União Europeia deve reduzir cotas de importação de carne de frango e bovina do Mercosul
A União Europeia poderá diminuir o volume de cotas de importações de carne bovina e de frango vindas do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Tudo porque a tarifa de importação menor estimula os acordos comerciais com os Estados Unidos e com o Canadá, o que diminui a capacidade de abertura do mercado. Conhecida pelo protecionismo, a União Europeia justifica que a abertura de seu mercado não é "infinita", principalmente no que se diz a respeito de produtos agrícolas.
Os europeus acreditam que o ambiente mudou bastante no Brasil após as negociações de acordo de comércio e investimentos da União Europeia com os Estados Unidos. Enquanto isso, o Mercosul considera que a UE está tirando boa parte de seu superávit nas vendas para o bloco sul-americano, que precisará ser compensado para consolidar a vantagem sobre chineses e americanos.
O setor industrial brasileiro pede por um acordo Mercosul-UE, como forma de atrair mais investimentos europeus, mas a UE considera este acordo vantajoso apenas para o Mercosul, apontando que o bloco deve realizar mais gestos de abertura. Portanto, negociadores do Mercosul acreditam que as negociações serão equilibradas com cotas estabelecidas para certos produtos industriais considerados sensíveis.
No entanto, o espaço para fixar cotas é pequenos dos dois lados. O acordo birregional cobriria cerca de 90% do intercâmbio comercial, o que está de acordo com o artigo 24 do Gatt, que estabelece que acordos de livre comércio somente podem ser firmados se abrangerem a maior parte dos bens transacionados entre os dois lados. Mas as cotas ficam de fora dessa exigência de 90% do comércio.
Para que os interesses de ambas as partes sejam aliados - do Mercosul na exportação de carnes e açúcar e da Europa na área industrial - será preciso muita negociação e acerto nos prazos diferenciados de ambas as partes.
Com informações do Valor Econômico.