Sem alterações no mercado, suinocultor enfrenta crise no setor
Mas as superintendências regionais do Ministério da Agricultura, conforme denunciou a ABCS, não estão cumprindo a portaria editada pelo próprio ministério, uma vez que para ter acesso ao benefício, os produtores deveriam estar inscritos no Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) e residir em localidades onde tenha sido declarado estado de calamidade.
Em reunião com o secretário de Política Agrícola do Ministério de Agricultura, Caio Rocha, e com o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Marcelo de Araújo Melo, a ABCS solicitou soluções para o problema da falta de acesso dos produtores ao milho ofertado. Junto a Conab, a entidade pede que a portaria 143 traga a inclusão do estado de São Paulo para seja beneficiado com a oferta de milho e que na portaria 144, seja designado aumento da quantidade do milho ofertado de 6 toneladas para 27 toneladas, ao preço de R$ 21 a saca.
Aliado a esse panorama negativo aos custos de produção do suíno, o setor também enfrenta dificuldades na venda da carne suína. Entre elas está o entreve junto ao governo Argentino. No dia 19 de março, o país firmou negociação para permitir a importação de carne suína até atingir uma cota de 3 mil toneladas mensais, mas o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, advertiu os importadores que só serão permitidas as compras de carne suína que sirvam de insumos para a produção de embutidos de baixo custo. Atualmente, 75% de toda a carne suína importada pelos argentinos é brasileira e no Brasil, de toda a carne suína exportada, 9% vai para a Argentina.
No mercado de São Paulo, o quilo do suíno vivo tem apresentado queda nas últimas semanas. Segundo informou a Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o suinocultor paulista está vendendo o suíno a R$ 42,00 a arroba, de preço médio (equivalente a R$ 2,24 quilo vivo). No estado, o produtores tem comprado a saca do milho ente R$ 27,50 e R$ 28,50.
O mesmo cenário acontece em Minas Gerais, com o quilo do suíno vivo sendo vendido a R$ 2,20, segundo a Associação de Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG). No Paraná os preços também apresentaram queda. Em algumas regiões, o preço do quilo do suíno está sendo vendido a R$ 1,90, mas em regiões como Toledo e Cascavel, o valor está um pouco mais alto, a R$ 2,10 o quilo, conforme informou a Associação Paranaense de Suinocultores (APS).