 1997/98 e pode reduzir em até 20% as chuvas no início de 2016 no Centro-Oeste

» El Niño é similar ao de 1957/58 e deve ocasionar redução de chuvas para a região Centro-Oeste

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Por:
Jhonatas Simião // Sandy Quintans
Fonte:
Notícias Agrícolas

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