Produção de aves quase quintuplicou em duas décadas

Publicado em 09/10/2012 08:52
Genética, saúde, ração e ambiente confortável ampliam produtividade.
Além de ser a mais rápida forma de produzir proteína animal, a avicultura também é a que mais rapidamente eleva a sua produção. Entre 1990 e 2008, o Brasil ampliou o seu plantel de aves comerciais em 120%, enquanto a produção de carne de aves subiu 386,7%, segundo cálculos do agrônomo José Baccarin, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal, a partir de estatísticas oficiais. Ou seja, a produção de carne praticamente quintuplicou, enquanto o número de animais criados pouco mais que dobrou.

A criação de bovinos e suínos também avançou na produtividade. No mesmo período do levantamento, a bovinocultura registrou aumento de 37,5% no rebanho, 133,5% na produção de carne e 90,4% na produção de leite. Na suinocultura, o rebanho se expandiu em apenas 9,5%, mas a produção de carne subiu 188,2%.

Por trás desses ganhos estão melhorias na genética, na saúde e na alimentação dos animais. No caso das rações, por exemplo, considerando todas as cadeias de produção de carne e derivados, o consumo brasileiro multiplicou-se por quatro entre 1990 e 2009. O salto foi de 14,8 milhões de toneladas para 58,4 milhões de toneladas em apenas duas décadas, de acordo com os dados levantados por Baccarin.

Os investimentos em genética, por outro lado, melhoraram o processo de transformação da ração em carne (a chamada taxa de conversão alimentar), reduziu a idade de abate e aumentou o rendimento de carne. “Há 20 anos, só quem trabalhava com as matrizes [as aves reprodutoras] se interessava na compra de genética boa”, afirma o gerente de assistência técnica da empresa de genética avícola Cobb-Vantress, Flávio Henrique.

Atualmente, é preciso usar cerca de 1,73 quilo de ração para produzir 1 quilo de carne de frango, considerando o abate de um animal de 42 dias, a 2,7 quilos de peso total. “Em 1987, precisávamos de 2,15 quilos de alimento para gerar um quilo de carne, com o abate de frangos de 2,3 quilos aos 49 dias”, compara Henrique.

O programa de seleção da Cobb avalia mais de 50 características genéticas para definir quais aves serão adotadas como pedigree, para a reprodução de novas aves. “Os custos da alimentação animal estão cada vez mais altos, o que obriga as empresas a buscar a melhor genética para produzir mais carne com menos grãos”, diz o executivo.

A evolução da saúde animal, com a veterinária preventiva, por exemplo, e da chamada ambiência – as condições de criação das aves – também pesam na produtividade. Por converter o alimento em carne muito rapidamente, as aves geram muito calor, que exige tecnologia para ser retirado do aviário e não prejudicar as condições de vida dos animais.
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Sou Agro

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